segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

RIO GRANDE - RIO GRANDE DO SUL

Rio Grande é um município brasileiro localizado no litoral sul do estado do Rio Grande do Sul.
Rio Grande foi fundado em 1737 pelo brigadeiro José da Silva Pais, e elevada - com substancial ajuda de Francisco Xavier Ferreira - à condição de cidade em 27 de junho de 1835, ano em que o coronel da guarda nacional Bento Gonçalves iniciou a Revolução Farroupilha. Está situada no extremo sul do estado do Rio Grande do Sul, entre a Lagoa Mirim, a Lagoa dos Patos (a maior laguna do Brasil) e o oceano Atlântico.
A cidade construiu a sua riqueza ao longo de sua história devido à forte movimentação industrial. Ainda hoje, é uma das cidades mais ricas do Rio Grande do Sul, e a mais rica da região sul do estado, principalmente devido ao seu porto — o quarto em movimentação de cargas do Brasil —, e à sua refinaria (a cidade é a sede da "Refinaria de Petróleo Riograndense", antiga "Refinaria Ipiranga").
História
Quando até a chegada dos primeiros europeus à região, ela se situava no limite entre o território dos índios minuanos, ao sul, e o dos índios carijós, ao norte. A área de Rio Grande já era mostrada em mapas holandeses décadas antes do início da colonização portuguesa na região. Por volta de 1720, açorianos vindos de Laguna chegaram à região de São José do Norte para buscar o gado cimarrón (selvagem) vindo das missões, possibilitando a posterior fundação do Forte Jesus, Maria, José e de Rio Grande, em 1737.
Nesse ano, uma expedição militar portuguesa a mando de José da Silva Paes foi enviada com o propósito de garantir a possessão das terras situadas ao sul do atual Brasil. Em 19 de fevereiro, Silva Paes fundou o presídio de Rio Grande, uma colônia militar na desembocadura do Rio São Pedro, que liga a Lagoa dos Patos ao Oceano Atlântico. Este presídio é o Forte Jesus, Maria, José, que constituiu o núcleo da colônia de "Rio Grande de São Pedro", fundada oficialmente em maio do mesmo ano. O termo "Rio Grande" é uma alusão à desembocadura da Lagoa dos Patos no Oceano Atlântico, e a origem do nome do próprio estado.
A escolha do lugar, com o estabelecimento de estâncias de gado, permitiu apoiar as comunicações por terra entre Laguna e Colônia do Sacramento. Assim, foi fundada a cidade mais antiga do estado do Rio Grande do Sul. Mesmo que já existissem os Sete Povos das Missões, de domínio espanhol, com povoados de formação jesuíta e que posteriormente ganharam o status de cidade, oficialmente o estado foi colonizado pelos portugueses onde Rio Grande é a cidade mais antiga que também deu nome ao Rio Grande do Sul.
Em 1760, Rio Grande, que até então estava sujeita à Capitania de Santa Catarina, passou a ser a capital da nova Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul, dependente do Rio de Janeiro.
Em 12 de maio de 1763, o espanhol Pedro de Ceballos, governador de Buenos Aires, invadiu a então vila de Rio Grande, conquistando o forte e removendo os portugueses até São José do Norte, na margem oposta a Rio Grande — a qual também seria ocupada por Ceballos, passando a capital da capitania à população de Viamão em 1766. Os povoadores portugueses que não fugiram até Porto dos Casais foram transladados por Ceballos a Maldonado, dando origem ao povoado de São Carlos. Na noite de 6 de julho de 1767, as tropas portuguesas, por ordem do governador da Capitania do Rio Grande do Sul, coronel José Custódio de Sá e Faria, depois de violentos combates, expulsaram os espanhóis de São José do Norte.
A permanência dos espanhóis na vila durou até 1º de abril de 1776, data em que o comandante general português de São José do Norte, o alemão Johann Heinrich Bohm, atacou os fortes de "Santa Bárbara" e "Trindade" e recuperou a vila com ajuda do sargento maior Rafael Pinto Bandeira.
Pedro de Ceballos foi o primeiro vice-rei do Vice-reino do Rio da Prata e, ao ser nomeado, recebeu a ordem de deter a expansão portuguesa. Em princípios de 1777, Ceballos e seus homens recuperaram a Ilha de Santa Catarina, sem disparar um só tiro, já que a esquadra portuguesa abandonou a ilha. Em 21 de abril, chegou a Montevidéu, onde atacou o Forte de Santa Teresa, no atual departamento uruguaio de Rocha, e dirigia-se mais uma vez contra a cidade de Rio Grande quando recebeu notícias de um tratado de paz assinado entre Espanha e Portugal, que o obrigava a retirar-se da cidade.
Clima
O clima de Rio Grande é subtropical ou temperado, com forte influência oceânica e com invernos relativamente frios e verões tépidos, apresentando, portanto, grande amplitude térmica. A temperatura média compensada anual é de 18 °C e o índice pluviométrico em torno de 1.300 milímetros (mm) anuais, com precipitações bem distribuídas durante o ano, não havendo assim uma estação seca. Devido à intensa incidência de ventos na cidade, a sensação térmica no inverno em Rio Grande frequentemente chega abaixo de 0 °C.
Etnias
A principal emigração ocorrida no município foi por portugueses provenientes da Póvoa de Varzim, Aveiro, zona da Bairrada e do arquipélago dos Açores, que influíram profundamente na cultura e na arquitetura da cidade. Outras etnias que também se estabeleceram na cidade foram os africanos, italianos, alemães, poloneses, árabes libaneses e, em menor número, árabes palestinos, ingleses, espanhóis e japoneses.
Em Rio Grande, existe a FEARG/FECIS, uma feira na qual é possível assistir e acompanhar diversas culturas de todo o mundo. A feira é realizada anualmente e reúne milhares de visitantes.
Economia
Rio Grande tem se destacado em âmbito estadual e nacional ao longo dos últimos anos. Com a ampliação do canal no porto da cidade, novos investimentos deram novo fôlego à economia do município. Um polo naval está se consolidando em Rio Grande, sendo a plataforma petrolífera P-53 da Petrobras, a primeira grande operação na cidade. Além disso, Rio Grande tem uma economia extremamente competitiva e diversificada, desde agricultura, indústrias, setor portuário sendo bem abastecida de bens e serviços em qualquer área.
