sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Itabaiana - Sergipe


Itabaiana é um município brasileiro do estado de Sergipe. É a quarta maior cidade de Sergipe.
História - Com a descoberta do Brasil, a Coroa Portuguesa, visando à colonização do novo continente, em 1534 dividiu-o em capitanias hereditárias, tendo o território sergipano sido dado a Francisco Pereira Coutinho. Com a morte deste, seu filho, Manoel Pereira Coutinho, fracassando na exploração das terras, vendeu sua capitania à Coroa Portuguesa, em 1549, permanecendo as terras sergipanas, ocupadas pelo elemento indígena. Em 1590 a expedição de Cristóvão de Barros liquida os indígenas e se inicia o processo de colonização de Sergipe.
Por essa época é que se dá início propriamente dito, ao povoado e colonização de Itabaiana em grande escala, com a distribuição de imenso número de sesmarias de suas terras. Os colonos contemplados com tais sesmarias vão fundar o Arraial de Santo Antonio, a primeira povoação de Itabaiana, na região hoje conhecida por Igreja Velha, erguendo-se uma capela, fundando a Irmandade das Santas Almas.
Topônimo - Os primeiros documentos que tratam da região, apresentam denominações diferentes para o lugar. Os nomes mais frequentes são "Itanhama" ou "Tabaiana". A forma Itabaiana parece ter se definida no século XVII. Os holandeses, de quem não poder-se-ia esperar uma grafia muito correta, registraram a forma "Itapuna". A tradição tem uma versão popular demais para ser aceita por eruditos: Para o historiador itabaianense Vladimir Souza Carvalho, o nome Itabaiana está historicamente ligado à sua serra, que tem o mesmo nome.
O termo Itabaiana, nome indígena, é o resultado da união dos sufixos "Ita" que significa pedra (a pedra é serra), "Taba" que significa aldeia (taba indígena), e "Oane" que significa alguém. Da junção dos três vocábulos, surgiu o nome Itabaiana. Sendo assim, Itabaiana significa: Naquela serra tem uma aldeia, onde mora gente, naquela aldeia mora alguém. Porém, segundo o poeta da época, Manoel Passos de Oliveira Teles não acreditava na tradição. Por isso, fez um poema referindo-se à lenda do surgimento da serra de Itabaiana. Numa lenda indígena, havia um cacique castigado por Tupã que transformou seu corpo na Serra que posteriormente recebeu o nome de Itabaiana. Do sangue que jorrava do seu corpo, nasceu o rio Cotinguiba.
Economia
Agricultura - Suas atividades diversificadas e a rota comercial fazem de Itabaiana a intermediária do fluxo de sua produção entre Aracaju (capital do estado) e o sertão.
A agricultura em Itabaiana intensificou-se a partir da década de 1980, através da implantação de perímetros irrigados como Jacarecica e Ribeira, que são cultivados por pequenos agricultores e neles são produzidos cereais, frutas e verduras que abastecem todo o Estado.
O município é grande produtor de mandioca, batata-doce e tomate. Também possui um centro distribuidor de produtos agrícolas. Esse mercado foi criado com o objetivo de melhor organizar a feira, já que é dela que muitas pessoas tiram o sustento.
Comércio - O comércio de Itabaiana é seguramente o maior do interior do estado de Sergipe. Pecuária - Nos últimos anos Itabaiana tem tido grande expressão na criação de aves destinadas ao abate e a produção de ovos, por estar situada próxima a capital.
O comércio itabaianense é secularmente vigoroso o que comprova incessantes ofícios do Presidente da Província de Sergipe (na era monárquica brasileira), em 1835, para que os feirantes de Itabaiana fossem a São Cristóvão, então Capital de Sergipe, para fazer funcionar a feira livre ali criada em julho daquele ano. Por volta de 1870, Itabaiana era o maior mercado de Sergipe e um dos maiores no abate de gado.
O núcleo do comércio ainda é a feira livre realizada aos dias de sábado e quarta-feira num espaço de mais de vinte mil metros quadrados. Em volta da mesma se concentra metade do comércio lojista e, somente depois da década de 70 é que com abertura de largas avenidas e o vigoroso crescimento do sitio urbano, passou a haver uma maior difusão dos estabelecimentos.
Itabaiana dispõe ainda de um grande número de estabelecimentos comerciais com destaque para o comércio do ouro que é vendido em grande escala e muita variedade a preços acessíveis. Por força desta presença do metal nobre, Itabaiana é considerada a terra do ouro.
