sexta-feira, 8 de novembro de 2019

INDAIATUBA - SÃO PAULO

Indaiatuba é um município brasileiro no interior do estado de São Paulo. Pertence à Mesorregião e Microrregião de Campinas.
Topônimo
O nome Indaiatuba vem do tupi antigo inaîatyba, "ajuntamento de indaiás" (inaîá, "indaiá" e tyba, "ajuntamento"). A denominação se prendeu às características da paisagem e da vegetação da localidade, hoje já alteradas. Tornou-se oficial em 1830, embora haja notícia de que tenha sido utilizada anteriormente, já no século XVIII.
A existência marcante de indaiás carregados de pequenos cocos fez com que Indaiatuba tivesse recebido, entre meados do século XVIII e início do século XIX, também a denominação de "Cocaes".
História
A região hoje compreendida por Indaiatuba encontra-se dentro de um território de grupos indígenas caçadores-coletores e agricultores que remontam uma ocupação dos últimos 5000 anos (entre eles indígenas falantes do tronco linguístico Tupi-guarani. As pesquisas arqueológicas no estado na região apontam para a existência de diversos sítios por toda sua extensão. Sendo registrados mais de 38 sítios arqueológicos conhecidos: Itu (13), Campinas (05), Indaiatuba (02), Monte Mor (04) e Salto (14).
No território municipal encontram-se os dois sítios, sendo o sítio Buruzinho, localizado nas proximidades do Córrego Garcia (Buruzinho) é caracterizado pela presença de instrumentos líticos e fragmentos cerâmicos de uso cotidiano de populações indígenas associadas a tradição cerâmica Tupiguarani, assim como, vestígios de ocupação histórica colonial e imperial (séc. XVIII e XIX), remontando dois usos e ocupações distintos. Apesar das informações esparsas acredita-se que o material deste sítio se encontra no Museu Elizabeth Aytai, localizado no município de Monte Mor e o sítio Cambará, localizado na proximidades do córrego Capivari-Mirim possui caracterização semelhante ao sítio Buruzinho, com presença de instrumentos líticos e fragmentos cerâmicos de uso cotidiano de populações indígenas, assim como, vestígios de ocupação histórica imperial (séc. XIX). A natureza de detecção do sítio foi durante as atividades de acompanhamento arqueológico de empreendimento residencial, sendo o material detectado bastante fragmentado e possibilidades de desenvolvimento de uma escavação sistemática, o material deste sítio se encontra no Museu Raphael Toscano, localizado no município de Jaú.
Nenhum dos dois sítios tiveram desenvolvimentos de pesquisas que determinassem a idade do material pré-colonial todavia pode-se afirmar que toda a região se encontrava no entorno da rota que ligavam diversas microbacias hidrográficas a diferentes pontos do rio Tietê e considerando as datas dos sítios de entorno pode-se inferir que os sítios de Indaiatuba fazem parte do mesmo contexto de ocupação.
A partir da segunda metade do século XVIII, a região começou a ser ocupada por fazendas de cana-de-açúcar, implementadas pelo governo português como política de incentivo à produção de açúcar na província. Esta política visava também criar vilas e povoamentos no interior da província para conter os espanhóis a partir do sul da Colônia.
Indaiatuba era inicialmente um bairro rural da Vila de Itu, rota de tropas para o sul da Colônia, passando pela vila de Sorocaba e seguindo em direção às vilas existentes nas regiões onde seriam as futuras províncias de Mato Grosso e Goiás, que exploravam a mineração. Os primeiros registros de um arraial chamado Indayatiba datam de 1768, cuja população cultivava milho e feijão. O nome vem dos extensos campos de palmeiras indaiá que existiam na região. Este povoado era também chamado de Cocaes.
Em algumas décadas o povoado se expandiu, sendo criados inúmeros engenhos de açúcar e ao redor destes engenhos foi se expandindo também o comércio que servia àquela população. Em 1813 é erigida uma capela por Pedro Gonçalves Meira, considerado o fundador da cidade. Esta capela, ampliada e reformada seria futuramente a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária, sendo esta com suas torres construída por Cezare Zoppi que além da reforma da igreja matriz, também teve o projeto e execução da igreja São Benedito, a casa paroquial e várias outras edificações da época, sendo o pioneiro em construções com tijolos na cidade, seguido pelos filhos Antonio Zoppi e Victório Zoppi.
