segunda-feira, 29 de julho de 2019

Pelotas - Rio Grande do Sul

Pelotas é um município da região sul do estado do Rio Grande do Sul, no Brasil.
História
A história do município começa em junho de 1758, através da doação que o General Gomes Freire de Andrade, o Conde de Bobadela, fez ao Coronel Thomáz Luiz Osório, das terras que ficavam às margens da Lagoa dos Patos. Em 1763, fugindo da invasão espanhola, muitos habitantes da Vila do Rio Grande buscaram refúgio nas terras pertencentes a Thomáz Luiz Osório. Mais tarde, vieram também os retirantes da Colônia do Sacramento, entregue pelos portugueses aos espanhóis em 1777.
Em 1780, instala-se em Pelotas o charqueador português José Pinto Martins. A prosperidade do estabelecimento estimulou a criação de outras charqueadas e o crescimento da região, dando origem à povoação que demarcaria o início do município de Pelotas. Com o sucesso desta indústria, os charqueadores, dispondo de duas estações amenas, construíam palacetes para suas habitações e promoviam a cultura e a educação, no ambiente urbano, exemplificado pela inauguração do Teatro Sete de Abril, em 1831, quatro anos antes de Pelotas ser elevada à condição de cidade.
A Freguesia de São Francisco de Paula, fundada em 7 de Julho de 1812 por iniciativa do padre Pedro Pereira de Mesquita, foi elevada à categoria de Vila em 7 de abril de 1832. Três anos depois, em 1835, a Vila é elevada à condição de cidade, com o nome de Pelotas.
Nos primeiros anos do século XX, o progresso foi impulsionado pelo Banco Pelotense, fundado em 1906 por investidores locais. Sua liquidação, em 1931, foi nefasta para a economia local.
O topônimo do município, "Pelotas", teve origem no nome das embarcações de varas de corticeira forradas de couro, usadas para a travessia dos rios na época das charqueadas.
A Lei Complementar Estadual número 9184, de 1990, criou a Aglomeração Urbana de Pelotas, que em 2001 passou a se denominar Aglomeração Urbana de Pelotas e Rio Grande, e em 2002, Aglomeração Urbana do Sul. Esta caracteriza-se por proporcionar uma forte integração entre os municípios que a constituem e é o embrião de uma futura região metropolitana. Integram-na os municípios de Arroio do Padre, Capão do Leão, Pelotas, Rio Grande e São José do Norte, que totalizam uma população aproximada de 600.000 habitantes.
Relevo
Por estar situada numa planície costeira, a área urbana do município situa-se em baixa altitude, com, em média, 7 metros acima do nível do mar. O interior do município está sobre um planalto com elevações médias, denominado Serras de Sudeste, com cerros de ondulações moderadas e cobertos com pastagem, conhecidos como coxilhas. A altitude na área rural de Pelotas chega a cerca de 429 metros, próximo à fronteira com o município de Canguçu. Grande parte do município tem altitudes inferiores a 100 metros; na zona mais elevada, predominam as altitudes entre 100 e 300 metros; excepcionalmente, no extremo noroeste, as altitudes são superiores a 300 metros, chegando, no máximo, em certos pontos, a pouco mais de 400 metros.
O município de Pelotas, consequentemente, pode ser dividido em duas grandes paisagens geomorfológicas. Cerca de metade da área municipal (regiões oeste e noroeste do município) faz parte das Serras de Sudeste, com altitudes superiores a 200 metros e cerros de ondulações moderadas (coxilhas). A outra metade do município (regiões leste e sudeste - onde se localiza a área urbana municipal), inclui-se na planície costeira gaúcha, sendo uma paisagem plana e baixa, com altitudes que diminuem em direção ao Canal São Gonçalo e à Lagoa dos Patos.
Clima
O clima de Pelotas é subtropical úmido, denotado por Köppen como Cfa. Os verões são tépidos ou ocasionalmente quentes, com precipitações regulares. Neste período, as temperaturas máximas absolutas do ano situam-se entre 34 °C e 36 °C, aproximadamente, enquanto os invernos são relativamente frescos, porém frios para uma cidade litorânea brasileira, com o domínio da Corrente das Malvinas. Geadas são relativamente frequentes, mas geralmente de fraca intensidade (com uma média de 24 por ano, entre 1975 e 2000) e ocorrência de nevoeiros, com temperaturas mínimas absolutas do ano entre -2 °C e 0 °C. Portanto, há uma grande amplitude térmica anual para uma cidade brasileira, ainda mais considerando sua localização costeira.
Fauna
Devido a sua localização e suas características de vegetação e relevo, o município apresenta tanto fauna aquática como fauna de campo e de área serrana. Pelotas possui desde gaivotas e marrecos, aves típicas da zona lagunar de litoral, até a perdiz e a ema, que são próprias das zonas da Campanha gaúcha.
A zona mais rica em fauna, no município, é a zona dos banhados, com inúmeras espécies de peixes, anfíbios como a rã, répteis como o jacaré do papo amarelo e tartarugas, e mamíferos como capivaras, preás, lebres, lontras, gambás, doninhas, graxains (sorro), ratões-do-banhado e zorrilhos.
A zona serrana possui uma fauna mais pobre, principalmente por se tratar de uma zona de transição, e também em consequência do desmatamento. Jaguares, jaguatiricas e suçuaranas já não existem mais nessa área. Destacam-se, na área serrana e na área dos campos: mamíferos como veado-virá, veado-campeiro, lebre, tatu, raposa, gambá, capivara, graxaim, aves como chimango, perdiz, caturrita, quero-quero, jacu, ema, seriema, pomba do mato (pombão), cardeal-de-topete-vermelho, periquito, tico-tico, joão-de-barro, répteis como lagarto, cobra cruzeira, cobra verde e peixes como traíra, jundiá, lambari, etc.
Vegetação
A maior parte da área rural de Pelotas é composta por campos, com vegetação rasteira e herbácea (pampas). Outra formação importante, que ocorre na forma de pequenos bosques e de forma bastante esparsa no município, por ter sido reduzida pela ocupação humana, é a floresta estacional semi decidual. A vegetação nativa, tanto no domínio dos campos quanto no das matas, apresenta ocorrência de árvores como corticeiras e araucárias, entre outras. A existência da araucaria angustifolia é maior no interior do município, onde a altitude mais elevada e a maior distância do mar favorecem a sua ocorrência, mas esta árvore também é bastante encontrada nas áreas mais baixas, incluindo as zonas urbana e litorânea.
Hidrografia
Pelotas é um município que faz parte da bacia hidrográfica do rio Camaquã. Os arroios do Quilombo e das Caneleiras drenam o município de Pelotas, recebendo o nome de Arroio Pelotas quando suas águas se unem, indo desaguar no Canal São Gonçalo.
A maior queda de água do município chama-se Cachoeira do Arco-Íris, com 12 metros de altura, e está localizada no distrito de Quilombo.
Também há a Praia do Laranjal, um bairro localizado à beira da Lagoa dos Patos. Além dos balneários Santo Antônio e Valverde, fundados pelo doutor Antônio Augusto de Assumpção Júnior e pelo coronel Arthur Augusto de Assumpção, o bairro conta também com o Balneário dos Prazeres (conhecido popularmente como Barro Duro) e a Colônia Z3, uma colônia de pescadores que explora principalmente a pesca artesanal do camarão.
Zona rural
A zona rural de Pelotas, chamada também de colônia, caracteriza-se pela produção de pêssego, arroz e pela pecuária; alastrando-se para a área de produção de fumo. A presença de imigrantes alemães também deve ser notada. A "colônia" de Pelotas vem se desenvolvendo amplamente na área do turismo, com diversas pousadas, cachoeiras e demais atrações turísticas encontradas na região.
Em tempos passados, a produção de charque foi economicamente importante, toda ela movida pelo trabalho escravo. As charqueadas ainda são atrações turísticas do município, como por exemplo a Charqueada Santa Rita e a Charqueada São João.
Economia
A vocação econômica de Pelotas é o agronegócio e o comércio. Neste último segmento, há grande representatividade de árabes oriundos principalmente do Líbano (conhecidos erroneamente como turcos) e mais alguns estrangeiros.
Setor primário
A região de Pelotas é a maior produtora de pêssego para a indústria de conservas do país, além de produzir outros produtos como aspargo, pepino, figo e morango. O município também é grande produtor de arroz e rebanho bovino de corte. Pelotas também possui a maior produção de leite do estado.
Setor secundário
Em Pelotas há a presença de indústrias ligadas ao setor de agronegócios, têxtil, curtimento de couro e panificação. Reflorestamento para produção de papel e celulose tem sido uma atividade econômica emergente em toda a região.
Setor terciário
O município é grande centro comercial na região, atraindo compradores de toda a região para as suas galerias e lojas localizadas no calçadão e bairros.
Em Pelotas constituiu-se a CTMR - Companhia Telefônica Melhoramento e Resistência, cujo nome deriva da resistência de líderes pelotenses aos maus serviços que eram prestados pela antiga Companhia Telefônica Nacional, antiga operadora no Rio Grande do Sul. A CTMR passou a fazer parte, mais tarde, do sistema Telebrás, distinguindo-se pelos altos níveis de qualidade dos serviços prestados, e foi posteriormente absorvida pela Brasil Telecom.
