Santarém é um município brasileiro do estado do Pará. É sede da Região Metropolitana de Santarém, o segundo maior aglomerado urbano do Pará. Pertence à mesorregião do Baixo Amazonas e a microrregião de mesmo nome. Situa-se na confluência dos rios Tapajós e Amazonas. Localizada a cerca de 800 km das metrópoles da Amazônia (Manaus e Belém), ficou conhecida poeticamente como "Pérola do Tapajós".
Fundada em 22 de junho de 1661, é uma das cidades mais antigas da região da Amazônia. Em 1758 foi elevada à categoria de vila e quase um século depois em consequência de seu notável desenvolvimento foi elevada a categoria de cidade em 24 de outubro de 1848. Está incluída no plano das cidades históricas do Brasil, sendo uma das mais antigas e culturalmente significativas cidades do Pará.
Por causa das águas cristalinas do Rio Tapajós, conta com mais de 100 quilômetros de praias que mais se parecem com o mar. É o caso de Alter do Chão, conhecida como "Caribe Brasileiro" e escolhida pelo jornal inglês The Guardian como uma das praias mais bonitas do Brasil e a praia de água doce mais bonita do mundo. Lá é o palco de uma das maiores manifestações folclóricas da região, o Sairé, que atrai turistas do mundo todo.
Etimologia
O nome "Santarém" é uma homenagem dada pelos colonizadores lusos à cidade portuguesa homônima, famosa por suas regiões vinícolas. O termo "Santarém" originalmente remete a uma espécie de uva trincadeira de formato ova.
Outra tradição afirma que o nome Santarém deriva do nome de Santa Irene, mártir cristã de Portugal Visigodo.
Etimologia
O nome "Santarém" é uma homenagem dada pelos colonizadores lusos à cidade portuguesa homônima, famosa por suas regiões vinícolas. O termo "Santarém" originalmente remete a uma espécie de uva trincadeira de formato ova.
Outra tradição afirma que o nome Santarém deriva do nome de Santa Irene, mártir cristã de Portugal Visigodo.
História
Primórdios - Dez anos após a fundação de Belém, Pedro Teixeira junto a Frei Cristóvão, 26 soldados e numerosos índios exploravam o Rio Amazonas, quando se depararam com a aldeia de Tupuliçus na foz do Rio Tapajós e atracaram ali. A expedição foi bem sucedida, pois os índios que ali viviam já haviam entrado em contato com os colonizadores, principalmente espanhóis que passaram por ali gerando boas relações que mantiveram em proveito da nova povoação, que dali surgiria.
Aldeia dos Tapajós (1661-1758) - Santarém foi fundada então pelo Padre João Felipe Bettendorff em 22 de junho de 1661 sob o nome de "Aldeia dos Tapajós". Logo ao chegar, o fundador construiu a primeira capela de Nossa Senhora da Conceição.
Posteriormente, Pedro Teixeira explorou o Rio Tapajós e então coube aos jesuítas a fundação de uma aldeia com fins missionários, no lugar onde o padre Antônio Vieira esteve no primeiro semestre de 1659. A partir do desenvolvimento dessa aldeia originaram-se outras povoações como as de São José dos Matapus em 1922(hoje conhecida como Pinhel), Tupinambarana ou Santo Inácio em 1737 (hoje conhecida como Boim) e Borari em 1738 (hoje conhecida como Alter-do-Chão).
Com o progresso das missões, Francisco da Mota Falcão iniciou, a construção de uma fortaleza, a qual foi terminada por seu filho, Manoel Mota Siqueira em 1697. Essa fortaleza tinha a forma quadrada, com baluartes nos ângulos, foi o núcleo da vila que deu origem a cidade de Santarém. Em 1762, estando em ruínas, a fortaleza foi reconstruída, passando daí por diversos reparos, porém hoje nada mais existe. A Aldeia dos Tapajós foi elevada à categoria de vila em 14 de março de 1758 pelo governador da província do Grão Pará, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, recebendo então o nome de Santarém em homenagem a cidade portuguesa do mesmo nome.
Santarém foi elevada à categoria de cidade, em 24 de outubro de 1848 em consequência de seu notável desenvolvimento.
Santarém foi elevada à categoria de cidade, em 24 de outubro de 1848 em consequência de seu notável desenvolvimento.