Em 9 de dezembro de 1830, o então povoado de Cocaes foi elevado à condição de sede da freguesia da Vila de Itu por decreto do Imperador, com o nome de Indaiatuba. Essa data passou a ser comemorada como a data do aniversário da cidade. Somente em 24 de março de 1859, seria elevada à condição de Vila ganhando autonomia política em relação a Itu, com sua própria Câmara de Vereadores. Em 19 de dezembro de 1906, Indaiatuba foi elevada à condição de cidade pela Lei Estadual n.º 1.038.
A partir da década de 1850, o cultivo do café substituiu a cultura do açúcar. Na antiga Fazenda Pau Preto foi instalada a primeira máquina de beneficiar café da cidade, que era movida a vapor, importada da Inglaterra. Em 1872 é inaugurado o primeiro trecho da Estrada de Ferro Ytuana entre Indaiatuba e Jundiaí. No ano seguinte é iniciada a construção do trecho Itaici-Piracicaba, que passava por Indaiatuba. A partir dessa época, Indaiatuba também recebeu muitos imigrantes da Suíça, Alemanha, Itália, Espanha, Croácia e, já no século XX, imigrantes do Japão. Os imigrantes suíços formaram a Colônia Helvétia, ainda existente e onde anualmente é realizada a Festa da Tradição no Dia da Fundação da Suíça.
A primeira estação foi construída, por meio de doação de fundos organizada pela Câmara Municipal e inaugurada no ano de 1880. Localizada à esquerda da Estação principal, onde atualmente funciona uma oficina-escola de liuteria, ou seja, produção de instrumento de cordas, como por exemplo, violino. Em 1991, uma nova edificação foi construída para abrigar a estação ferroviária definitiva, onde hoje funciona o Museu Ferroviário.
Com sua economia dividida entre a cultura de café e batata e algumas pequenas fábricas, a cidade cresceu pouco na primeira metade do século XX. Em 1950, havia 11.253 habitantes no município. Em 1964, eram 22.928 habitantes. A partir daí, o crescimento acelerou-se, baseado principalmente na expansão da indústria e de serviços. Em 1991, havia 92.700 habitantes, número que, em 2000, saltou para 146 829 habitantes. Na estimativa do IBGE em 2015, a cidade tinha 231.033 habitantes. Indaiatuba é a terceira cidade mais populosa da Região Metropolitana de Campinas e a 37ª mais populosa do estado de São Paulo.
Economia
Comércio
Na década de 1930, a dependência comercial de Indaiatuba era muito grande, pois, para a obtenção de grande parte das mercadorias e serviços existentes, seus moradores tinham que recorrer a cidades como Campinas e Itu. Com o desenvolvimento industrial e o crescimento populacional que foi se processando na década de 1970, a sociedade atingiu níveis financeiros maiores, o que aumentou a demanda por serviços e mercadorias. Nesse período, a concentração comercial era praticamente no centro da cidade. Entretanto, com o surgimento de novos núcleos habitacionais e a formação de outros bairros, o comércio foi se expandindo e descentralizando-se. É o caso, por exemplo, dos polos comerciais da Cidade Nova, Cecap (Núcleo Habitacional Brigadeiro Faria Lima) e Jardim Morada do Sol, que com sua expansão, também vêm se unindo ao comércio de outros bairros.
A cidade deixava gradualmente sua tradição agrária e começava a se inserir num contexto urbano, condicionando sua população a uma mudança de valores e costumes levados por um mercado representativo e atrativo, alguns segmentos comerciais, que atuavam em outras cidades com suas redes de lojas, vieram se instalar em Indaiatuba. No final da década de 1970 e início da de 80, devido à falta de concorrência em alguns segmentos comerciais, muitos consumidores iam buscar em outras cidades, como Campinas, produtos oferecidos na cidade. Mas atualmente a realidade é outra.
Indústria
O município vem aumentando seu polo industrial nos últimos anos, principalmente devido à vinda de grandes empresas de outras cidades do estado de São Paulo.