O Polo Naval de Rio Grande através da empresa QUIP, também construiu e finalizou as plataformas de petróleo P55, P58 e P63, que atualmente já estão em operação na extração de petróleo. A empresa QGI BRASIL, já tem contrato para a construção das plataformas P75 e P77.
O Estaleiro Rio Grande através da ECOVIX que possui o maior dique seco do continente e o terceiro maior do mundo. Possui, também, o maior Pórtico do Brasil com capacidade de içamento de 2.000 t e comprimento de 210 m. A ECOVIX é considerada uma fábrica de cascos FPSO (Floating Production, Storage and Offloading) e/ou navios em série. Já entregou as FPSO P-66 e P-67. Estão em seu canteiro de obras os cascos das plataformas P68, P70, P72 e P73. A ECOVIX também possui a encomenda de construir 3 (três) navios sonda. Importante observar que as FPSO construídas na ECOVIX foram as primeiras projetadas e construídas no Brasil. As anteriores foram conversões.
Rio Grande além de ter tido um dos maiores polos pesqueiros do país, onde ainda hoje conta com algumas indústrias, é considerada um polo energético, pois possui a Refinaria de Petróleo Riograndense, parques de energia eólica que estão sendo construídos, Transpetro que é o terminal de abastecimentos da Petrobrás, e aguarda a construção de um terminal de regaseificação e uma usina termelétrica a gás que está em fase de licenciamento ambiental, já tendo participado de leilão de energia e vendido-a toda, com previsão de entrega em 2019.
Rio Grande conta também com um distrito industrial muito forte, onde opera um polo industrial diversificado com indústrias, de madeira, fertilizantes, alimentos, energia e química, logística, terminais graneleiros, metalúrgica entre outras várias que estão em processo de instalação como de torres de energia eólica e placas de painéis solares entre outras. Conta também com um setor de comércio e serviços variados, com várias concessionárias e um comércio que tem se fortalecido ao longo dos anos, com a chegada dos novos shoppings da cidade, o Praça Rio Grande Shopping Center e o Partage Shopping Rio Grande inaugurados em 2014 e 2015 respectivamente.
A construção civil é um setor que avançou muito devido a construção de novos bairros inteligentes de alto padrão, condomínios, hotéis e edifícios. Atualmente a cidade é a mais rica da metade sul do estado do Rio Grande do Sul, tendo o quarto maior PIB entre todos os municípios gaúchos.
A economia de Rio Grande tem como principal atividade a portuária, sendo uma das grandes responsáveis pela exportação de grãos e importação de contêineres e fertilizantes do país, batendo recordes a cada ano com seu porto público e seus terminais privados. O Porto do Rio Grande é o único porto marítimo do estado e é considerado o porto do Mercosul, com importações e exportações para todos os continentes.
Há diversas empresas que exportam e importam produtos a partir dos Terminais do Porto de Rio Grande e seu Cais Comercial: ADM, Amaggi, Bianchini S/A, Bunge, Cargill, CHS, Cooperoque, Cotribá, Cotrimaio, Cotrirosa, Cotrisal, Cotricasul, Coxilha, Giovelli, Granol, Heringer, Mosaic, Marasca, Nidera, Phenix, Piratini, Tecon, Yara Brasil e Timac Agro.
Mas esse serviço só é possível graças às agências e operadores, que contribuem para o fortalecimento e produtividade do Porto do Rio Grande, tais como Eichenberg & Transeich, Fertimport, Oceanus, Orion, Quip, Rio Grande, Sagres, Sampayo, Serra Morena, Supermar, Tecon, Tranships, Vanzin, Wilson Sons e Yara.
Câmara de Comércio da Cidade do Rio Grande
A Câmara de Comércio da Cidade do Rio Grande, fundada em 26 de setembro de 1844 com o nome de Praça de Comércio da Cidade do Rio Grande, é a mais antiga do estado do Rio Grande do Sul e a quarta do Brasil.
Pontos turísticos
A cidade como um todo é considerada um patrimônio histórico. Como principais pontos a serem visitados na zona central, que conta com vários prédios antigos, podem ser destacados:
  • Catedral de São Pedro - o templo religioso mais antigo do Rio Grande do Sul, tombado em nível nacional pelo IPHAN;
  • Biblioteca Rio-Grandense - fundada em 15 de agosto de 1846, como Gabinete de Leitura, é uma grande atração cultural para a cidade, com quase 500 000 obras, tornando-se uma das maiores no Brasil;
  • Igreja de Nossa Senhora do Carmo - construção em estilo neogótico;
  • Museu Oceanográfico Professor Eliezer de Carvalho Rios, da FURG - maior museu oceanográfico da América Latina;
  • Museu Antártico - é uma reprodução das primeiras instalações da Estação Antártica Comandante Ferraz, anexo ao Museu Oceanográfico;
  • Canalete - localizado na Rua M. Carlos Pinto, é o centro de reunião de várias pessoas;
  • Prédio da Alfândega - um dos prédios mais bonitos do Rio Grande do Sul;
  • Sobrado dos Azulejos - localizado na rua Riachuelo, que comporta outros prédios históricos e importantes;
  • Mercado Municipal - um dos mais antigos do Estado;
  • Escola Lemos Jr. - escola centenária de ensino médio.
  • Instituto de Educação Juvenal Miller - escola centenária localizada ao lado da Praça Sete de Setembro, onde se encontram os restos arqueológicos do Forte Jesus Maria José.
Afastado da zona central, há outros locais de visitação, tais como:
  • Praia do Cassino - popularmente conhecida como a maior praia do mundo, intitulada como tal inclusive na edição de 1994 do Guinness Book. No entanto, controvérsias a respeito deste título são levantadas por fontes diversas, como os moradores do município vizinho, Santa Vitória do Palmar, mencionando a extensão da sua praia, a Praia do Hermenegildo, a qual rivaliza com a Praia do Cassino;
  • Molhes da Barra do Rio Grande - situados na Praia do Cassino, é a terceira maior obra de engenharia naval do planeta (menor apenas que os canais de Suez e do Panamá);
  • Estação Ecológica do Taim - considerada um dos lugares mais bonitos do estado, apresenta grande diversidade de animais e paisagens.
  • Eco-Museu da Ilha da Pólvora.