Hidrografia
A rede hidrográfica foi dividida em seis bacias, sendo, a Bacia do Rio Amazonas que abrange mais 1/6 de toda extensão territorial do município, a Bacia do Rio Arapiuns que está localizada na porção oeste do município, entre as bacias do Tapajós e do Amazonas e ocupa uma superfície de aproximada de 7.064 km², correspondendo a cerca de 28% de todo espaço municipal, a Bacia do Rio Tapajós que é a segunda extensão territorial, dentro das terras do município, as Bacias dos rios Moju, Mojuí que são tributárias da bacia do rio Curuá-Una e formam juntas toda a malha hídrica existente na chamada "Região do Planalto", composta por inúmeros igarapés e rios de pequeno porte, todos convergentes para o rio central, o Curuá-Una.
Educação
A rede educacional conta com 457 escolas públicas municipais que atendem a 62.121 alunos, 44 estaduais, que oferecem educação especial, ensino médio e fundamental para 37.145 alunos, e 44 escolas particulares. Doze universidades (duas federais, uma estadual e nove particulares) oferecem vagas para diversos cursos de graduação, conferindo à Santarém o título de polo de desenvolvimento em educação superior do oeste do Pará. Dentre as escolas estaduais existem duas que se destacam bastante em nível superior, são elas: Colégio São Raimundo Nonato da Congregação das Irmãs Adoradoras do Sangue de Cristo e o Colégio São Francisco da Diocese de Santarém. Ambas são das melhores escolas do Pará, sendo que o Colégio São Raimundo Nonato ocupa desde 2015 o 1°lugar no SisPAE - Sistema Paraense de Avaliação Educacional - sistema que avalia os alunos do estado nas disciplinas de matemática e português.
Existem também cursos profissionalizantes promovidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial(SENAI), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Serviço Social do Comércio (SESC), Serviço Social da Indústria (SESI), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e empresas da área de informática.
Economia
Atualmente a economia de Santarém está assentada nos setores de comércio e serviços, no ecoturismo, nas indústrias de beneficiamento (madeira, movelarias, olarias, panificadoras, agroindústrias, beneficiamento de peixe, etc.) e no setor agropecuário, que segundo o IDESP, na sua pesquisa sobre o Produto Interno Bruto dos municípios em 2008, destacou-se como maior produtor de arroz e soja do estado do Pará e como terceiro maior produtor de mandioca do estado e o quarto do Brasil.
Agropecuária
O setor agropecuário se destaca na economia de Santarém, e é representado pelas atividades pesqueiras, pela pecuária de corte e leiteira, agricultura, pela avicultura, extrativismo etc. No entanto, segundo o CEAMA, Santarém compra semanalmente 120 toneladas de alimentos de outros mercados produtores.
Atualmente a agricultura familiar é o segmento responsável pelo abastecimento de parte considerável dos produtos que chegam à mesa dos consumidores, considerado, por isso, de grande relevância para Santarém.
As principais culturas cultivadas pela agricultura familiar são, verduras e legumes, as culturas do milho, mandioca, arroz, feijão, coco, banana, café, laranja, limão, maracujá, melancia, fibra de curauá, pimenta do reino, tomate, tangerina, urucu, polpas de frutas, produção de açaí e castanha do Pará. Destacam-se ainda os produtos medicinais e aqueles voltados para a indústria de cosméticos, cumaru, óleo de copaíba, andiroba, mel de abelhas, leite de Amapá, sucuba, jenipapo, etc.
Indústria
O setor secundário é representado pelas chamadas indústrias leves, de pequeno porte, que utilizam processos semi-industriais, limitando-se ao beneficiamento de alguns produtos primários e extrativos, tais como processamento de madeira, moveleiras, beneficiamento de látex, usinas de beneficiamento de arroz e de castanha, casas de farinha, indústrias de beneficiamento de pescado, produção de alimentos (panificadoras, torrefações, fabrica de refrigerantes), fábricas de gelo e sabão, agroindústrias, pequenas unidades artesanais que trabalham com madeira, barro, couro e fibra, marcenarias, indústrias de cerâmica (tijolo, telha etc.), material impresso, vestuário e confecções.
Turismo
Santarém apresenta vocação natural para o ecoturismo, o turismo de base comunitária, o turismo histórico e cultural, o turismo gastronômico, o turismo religioso e o turismo de aventura. Também apresenta grande potencial para desenvolver outros segmentos como o turismo de eventos e negócios.