Pelotas também possui o SANEP (Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas), uma autarquia responsável pela captação, tratamento e distribuição de água potável, coleta e destinação do lixo e coleta e tratamento de esgotos sanitários e pela drenagem urbana. Constitui uma situação única no estado, já que os demais municípios do Rio Grande do Sul recebem serviços de saneamento de uma única empresa estadual, denominada CORSAN. O município conta com três estações de tratamento de água: a ETA Santa Bárbara, que alimenta a rede de distribuição com 40 milhões de litros por dia; a ETA Sinnott, que é abastecida pelos arroios Pelotas e Quilombo e lança 36 milhões de litros no sistema,diariamente; e a ETA do Arroio Moreira, que contribui com sete milhões de litros; data de 1874 e, com ela, teve início o abastecimento de água tratada em Pelotas, na época com 15 mil habitantes.
Na cidade, a distribuição de energia elétrica é realizada pela empresa estadual CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica).
Também há o Laranjal Parque Hotel, um empreendimento que comprova o empreendedorismo de uma parcela do empresariado pelotense. Situado próximo da Praia do Laranjal, no seu parque apresentou-se, em 28 de março de 1998, a soprano espanhola Montserrat Caballé.
Etnias
A principal imigração ocorrida na região foi a vinda de portugueses, oriundos principalmente do arquipélago de Açores, que influíram profundamente na cultura do município, principalmente na arquitetura e na culinária.
Outra imigração importante que ocorreu na região foi a de alemães (a maioria de pomeranos), embora estes tenham preferido fixar-se na zona rural do município, ao contrário dos portugueses, que o fizeram na zona urbana. Também são dignas de nota outras etnias que em Pelotas fixaram residência, como negros africanos (descendentes de escravos, oriundos principalmente de Angola), italianos, poloneses, franceses, judeus, árabes libaneses, etc. O número de descendentes de índios, apesar de desconhecido, é considerado muito pequeno.
Antes da vinda dos primeiros colonizadores portugueses, a porção meridional do Rio Grande do Sul, incluindo a área municipal de Pelotas, era ocupada por indígenas. De acordo com vestígios encontrados na região, os grupos eram minuanos, charruas e guaranis.
Educação
O município conta com cinco instituições de ensino superior (universidades): Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSUL), Anhanguera Educacional e Faculdade de Tecnologia Senac-RS. Também possui três grandes escolas técnicas: Escola Técnica Estadual João XXIII, Escola Técnica Estadual Professora Sylvia Mello e o Conjunto Agrotécnico Visconte da Graça (CAVG), hoje chamado de Instituto Federal Sul-rio-grandense Campus Visconde da Graça, vinculado ao IFSul. Em 2010, foi inaugurado um colégio militar de ensino médio no município, o Colégio Tiradentes.
Também há muitas escolas de ensino fundamental e ensino médio no município, sendo estas escolas particulares (como o Colégio São José, o Colégio Gonzaga e o Colégio Alfredo Simon, entre outros) e públicas, sob administração estadual e municipal, como, por exemplo, o Colégio Pedro Osório. Entre as instituições de ensino sob administração municipal, está o Colégio Municipal Pelotense, a maior escola municipal da América do Sul e uma das maiores da América Latina.
Cultura
Com a mistura étnica que caracteriza Pelotas, não é surpreendente que seja um rico centro cultural e político, sendo conhecida como a Atenas Rio-Grandense.
Berço e morada de inúmeras personalidades da cultura nacional, como do escritor regionalista João Simões Lopes Neto (1865 - 1916), autor de Cancioneiro Guasca (1910), Contos Gauchescos (1912) e Lendas do Sul (1913), de Hipólito José da Costa - patrono da imprensa no Brasil, e do pintor Leopoldo Gotuzzo, cujos trabalhos ultrapassaram as fronteiras de Pelotas conquistando prêmios e exposições até na Europa, e o já citado Antônio Caringi (1905 - 1981), escultor pelotense reconhecido internacionalmente, e do senador Joaquim Augusto de Assumpção, fundador do Banco Pelotense.
Atualmente, o Centro Cultural Adail Bento Costa funciona, também, como a sede da Secretaria Municipal de Cultura, contando com duas salas de exposições (Inah d'Ávila Costa e Antônio Caringi) além do Bistrô, utilizado para eventos em geral. O prédio faz parte do patrimônio tombado pelo IPHAN e fica localizado à Praça Coronel Pedro Osório, nº 02.
Biblioteca
A Biblioteca Pública de Pelotas foi idealizada por Antônio Joaquim Dias, diretor do jornal Correio Mercantil. A primeira diretoria reuniu José Vieira da Cunha, Saturnino de Arruda, Carlos Pinto e José Roiz de Araújo. Foi inaugurada em 5 de março de 1876, em um terreno cedido pelo visconde da Graça, contando na época com 900 volumes. Foi depois construída sede própria, na atual Praça Coronel Pedro Osório. O segundo piso da Biblioteca Pública Pelotense foi construído na gestão do prefeito Joaquim Augusto de Assumpção Júnior.
Teatros e museus
Pelotas conta com dois teatros: o Teatro Sete de Abril, que é um dos mais tradicionais e o mais antigo no Brasil, e cuja construção é de 1831, além do Teatro Guarani.
O município possui diversos museus: Museu de História Natural Carlos Ritter, Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo, Museu da Baronesa, Museu Histórico Helena Assumpção de Assumpção, Museu do Charque, Museu do Doce, Museu do Futebol, Museu das Coisas Banais, Museu de Arte Sacra João Paulo II, Memorial da Praia do Laranjal Arthur Augusto de Assumpção, entre outros.
Eventos
O carnaval de rua de Pelotas é conhecido nacionalmente, pela espontaneidade dos blocos carnavalescos que saem às ruas e garantem a alegria do povo.
A Feira Nacional do Doce, popularmente denominada Fenadoce, é um evento muito prestigiado em âmbito nacional, sendo realizada anualmente, durante o meio do ano (em 2008, foi realizada entre os dias 4 de junho e 22 de junho). A primeira edição da festa foi realizada no ano de 1986, e desde então consagrou-se na principal atração turística da Zona Sul do Rio Grande do Sul, com uma mistura de shows, gastronomia, lazer e turismo.
O município de Pelotas recebe uma grande parcela de turistas durante a realização do evento, oriundos das mais diversas localidades do país, vindos com o intuito de conhecer a culinária pelotense, com os seus doces de origem portuguesa e africana, além de outros doces de origens alemã, italiana e árabe.
Arquitetura e monumentos
O município teve forte influência da estética portuguesa, com seus casarões com cerâmica portuguesa na fachada. Pelotas é muito rica em tesouros arquitetônicos e monumentos, muitos tombados pelo patrimônio histórico do município e do Estado.
Um exemplo de monumento do acervo do município é o Chafariz "As Três Meninas", vindo de Escócia em 1873, e localizado no centro do município. Até o ano de 2007 acreditava-se que ela era proveniente da França. Outro exemplo de monumento é o Obelisco de Pelotas,[68] situado no bairro Areal.
O maior monumento de Pelotas é a Caixa d'água de ferro, que localiza-se na Praça Piratinino de Almeida, única no gênero na América Latina. Ela foi construída em 1875, e ainda serve ao abastecimento diário de água no município. Ela apóia-se em 45 colunas, e todas as peças são de ferro. O seu mirante tem formas que lembram a arquitetura oriental. Todo o material usado na construção foi importado da França.
Destaca-se na arquitetura do município suas Igrejas, o Grande Hotel e o Mercado Público.
A construção do Mercado Público foi iniciada em 1847 e terminada em 1853, embora entre 1911 e 1914 tenha ocorrido uma reforma. Seu projeto foi feito no estilo neoclássico, tendo sido mudado para Art nouveau após 1970 quando o prédio foi destruído por um incêndio e reconstruído. Nele se destacam a torre do relógio e o farol de ferro, importados de Hamburgo, na Alemanha, fazendo uma alusão a Torre Eiffel. O Grande Hotel foi inaugurado em 1928. O edifício tem quatro andares, apresentando um estilo Art nouveau. Hoje o prédio está tombado e pertence à Universidade Federal de Pelotas e é sede do curso de Hotelaria.
A Catedral do Redentor, também conhecida como "Igreja Cabeluda", e que é a sede da Igreja Episcopal Brasileira da Comunhão Anglicana, ficou conhecida por sua característica cobertura vegetal. Ela abriu suas portas em 1892. Sua torre possui 27 metros de altura, e os vitrais vieram de Nova Iorque. A catedral Metropolitana de São Francisco de Paula é considerado o mais importante templo religioso da metade sul do estado pelo seu tamanho, beleza e pelas obras de arte encontradas em seu interior. Também, dentro da Igreja Católica é considerado o templo religioso mais importante da metade sul do estado em razão de ser a sede da Arquidiocese de Pelotas. O início da construção foi em 1813. A Catedral abriga a imagem de São Francisco de Paula, de autor desconhecido, que foi trazida da colônia do Sacramento.