Itabaiana se destaca entre uma das principais cidades do estado com maior concentração de atividades comerciais com a presença de estabelecimentos atacadistas, além de varejistas. Os comerciantes itabaianenses compram produtos de fora e revendem, inclusive enviando produtos locais para outras áreas do país. Além disso, Itabaiana é um grande centro de mercadorias comerciais como alimentícios, têxteis, materiais de construção, etc., para os municípios vizinhos e as populações dos povoados do interior do estado. O comércio da cidade serrana se delatou com a inauguração do Shopping Peixoto, que se tornou o primeiro shopping fora da grande Aracaju, um novo local de cultura e mais um grade empreendimento dos comerciantes de Itabaiana.
Indústria - Em Itabaiana há indústrias de pequeno porte (bens de consumo): calçados, bebidas, cerâmica, móveis, algodão, alumínio, de carrocerias de caminhões e implementos rodoviários.
Embora a maior renda esteja concentrada em fretes de caminhão, dando origem a uma grandiosa festa em torno desses profissionais, a "Festa do Caminhoneiro", que contribui para o progresso do município, festa essa culminando com shows artísticos, brincadeiras, café da manha e desfiles de caminhões pelas ruas da cidade.No atual momento ganhou o posto de CAPITAL NACIONAL DO CAMINHÃO.
Cultura
Vida musical de Itabaiana - Foi na música que o itabaianense mais se destacou, principalmente pela escassez de diversões numa cidade pequena, a sua mocidade, desde os doze anos, praticamente, se entregava de corpo e alma aos estudos musicais.
A música começou em Itabaiana quando ela ainda era uma vila, foi com o padre Francisco da Silva Lobo (1745-1768), fundador da vida musical com a criação de uma orquestra sacra para acompanhar os ritos religiosos. Foi com essa orquestra, que o padre conseguiu despertar na vida do povo itabaianense o gosto pela música, essa raiz construída por ele pode haver uma continuação do seu trabalho e Itabaiana pode permanecer nesta vida musical.
Em 1879, Samuel Pereira de Almeida Filho da Terra, trouxe de Salvador, instrumentos, transformando a orquestra em filarmônica e dando-lhe o nome de Eufrosina, sendo que esse período foi curto apenas de 1879 a 1897, quando se extingue. Sua criação se deu de fato em 31 de outubro de 1897, mudando apenas de nome passou a se chamar Filarmônica Nossa Senhora da Conceição aproveitando-se os instrumentos da Filarmônica Eufrosina.
A sua presença está nos eventos festivos da cidade tais como procissões, inaugurações entre outros eventos não só municipais como também fora do município. Hoje a Filarmônica recebe também o nome de Orquestra Sinfônica de Itabaiana. Em sua sede há um museu de música, inaugurado em 28 de agosto de 1998, onde estão expostos instrumentos musicais do século XX como também o acervo da filarmônica constituído de várias partituras de compositores e mestres itabaianenses (como os chama Sebrão Sobrinho).
Manifestações folclóricas de Itabaiana - A festa de Santo Antônio, uma festa mesclada do tradicional sagrado, ao mercado terapêutico de raízes e plantas, os resquícios do carnaval, a micareta, os paus de sebo, as festas do mastro, e o reisado fazem parte do acervo tradicional e oral da cultura do povo na cidade.
No antigo Cruzeiro, atual Bairro São Cristóvão, tem o artesanato de barro com a fabricação de potes e utensílios de cozinha como panelas, pratos, etc. Estes produtos são comercializados na feira.
O forró é uma dança tradicional nos festejos juninos desde a época do Império e até hoje é conservado essa tradição com grande euforia, principalmente no Nordeste.
A quadrilha é aplaudida desde o palácio imperial aos sertões. A grande dança palaciana do século XIX abria os bailes da corte em qualquer país europeu ou americano, era a preferida pela sociedade inteira popular sem ter perdido o prestigio aristocrático.
A chegança é uma dança que representa a luta travada pelos cristãos para o batismo dos mouros (árabes). É uma tradição que retrata a vida dos marinheiros no dia-a-dia em suas viagens dentro de um navio com todos os perigos, com todas as aventuras, incluindo invasões e piratarias que ocorrem no alto mar. Tais relatos ocorrem através de contos que são comandados pelo capitão piloto, e os marinheiros que repetem as cantigas que soam da boca do comando.