Considerada oficialmente pelo Ministério do Turismo como uma cidade turística desde 1998, Santarém tem bons indicadores e qualidades para desenvolver os diversos segmentos do turismo destacando-se:
• As belezas naturais: mais de 100 quilômetros de praias de água doce que mais se parecem com o mar, cachoeiras, sítios arqueológicos, fauna, florestas, lagos, igarapés, trilhas, ilhas, o espetáculo encontro dos rios Amazonas e Tapajós em frente a cidade, unidade de conservação, etc.;
• O patrimônio histórico, as edificações seculares, a cerâmica tapajônica, as peças arqueológicas da cultura tapajônica dos povos tapaius;
• Os eventos culturais, como a festa do Sairé em Alter do Chão (quando acontece a disputa dos botos), o Círio de Nossa Senhora da Conceição, as festas religiosas, o teatro, a música, a poesia, a literatura, o folclore, etc;• A inclusão de Santarém no seleto grupo dos 65 destinos indutores do turismo no Brasil;
• Ser escolhido o município referência em ecoturismo pelo Ministério do Turismo;
• Ser selecionada em 2008 pela Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios entre as 25 melhores cidades para empreender;
• A escolha de Alter do Chão como uma das melhores praias do Brasil e a melhor praia de água doce do mundo em 2009, pelo jornal inglês The Guardian;
• O destaque da praia de Alter do Chão durante o Salão do Turismo na cidade de São Paulo em 2010;
• O destaque na mídia nacional como detentora do maior reservatório de água subterrânea do planeta, o Aquífero Alter do Chão;
• A reportagem na National Geographic em 2010 sobre as civilizações pré-coloniais na Amazônia que considera Santarém a cidade arqueológica mais antiga do Brasil;
• Em 2009, Santarém foi incluída no Plano das Cidades Históricas do Brasil pelo Ministério da Cultura e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional;
• Santarém é rota dos turistas internacionais que chegam em navios transatlânticos na Amazônia;
• Santarém é a sede do futuro Centro de Referências e Tradições Turísticas e Culturais do Tapajós;
• A culinária local, que fez Santarém ser incluída no seleto Programa Caminhos do Sabor que tem a finalidade de agregar valor turístico através da gastronomia.
A oferta de infraestrutura turística é representada pelos hotéis com boas condições de recepção e hospedagem, pousadas, aeroporto internacional, restaurantes, porto com calado para receber navios transatlânticos, agências de viagem, sistemas de segurança pública, setor de comunicações, agências bancárias, lojas de artesanato, serviços de transporte, serviços e equipamentos de lazer.
Cultura
Uma das manifestações culturais no município é a cerâmica tapajônica que apresenta representações de humanos ou animais em relevo. Esta cerâmica é tão perfeita que chega a ser comparada com a mais fina porcelana chinesa. Existem peças de cerâmicas tapajônicas espalhadas por vários museus do mundo. Outra característica é o realismo da representação do homem ou do animal.
Museus
O Museu João Fona foi construído entre os anos 1853 a 1868, onde funcionaram a intendência municipal, a prefeitura, o salão do júri, a câmera municipal e a cadeia pública. É o terceiro edifício mais antigo da cidade. Desde 1991 funciona como um museu onde está abrigada a grande parte da cerâmica tapajônica e vários outros aspectos da cultura de Santarém. Além do Centro Cultural João Fona; também existem no município:
• O Museu de História e Arte Sacra - MHAS funcionando desde 22 de junho de 2003.
• O Museu Dica Frazão.
Eventos
No mês de setembro acontece o Sairé, uma manifestação folclórica e religiosa realizada em Alter do Chão. Anualmente a festa atrai milhares de turistas, que durante cinco dias, cantam, dançam e participam de rituais religiosos e profanos, resultantes da miscigenação cultural entre índios e portugueses. É um dos principais festivais folclóricos do Brasil. O Sairé de hoje em dia é uma modificação capitalista dos rituais realizados pelos indígenas que habitavam a região no passado, sofreu diversas mudanças com o passar dos anos, influenciadas principalmente pela expansão europeia, pressão da Igreja Católica e procura de lucro.
Evento religioso realizado pela Igreja da Paz Santarém, que acontece todos os anos no mês de Julho no Estádio Colosso do Tapajós, que reúne milhares de pessoas que celebram três dias de muita música, dança, apresentações teatrais e muito mais.
Durante o final do mês de novembro é realizado o Círio de Nossa Senhora da Conceição (padroeira do município), cuja festa se estende até o dia 8 de dezembro, onde fiéis caminham cerca de 10 quilômetros em vias públicas do município e existe também a Caminha de Fé com Maria, que faz parte das festividades da padroeira, onde fiéis caminham desde igreja matriz município de Mojuí dos Campos até a Igreja Matriz de Santarém, totalizando um total de 37 quilômetros. Além disso existem festividades como o carnaval e o réveillon realizado na orla da cidade e em Alter do Chão.
Fonte do texto: Wikipedia