O pintor Aldo Locatelli (1915 - 1962) veio da Itália especialmente para fazer os afrescos no teto e paredes da catedral São Francisco de Paula, a convite de Dom Antônio Zattera, bispo de Pelotas na época. Embora ele tenha escolhido ficar no Rio Grande do Sul, e tenha feito diversos outros trabalhos importantes no Brasil, painéis e paredes, este é considerado seu maior trabalho, junto com a via-sacra da igreja de São Pelegrino em Caxias do Sul.
Também destaca-se o "museu da Baronesa", cuja construção se deu no século XIX, ocupando uma área de aproximadamente 7 hectares, possuindo, a construção, 22 peças e um pátio interno. Contornando todo o conjunto, foram cultivados vários jardins.
Em Pelotas ainda estão dez esculturas de Antônio Caringi, considerado o maior escultor gaúcho. Entre elas: Oferenda (1942), em bronze, localizado no Cemitério Ecumênico São Francisco de Paula; Monumento ao Colono (1958), em bronze e granito, na Praça 1 de Maio; Monumento ao Bispo Dom Joaquim Ferreira de Mello (1942), em bronze e granito, na Av. Dom Joaquim; Sentinela Farroupilha (1935), em bronze, Praça 20 de Setembro; As Três Idades do Trabalho, em granito, Praça Coronel Pedro Osório; Dr. Luiz Pereira Lima (1958), em bronze, Praça Piratinino de Almeida; Monumento ao Coronel Pedro Osório (1954), em bronze e granito, Praça Coronel Pedro Osório; Monumento à Mãe (1968), em bronze e granito, Praça Coronel Pedro Osório; Monumento ao Dr. José Brusque (1968), em bronze e granito, Praça Coronel Pedro Osório, além de uma escultura em gesso encontrada no Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo.
Mitos arquitetônicos
Muitos populares pelotenses acreditam na existência de túneis de fuga , também conhecidos como saídas francesas, nos subterrâneos do município. A maioria desses mitos surgiu com os porões altos, encontrados na maioria dos prédios mais antigos da cidade; às ligações entre casas de uma mesma família, raramente feitas por baixo da terra; com poços ou cacimbas, encontrados principalmente em construções anteriores à criação da Companhia Hydraulica Pelotense, no final do século XIX; e com os dutos coletores das redes de esgotos e de águas pluviais, que se estendem por boa parte do centro de Pelotas.
Referência para o texto: Wikipédia.

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Caucaia -Ceará

Caucaia é um município brasileiro do estado do Ceará que integra a Região Metropolitana de Fortaleza.
História
Caucaia é uma denominação de origem indígena que quer dizer mato queimado", "vinho queimado ou, simplesmente, queimado. Caucaia, como Aldeia, ficou na dependência da Vila de Fortaleza e só depois, com a determinação do Marquês de Pombal, que suprimiu todas as Aldeias administradas pelos Jesuítas no Brasil, transformando-as em Vilas e Vigariatos, a Aldeia de Caucaia foi transformada em Vila, juntamente com mais cinco aldeias existentes na Capitania do Ceará. A Aldeia de Caucaia recebeu o nome de Vila Nova Real de Soure por determinação da corte portuguesa, e no dia 15 de Outubro de 1759 foi realmente oficializada. A câmara Municipal se reuniu pela primeira vez, posteriormente, a 17 de Outubro do mesmo ano. Recebeu esta denominação, de Vila de Soure, por causa de uma freguesia do Bispado de Coimbra, Portugal, pois as regiões político-administrativas conservavam o sistema das antigas freguesias, que tinham autonomia religiosa e política.
Vila Nova de Soure, posteriormente Soure, após a independência do Brasil, e finalmente Caucaia, sua última e definitiva denominação. Um município cearense que foi marcado profundamente pela influência da presença e vida missionária dos Jesuítas, que guarda em toda a sua extensão as raízes deste processo evangelizador e colonizador da empreitada portuguesa. Em 1735, esses missionários, designados pela Carta Régia de 2 de outubro do mesmo ano, pouco depois estavam em plena atividade catequética dos índios que habitavam a região, os Caucaias.
Com o desenvolvimento do povoado, chegou a ordem para cumprimento da Provisão Régia de 14 de abril de 1755 a Alvarás de 06 e 7 de junho do mesmo ano, através dos quais o Governo Português, então sob o comando de Marquês de Pombal, determinava o sequestro de fatos bens dos Jesuítas. A mesma ordem também mandava que se elevassem a condição de Vila os lugares e aldeias que fossem excluídos da administração daqueles religiosos, que seriam, pouco depois, expulsos do Brasil. Desse modo, o Capitão-Mor do Ceará, Francisco Xavier de Miranda Henrique, com o devido apoio daquela provisão Régia, fundou a Aldeia de Soure, a atual Caucaia de mar, serra e sertão. Já em 1759, a Vila de Soure passou a ser denominada de Vila Nova de Soure no dia 5 de fevereiro do ano supra mencionado, sob a invocação de Nossa Senhora dos Prazeres. A festa solene de instalação, realizou-se no largo da Igreja Matriz, no dia 15 de novembro de 1759, sendo oficializada a denominação de Vila Nova de Soure. Após os 184 anos, houve a denominação de Soure para Caucaia, pelo Decreto-Lei 1.114, de 30 de dezembro de 1943.
Atrativo histórico e cultural, a Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, também conhecida como Igreja Matriz de Caucaia, fundada no século XIX, possui um patamar com 2 degraus separando-a da Praça. À frente do patamar há um cruzeiro, homenagem do povo de Soure à fé cristã. A fachada constitui-se de uma grande torre e das laterais, somando um total de cinco, mas registra-se a presença de 4 sinos. Uma cruz de malta ao alto. Nossa Senhora dos Prazeres é considerada historicamente a padroeira de Caucaia.
Com a criação da Região Metropolitana de Fortaleza, Caucaia expandiu-se como centro habitacional e industrial.
Economia
A posição geográfica torna o município um ponto de valor estratégico para receber investimentos de diversas naturezas. Suas praias são atraentes, sua topografia é de boa qualidade e a região tem bom acesso a rodovias e ferrovias, o que a torna atrativa do ponto de vista logístico. Mas o grande trunfo de Caucaia é o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). A intenção do governo é consolidar o porto como o maior exportador de frutas e de calçados no Brasil.
O PIB municipal divide-se em: 66% (Setor Terciário), 32,4% (Setor Secundário) e 1,6% (Setor Primário).
Caucaia é um dos poucos municípios que tem um ente público que gere o desenvolvimento econômico: Agência de Desenvolvimento Econômico de Caucaia.
Agropecuária
De acordo com o IBGE, em 2006, eram mais de 39 hectares de terra sendo usadas para a atividade agropecuarista. Uma pesquisa feita pelo IBGE demonstrou que em 2012 eram cerca de 21 mil cabeças de bovinos, 6 mil cabeças de caprinos, 9 mil cabeças de codornas, 12 mil cabeças de ovinos, 11 mil cabeças de suínos, 132 mil cabeças de galinhas e 700 cabeças de equinos.
Comércio e Indústria
Complexo Industrial e Portuário do Pecém
Desde 2004, o município de Caucaia vem apresentando um elevado crescimento demográfico, bem como a execução de grandes projetos econômicos que estão sendo implementados no território municipal e no seu entorno, citando, por exemplo, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), o qual conterá uma refinaria, uma siderúrgica e uma zona de processamento de exportação (ZPE).
Cidade do Atacado
O Governo do Estado pretende instalar também em Caucaia o maior polo atacadista da América Latina. Para isso, atraiu o investimento de US$ 250 milhões da Varicred – em parceria com a Associação Cearense dos Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados do Estado do Ceará (ACAD) - e lançou em maio passado a Pedra Fundamental da Cidade do Atacado, que abrigará galpões de armazenamento, prédios para escritórios de grandes empresas, bancos, hotel, heliporto, restaurante, entre outros espaços. O complexo terá uma área de 189 hectares e pretende disponibilizar uma infraestrutura completa para atrair atacadistas e tornar-se referência em comercialização de produtos em grandes quantidades. Funcionando, o centro deverá faturar R$ 1,2 bilhão por mês.
Cidade da Confecção
Planejada desde 2010 por quatro investidores cearenses, a Cidade da Confecção teve sua pedra fundamental cravada em 2012, quando cerca de duas mil pessoas do setor se reuniram no município. É considerada a maior feira de roupas do Nordeste e gera cerca de 24 mil empregos diretos.
O diferencial da Cidade da Confecção é o horário de funcionamento: 24h durante toda a semana, o que gera 27 mil postos diretos distribuídos entre os três turnos.
Outros
Caucaia hoje conta com diversas lojas e empreendimentos como: Shopping Iandê, Lojas Macavi, Insinuante, BanBan Calçados, Casa Pio, Lojas C. Rolim, Off outlet e outros.
