segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Imagens do Brasil - Cuiabá - Mato Grosso


Cuiabá é um município brasileiro, capital do estado de Mato Grosso, Região Centro-Oeste do país. Fundado em 1719 por Pascoal Moreira Cabral e descoberto por Miguel Sutil, ambos bandeirantes nascidos na cidade de Sorocaba-SP, ficou praticamente estagnada desde o fim das jazidas de ouro até o início do século XX. Desde então, apresentou um crescimento populacional acima da média nacional, atingindo seu auge nas décadas de 1970 e 1980. Nos últimos 15 anos, o crescimento diminuiu, acompanhando a queda que ocorreu na maior parte do país. Hoje, além das funções político-administrativas, é o principal polo industrial, comercial e de serviços do estado. É conhecida como "cidade verde", por causa da grande arborização. Situa-se na margem esquerda do rio de mesmo nome e forma uma conurbação com o município vizinho, Várzea Grande.

Etimologia 
Há várias versões para a origem do nome "Cuiabá":
• Uma delas diz que o nome tem origem na palavra bororo ikuiapá, que significa "lugar da ikuia" (ikuia: flecha-arpão, flecha para pescar, feita de uma espécie de cana brava; pá: lugar). O nome designa uma localidade onde os bororos costumavam caçar e pescar com essa flecha, o córrego da Prainha, afluente da esquerda do rio Cuiabá.
• Outra explicação possível é a de que Cuiabá seria uma aglutinação de kyyaverá (que em guarani significa "rio da lontra brilhante") em cuyaverá, depois cuiavá e finalmente cuiabá. Uma terceira hipótese diz que a origem da palavra está no fato de existirem árvores produtoras de cuia à beira do rio, e que "Cuiabá" seria "rio criador de vasilha" (cuia: vasilha e abá: criador). Martius traduz o vocábulo como "fabricante ou fazedor de cuias". Teodoro Sampaio interpreta, seguindo a origem tupi, como "homem da farinha", o farinheiro. De cuy: farinha e abá: homem.
• O tupinólogo Eduardo de Almeida Navarro propõe que o nome vem do termo tupi kuîaba, que designa uma variedade de cuia.
• O nome pode se referir, também, aos índios bororos, que também são conhecidos como "cuiabá".

História
Fundação - Os primeiros indícios dos bandeirantes paulistas na região onde hoje fica a cidade datam de 1673 e 1682, quando da passagem de Manoel de Campos Bicudo. Ele fundou o primeiro povoado da região, onde o rio Coxipó deságua no Cuiabá, batizado de São Gonçalo Beira-Rio. 
Em 1718, chegou ao local, já abandonado, a bandeira do sorocabano Pascoal Moreira Cabral. Em busca de indígenas, Moreira Cabral subiu o Coxipó, onde travou uma batalha com os índios coxiponés.
Em 1719, Pascoal Moreira foi eleito, em uma eleição direta em plena selva, comandante da região de Cuiabá. Em 8 de abril de 1719, Pascoal assinou a ata da fundação de Cuiabá no local conhecido como Forquilha, às margens do Coxipó, de forma a garantir os direitos pela descoberta à Capitania de São Paulo. 
Em outubro de 1722, índios escravos de Miguel Sutil, também bandeirante sorocabano, descobriram às margens do córrego da Prainha grande quantidade de ouro, maior que a encontrada anteriormente na Forquilha. O afluxo de pessoas tornou-se grande e até mesmo a população da Forquilha se mudou para perto deste novo local. 
Consolidação - Já em 1726, chega, à Cuiabá, o capitão-general governador da Capitania de São Paulo, Rodrigo César de Menezes, como representante do Reino de Portugal. Em 1 de janeiro de 1727, Cuiabá foi elevada à categoria de vila, com o nome de Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. 
Tem-se confundido muito a fundação do arraial da Forquilha por questões ideológicas. Estudos historiográficos há muito já traçaram a diferença entre uma e outra fundação, alegando-se que o 1° de janeiro seria a data de elevação do arraial da Forquilha à categoria de vila, o que é um contrassenso, pois não se pode fundar um município num lugar que só viria a ser descoberto anos depois. Porém, a data de 8 de abril se firmou como data do município, desejosa de ser a primeira do oeste brasileiro.
Cuiabá foi elevada à condição de cidade em 17 de setembro de 1818, tornando-se a capital da então província de Mato Grosso em 28 de agosto de 1835 (antes a capital era Vila Bela da Santíssima Trindade). Entretanto, nem mesmo a mudança da capital para o município foi suficiente para impulsionar seu desenvolvimento. Com a Guerra do Paraguai (1864-1870), Mato Grosso foi invadido. Várias cidades foram atacadas, mas as batalhas não chegaram à capital. A maior baixa se deu com uma epidemia de varíola trazida pelos soldados que retomaram dos paraguaios o município de Corumbá. Metade dos cerca de 12 mil habitantes morreu infectada. 
Expansão - Somente após a Guerra do Paraguai e o retorno da navegação pelas bacias dos rios Paraguai, Cuiabá e Paraná é que o município voltou a crescer. A economia nesse período tinha suas bases na produção da cana-de-açúcar e no extrativismo. Esse momento produtivo não duraria muito e o município voltou a ficar estagnado, desta vez até 1930. A partir daí, o isolamento foi encerrado com as ligações rodoviárias com Goiás e São Paulo e a aviação comercial. 
Nas décadas de 1970 e 1980, o município cresceu muito, mas os serviços e a infraestrutura não acompanharam este ritmo. O agronegócio expandiu-se pelo estado e o município começou a modernizar-se e industrializar-se. 