Praças
Por conta de ser uma cidade antiga, Rio Grande conta com um grande número de praças:
  • Praça Xavier Ferreira - uma das mais importantes e centrais do município.
  • Praça Saraiva - praça com ginásio de esportes, velódromo e diversas campos e quadras de esportes; 
  • Praça Tamandaré - maior praça do interior do estado do Rio Grande do Sul, onde se encontra o monumento com os restos mortais do General Bento Gonçalves, herói da Revolução Farroupilha;
  • Praça Sete de Setembro - local de fundação do forte Jesus Maria José, um dos marcos iniciais do município; 
  • Praça Marcílio Dias - onde está a estátua do imperial marinheiro rio-grandino Marcílio Dias.

Educação
A cidade de Rio Grande conta com um sistema de educação completo:
  • Escolas de educação infantil: municipais e particulares;
  • Ensino fundamental: Escolas municipais, estaduais e particulares;
  • Ensino médio: destacam-se o Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS - antigo Colégio Técnico Industrial - CTI), a Escola Técnica Estadual Getúlio Vargas, o Instituto Estadual de Educação Juvenal Miller, Colégio Lemos Júnior entre outras escolas municipais, estaduais e particulares;

Ensino superior:  FURG (Universidade Federal do Rio Grande), IFRS (Instituto Federal do Rio Grande do Sul), Faculdades Anhanguera, Unopar, Unisinos, Unisesumar entre várias outras de educação a distância.
  • IFRS - O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, em seu campus localizado na cidade do Rio Grande, possui cursos técnicos de nível médio (integrado ao ensino médio e subsequente), tecnológicos de nível superior, engenharia mecânica entre outros.
  • FURG - A FURG, Universidade Federal do Rio Grande, foi fundada a 8 de julho de 1953 com o nome de Fundação Cidade do Rio Grande e, na época, só contava com o Curso de Engenharia. Com o passar do tempo, foram criadas outras faculdades, como ciências econômicas, direito, entre outras. Começou a sua história com aulas na Biblioteca Rio-Grandense e, posteriormente, foi erguido o campus Cidade atualmente pertencente ao IFRS. O curso de Oceanologia da Universidade Federal do Rio Grande, criado em 27 de agosto de 1970, foi o primeiro do Brasil, resultado do esforço de pesquisa empreendido desde 1953 pela Sociedade de Estudos Oceanográficos do Rio Grande, criado em 1953, assim como do apoio do poder público municipal e da comunidade. A primeira turma colou grau em 1974. Hoje, a universidade tem cursos no campus Carreiros e campus Saúde e conta com complexos de museus (ex.: Museu Oceanográfico de Rio Grande), Estação de Apoio Antártico, Hospital Universitário e Sistemas de Bibliotecas, além de três campi em outras cidades gaúchas: Santo Antônio da Patrulha, Santa Vitória do Palmar e São Lourenço do Sul.
  • Faculdade ANHANGUERA do Rio Grande - A Faculdade Anhanguera do Rio Grande é uma instituição de ensino pertencente à Rede Anhanguera e conta com vários cursos de graduação e pós graduação em diversas áreas.

Rio Grande conta ainda com vários cursos técnicos, profissionalizantes e faculdades à distância com cursos variados. Além de contar com os cursos do SEST/SENAT, Senai e Senac. A cidade recebeu recentemente unidade das Faculdades QI e da UNISINOS (Universidade do Vale dos Sinos) com cursos de pós graduação.
Esportes
A cidade tem uma forte movimentação esportiva. Possui vários campeões de diversas modalidades de natação, artes marciais e maratonistas, mas o forte da cidade é o futebol. A cidade conta com três clubes profissionais: o Football Club Rio-Grandense (atualmente inativo), o Sport Club São Paulo e o Sport Club Rio Grande (o clube de futebol mais antigo do Brasil). Todos os clubes já foram campeões gaúchos.
De 2005 a 2009, a Associação Noiva do Mar de Futsal representou a cidade nos campeonatos estaduais, sempre tendo destaque entre as equipes participantes. Em 2008, sagrou-se vice-campeã estadual da Série Prata em partidas com público acima de três mil pessoas.
Cultura
Cinemas
Rio Grande já contou com diversas salas de cinemas, fechados sistematicamente ao longo das últimas décadas, sendo que atualmente existem dez salas de cinema: uma sala digital no Cine Dunas Cassino (Av. Rio Grande), quatro salas digitais sendo todas 3D Cinesystem no Praça Rio Grande Shopping Center e, mais recentemente, cinco salas digitais sendo duas delas 3D no Cinesercla no Partage Shopping Rio Grande.
Ao longo do século XX, vários cinemas foram abertos e fechados: Lido (na Av. Buarque de Macedo), Avenida (na Av. Major Carlos Pinto, funcionou entre 1929 e 1983), Glória (na Rua Benjamin Constant, 423, esquina com Nascimento), Carlos Gomes (na Av. Bacelar), Figueiras (na Rua Aquidaban, 714, no interior do Shopping Figueiras, fechada em 2006 e depois Copacabana, fechada em 2013), Cine Dunas cidade (Rua Andradas) e Sete de Setembro (rua Gen. Bacelar) e Plaza (na Avenida Silva Paes, durante a década de 1990).
Festas culturais
  • Festa do Mar - festa realizada pela primeira vez há 50 anos. O objetivo deste evento, desde seu início, é salientar as potencialidades turísticas e econômicas da região, ao mesmo tempo em que resgata em cada cidadão, o orgulho e o amor por sua terra. Organizada pela FEMAR Agência de Desenvolvimento, a Festa do Mar é um evento de característica popular, portanto, preocupado em servir a comunidade através de uma programação cultural e esportiva diversificada que satisfaça e motive a todos. Pode-se destacar, também, a área gastronômica da festa que atrai milhares de visitantes curiosos em conhecer e degustar o prato típico da região: a famosa anchova assada no espeto, além do diversificado cardápio de frutos do mar oferecido. Além disso, são atrações importantes nessa festa os estandes comerciais, que promovem produtos e serviços e alavancam a economia da região.
  • Fearg e Fecis - Essa "dupla" feira que acontece na cidade de Rio Grande aborda a cada ano, como temática, uma etnia, como a Italiana, africana, Alemã, etc. Ela reúne empresas ligadas ao artesanato e também do comércio em geral da cidade.