Turismo
Caucaia detém a segunda maior concentração turística do estado do Ceará, atrás apenas de Fortaleza. É necessário enfatizar que em Caucaia o número de turistas cresceu entre os anos de 2007-2008 a um percentual de 42,28%, devido especialmente às belas praias.
É assim, que foram estabelecidas três etapas da ocupação litorânea/turística de Caucaia: a) até a década de 1950, uma ocupação de aldeias de pescadores destacando-se Cumbuco, Icaraí e Tabuba como as principais. b) das décadas 1950-1980, uma ocupação veranista oriunda essencialmente de Fortaleza destacando-se Iparana e Icaraí como principais localidades; c) da década de 1980 até hoje, uma ocupação turística, concentrada nas localidades de Tabuba e Cumbuco com empreendimentos turísticos de padrão nacional e internacional.
Cumbuco é o principal destino turístico de Caucaia. A localidade é conhecida mundialmente, por sua paisagem natural com lagoas, rios, dunas e, pela prática de esportes náuticos como o kitesurf, e o surf. Um destaque ainda maior, para este cenário, tem sido feito a partir da divulgação da região na televisão (novelas e programas de TV). Segundo a SEMACE, Cumbuco detém cerca de 70% dos empreendimentos licenciados em 2007. Cumbuco destaca-se ainda por ser a única área a ter todos os tipos de acomodações em Caucaia, incluindo-se um resort de bandeira internacional: o Hotel Vila Galé de origem portuguesa. Beneficia-se pela proximidade com a Metrópole Fortaleza e dos recursos financeiros privados e estatais. Estes são os fatores de motivação do crescimento, a cada ano, do número de turistas em Caucaia. Os dados atestam que o Cumbuco é o principal “enclave turístico” da RMF e do Ceará.
Cultura
Os principais eventos culturais são: Festa de Santo Antônio (01 e 02/junho); Festa de São Pedro (29/junho); Carnaval; Festas da Padroeira (05 a 15 de agosto); Festa da Carnaúba (18, 19, 20 de outubro); Dia do Município (15 de outubro); Campeonato de Surf (datas variadas durante o ano); Vaquejadas (outubro, julho e novembro).
Referência para o texto: Wikipedia.

segunda-feira, 22 de julho de 2019

Carapicuiba - São Paulo

Carapicuíba é um município da Região Metropolitana de São Paulo, no estado de São Paulo, no Brasil. Tornou-se município em 1965, quando se emancipou de Barueri. A cidade é a segunda mais populosa da Microrregião de Osasco, sendo vizinha de Osasco, Barueri, Cotia e Jandira.
Topônimo
O nome "Carapicuíba" tem origem na língua tupi ou na língua geral meridional. Porém seu significado ainda é controverso, podendo significar:
- "peziza (um tipo de cogumelo) ruim (para comer)" (karapuku, peziza + aíb, ruim + a, sufixo);
- "carapicus (uma espécie de peixe) podres (para comer)" (akará, acará + puku, comprido + aíb, ruim + a, sufixo);
- "pé de carapicu" (uma espécie de arbusto) (carapicu, carapicu + ' yba, pé);
- "aquele que se resolve em poços": derivado de Quar-I-Picui-Bae, que era o nome dado pelos índios ao ribeirão que, cortando a cidade, faz divisa com Osasco e que delimita uma das divisas entre as cidades de Osasco e Cotia, na altura do quilômetro 20 da Rodovia Raposo Tavares.
História
A história da cidade está ligada aos índios, tanto que um dos locais culturais obrigatórios para visitação é justamente a Aldeia de Carapicuíba. Foi uma das doze aldeias fundadas pelo padre José de Anchieta (por volta de 1580) quando de sua chegada a São Paulo.
Pertenceu a Barueri, que, antes, fazia parte do município de Santana de Parnaíba.
Carapicuíba era ponto de passagem e parada dos bandeirantes em direção ao interior. Afonso Sardinha, dono de terras doadas pelo rei de Portugal na região, aproveitou-se da mão de obra escrava indígena para o cultivo de suas terras. Também construiu uma capela em 1590. Mas suas intenções fracassaram e Afonso Sardinha voltou a Portugal.
A região, a partir de 1610, viveu em clima tenso devido aos conflitos entre brancos e índios.
Por volta de 1770, o local começou a progredir. Nos arredores da capela, foram construídas malocas para abrigar pequenas famílias e comércio. Paralelamente, espetáculos de folclore eram exibidos, fazendo, da Aldeia de Carapicuíba, o maior centro de folclore de São Paulo na época.
Em meados de 1854, o Barão de Iguapé comprou terras na região, dando-lhe o nome de Fazenda Carapicuíba. Em 1923, a Fazenda Carapicuíba foi vendida a Delfino Cerqueira, que, anos mais tarde, contratou uma empresa para lotear e construir ruas em suas glebas.
O desenvolvimento efetivo da cidade, que, à época, era ainda um pequeno vilarejo, deu-se com a chegada da Estrada de Ferro Sorocabana em meados de 1875, que ligava a capital paulista a Itu, no interior. Porém, a primeira estação (embarcadouro) em seus arredores foi construída em 1921, distante 22 quilômetros da estação Julio Prestes, e chamou-se Sylvania. Logo depois, foi construído um desvio para a construção, nos arredores do quilômetro 21 da via férrea: um desembarcadouro de gado destinado ao abate. Muitos funcionários da ferrovia e do abatedouro fixaram residência na vilarejo, que tomava áreas de cidade.
Em 1928, Carapicuíba já era distrito policial. Na década de 1930, os pioneiros já acreditavam no povoado que nascia, porque a região possuía clima excelente e terras apropriadas para a cultura de batatas, cereais, legumes, hortaliças, castanheiro-europeu e amoreira.
Nesta época, cerca de 60 famílias japonesas exploravam parte das terras, a título de arrendamento, cooperadas na atualmente extinta Cooperativa Agrícola de Cotia. O pioneirismo japonês em Carapicuíba foi marcado pelas famílias Wada, Ishimaru, Morioka, Iwakura, Tamai, Hanassumi, Massazumi, Okada, Kakizaki, Ueta, Sakamoto, Magarifuchi, Arakawa, Tani, Kawazaki, Kamyzawa, Guentawa, Iashida, Kunishi, Satomi, Myama, Akyoshi, Yano, Moriama, Nishizaki, Morizawa, Yamamoto e outras.
Clima
O clima da cidade, como em toda a Região Metropolitana de São Paulo, é o subtropical. A média de temperatura anual gira em torno dos 18 graus centígrados, sendo o mês mais frio julho (média de 14 graus centígrados) e o mais quente fevereiro (média de 22 graus centígrados). O índice pluviométrico anual fica em torno de 1.383 milímetros.
Lazer e turismo
A cidade conta com diversos parques e praças, sendo os mais famosos deles: o Parque dos Paturis, no bairro Cohab V/Cohab II; parque Gabriel Chucre, localizado na vila Gustavo Correia, próximo ao Centro de Carapicuíba; Parque Aldeia de Carapicuíba; localizado no bairro Aldeia de Carapicuíba, que conta com um centro histórico, a Praça da Aldeia Jesuítica, fundado em 1580, que possui, além de uma igreja católica fundada na época da colonização portuguesa, uma biblioteca pública, uma exposição permanente sobre povos indígenas e uma delegacia de polícia, além de um pequeno centro comercial. Na praça, ocorrem várias festas ao longo do ano, como a Festa de Santa Cruz, entre outras, com música popular e ambiente que lembra pequenas cidades do interior.
O Parque Aldeia de Carapicuíba, possui ainda um teatro ao ar livre, onde é apresentada, todos os anos, a peça "A Paixão de Cristo", que reúne cerca de 30 mil pessoas, além de shows no Dia da Criança. A cidade conta ainda com o teatro Jorge Amado, situado na avenida Míriam, no Centro, próximo à Câmara dos Vereadores.
Há, ainda, diversos outros pontos de lazer espalhados pela cidade, como o Parque do Planalto, Praça das Árvores, Praça das Noivas, Praça de Esporte e Cultura no Ariston em fase de construção, entre outros.
Educação
O município possui 57 escolas estaduais, 6 escolas municipais de ensino fundamental, 36 creches/pré-escola distribuídas ao longo da cidade. Para o ensino superior, conta com a FALC -Faculdade da Aldeia de Carapicuíba, a FNC - Faculdade Nossa Cidade, a ETEC e a FATEC de Carapicuíba. A área vem recebendo vários investimentos, como a reforma geral das atuais escolas municipais com quadras cobertas, construção de 16 creches por meio do programa PróInfância do Governo Federal, e construção de um Serviço Social da Indústria na Vila Gustavo Correia.
Economia
Carapicuíba tem diversos comércios e bancos e conta com um incipiente parque industrial. O destaque maior na geração de empregos e renda é o setor de serviços.
Hipermercados e atacadistas: Assaí Atacadista; Atacadão; Tenda Atacado; Seta Atacado; Alta Rotação Atacadista; Giga Atacado.
Shopping center: Plaza Shopping Carapicuíba.