Indaiatuba possui grandes empresas do setor automotivo como a Toyota Motor do Brasil e o campo de provas da General Motors e da Honda, além das unidades fabris da John Deere, Unilever, Mann+Hummel (Filtros Mann), Yanmar do Brasil, Agritech Lavrale, BASF, Plastek do Brasil, entre outras, que criaram vários empregos na cidade.
A partir de 1920, começaram a se instalar, no município, as primeiras unidades industriais.
Entre os anos de 1930 e 1945, instalaram-se diversas indústrias de transformação de madeira, teve destaque especial a indústria de cabos de guarda-chuva, cuja produção era vendida para todo o país. Após 1945, instalaram-se e tiveram expansão no município as indústrias têxteis.
Na década de 1960, o município recebeu grandes indústrias mecânicas e metalúrgicas. Em 1980, estavam instaladas 422 indústrias no município.
Como muitas outras cidades da região, antes da década de 1970, Indaiatuba era uma cidade de predominância rural e provavelmente não imaginava o papel que iria representar no contexto econômico nacional. Atualmente, a realidade é bastante diferente daquela que se apresentava há 25 anos.
O grande salto em busca do desenvolvimento de Indaiatuba foi dado com a criação do Distrito Industrial de Indaiatuba em agosto de 1973, no governo do prefeito Romeu Zerbini, que criou no ano seguinte uma lei de incentivos às indústrias que se instalassem no município. Em 1970 havia 37 indústrias em atividade na cidade e esse número subiu para 75 em 1975.
As condições para o progresso da cidade seriam favorecidas pelo seu potencial energético; sua localização em relação aos grandes centros industriais e comerciais; as opções de vias de acesso a outras cidades, o que facilitava o escoamento de sua produção e suas relações comerciais. Na década de 1970, a cidade começou a receber grande número de migrantes e a demarcação da área do Distrito Industrial teve que sofrer algumas mudanças, para ceder espaço à ampliação residencial que foi se processando com esse fluxo migratório. Os conjuntos habitacionais do Cecap, por exemplo, surgiram dessas mudanças.
Em 1974, foi fundada a Associação das Indústrias do Município de Indaiatuba (Aimi) e, nesse período, alguns empresários começaram a reivindicar a criação de uma unidade do Serviço Nacional da Indústria (SENAI) na cidade, pois a maior parte da formação profissional dos moradores de Indaiatuba era feita no SENAI de Itu.
Essa deficiência começou a ser sanada com a criação da Fundação Indaiatubana de Educação e Cultura (FIEC), em 1985 e a introdução do primeiro curso técnico de mecânica em 1986.
Agricultura
No século XIX, tinham maior importância econômica a cultura de cana-de-açúcar e, a partir da segunda metade do século XIX, também a do café.
A década de 1950 assistiu a emergência da cultura do tomate, sobretudo em função da fixação de famílias japonesas no município. O município foi durante muito tempo, predominantemente produtor de café, algodão e batata. Nos últimos anos as culturas permanentes, notadamente a fruticultura, vêm aumentando progressivamente a sua produção em relação às culturas temporárias, a exemplo da uva, abacate, caqui, goiaba e maracujá.
A uva é a principal cultura agrícola do município, um dos maiores produtores estaduais, sendo o 6º maior produtor. Com uma área de 620 hectares destinados a plantação de uva e produção de 7.440 toneladas em 2013, o município complementa o abastecimento no estado de São Paulo. E na agricultura temporária se destaca a cana-de-açúcar, com uma produção de 214.400 toneladas em 2013.
Educação
Educação básica
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Indaiatuba, no ano de 2009, contava com: 60 escolas de ensino infantil (sendo 27 municipais e 33 privadas); 71 escolas de ensino fundamental (sendo 24 estaduais, 28 municipais e 22 privadas) e 27 escolas de ensino médio (sendo 15 estaduais e 12 privadas).
Ensino médio
Escola Estadual Profª Annunziatta Leonilda Virginelli Prado (Annunziatta) - pública; Escola Estadual Randolfo Moreira Fernandes (Randolfo) - pública; Escola Estadual Dom José de Camargo Barros (Dom José) - pública; Escola Estadual Suzana Benedicta Gigo Ayres (Suzana) - pública; Escola Estadual Profª. Maria de Lourdes Stipp Steffen - pública; Escola Estadual Prof° Antônio de Pádua Prado - pública.