  • Fejunca - Festa junina realizada todos os anos no balneário do Cassino em Rio Grande. Conta com apresentação de várias bandas, vendas de artesanatos, gastronomia e shows culturais.
  • Festa do Peixe e do Camarão - A indústria pesqueira local perdeu força diante do cenário nacional nos últimos anos. Entretanto, o setor continua sendo um dos mais tradicionais da cidade, conhecida nacionalmente por sua vocação, através da pesca artesanal e de embarcações especializadas na captura de camarões e demais pescados. Por isso, a meta da festa é proporcionar um cardápio à base de frutos do mar, mostrando a potencialidade do município que tem São Pedro como padroeiro. Esta é uma grande feira gastronômica para degustação de peixes e camarões preparados de várias formas. A feira é realiza anualmente na Praia do Cassino.
  • Festa de Iemanjá - Grande festa em tributo à rainha do mar é realizada anualmente na Praia do Cassino. A festa conta com a participação de milhares de pessoas à beira-mar.
  • Festival de Graffiti Meeting of Styles - Desde 2014 o MOS em sua edição Brasileira faz parte do calendário de eventos da cidade. Trata-se de intercâmbio, expressão da arte e troca de experiências de grafiteiros de todo mundo nas e com as comunidades onde ocorrem, transformando indivíduos e ambientes de forma visível e efetiva. Tem entrada gratuita, livre circulação, acesso e possibilidades de público.

Referência para o texto: Wikipédia .

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

ITAJAÍ - SANTA CATARINA

Itajaí é um município brasileiro localizado no estado de Santa Catarina, na Região Sul do Brasil. Localiza-se no litoral centro norte catarinense e faz parte da Mesorregião do Vale do Itajaí, na margem direita da foz do rio Itajaí-Açu.
Topônimo
"Itajaí" é um nome tupi oriundo da palavra Tajahy, que significa "Rio dos Taiás", uma planta comestível da família das aráceas.
Outra tese é a de que Tajá é uma alusão ao nome Taió, pois existem documentos referindo-se ao Morro do Taió na época da corrida bandeirante pelo ouro.
Alternativamente, o nome "Itajaí" pode significar "água do senhor da pedra", através da junção dos termos itá ("pedra"), îara ("senhor") e 'y ("água").
A preocupação com a explicação mais acertada do significado do nome da cidade já atravessa cem anos, envolvendo estudiosos brasileiros e estrangeiros.
História
Todo o atual litoral do estado de Santa Catarina foi habitado, até o século XVI, pelos índios carijós. A partir desse século, com a chegada de navegadores espanhóis e portugueses, os índios locais foram escravizados para servir de mão de obra nas plantações de cana-de-açúcar, localizadas principalmente na cidade de São Vicente.
Em 1750, colonos portugueses vindos da Ilha da Madeira e dos Açores instalaram-se na região. Tornou-se um povoado em 1823 e distrito em 31 de março de 1833 e, no final do século XIX, recebeu um grande número de imigrantes alemães e imigrantes italianos.
Embora só tenha sido fundada em 15 de junho de 1860, a colonização de origem europeia de Itajaí começou em 1658. O primeiro sesmeiro da região foi João Dias Arzão, que, em 1658, recebeu uma sesmaria em frente ao rio Itajaí-Mirim, na margem esquerda (atual município de Navegantes).
Em 1880 e 1911, aconteceram os piores cataclismos registrados em Itajaí, porém a mais conhecida enchente deu-se nos anos de 1983 e 1984. No dia 22 de novembro de 2008 houve outra enchente, a mais catastrófica até então (atingiu mais de noventa por cento do território do município). Em 9 de setembro de 2011, novamente as águas dos rios Itajaí-Açu e Itajaí-Mirim voltaram a inundar a cidade, atingindo setenta por cento do seu território.
Em 4 de fevereiro de 1880, registrou-se a emancipação político-administrativa de Blumenau, até então pertencente a Itajaí. Após ocorreram outros desmembramentos pela emancipação de Brusque em 23 de março de 1881, Camboriú em 5 de abril de 1884, Ilhota e Luiz Alves em 21 de junho de 1958, Penha em 21 de junho de 1958, Navegantes em 30 de maio de 1962.
A pesca artesanal era, até o início da industrialização, a principal atividade econômica da cidade. A partir da década de 70, Itajaí passou por um processo de dinamização de sua economia. Hoje, possui o principal porto de Santa Catarina, que também é o maior exportador de frios do Brasil. Itajaí é a cidade com o segundo maior produto interno bruto do estado). Grandes empresas multinacionais e brasileiras instalaram-se na cidade, como a Petrobras, Brasil Foods, Pepsico, Brasfrigo, Seara, Teconvi, Teporti, Polymport, Arfrio, Azimut, Detroit, Hyper Marcas, Votorantim, Gomes da Costa, Multilog, Poly Terminais, Weg, Klabin, Kowalsky, Dalçóquio, entre outras.
Clima
O clima de Itajaí é temperado. No verão, as temperaturas podem chegar aos 30 °C ,e no inverno cair para abaixo de 10 °C. As massas de ar de maior influência são a polar atlântica (mPa) e a massa tropical atlântica (mTa).
Economia
Itajaí apresenta uma economia sólida e um padrão de qualidade de vida relativamente alto. Sua localização condiciona o desenvolvimento da atividade pesqueira, portuária e industrial, impulsionando o setor de serviços. O Porto de Itajaí é responsável pela maior parte das exportações da Região Sul do Brasil e é segundo colocado no ranking nacional de movimentação de contêineres, atrás somente do Porto de Santos. Itajaí é considerada referência nacional em infraestrutura voltada à instalação de empresas. Polo da indústria naval, já conquistou a vinda de empresas exportadoras da área de montagem automobilística e também de vestuário.
Em matéria de expansão, os setores da economia que mais se expandem são, respectivamente: logística, armazenagem de contêineres e turismo.
Grande parte da capacitação da mão-de-obra lotada em Itajaí advém da Universidade do Vale de Itajaí, que é a maior universidade de Santa Catarina.