Economia 
A economia de Cuiabá, hoje, está concentrada no comércio e na indústria. No comércio, a representatividade é varejista, constituída por casas de gêneros alimentícios, vestuário, eletrodomésticos, de objetos e artigos diversos. O setor industrial é representado, basicamente, pela agroindústria. Muitas indústrias, principalmente aquelas que devem ser mantidas longe das áreas populosas, estão instaladas no Distrito Industrial de Cuiabá, criado em 1978. Na agricultura, cultivam-se lavouras de subsistência e hortifrutigranjeiros. 
Cuiabá gera boa parte da energia elétrica consumida pelo estado. Próximo ao Distrito Industrial, funciona a Usina Termelétrica de Cuiabá. Concluída em 2002 e abastecida com gás natural boliviano, através de um ramal do Gasoduto Brasil-Bolívia. Esta usina possui potência instalada de 480 megawatts, respondendo em 2005 por 23,13 por cento, do total da potência instalada do estado. Quanto a sua pauta de exportações ela está baseada principalmente em soja, milho, farelo de soja, algodão cru e carne bovina congelada. 
A cidade conta com importantes centros comerciais, como o calçadão no centro histórico e alguns shoppings. Está em construção o Shopping Estação Cuiabá, localizado na Av. Miguel Sutil entre o trevo do Santa Rosa e do Círculo Militar, que será voltado para a classe A e B e tem inauguração prevista para o final de 2015. O Shopping Goiabeiras foi reformado e largamente ampliado, tendo seu tamanho triplicado e passando de três andares para nove, além também do aumento da capacidade do estacionamento. O Goiabeiras é conhecido como sendo o Shopping da elite cuiabana. 

Turismo 
Cuiabá tem diversos atrativos turísticos por estar situada em uma região de variadas paisagens naturais, como a Chapada dos Guimarães e o Pantanal, e por ser um município muito antigo, com um patrimônio histórico importante. O turismo de eventos também é crescente no município. 
A arquitetura da área urbana inicial de Cuiabá, como em outras cidades históricas brasileiras, é tipicamente colonial, com modificações e adaptações a outros estilos (como o neoclássico e o eclético) com o tempo. Ela foi bem preservada até meados do século XX, mas, depois dessa época, o crescimento demográfico e o desenvolvimento econômico afetaram o patrimônio arquitetônico e paisagístico do centro histórico. 
Somente na década de 1980 ações para a preservação desse patrimônio foram tomadas. Em 1987, o centro foi tombado provisoriamente como patrimônio histórico nacional pelo IPHAN e, em 1992, esse tombamento foi homologado pelo Ministério da Cultura do Brasil. Desde então vários prédios foram restaurados, entre os quais estão as Igrejas do Rosário e São Benedito, do Bom Despacho e do Nosso Senhor dos Passos, o Palácio da Instrução (hoje museu histórico e biblioteca), o antigo Arsenal da Guerra (hoje centro cultural mantido pelo SESC), o mercado de peixes (atualmente Museu do Rio Cuiabá) e um sobrado onde hoje funciona o Museu da Imagem e do Som de Cuiabá (o MISC). A área tombada pelo IPHAN é a que mais preserva as feições originais. As antigas ruas de Baixo, do Meio e de Cima (hoje, respectivamente, as ruas Galdino Pimentel, Ricardo Franco e Pedro Celestino) e suas travessas ainda mantêm bem preservadas as características arquitetônicas das casas e sobrados. 
Além dos locais já citados, há vários outros para se visitar, como o zoológico, o Museu Rondon (com artefatos indígenas) e o Museu de Arte e Cultura Popular, no campus da Universidade Federal de Mato Grosso, o obelisco e o marco do centro geodésico da América do Sul, a atual Catedral Metropolitana, a Igreja de São Gonçalo no bairro do Porto, a Mesquita de Cuiabá, os parques Mãe Bonifácia, Massairo Okamura, Zé Bolo Flô e o Parque Urbano da Vila Militar, com áreas para exercícios físicos e pistas de caminhada e ciclismo, o Horto Florestal, na confluência do rio Cuiabá com o Coxipó e o Estádio José Fragelli, conhecido como Verdão. 
É possível também visitar as comunidades ribeirinhas, onde se pode conhecer o modo de vida da população local e os artesanatos fabricados por eles, bem como os rios e baías frequentados para banho e pesca. 