Mídia
Carapicuíba possui cinco jornais com sede em seu território: Cidade de Carapicuíba (o mais antigo), Primeira Edição, Cidade em Alerta cujo dono é o ex Vereador Elias Cassundé - PMDB, Jornal Metrópole e o Gazeta do Povo Regional. Além de outros com sede em outras cidades que também circulam pela cidade, como o Diário da Região, Visão Oeste, Tribuna Regional, Jornal d'Aqui, Página Zero, além de jornais on LINE de notícias exclusivas de Carapicuíba como o "Programa Em Foco", um jornal independente e apartidário. A cidade possui outras páginas como Carapicuíba Nua e Crua, Carapicuíba na Rede e o Carapicuíba Acorda que também prestam serviços jornalísticos pela internet.
Conta ainda com a emissora de televisão Oeste TV, afiliada à Rede União.
Possuí ainda duas emissoras de rádio: Rádio New Life e Rádio Fonte de Água Viva.
Em dezembro de 2014 chegou à cidade a AKTV, um canal de mídia indoor e mídia embarcada (TV em Ônibus) com foco em publicidade, gestão de conteúdos e modelo de negócios voltado a parcerias corporativas.
Referência para o texto: Wikipedia.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

Anápolis - Goiás

Anápolis é um município brasileiro do interior do estado de Goiás, Região Centro-Oeste do país.
Etimologia
A origem etimológica do nome está ligado a Sant´Ana, cuja capela em louvor a ela foi edificada em 1871 por Gomes de Sousa Ramos, se tornando um fator de agregação da população local. Há correntes que defendem a origem como uma homenagem a Dona Ana das Dores de Almeida, que no ano de 1859 passava pelo local e perdeu um dos animais de carga, o qual ao ser encontrado com suas malas de carga espalhadas pelo chão, não conseguiram retirar uma delas do local, justamente uma com a imagem de Sant´Ana, levando Dona Ana a prometer erguer no local uma capela em sua homenagem, promessa cumprida por seu filho Gomes de Sousa Ramos em 1871. O sufixo Polis (πολις) é originário da língua grega e significa cidade. Assim, Anápolis significa literalmente Cidade de Ana. Este nome foi sugerido pelo deputado Abílio Wolney em 1896 em substituição ao nome Vila de Sant´Anna das Antas, porém só foi adotado oficialmente quando a Vila foi elevada à categoria de cidade em 31 de julho de 1907.
História
Primórdios
O começo da povoação teve início em meados do século XVIII, graças ao movimento de tropeiros na região em direção às lavras de ouro das vilas próximas, como Corumbá e Meia Ponte (Pirenópolis). Os córregos e ribeirões da região ajudavam na movimentação dos tropeiros, provendo lugares de descanso e servindo referência para orientação durante as viagens. Com a exaustão dos veios auríferos, muitos destes viajantes optaram por morar na região, principalmente às margens do Ribeirão das Antas.
O primeiro registro histórico confiável foi feito em agosto de 1819, quando o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire, em deslocamento entre Bonfim (Silvânia) e Meia-Ponte, hospeda-se na Fazenda das Antas. Em 1824, um conhecido desbravador da região, o marechal português Raimundo José da Cunha Matos, também cita a propriedade em seu diário, fazenda que era encravada no Rio das Antas, nome pela qual a região era conhecida por causa da abundância deste animal nas redondezas. O também francês Conde de Castelnau relata visita à região em março de 1844. O primeiro documento oficial foi redigido em 25 de abril de 1870, quando um grupo de moradores fazem doação de parte de suas terras para a formação do Patrimônio de Nossa Senhora de Sant'Anna.
Fundação
De acordo com a tradição oral sobre a história local, em 1859 Dona Ana das Dores de Almeida partiu de Jaraguá para Bonfim (Silvânia) numa viagem com tropa de burros. Um dos animais levava a imagem de Sant'Anna, de quem era muito devota. Pararam para descansar nas proximidades do Ribeirão das Antas, quando por motivo desconhecido o animal com a imagem da santa sai em desabalada carreira pelas matas da região. Como já anoitecia, na manhã seguinte dona Ana determina aos peões a busca pelo animal, que encontrado, estava com sua carga espalhada pelo chão. Ao tentar recolocar a mala com a imagem no lombo do burro, os peões não conseguiram retirá-la do chão, levando Dona Ana a interpretar o fato como o sinal de que a santa desejava permanecer no local. Faz então a promessa de erguer ou mandar erguer no local uma capela para abrigar a santa, fato este que foi concretizado por seu filho Gomes de Sousa Ramos no ano de 1871.
Seu filho Gomes de Sousa Ramos veio para o local em 1870, aos 33 anos, atraído pela fertilidade da terra e pelo clima. Empreendedor, conseguiu dos moradores, devotos de Santa Ana, a doação de terras para a construção da capela e formação do patrimônio. O início da construção da capela se deu no começo de 1871. Já em 1872, um documento pedindo a elevação da povoação à categoria de Freguesia foi redigido pelo padre local e assinado pelo padre, por Gomes de Sousa Ramos e mais 265 pessoas. Datado de 2 de maio de 1872, foi encaminhado ao presidente da Província de Goiás, Sr. Antero Cícero de Assis, por Gomes de Sousa, que enfrentou vários dias de viagem a cavalo para entregar o abaixo assinado na capital da província, Vila Boa, hoje Cidade de Goiás. Em 6 de agosto de 1873, o povoado foi elevado à Freguesia através da Lei Provincial nº 514, com o nome de Freguesia de Sant´Anna das Antas.
Emancipação
José da Silva Batista mudou-se para a região das Antas em 28 de fevereiro de 1882, vindo de Meia-Ponte (Pirenópolis) como professor. Zeca Batista, como era conhecido, exercia também o comércio. Nesta época, a Freguesia fazia parte do território da Intendência de Meia Ponte e junto com Gomes de Sousa Ramos, lutam e conseguem a emancipação política e administrativa da Freguesia na categoria de Vila por força da Lei nº 811, de 15 de dezembro de 1887.
Devido a múltiplos obstáculos, sobretudo, pelas dificuldades levantadas pelas autoridades meia-pontenses, pelo advento da Lei Áurea (1888) e pela Proclamação da República (1889), a instalação oficial da Vila só se concretizou em 10 de março de 1892, com José da Silva Batista sendo nomeado presidente da Junta Administrativa da Vila de Santana das Antas. Infelizmente, Gomes de Souza Ramos morrera em 22 de Setembro de 1889 e não viu a concretização de seu sonho. Em um depoimento de 1887, o pernambucano Oscar Leal escreve:
“Antas!... Sepultada no meio do deserto, longe das grandes estradas que ligam a capital goiana às principais praças do sul do Estado a vila ou povoação das Antas, surge à vista do forasteiro, depois que se desce a chapada, em extenso vale, cercado de um mutismo tão belo e sedutor que seria o bastante para ali fundarem um estado os poetas da antiga Babilônia. Na vila das Antas há meia dúzia de pessoas com as quais se pode travar conversação e uma destas é o Sr. José Batista... Consta de duas ruas paralelas que atravessam o largo da matriz, a qual fica situada bem no centro da povoação... Sua população, segundo os meus cálculos na falta de estatística, orça por uns 800 habitantes... Tem umas seis lojas de fazendas mal sortidas e algumas tabernas que vendem fumo, cachaça e mantimentos. O clima é saudável e as águas magníficas."
Por meio de eleições, em 1893 o povo antense escolheu o primeiro intendente Lopo de Sousa Ramos, e o primeiro conselho municipal, formado por Antônio Crispim de Sousa, Teodoro da Silva Batista, Vicente Gonçalves de Almeida, Floro Santana Ramos, Antônio Batista Arantes e Modesto Sardinha de Siqueira. Já contando com autonomia administrativa e base territorial, a Vila de Santana das Antas foi elevada à categoria de cidade pelo Decreto-Lei nº 320, de 31 de julho de 1907, assinado pelo então presidente do estado de Goiás, Miguel da Rocha Lima, passando a ser denominada de Anápolis, sendo considerado hoje, de forma errada, como a data natalícia da cidade. Na verdade, a vila passou a ter independência político e administrativa em 15 de dezembro de 1887, quando foi transformada em Vila de Santana das Antas, instalada em 10 de março de 1892.
Através do pioneirismo de Francisco Silvério de Faria e do engenheiro Ralf Colleman, a cidade passa a contar com a energia elétrica em 9 de janeiro de 1924, sendo a primeira cidade do estado a contar com este benefício. A instalação do telégrafo deu-se em 1926, a ferrovia chegou em 7 de setembro de 1935 e os telefones em 1938. Em 1927 foi fundado o Hospital Evangélico Goiano, pelo médico e missionário evangélico pernambucano de origem inglesa, Dr. James Fanstone, sendo na sua época a mais moderna instituição de saúde do centro-oeste brasileiro. Em 1939 foi fundado o Hospital Nossa Senhora Aparecida e em 1943 surge o primeiro bairro, o Jundiaí, lançado pela Companhia Imobiliária de Anápolis, de Jonas Duarte, Plácido de Campos e José Cândido Louza.