Educação
Universidades/Faculdades de Itajaí - Univali-Universidade do Vale do Itajaí; Faculdade CNEC Itajaí/Instituto Fayal de Ensino Superior; Instituto Federal de Santa Catarina/Campus Itajaí; UniSociesc-Campus Itajaí.
Rede de Ensino Particular - Colégio Salesiano Itajaí; Colégio São José; Sistema de Ensino Energia; Colégio Cenecista Pedro Antônio Fayal; Colégio Unificado; Colégio Bom Jesus Itajaí; Colégio Vetor e Sossego da Mamãe; Colégio de Aplicação Univali-CAU; Escola Adventista; Escola SESC Itajaí. 
Rede de Ensino Pública Municipal - 41 Escolas de Ensino Fundamental; 64 Centros de Educação Infantil ("Creches"); 7 Centros de Educação em Tempo Integral; 1 Centro Municipal de Educação Alternativa (CEMESPI); Biblioteca Municipal e Escolar Norberto Cândido Silveira Júnior
Rede de Ensino Pública Estadual em Itajaí - 2 Escolas de Ensino Médio; 2 Escolas de Ensino Fundamental; 13 Escolas de Ensino Básico; 1 Centro de Educação de Jovens e Adultos
Cultura
Teatro
Itajaí tem uma das principais produções de teatro de grupo de Santa Catarina. Atualmente conta com cerca de vinte grupos de teatro profissionais, além de artistas de rua independentes, grupos religiosos e escolares.
Aproximadamente metade desses grupos são filiados à Rede Itajaiense de Teatro, associação que atua na defesa das políticas públicas para a cultura, e realiza desde 2007 a Mostra de Teatro Itajaí em Cartaz. Entre os grupos atuantes, podemos citar nomes como: Anchieta Arte Cênica (Bagagem Cênica, Alunos em Exercício Cênico Anchieta); Téspis Cia de Teatro; Cia Experimentus; Cia Etc e Tal; Grupo Porto Cênico; Cia Mútua; Sua Cia. de Teatro; Ilustríssimos Senhores;Grupo Risco; Ospália; Eranos Círculo de Arte; Karma Cia de Teatro;Na Nuvem Teatro; Coletivo Sem Título; GET - Grupo de Estudos Teatrais; Arte In Cena; Apolíneo Grupo de Teatro
A Fundação Cultural de Itajaí realiza o Festival Brasileiro de Teatro "Toni Cunha". Dispõe de estruturas físicas como a Casa da Cultura "Dide Brandão", Teatro Municipal de Itajaí e Centro de Cultura Popular Mercado Velho.
Literatura
A cidade tem forte atuação na literatura, com nomes como Lauro Müller, Marcos Konder, Bento Nascimento e Lausimar Laus e outros integrantes da Academia Itajaiense de Letras.
A cidade conta com a Biblioteca Pública Municipal e Escolar Norberto Cândido Silveira Júnior, inaugurada em 27 de junho de 2000, localizada na rua Heitor Liberato ao lado do Paço Municipal.
Música
Na música, a cidade é reconhecida pelo Festival de Música de Itajaí e pelo Conservatório de Música Popular Cidade de Itajaí. Também conta com uma Banda mantida pelo município de Itajaí, conhecida por suas diversas apresentações municipais, estaduais, e internacionais, a Banda Filarmônica de Itajaí.
Eventos
Festa Nacional do Colono; Aniversário da Cidade; Regata Volta ao Mundo
Turismo
Cidade de praias, entre elas Molhes, Atalaia, Geremias, Cabeçudas, Morcego, Solidão, Praia Brava e Amores, ampla área rural e belas paisagens naturais, com uma rica herança cultural de imigrantes alemães, italianos e portugueses, além de uma comunidade negra que tem na Sociedade Sebastião Lucas um de seus pontos de encontro.
Itajaí possui um píer para navio de passageiros que serve de ponto de apoio no litoral de Santa Catarina, alfandegado, dotado de infraestrutura adequada e exclusiva para recepção de embarcação de grande porte, voltado aos cruzeiros marítimos de lazer. Sua estrutura para atracação de navios, conta com cinco Dolfins (dois de amarração e três de atracação), dez metros de calado, 220 metros de plataforma do cais, 945 metros de plataforma em concreto.
Possui o Museu Histórico de Itajaí (Palácio Marcos Konder), Centro de Documentação e Memória Histórica/Arquivo Público de Itajaí (Casa Lins) e Museu Etno-Arqueológico de Itajaí (antiga Estação Ferroviária Engenheiro Vereza), sob a tutela da Fundação Genésio Miranda Lins.
Sedia o Herbário Barbosa Rodrigues, fundado em 1942 por Raulino Reitz, que contém um grande catálogo de plantas catarinenses, se constituindo uma instituição conhecida e respeitada pelas suas descobertas e publicações no campo da botânica.
A Marejada, festa portuguesa e do pescado, é a principal festa municipal, mostrando atrações relativas ao mar e aos Açores, que acontece todos os anos durante o mês de outubro, com uma duração geralmente entre sete e catorze dias. É a maior festa portuguesa e do pescado do Brasil.
Referência para o texto: Wikipédia .

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

CABO FRIO - RIO DE JANEIRO

Cabo Frio é um município brasileiro da Região dos Lagos no estado do Rio de Janeiro.
É a cidade da região dos lagos com maior economia e exerce determinada influência no cenário estadual. A cidade se consolidou como um influente polo turístico, e é uma importante parte da rota de turismo fluminense, sendo o principal destino da chamada Costa do Sol.
História
A ocupação humana das terras onde viria se estabelecer a cidade de Cabo Frio teve início há mais ou menos seis mil anos, quando um pequeno bando nômade de famílias chegou em canoas pelo mar e acampou no Morro dos Índios até então pequena ilha rochosa na atual barra da Lagoa de Araruama e ponto litorâneo extremo da margem de restinga do Canal do Itajuru.
Conforme as evidências arqueológicas encontradas nesse "sambaquí", que mais tarde seria abandonado pelo esgotamento de recursos para sobrevivência, o grupo nômade dispunha de tecnologia rudimentar e baseava-se numa economia de coleta, pesca e caça, onde os moluscos representavam quase todo o resultado do esforço para fins de alimentação e adorno. Há mais de 1.500 anos, os guerreiros indígenas tupinambás começaram a conquista do litoral da região.