Pontos históricos 
Centro histórico - Fundada em 1719, com a descoberta de ouro em abundância, Cuiabá transformou-se em uma das maiores cidades do Brasil em menos de duas décadas. Mas, passada a corrida do ouro, a verde capital do velho oeste brasileiro teve que resistir a longos anos de solidão nesses sertões. Rua do Meio, de Baixo, Beco do Candieiro. Cuiabá guarda em suas ruelas muitas relíquias do período colonial. No centro histórico também se situa os famosos calçadões. 
Centro Geodésico da América do Sul - Demarcado pela Comissão Rondon, em 1909, o centro geodésico da América do Sul fica no antigo campo do Ourique - hoje a praça Moreira Cabral, onde também fica a Câmara Municipal de Vereadores. 
Arsenal de Guerra - Foi criado em 1818, por ordem de dom João VI. Foi construído para ser "um estabelecimento militar para conserto e fabricação de armas", conforme definiu a carta-régia. Tombado como patrimônio histórico, hoje é controlado pelo SESC e abriga diversos eventos culturais e educativos. 
Catedral Metropolitana - Inaugurada em 1973, a atual catedral foi construída sobre os escombros da antiga, uma joia do período colonial que foi demolida num episódio até hoje não esclarecido. 
Igreja do Bom Despacho - A "Notre Dame Cuiabana" é, ao menos externamente, a mais bela igreja da cidade. Seu estilo gótico, inédito em boa parte do país, foi definido por um arquiteto francês que teve toda a liberdade para ousar. Inaugurada em 1919, a igreja ainda está inacabada. 
Igreja do Rosário e Capela de São Benedito - Esta é a única igreja barroca de Cuiabá. Foi fundada por escravos em 1764. É local da tradicional festa de São Benedito, que acontece sempre no mês de julho. 
Casa do Artesão - A Casa do Artesão tem uma bela amostra da cultura mato-grossense. Há um Museu do Artesanato com exposição permanente de peças caboclas e indígenas onde o turista pode comprar suvenires. 
Parque Estadual Mãe Bonifácia - 77 hectares de área verde e diversas espécies da flora e vegetação típica do cerrado, com diversas pistas para caminhada.
Localizado na Avenida Miguel Sutil - Zona Oeste - a 10 minutos do Centro de Cuiabá. 
Parque Massairo Okamura - 7 hectares de área verde, vegetação e flora típica do cerrado, com diversas pistas para caminhada. Localizado na Av Historiador Rubens de Mendonça - CPA - Zona Leste. 
Parque Zé Bolo Flô - Áreas verdes, com vegetação e flora típica do cerrado. Localizado no Coxipó da Ponte, Zona Sul - Coophema, acesso pela Avenida Fernando Correia. 
Parque Zoológico - localizado na Universidade Federal de Mato Grosso, possui animais típicos da fauna mato-grossense e do Pantanal. É situada na Avenida Fernando Correa da Costa. 
Outros pontos históricos são: Águas Termais; Parque Tia Nair; Parque das Águas; Horto Florestal; Orla do Porto; Parque Morro da Luz; Parque Aquático Sesi Park. 
Museus, Teatros e Cinemas - Museu do Morro da Caixa D'Água; Museu da Imagem e do Som; Museu do Rio Cuiabá e Aquário Municipal; Museu da Educação; Museu de Arte Sacra de Cuiabá; Museu da História do Mato Grosso; Museu Marechal Rondon; Museu Couto Magalhães; Museu das Pedras; Museu de Antropologia Mato-grossense; Museu do Índio; Museu do Coxipó; Museu do Ouro; Museu Barão de Melgaço; Museu do Pantanal; Cine Teatro Cuiabá e Museu do Cinema; Teatro do Sesc Arsenal; Teatro da UFMT; Anfiteatro do Liceu Cuiabano; Anfiteatro da EE Pres. Médici; Multiplex Pantanal (Shopping Pantanal); Cinépolis (Shopping Três Américas); Cinemark (Shopping Goiabeiras). 
Igrejas e templos religiosos - A cidade possui uma diversidade muito grande de igrejas antigas tombadas pelo patrimônio histórico e cultural: Igreja Nossa Senhora do Rosário e Capela de São Benedito (Padroeiro da Cidade); Igreja Cristã Maranata; 1ª Igreja Presbiteriana do Centro-Oeste Brasileiro; Igreja Nossa Senhora da Guadalupe (“Fabricada” na França e doada pelo governo Francês. Vinda em blocos de navio e “montada” em Cuiabá); Igreja Nossa Senhora do Bom Despacho (inspirada na Notre Dame de Paris); Igreja São Gonçalo; Basílica Catedral Metropolitana Senhor Bom Jesus de Cuiabá; Igreja Nossa Senhora Maria Auxiliadora; Igreja Nossa Senhora da Boa Morte; Igreja Nossa Senhora da Guia; Igreja Senhor dos Passos; Igreja Nossa Senhora da Boa Esperança; Grande Templo da Igreja Assembleia de Deus (maior templo religioso do Brasil); Igreja Batista Pentecostal Renovada sede Cristo Rei (Várzea Grande); Igreja Presbiteriana Betânia; Igreja Presbiteriana do Tijucal; Primeira Igreja Batista; Igreja Batista Nacional do Cristo Rei (Várzea Grande); Igreja Batista Nacional Morada da Serra; Igreja Luterana de Cuiabá; Mesquita de Cuiabá localizada no Morro da Luz no Bairro Bandeirantes, é o templo de oração dos muçulmanos; Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmon). 