Economia
DAIA - Distrito Agroindustrial de Anápolis
O Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA) foi inaugurado em 9 de setembro de 1976, com o objetivo de agregar valor à produção agropecuária e mineral da região. A posição estratégica da cidade, contudo, contribuiu para que a intenção inicial fosse suplantada. Contando com uma área de 593 hectares, é limítrofe com a BR-060/153 e com a GO-330, além de ser interligada ao Porto de Santos por um ramal da Ferrovia Centro Atlântica e ser o marco zero da ferrovia Norte-Sul.
O DAIA é uma das molas propulsoras do desenvolvimento do interior goiano. Considerado na época um "elefante branco" (como se designavam as obras faraônicas que não terminavam ou não tinham efeito prático) o Distrito sobreviveu às dificuldades iniciais do período de implantação, com o baixo índice de povoamento por empresas. Quase uma década depois de ser criado, ali estavam instaladas pouco mais de uma dezena de indústrias.
O grande impulso veio em meados da década de 1980 quando o governo estadual instituiu o programa de incentivos fiscais Fomentar, concedendo crédito de ICMS às indústrias que se instalassem em Goiás. O programa passou por várias reformulações, se adequando às constantes mudanças ocorridas na economia brasileira, num período marcado pela escalada inflacionária e pela recessão. Ainda assim num campo minado de adversidades, o DAIA se consolidou como o principal polo de indústria goiana, devido não só aos incentivos fiscais oferecidos, como também, e fundamentalmente, pelas suas condições de infra-estrutura e localização, os pontos chaves para facilitar o escoamento da produção. O DAIA conta com mais de 110 empresas instaladas entre elas Hyundai e CAOA Chery.
Porto Seco
Um dos principais motivos de Anápolis ter se consolidado como o 22º maior município importador do Brasil, o Porto Seco Centro-Oeste ou EADI - Estação Aduaneira Interior, é um terminal alfandegário de uso público, de zona secundária, destinado à prestação de serviços de movimentação e armazenagem de mercadorias sob controle aduaneiro.
Plataforma Logística Multimodal
O mais próximo de uma plataforma logística em operação no Brasil são os centros de distribuição, cuja configuração física de armazenagem é destinada à gestão da movimentação e estoque de produtos acabados. Falta-lhes, entretanto, a integração multimodal, os incentivos para agregação de valor, a oferta de serviços ligados à atividade e o gerenciamento da carga de modo eficiente e integrado. A Plataforma Logística Multimodal de Goiás promoverá pela primeira vez no Brasil o conceito de central de inteligência logística, combinando multimodalidade, telemática e otimização de fretes. Por meio do acesso eficiente aos eixos de transporte rodoviário, ferroviário e aeroportuário, permitirá a integração com as principais rotas logísticas do País. A plataforma será implantada numa área de 6.967.790 m², entre o Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA) e importantes eixos para integração logística, tanto aérea quanto terrestre (rodoviário e ferroviário). Além do tratamento das mercadorias, da armazenagem e do acolhimento do pessoal em trânsito, a plataforma abrangerá todos os subconjuntos logísticos necessários para reduzir os custos com operações de movimentação. No mesmo espaço em que serão integrados os modais aeroviário, ferroviário e rodoviário, estarão em operação o Centro de Transportes Terrestres, o Terminal Aéreo de Carga, o Terminal Ferroviário de Carga e o Pólo de Serviços e Administração. Todas essas áreas terão infra-estrutura de apoio (energia, telecomunicações e saneamento) e será possível realizar: Armazenagem e distribuição multi-temperatura; Despachos aduaneiros e contratação de cargas; Beneficiamento, processamento e embalagem de bens; Concentração e desconcentração de cargas; Serviços financeiros e de telecomunicações; Montagem industrial de produtos.
ACIA - Associação Comercial e Industrial de Anápolis
A história da ACIA teve início no ano de 1935, época em que a estrada de ferro foi inaugurada em Anápolis, impulsionando o crescimento econômico, contribuindo para a instalação de novas empresas e despertando nos homens de negócio da cidade a necessidade de se instituir uma entidade capaz de congregá-los e que servisse de instrumento para defesa dos interesses em comum da categoria.
Foi com base nesses ideais que no dia 8 de fevereiro de 1936 um grupo de empresários se reuniu no então Clube Lítero Recreativo Anapolino e, em sessão solene, discutiu a fundação da Associação Comercial e Industrial de Anápolis. Da primeira ata, lavrada naquele dia e mantida até hoje nos arquivos da ACIA, consta que Nicanor de Faria e Silva, escolhido como orador do grupo, foi o responsável pela exposição dos motivos em defesa da criação da entidade.
Encaminhadas as primeiras providências e conscientizados os presentes da viabilidade do projeto, foi formada uma diretoria provisória eleita por aclamação.
Após a posse dos membros da primeira diretoria, o presidente Albérico Borges de Carvalho, vislumbrando a necessidade de dar uma personalidade legal à entidade, constituiu uma comissão para estudar e elaborar os estatutos da então Associação Comercial de Anápolis.
Setor Terciário
Com a estrutura do setor terciário Anápolis possui total independência comercial dos grandes centros urbanos que a cercam. Possui uma ampla rede bancária com 35 agências.
Turismo
O turismo é pouco desenvolvido na cidade, principalmente pela falta de atrativos naturais. Entretanto, a cidade se destaca pelo turismo religioso e de negócios. Há hotéis direcionados ao turismo de negócios e também hotéis fazenda.
O turismo em Anápolis conta com atrativos como a Base Aérea de Anápolis, o turismo religioso, com renomados eventos promovidos pelas igrejas católicas e evangélicas.
Na área urbana, há alguns locais de contemplação e descanso, tais como Parque Ambiental Ipiranga, o Parque JK, o Parque da Cidade, o Parque da Liberdade, o Parque Senador Onofre Quinan (Parque da Juventude), o Parque Antônio Marmo Canedo (Parque da Matinha) e o Museu Histórico Alberico Borges de Carvalho.
Educação
Anápolis possui uma ampla rede de serviços educacionais. No ensino superior, a cidade é sede da Universidade Estadual de Goiás (UEG), a qual possui dois campus universitários na cidade. Possui, também, um campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG). A cidade conta com diversas faculdades privadas, dentre elas o Centro Universitário da UniEvangélica, Faculdade Raízes, Faculdade Anhanguera, Faculdade Fibra, Faculdade Católica de Anápolis, Faculdade Metropolitana de Anápolis (FAMA), Faculdade GAP e várias outras faculdades que oferecem ensino a distância.
As instituições de ensino superior oferecem os seguintes cursos regulares: Licenciaturas e Bacharelados em Ciências sociais, História, Geografia, Química, Biologia, Letras, Psicologia, Pedagogia, Matemática, Educação Física, Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Agrícola, Economia, Administração, Engenharia Ambiental, Engenharia Civil, Engenharia de Produção, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Manutenção de Aeronaves, Tecnologia em Logística, Relações Internacionais, Nutrição, Processamento de Dados, Farmácia, Medicina, Biomedicina, Fisioterapia, Medicina Veterinária, Ciências Contábeis, Odontologia, Direito, Enfermagem, Comércio Exterior, Design Gráfico, Gastronomia, Gestão Financeira, Gestão de Segurança Pública, Recursos Humanos, Logística, Marketing, Negócios Imobiliários, Produção Sucroalcooleira, Radiologia e Redes de Computadores, além de diversos cursos de pós-graduações, sequenciais e técnicos.
No ensino médio, conta com uma boa rede de colégios. Dentre os particulares, temos Couto Magalhães - instituição ligada a UniEvangélica, Auxilium, Galileu, Delta, Órion, Objetivo, Podium, Escola Adventista de Anápolis e o Colégio Católico São Francisco. Já dentre os públicos, se destaca o Colégio da Polícia Militar Dr. Cézar Toledo, considerado o melhor colégio público do estado de Goiás, segundo o IDEB, e o 20° melhor do país.
No ensino técnico profissionalizante, há unidades como, Cebrac (Centro Brasileiro de Cursos), Escola Senai Roberto Mange, Senac - Centro De Educação Profissional Elías Bufaiçal, o Sebrae e o Instituto Tecnológico do Estado de Goiás (ITEGO).
Base Aérea de Anápolis
A Base Aérea de Anápolis é uma das mais importantes bases da Força Aérea Brasileira, atualmente operando os caças F-5EM do 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA) cuja missão primordial é a guarda e defesa da capital federal. A Base receberá o primeiro lote de 36 caças Gripen NG, com previsão de chegada no Brasil em 2021. Operacional desde 23 de agosto de 1972, a base passou a abrigar também o Esquadrão Guardião (2º/6º Grupo de Aviação) a partir de julho de 2002, quando se tornou sede de parte do Sistema de Vigilância da Amazônia - Sivam, o esquadrão utiliza também a aeronave Embraer EMB-145 RS/AGS de Alarme Aéreo Antecipado e Reconhecimento.