Os restos arqueológicos das aldeias Tupinambás estudados na região de Cabo Frio (Três Vendas, em Araruama e Base Aero Naval, em São Pedro da Aldeia) e também nos acampamentos de pesca (Praia Grande no Arraial do Cabo) evidenciam uma adaptação ecológica mais eficaz que a dos bandos nômades pioneiros. O profundo conhecimento biológico da paisagem regional, em particular a Lagoa de Araruama e dos mares costeiros riquíssimos em recursos naturais, fez com que o pescado se tornasse a base alimentar dos tupinambás, reforçada pela captura de crustáceos, gastrópodes e moluscos.
A vegetação de restingas e mangues da orla marítima ofereciam excepcionais possibilidades de coleta de recursos silvestres, o que levou ainda a horticultura de várias espécies botânicas, destacando-se a forte presença da mandioca no cardápio e ao domínio das técnicas de cerâmica. A caça, atividade masculina exclusiva, era muito importante como complemento de proteínas na dieta alimentar dos grupos locais.
Os índios tupinambás batizaram a região de Cabo Frio como Gecay, único tempero da cozinha, feito com sal grosso cristalizado. Nos terrenos onde viria se estabelecer a Cidade de Cabo Frio, foram encontrados quatro possíveis sítios tupinambás. Os dois primeiros, o Morro dos Índios e a Duna Boavista, apresentavam indícios de serem acampamentos de pesca e coleta de moluscos, enquanto o terceiro, a Fonte do Itajuru, próxima do morro de mesmo nome, era a única forma segura de abastecimento de água potável e corrente disponível na restinga.
Na referida elevação junto a fonte, o atual Morro da Guia, acha-se o sítio mais importante da região e um dos mais relevantes do Brasil pré-histórico: o santuário da mitologia tupinambá, formado pelo complexo de pedras sagradas do Itajuru ("bocas de pedra" em tupi-guarani). Sobre estes blocos de granito preto e granulação finíssima, com sulcos e pequenas depressões circulares, os índios contavam histórias do seus heróis feiticeiros que ensinavam as artes de viver e amar a vida. Quando estes heróis civilizadores morriam, transformavam-se em estrelas, até que o sol decidisse enviá-los ao itajuru, sob forma de pedras sagradas, para serem veneradas pela humanidade. Caso fossem quebradas ou roubadas, todos os índios desapareciam da face da terra.
Em 1503, a terceira expedição naval portuguesa para reconhecimento do litoral brasileiro, sofreu um naufrágio em Fernando de Noronha e a frota remanescente se dispersou. Dois navios, sob o comando de Américo Vespúcio, seguiram viagem até a Bahia e depois até Cabo Frio. Junto ao porto da barra de Araruama, os expedicionários construíram e guarneceram com 24 "cristãos" uma fortaleza feitoria para explorar o pau-brasil, abundante na margem continental da lagoa.
Em 1512, este estabelecimento comercial-militar pioneiro, que efetivou a posse portuguesa da "nova terra descoberta" e deu início a conquista no continente americano, e que foi destruído pelos índios tupinambás em função das "muitas desordens e desavenças que entre eles houve" em 1526. Os franceses traficavam pau-brasil e outras mercadorias com os índios, na costa brasileira, desde 1504. Durante as três primeiras décadas do século XVI, praticamente restringiram sua atuação ao litoral da região nordeste.
A partir de 1540, por causa do rigoroso policiamento naval português nestes mares, os franceses exploraram o litoral e levantaram os recursos naturais de Cabo Frio. Em 1556, construíram uma fortaleza-feitoria para exploração de pau-brasil, na mesma ilhota utilizada anteriormente pelos portugueses, junto ao porto da barra de Araruama. A "Casa de Pedra" cabofriense ampliou e consolidou o domínio francês no litoral sudeste, iniciando com a fortaleza de Villegaignon no Rio de Janeiro, um ano antes.
A Guerra de Cabo Frio
A chamada "Guerra de Cabo Frio" aconteceu em 1575. O governador do Rio de Janeiro, Antônio Salema, reuniu poderoso exército com gente da Guanabara, São Vicente e Espírito Santo, apoiado por grande tropa tupiniquim catequizada. Os oficiais e soldados seguiram por terra e mar, tendo como objetivo liquidar o último bastião da Confederação dos Tamoios e acabar com o domínio francês que já durava vinte anos em Cabo Frio.
Após o cerco e a rendição da fortaleza francotamoia, dois franceses, um inglês e o pajé tupinambá foram condenados à morte e enforcados, quinhentos outros capturados foram executados e aproximadamente 1500 índios inimigos foram escravizados. Os vencedores entraram pelo sertão, incendiaram aldeias inimigas, justiciaram mais de dez mil índios que tomaram o lado dos invasores franceses e aprisionaram outros tantos. Os demais, se evadiram para a Serra do Mar e arredores de Cabo Frio.
A baixada litorânea, de Macaé até Saquarema, devido a refrega levada a efeito contra os índios que tomaram o lado dos franceses, ficou transformada em um verdadeiro deserto e somente movimentada com a passagem esporádica dos Goitacazes que incursionavam por estas terras a procura da caça e pesca.
Embora os portugueses não tivessem colonizado Cabo Frio após a guerra de 1575, estabeleceram um bloqueio naval eficiente com base na cidade do Rio de Janeiro.
Mas, entre 1576 e 1615, com a perda da independência de Portugal para a Espanha o porto de Araruama voltou a ser frequentado por navios franceses, ingleses e holandeses em busca de pau-brasil, tornando-se também a base da pirataria contra embarcações portuguesas que procuravam dobrar o cabo. Depois de 1580, com a submissão de Portugal, a Espanha redobrou a presença destes navios que carregavam as bandeiras inimigas dos castelhanos.
Colonização
Já em 1615, o governador do Rio de Janeiro, Constantino Menelau, associou-se secretamente aos ingleses para traficar pau-brasil em Cabo Frio. Neste mesmo ano, o governador foi obrigado a combater navios holandeses que aportavam na região.
Voltou a Cabo Frio para expulsar os ingleses que o haviam enganado e construiu uma fortaleza-feitoria na ilha, utilizada anteriormente pelos portugueses e franceses, junto ao porto da barra de Araruama.