A festa do mastro que existia nessa cidade remonta o fim do século XIX. A brincadeira começava com a busca do mastro no “mato” e era transportado nos ombros dos brincadores ao som da caceteira (conjunto de zabumba, caixa, pife).
O reisado é uma tradição portuguesa, vinda para o Brasil com os colonizadores. Comemora-se o nascimento de Jesus Cristo e a festa do dia de Reis. Constitui sempre as mesmas cenas, os mesmos personagens com ligeiras variações. O caboclo ou vaqueiro, o boi janeiro, a onça, o cavalo marinho, a besta-fera, as figuras, a dona-do-baile e os tocadores. Seus personagens variam de acordo com a região e reisados. O caboclo é a figura principal da função que centraliza as atenções e as simpatias da assistência. Concluídos os bailados e os sapateados, entra em cena o boi janeiro que é feito com um cobertor de chitão estampado preso a uma caveira de boi enfeitado de papel-de-seda. Dois chifres, barulhentas guisas, um homem forte, servindo-se dessa cobertura, dança, é apoiado numa forquilha que sustenta a caveira. Depois das investidas do boi na assistência e no caboclo, acontece o primeiro assalto dos bichos no boi janeiro, a onça dá o primeiro salto, o caboclo consegue enxotar a onça, outros bichos tentam e falham e são vaiados pelo público. Até que a besta-fera consegue abater o boi. O caboclo reza, chora, lamenta, para reanimá-lo e já desengonçado passa a fazer a esperada partilha.
Em 1995, surgiu a Micarana, que é um carnaval fora de época, onde surgiram vários blocos, tendo como organizadores os comerciantes deste município e com uma parceria com a prefeitura municipal. A Micarana arrasta à avenida principal inúmeros foliões e além da comunidade, turistas vêm apreciar esta bela festa.
Religiosidade - Quando os colonos fixaram as margens da Lomba e Jacarecica dando origem ao arraial de Santo Antonio, cuidaram logo em erguer uma capela para cultuar a Deus.
Essa capela foi erguida em terras particulares, por isso os donos da terra era quem mandava. Mas o Pároco de São Cristóvão, padre Sebastião Pedroso de Góis queria vender o sitio Caatinga Ayres da Rocha e armou seu plano a fim de convencer a Irmandade das Almas. Por isso, mandava retirar a imagem de Santo Antonio da Igreja velha no período da noite, deixando-o num galho da quixabeira. Para os colonos era fácil descobrir o paradeiro do santo, já que propositadamente se deixavam pistas.
A Fuga verifica-se com frequência. Depois de cada ‘Fuga’ a imagem era levada em procissão para a capelinha. Não se tem data exata do início da construção da nova Igreja. Sabe-se que a Igreja Velha funcionou até 1637, mas já sem grande frequência, porque a transferência do padroeiro significou também a mudança da sede do arraial para outro sitio. Ficou porem, a lenda de ‘Santo Antonio Fujão’.
O ano de 1675 foi de grande importância para a vida religiosa dos primeiros habitantes de Itabaiana. Além de a Irmandade ter sido convencida a comprar o sítio para erguer o novo templo, Itabaiana ganha a 30 de outubro, a condição de freguesia de Nossa Senhora da Vitória de Sergipe, em São Cristóvão. A nova igreja, construída em bases mais sólidas, entretanto, não resistiu por muito tempo. Em 1760 já estava praticamente em ruínas obrigando o Vigário Francisco da Silva Lobo a derrubá-la para construir outra.
Diante da falta de recursos, em que se defrontou, o padre reuniu os moradores para a busca de uma nova solução. “Vendo que não havia mais para onde recorrer, senão para as paternais mãos de Sua Majestade tão cheias de piedade…”, dirige-se ao Rei de Portugal, D. José, o pedido foi atendido em 1764.
Santo Antonio é homenageado, tendo o início das trezenas no dia 31 de maio para seu término ser realizado no dia 12 de junho perfazendo assim treze noites. Celebrando a festa no dia 13 de junho, consagrando ao glorioso Santo Antonio.
A instituição da Irmandade das Almas é a mais antiga e subsistente no Brasil, foi criada há 30 de outubro de 1665, devido ao desenvolvimento da cidade houve a necessidade de construir novas paróquias.
Referência para o texto: Wikipédia.