Para abrigar os militares da Base, a Aeronáutica construiu duas vilas, a Vila dos Sargentos (no bairro Anápolis City) e a Vila dos Oficiais da Aeronáutica (na Av. Universitária).
Anápolis também conta com uma unidade do Exército Brasileiro, representado pelo Tiro de Guerra 11-001.
Cultura e lazer
O setor cultural possui muitas atrações interessantes. Dentre eles, o Encontro Nacional de Coro de Anápolis (ENCOA), a Mostra de Teatro de Anápolis, o Festival Anapolino de Música (FAMU), o Salão Anapolino de Arte, a Semana da Asa (com o evento Portões Abertos da Base Aérea de Anápolis), o Anápolis Festival de Cinema, o Encontro de Catira, O Festival Anapolino de Viola, a Semana Digiarte, a Semana da Consciência Negra, o Festival Gastronômico. Estes eventos geralmente são anuais e fazem parte do calendário cultural da cidade, mas durante os vários meses do ano ocorrem espetáculos teatrais e musicais no Teatro Municipal, no SESC Anápolis, no Teatro do Instituto Federal de Goiás (IFG), no Centro Cultural Washington Ribeiro Gomes, nas praças e parques, e em diversos outros locais como o Mercado Municipal e Feirões Cobertos. Há também a Feira Artesana que é realizada aos domingos no estacionamento da Rodoviária.
A cidade conta com os seguintes equipamentos municipais voltados para o ensino das artes e para a o acesso cultural, artístico e histórico: Casa de Cultura Ullysses Guimarães (situada na Praça Bom Jesus, região central, em prédio tombado pelo Patrimônio Histórico Municipal). Neste equipamento estão abrigados, além da sede administrativa da Secretaria Municipal de Cultura, a Galeria de Arte Antonio Sibasoly, a Casa do Artesanato, e a sede do Conselho Municipal de Cultura de Anápolis); Museu Histórico Alberico Borges de Carvalho, Museu de Artes Plásticas de Anápolis (MAPA), Centro Cultural Washington Ribeiro Gomes, Centro Cultural Céu das Artes, Escola de Teatro de Anápolis (ETA), Escola de Dança de Anápolis (EDA), Escola de Música Maestro Antônio Branco, Escola de Artes Oswaldo Verano, Teatro Municipal de Anápolis, Corpo de Baile do Teatro Municipal de Anápolis, Companhia Anapolina de Teatro, Orquestra Jovem de Anápolis, Orquestra de Violeiros e Banda Municipal Lira de Prata.
O município conta ainda com vários equipamentos tombados como patrimônio histórico, entre os quais destacam-se: o Coreto da Praça James Fanstone, a Fonte Luminosa da Praça Bom Jesus, o prédio da Casa de Cultura Ullysses Guimarães, o Portão do Cemitério Municipal São Miguel, entre outros.
São feriados municipais: Data magna da cidade (31 de julho) e Padroeira Santa Ana (26 de julho).
Lazer
A cidade possui diversos restaurantes e parques. As atividades culturais promovidas pela Secretaria Municipal de Cultura são divulgadas todos os meses, por meio de uma agenda de eventos. Entre as festividades anuais, o aniversário da cidade, os Jogos da Primavera, a Exposição Agropecuária, o Festival de Inverno, a Feivest e outros como Encontro de Corais e de grupos de teatro.
Eventos
Na região central está o Teatro Municipal, o salão nobre do Senai, salão do Senac e salão do Fórum, onde se apresentam inúmeros grupos teatrais, corais, academias de dança e escolas de formação musical.
Há também opções de salões, teatros e auditórios das Universidades, como o da UniEvangélica, o do IFG e da UEG, além de várias instituições classistas de serviços e hotéis da cidade que dispõem de auditório e salas para realização de eventos.
Desporto
São os principais locais esportivos: Estádio Municipal Jonas Duarte; Estádio Municipal Zeca Puglisi; Ginásio Internacional Newton de Faria; Ginásio Carlos de Pina; Parque Aquático da UniEvangélica; Praça de Esportes Radicais do bairro Viviam Park; Centro de Atletismo Ipiranga; Centro Esportivo Barro Preto; Complexo Esportivo Professora Gracinda Maria da Silva.
O Município possui 3 times profissionais de futebol: Associação Atlética Anapolina; Anápolis Futebol Clube e Grêmio Esportivo Anápolis.
Shoppings
Anápolis conta com alguns shoppings, como o Brasil Park Shopping, Anashopping e outros menores como, Jaiara Shopping, Central Shopping e Havan. Além disso, possui diversos Centros Populares, Galerias e Lojas de Departamentos.
Referência para o texto: Wikipédia.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

Diadema - São Paulo

Diadema é um município do estado de São Paulo, na Região Sudeste do Brasil. Distante apenas 17 km da capital paulista, Diadema faz parte da região do Grande ABC e tem população de aproximadamente 400 mil habitantes. Embora não seja muito extenso, com 31 km², o município alcançou grande desenvolvimento econômico e se mostra um dos polos industriais mais importantes de São Paulo.
História
A história da cidade está ligada às missões jesuítas para a catequização dos índios no século XVII. Nessa época, os religiosos partiram de São Vicente e reuniram grandes lotes de terra no local onde se desenvolveu Diadema. No território, foi construída uma capela em homenagem à Nossa Senhora da Conceição, santa que deu nome à pequena vila formada ao redor da igreja.
Ainda no século XVII, os portugueses saem de São Vicente com o objetivo de catequizar os indígenas, reunindo grandes lotes de terra na região que, hoje, corresponde ao Centro de Diadema. Nessa região, antiga Vila da Conceição, hoje Avenida Manuel de Nóbrega, foi construída uma casa feita de taipa conhecida como "Casa Grande", constituída de uma capela dedicada à Imaculada Conceição. Mais tarde, Diadema passou a ser um trajeto por onde passavam tropeiros em direção à mina do Embu, então recém-descoberta. Mais tarde, o tráfego dessa mesma passagem se tornou cada vez mais escasso, em uma rota no sentido Santo Amaro-Mogi das Cruzes, devido ao declínio da mineração.
No século XIX, o local passou a ser caminho de bandeirantes que iam em direção a Embu na corrida pelo ouro. Esses desbravadores acabaram criando, próxima à região, a parada de Pirapora. No início do século XX, a rota passou por um processo de urbanização e industrialização. Uma serraria a vapor foi instalada no vilarejo e sua produção abastecia uma indústria de móveis em São Bernardo do Campo. Em 1948 a área, já conhecida como Diadema, tornou-se um distrito desse município e, 5 anos mais tarde, alcançou o status de cidade.
Após o abandono das terras pelos jesuítas, a posse dessas terras foi legalizada com 650 alqueires pelo Barão do Tietê, entre 1813 e 1815. Após sua morte, essas terras foram divididas entre seus herdeiros, que deram origem a duas glebas: uma na parte leste, denominada "Curral Grande"; e outra na parte oeste, localizada próxima à atual Igreja Matriz, com o nome de "Curral Pequeno". Mais tarde, os bandeirantes criaram, em suas rotas, a parada de Piraporinha, originada pela gleba do Curral Grande. Com o grande aumento populacional da região, um personagem chamado José Pedroso de Oliveira construiu uma capela, Bom Jesus da Pedra Fria, em 1830, que contou com um pequeno número de devotos. Trinta anos depois (1860), uma pequena capela localizada próxima à capela Bom Jesus da Pedra Fria (Senhor Bom Jesus de Pirapora) é arquitetada e construída.
Com o vilarejo, veio também o progresso, ativado em 1900, com a construção de uma serraria a vapor, tendo Antônio Piranga como proprietário, filho de José Pedroso. No início do século XX, a antiga rota dos tropeiros (Estrada da Vila Conceição) começa a passar por um processo de industrialização e urbanização. A serraria a vapor funcionou durante vinte anos (até 1920), abastecendo uma indústria que produzia móveis em São Bernardo do Campo. Em 1926, a atual região correspondente ao bairro de "Eldorado" foi inundada, formando a "Baía do Eldorado". No mesmo terreno onde a serraria havia sido construída, ocorreu a criação de lotes de terra, originando a Vila Conceição, com uma área de 165 alqueires, que foram loteados por volta da década de 1940. As antigas vilas de Eldorado, Conceição e Piraporinha foram os três primeiros núcleos habitacionais. Dispersos, eles eram ligados apenas por caminhos precários. Cada um tinha sua vida própria. Piraporinha era próximo a São Bernardo. O Taboão era ligado pela proximidade a São Bernardo e a São Paulo pela Avenida Água Funda. Hoje, esses três vilarejos são representados por três torres na bandeira municipal.
Em 1925, com a criação da Represa Billings, a região do Eldorado passou a despertar o interesse de moradores da capital que buscavam opções de lazer. Nos anos 1930, os irmãos Camargo, donos das terras, resolveram melhorar a ligação com a Vila Conceição (Centro) por meio da abertura da atual Avenida Alda até o Parque 7 de Setembro.
O trajeto até o Centro foi completado por Alberto Simões Moreira. Nessa estrada, passaram a transitar carros de boi, cavalos, automóveis e a primeira jardineira, que fazia o itinerário Eldorado - Vila Conceição - Praça da Árvore (SP).