Finalmente, Constantino Menelau recebeu ordens do Rei Filipe III, da Espanha, para mais uma vez retornar a região e estabelecer uma povoação. Em 13 de novembro de 1615, junto a barra de Araruama, com a ajuda de quatrocentos homens brancos e índios catequizados, levantou a Fortaleza de Santo Inácio e fundou a Cidade de Santa Helena do Cabo Frio, a sétima mais antiga do Brasil.
Em 1616, Estêvão Gomes, rico fazendeiro e comerciante de escravos negros no Rio de Janeiro, foi nomeado capitão-mor de Cabo Frio e transferiu o sítio da povoação colonial para o atual bairro da Passagem, rebatizando-a como cidade de Nossa Senhora da Assunção do Cabo Frio (quando findava a construção da Igreja Matriz, a imagem havia chegado para a entronização na igreja era a de Nossa Senhora da Assunção ao invés da imagem da padroeira Santa Helena.). Iniciou-se também o desmonte da Fortaleza de Santo Inácio, e simultaneamente a construção do Forte de São Mateus, terminado em 1620. Deu início, ainda a veloz distribuição das terras continentais para meia dúzia de amigos e apadrinhados influentes, favorecendo a formação de latifúndios.
Em 1617, Estêvão Gomes apoiou o estabelecimento da Aldeia de Índios de São Pedro do Cabo Frio pelos Jesuítas, que abrigou 500 tupiniquins catequizados, com o objetivo de evitar desembarque inimigo europeu na costa. As manobras integradas pela infantaria indígena de São Pedro e pela guarnição da fortaleza da barra derrotam tentativas de desembarque inglês e holandês em 1617, 1618 e 1630, abrindo as portas para elevação da cidade à sede da Capitania Real do Cabo Frio em 1619 e a conquista do norte fluminense, com a submissão dos índios Goitacazes a partir de 1631.
Os poucos habitantes da cidade passaram a se dedicar a pesca e a exploração das salinas naturais da lagoa, enquanto os latifundiários continentais, especialmente jesuítas e beneditinos, estabeleceram fazendas de gado em Bacaxá, Parati, São Mateus, Búzios e Macaé, onde negros e índios catequizados trabalhavam e se dedicavam a agricultura, pesca caça e coleta de substâncias.
Ainda pelo ano de 1617, o Jesuíta João Lobato pede permissão para assentar quinhentos índios Tupinambás traficados do Espírito Santo, na ponta da Jacuruna, onde então fundou a Aldeia de São Pedro. Em 1619, o governo da metrópole criou a Capitania Real de Cabo Frio, que ficou diretamente subordinada à autoridade colonial da Bahia e totalmente independente da capitania do Rio de Janeiro.
A parte norte do seu território, justamente onde viviam os Goitacazes, foi então comprada do herdeiro da capitania de São Tomé, cujos limites iam do rio Paraíba do Sul até o rio Macaé; e a parte sudoeste, que já havia sido conquistada de São Vicente, durante a fundação da cidade de Cabo Frio, cujos limites direcionavam de Ponta Negra e Saquarema até o rio Macaé.
Em 1630, logo após os índios Tupinambás, radicados na Aldeia de São Pedro, terem incendiado algumas aldeias Goitacazes, simultaneamente, os portugueses do Espírito Santo reagem contra os Tupinambás, época em que há a divisão das terras da capitania de Cabo Frio pelos vencedores.
Com a região norte desimpedida e como os Jesuítas tinham não só uma visão bem mais aguçada e eram também muito bem informados, passaram então a exigir o seu quinhão, e pedem a capitania do Rio de Janeiro duas sesmarias e logo são atendidos; sendo uma localizada entre o rio das Ostras e o rio Macaé e logo em seguida levantam a fazenda visando a criação de gado e agricultura e a igreja de Santana; a Segunda sesmaria que havia sido pedida em nome dos índios Tupinambás da Aldeia de São Pedro (índios "trazidos" do Espírito Santo pelos jesuítas) localizava-se entre os rios Macaé e Paraíba do Sul, sobrepondo-se aos limites da sesmaria que se havia sido concedida aos "Sete Capitães".
Entre 1620 e 1630, os primeiros pescadores portugueses que se radicaram na povoação, retiraram-se procurando uma vida melhor nas barras dos rios Macaé e Paraíba do Sul. Nessa época, em torno de 1640, ocorreu a libertação de Portugal do domínio espanhol. Ainda em 1645 a situação continuava difícil e mesmo os degredados, que vieram do Rio de Janeiro para povoar a cidade, fogem para os Campos de Goytacazes a procura de terras devolutas e trabalho livre.
A Cidade de Cabo Frio inviabilizara-se porque a barra de navegação era precária, a fortaleza sem guarnição e armamento, o monopólio real proibia a comercialização do pau-brasil e sal, a arrecadação dos dízimos era feita pelo Rio de Janeiro, não havia serviço religioso cristão, o capitão-mor concentrava os poderes militar, executivo, legislativo e judiciário e o núcleo da Passagem era invadido esporadicamente pelas águas das marés de lua.
Início do desenvolvimento urbano
Entre 1650 e 1660, a grave crise do sal português que desabasteceu o Brasil, chamou a atenção metropolitana para a cristalização natural do produto na Lagoa de Araruama. Com esse impulso dado a economia, um novo centro urbano era levantado junto a atual Praça Porto Rocha: rasgou-se a rua Direita (hoje Érico Coelho), foram construídos a Igreja de Nossa Senhora da Assunção e o sobrado da Câmara e da Cadeia, que formavam o Largo da Matriz, onde fincou-se o pelourinho.
Em meados de 1660, cristalizaram-se as condições geopolíticas para o retorno de investimentos à cidade de Cabo Frio. Já em 1663, a administração volta a se reunificar na Bahia. José Varella é reconduzido ao cargo de capitão-mor de Cabo Frio e, pela primeira vez, nomeia-se um alcaide-mor para a cidade. O novo governador do Rio de Janeiro tenta impedir a posse de José Varella; o governador acaba sendo censurado a não se ingerir na jurisdição dos Campos dos Goitacazes, pertencente a Cabo Frio. A seguir, os beneditinos receberam uma sesmaria urbana dando origem ao bairro de São Bento.