Educação 
Cuiabá é um importante centro educacional de nível médio e superior do estado do Mato Grosso. A cidade é sede do IFMT (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso), que oferece cursos tecnólogos (superior), técnicos e de nível médio, e da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso). Entre as principais instituições de ensino superior estão Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT), Universidade de Cuiabá (UNIC), Centro Universitário Cândido Rondon (UNIRONDON), Faculdade Católica Dom Aquino (FAC) e Faculdade de Cuiabá (FAUC).

Cultura 
Boa parte das tradições cuiabanas se deveu, em parte, ao isolamento sofrido pelo município com a decadência econômica. Outro fator que explica parte das características das manifestações culturais é o convívio de várias culturas desde a fundação de Cuiabá, como os índios que ali viviam, os bandeirantes paulistas e os negros levados para lá como escravos. 

Carnaval
Entre as principais agremiações carnavalescas de Cuiabá, estão a escola de samba Imperatriz da Portuária e bloco carnavalesco Banana da Terra. Além disso, foi enredo da Mangueira no carnaval 2013. 

Culinária
A base da culinária local são os peixes, pescados nos rios da região (pacu, pintado, caxara, dourado e outros) e consumidos de várias maneiras, acompanhados de farinha de mandioca, abóbora e banana, em pratos como a Maria Isabel, a farofa de banana e o pirão. Um dos principais pratos típicos é a mujica, prato à base de peixe. A culinária cuiabana assim como a brasileira, tem suas raízes nas cozinhas indígenas, portuguesa, espanhola e africana.
Frutos, como o pequi, são adicionados a pratos a base de arroz e frango, a mandioca, a manga e o caju, o charque, peixes frescos ou secos. Pacu assado, piraputanga na brasa, mojica de pintado, arroz com pacu seco, moqueca cuiabana, caldo de piranha, ventrecha de pacu frita, dourado ou piraputanga na folha de bananeira e caldeirada de bagre, são pratos nascidos nas barrancas do rio Cuiabá e nas baias do Pantanal.
A "maria isabel" é o combinado de arroz e charque, popularmente conhecido também como arroz carreteiro, prato exclusivo da culinária local, a paçoca de pilão feita com carne de charque e farinha de mandioca temperada, o furrundum, doce preparado com mamão verde, rapadura e canela, o pixé elaborado com milho torrado e socado com canela e açúcar, o bolo de arroz cuiabano, o francisquito, os doces de caju e manga, o licor de pequi e o guaraná de ralar. 

Fonte do texto: Wikipedia