Em 1936, os povoados de Vila Conceição e Piraporinha se uniram para formar a cidade de Diadema. O nome era uma referência à coroa da padroeira da cidade, Nossa Senhora da Conceição.
Apesar da proximidade geográfica com a capital estadual, até os anos 1950 a cidade pouco sentiu os efeitos das transformações produzidas pela industrialização em São Paulo. Até então, Diadema não tinha nenhuma importância econômica regional. Foi nas cidades localizadas ao longo da ferrovia Santos-Jundiaí, principal via de circulação de mercadorias na época, que ocorreu a expansão industrial paulista até a década de 1940, especialmente em São Caetano do Sul, Santo André e Mauá.
Por meio da lei estadual n° 233, de 24 de dezembro de 1948, o distrito de Diadema, na época pertencente a São Bernardo do Campo, é criado. Em 18 de fevereiro de 1953, Diadema torna-se município de São Paulo, desmembrando-se de São Bernardo do Campo. Hoje, o município é formado pelo distrito sede, antigo distrito de Diadema.
Após a década de 1950, o sistema de escoamento da produção, feito até então pelos eixos ferroviários, entra em declínio e o governo passa a optar pelos circuitos rodoviários. A Via Anchieta, inaugurada em 1947, representa uma nova fase da industrialização paulista e da implantação do capitalismo no Brasil. Em São Bernardo, ao longo dessa estrada, instalaram-se grandes indústrias multinacionais; e em Diadema, principalmente pequenas e médias empresas nacionais que produziam, na sua maioria, objetos complementares para as multinacionais.
A Vila Conceição liderou o movimento pela emancipação local. Além de contar com as lideranças políticas mais interessadas na questão, o vilarejo encontrava-se bastante isolado de São Bernardo, sentindo particularmente a falta de infraestrutura e serviços básicos. Os moradores de Piraporinha, Taboão e Eldorado eram, na sua maioria, desfavoráveis ao movimento.
Foi a conjugação de vários fatores que determinou a emancipação político-administrativa de Diadema, como a expansão urbana e industrial paulista em direção ao ABC, a articulação de políticos da localidade, como o professor Evandro Caiaffa Esquivel, Américo Maffia entre outros proprietários de chácaras na Vila Conceição, e com lideranças de influência no âmbito estadual, como o jurista Miguel Reale e a intensa participação dos moradores da Vila Conceição na Campanha da Emancipação.
Em 1959, realizaram-se as primeiras eleições para os poderes Executivo e Legislativo do município de Diadema. E, no dia 10 de janeiro de 1960, com a posse do primeiro prefeito, Evandro Caiaffa Esquivel e Américo Maffia como vice-prefeito e vereadores, instalou-se oficialmente o novo município.
Economia
A economia de Diadema é voltada para os setores industrial, comercial e de serviços. O município, assim como outras cidades do ABC, é considerado um grande polo de autopeças, devido à instalação de muitas montadoras na região metropolitana da capital paulista. Além disso, destaca-se economicamente por ter desenvolvido um forte mercado no segmento de cosméticos. Vista como uma cidade promissora, Diadema apresenta uma grande tendência à expansão, sobretudo, nos setores de construção civil e imobiliário, que vêm recebendo grandes investimentos.
No setor secundário, Diadema é um dos grandes e importantes centros industriais do estado de São Paulo. A industrialização começou na década de 1950, ainda quando distrito de São Bernardo do Campo, o que motivou o desejo de emancipação do distrito e a consequente criação do município. Nos dias atuais, Diadema integra a Região do Grande ABC, juntamente com os municípios de Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul, e é um grande polo industrial de autopeças e cosméticos, além da grande expansão das indústrias de borracha, de material de transporte, metalúrgica e química. De acordo com dados do IBGE, em 2011 o Produto Interno Bruto municipal do setor secundário era de R$ 4.554.841 mil reais.
Já o PIB do setor terciário era de R$ 5.365.070 mil. Conforme um estudo publicado em 2010 pela revista Você S/A, Diadema encontra na 79ª posição dentre os cem melhores municípios brasileiros para se construir uma carreira profissional. A taxa de atividade da população acima dos dezoito anos era de 71,53% e a de desocupação era de 8,96% (2010). Existiam ainda 10.207 unidades de empresas locais, sendo 9 945 atuantes. Um importante centro comercial da cidade é o Shopping Praça da Moça, localizada no Centro, administrada pela AD Shopping, construído em uma área de 125.144 m² e inaugurado em maio de 2009, contando com 160 lojas, além de restaurantes, praças de alimentação e salas de cinema e oferecendo várias opções de entretenimento e lazer tanto à população local quanto de outras localidades, sendo visitado anualmente por mais de nove milhões de pessoas.
Com o crescimento imobiliário na região surgiram diversos empreendimentos, entre eles o Cores Diadema que contribuíram para a geração de empregos na construção civil da cidade.
Educação
A educação é outra área que tem atenção especial do poder público municipal. O programa Diadema Mais Educação, desenvolvido em parceria com o Governo Federal, oferece atividades esportivas, culturais, ambientais, de matemática e letramento. Por meio dele, os alunos da rede pública não só recebem conhecimento em sala de aula como também participam de atividades desenvolvidas em parques, praças, empresas, cinema, teatro, jardim botânico, entre outros.
Há ainda três instituições de ensino superior; são elas a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), ao Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec) e Faculdade Diadema (FAD), além de instituições de ensino técnico, como a Fundação Florestan Fernandes, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a Escola Técnica Estadual (ETEC).
Lazer e cultura
O lazer e a cultura são outros pontos positivos de Diadema. A cidade conta com muitas atrações interessantes, como o Museu de Arte Popular, que reúne mostras de cultura de vários lugares brasileiros; o Observatório Astronômico, de onde é possível visualizar astros e estrelas; o Borboletário, onde são preservadas borboletas das espécies caligo e ascia; e o Jardim Botânico, que possui trechos de mata nativa e cerca de 200 espécies de plantas para paisagismo.
A Secretaria de Cultura é um órgão responsável por estabelecer e atuar na área cultural de Diadema, com o objetivo de promover o estímulo e acesso aos bens culturais, respeitando a diversidade e incluindo a inclusão etária e social. Essa instituição engloba, ao todo, nove bibliotecas, dez centros de memória, em um total de vinte e cinco equipamentos, que são promovidos em todo o município.
Artesanato e principais eventos
O artesanato é uma das formas mais espontâneas da expressão cultural diademense. Em várias partes do município é possível encontrar uma produção artesanal diferenciada, criada de acordo com a cultura e o modo de vida local e feita com matérias-primas, como principalmente o bordado e a madeira, além de materiais recicláveis. Alguns grupos regionais, como a Associação dos Artesãos e Artistas Plásticos de Diadema, reúnem diversos artesãos, disponibilizando espaço para confecção, exposição e venda dos produtos artesanais. Normalmente essas peças são vendidas em lojas de artesanato, exposições ou feiras, como a Feira de Artesanato de Diadema, realizada semanalmente aos sábados, no Centro, desde 2006, contando com barracas de vendas de comidas caseiras, utensílios domésticos, sabonetes, bonecas de biscuit, objetos para decorações, camisetas, bijuterias, ervas medicinais e flores feitas de garrafas pet.
Além da feira de artesanato, o município conta com inúmeros eventos, que ocorrem durante o ano inteiro, como o Carnaval, realizado antes do início da Quaresma, e a Festa da Imaculada Conceição, padroeira do município, no dia 8 de dezembro.
Pontos turísticos
Diadema conta com quatro importantes pontos turísticos:
Borboletário: primeiro borboletário da Região Metropolitana de São Paulo, criado em 2005 e com 190 metros quadrados de área. Foi construído com o objetivo é contribuir com um projeto de educação ambiental, desenvolvido pela Secretaria do Meio Ambiente. No local, são liberados entre cinquenta e 250 borboletas semanalmente, além viverem duas espécies adultas de insetos e cerca de trinta espécies de plantas;
Jardim Botânico: principal cartão-postal de Diadema. Possui mais de duzentas espécies nativas diferentes de plantas, principalmente de Mata Atlântica, desde as de porte pequeno (como as forrações) às de grande porte (arbóreas). É também utilizado em atividades de educação ambiental de escolas municipais e/ou de outras localidades;
Museu de Arte Popular (MAP): foi inaugurado em 2007. Nele, estão, reunidas, centenas de obras de importantes artistas populares nacionais, como Aécio de Andrade e João Cândido da Silva. Está localizado no localizado no Centro Cultural de Diadema, sendo considerado o primeiro museu de gênero do ABC paulista;
Observatório Astronômico: foi inaugurado em 1992, no Bairro Inamar, e é onde ocorre a observação de astros, planetas, estrelas e outros corpos do Sistema Solar. Conta com um telescópio do modelo MEADE, que está instalado em uma torre com nove metros de altura, três andares, numa altitude em 830 metros.
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Referência para o texto: abcdoabc.com.br ; Wikipédia.