Além destas tradicionais escolas públicas, a cidade conta com outras unidades de ensino tanto da rede estadual como das instituições particulares de ensino, que oferecem o Ensino Médio a sua população.
Ensino técnico
Escola Técnica Santos Dumont - Privada; Fundação Indaiatubana de Educação e Cultura (FIEC) - pública; Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) - privada; Centro Metropolitano de Ensino Profissional (CEMEP) - privada; Colégio Barão de Mauá - privada; Associação Cristã de Educação e Cultura - Meu Colégio - privada.
Ensino superior
Faculdade Anhanguera de Indaiatuba - privada; Faculdade Max Planck - privada; Faculdade de Tecnologia de Indaiatuba (FATEC) - Centro Paula Souza - pública.
Pós-graduação
Faculdade Anhanguera de Indaiatuba - privada; Faculdade Max Planck - privada; Faculdade de Tecnologia de Indaiatuba - pública; Instituto Educacional Luiz Flávio Gomes (LFG) - privada.
Turismo
Com o seu crescimento, Indaiatuba se tornou uma cidade turística. Seu principal ponto turístico é o Parque Ecológico de Indaiatuba que é um extenso eixo de aproximadamente 10 quilômetros lineares com uma área de aproximadamente 2 milhões de metros quadrados que contaria 12 centros comunitários, viveiro de pássaros, restaurante, museu, pátio de esculturas, centro de exposição de flores, centro administrativo com Fórum, Câmara e Paço Municipal, barcos, pedalinhos, teatro de arena, lanchonete e ciclovia em todo o contorno do Parque com muito verde. Destaca-se no turismo de negócios, pelo número considerável de empresas instaladas na cidade e também no turismo religioso com prédios históricos, tais como: Casa de Retiros de Vila Kostka, onde aconteciam, até maio de 2009, as Assembleias da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); Igreja Matriz Nossa Senhora da Candelária, uma das poucas edificações religiosas de taipa de pilão em existência no estado; Santuário Ecológico Santa Rita de Cássia, que possui uma árvore em seu interior e a Igreja Nossa Senhora de Lourdes, na Colônia Helvetia.
Também há o crescimento do turismo rural, pois o município conta com diversas propriedades agrícolas, sendo um dos maiores produtores de uva de mesa do estado e também do turismo de eventos com os campeonatos de motocross, bicicross, skate, luta de braço e ciclismo em nível regional, estadual, nacional e até internacional.
Anualmente existem festas das mais variadas como a FENUI - Festa das Nações Unidas (com as colônias Suíça, Italiana, Japonesa, Alemã, Brasileira, Nordestina e Afro), Festa da Tradição (Colônia Helvetia - Suíça), Festa do Peão, FAICI - Festa Agropecuária, Industrial e Comercial de Indaiatuba, Festa das Frutas e Hortaliças, entre outras.
Indaiatuba é um dos municípios integrantes do Polo Turístico do Circuito das Frutas juntamente com mais oito municípios: Jundiaí, Itatiba, Atibaia, Valinhos, Vinhedo, Itupeva, Morungaba e Louveira.
A cidade possui atualmente três shopping centers: o Shopping Jaraguá, situado no centro da cidade, empreendimento este que possui aproximadamente um fluxo de 120.000 pessoas por mês e que conta com duas lojas-âncora: Lojas Marisa e Lojas Americanas, além de várias lojas satélites e salas de cinema; e o Polo Shopping Indaiatuba, que conta com mais 170 lojas-satélite e 7 lojas-âncora: entre elas, a C&A, Renner, Kalunga, Centauro, Le Biscuit, Tenda Atacado e Casas Bahia, 5 salas de cinema Stadium, praça de alimentação com 14 operações, em um terreno de 120.000 metros quadrados às margens da Rodovia SP-75. Inaugurado no fim de 2014, o Parque Mall, localizado na Rua das Orquídeas, no Jardim Pompéia, abriga diversas lojas e serviços, inclusive públicos, tais como o Poupatempo e cartórios.
Referência para o texto: Wikipédia .