O primeiro sinal da mudança para o novo centro urbano iniciou-se em 1663. Os beneditinos, sempre bem informados passaram a procurar avivar os marcos de sesmaria recebida na cidade de Cabo Frio para a construção de um convento, em 1620, e dentro desta área encontraram um forno para fabrico de cal entre outras benfeitorias. Passado um ano depois, isto em 1664, pedem mais terras para levantar as casas para os frades que vêm povoar a cidade. É provável que a Igreja de Nossa Senhora da Assunção ainda não estivesse com a sua construção concluída, pois somente pela carta real de fevereiro de 1666 o vigário Bento de Figueiredo veio assumir suas funções.
Como os beneditinos não edificaram as casas para o povoamento conforme comprometeram-se, a Câmara retoma as terras. Em 1667 argumentavam que a cidade somente naquela época começava a povoar-se e assim pediram uma porção de terras com dezoito braças na rua Direita para que fosse levantada a edificação para uso da Câmara.
Trinta anos depois, em 1696, os franciscanos inauguraram o Convento de Nossa Senhora dos Anjos, próximo à Fonte do Itajuru, consolidando o perímetro histórico do novo centro administrativo, religioso e colonial. Já no final do século XVII, o desenvolvimento urbano de Cabo Frio novamente estancou. Basicamente por dois motivos: a aldeia de índios de São Pedro, sob jurisdição dos jesuítas e com população de dois mil habitantes não conseguia mais impedir desembarques de inimigos em Búzios e, por isso, a exploração das salinas naturais, primeira e maior riqueza dos colonizadores, foi terminantemente proibida.
No entanto, essa ordem não foi cumprida levando ao tráfico do produto marinho. A câmara passou então a arrendar as praias do Cabo e em Búzios. Foram construídos dois engenhos para a produção de aguardente em Araruama e erguida, pelos jesuítas, a Fazenda Campos Novos, futuro estabelecimento agropecuário modelo e foco importante de colonização do atual Distrito de Tamoios. Inicialmente, a fazenda foi destinada a criação de gado para o abastecimento de açougues cariocas e de lavras de ouro das Minas Gerais.
Dois séculos de expansão
Já no início do século XVIII, o Forte de São Mateus foi guarnecido e rearmado. A defesa da capitania passou a contar também com um terço de infantaria, além de um regimento de cavalaria. A cidade de Cabo Frio expandiu-se, sendo aumentada a Igreja de Nossa Senhora da Assunção, construída a capela de Nossa Senhora da Guia no Morro do Itajuru e a Igreja de São Benedito no Largo da Passagem. Na cidade, viviam cerca de 1.500 habitantes em 350 casas, enquanto que outros dez mil habitantes espalhavam-se pela capitania, sendo metade constituída por escravos negros.
Essa expansão urbana refletia o sucesso de várias atividades econômicas que eram exportadas para o Rio de Janeiro, em geral pela Barra de Araruama. Na agricultura, destacavam-se as plantações de anil, coxonilha, legumes, cana-de-açúcar, mandioca, feijão e milho, cujas maiores produções eram da fazenda Campos Novos que continuava também a criar gado. Apesar da repressão portuguesa, a produção de sal ainda era abundante.
Em Arraial do Cabo, florescia a pesca de arrasto e era construída a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios. Na Armação dos Búzios, entre 1720 e 1770, caçava-se baleia e manufaturava-se o óleo. Nas pescarias de alto mar e no interior da lagoa, capturavam-se peixes e camarões. Nos barreiros e em olarias eram produzidos tijolos e telhas, nas florestas e serrarias derrubavam-se madeiras nobres e em serrarias fabricavam-se grande número de taboados.
A Câmara de Cabo Frio apoiou com entusiasmo a independência do Brasil em 1822, fazendo-se representar nos festejos em homenagem a Dom Pedro I, sendo depois recompensada: o Major Engenheiro Bellegard, enviado pelo governo imperial, construiu um farol na ilha do Cabo Frio, para evitar naugrágios como o da fragata "Thetis", e levantou também os pregões da futura ponte sobre o Canal do Itajuru, instalou o telégrafo e ainda, desobstruiu a barra nova e fechou a velha, preservando o antigo porto da barra.
Por conta própria, Bellegard e outros cidadãos levantaram o prédio da Charitas, destinado a abrigar e educar recém-nascidos de mães solteiras pobres, que eram deixados numa roda à porta, durante a noite onde eram recolhidos anonimamente. Por fim, Bellegard projetou e rasgou as primeiras ruas da cidade de Cabo Frio promovendo assim o primeiro plano de urbanização da cidade.
Visita Imperial
A visita que Dom Pedro II fez à cidade, em 1847, estreitou as relações especiais que Cabo Frio mantinha com o governo imperial, tendo sido doada uma quantia para a construção da cobertura da Fonte do Itajuru e outra para a Charitas, com o objetivo de facilitar sua manutenção e instalar uma enfermaria, que mostrou-se de grande utilidade por ocasião das devastadoras epidemias de febre amarela e varíola que assolaram a região durante o século XIX.
O Imperador visitou o estabelecimento modelo das Salinas Perynas, incentivado por ele próprio, de propriedade do alemão Lindemberg, que colocou em prática novos métodos de produção mineral, dando início ao moderno parque salineiro de Araruama.
Questão negreira
Duas questões relativas aos escravos estremeceram Cabo Frio ao longo do século. A primeira refere-se ao crescimento das fugas, assassinatos de feitores e rebeliões de negros, resultando na formação de quilombos que sobressaltaram os senhores brancos, a despeito da ação dos capitães-do-mato. A segunda diz respeito a proibição do tráfico transatlântico de escravos e o contrabando florescente que dele derivou.
As praias do Peró, em Cabo Frio, de José Gonçalves e da Rasa, em Búzios, tornaram-se pontos de desembarque clandestino deste comércio humano. A marinha inglesa, em flagrante desrespeito às leis brasileiras, promoveu repressão ao tráfico e chegou a apreender navios negreiros na costa e a desembarcar fuzileiros navais em Cabo Frio e Búzios.
Nas décadas finais do século XIX, a barra e antigo porto de Araruama receberam novos melhoramentos do governo imperial, dando passagem a navios maiores e tendo o ancoradouro ampliado, fatores essenciais ao incremento da exportação regional. Alguns assoreamentos críticos do Canal do Itajuru foram dragados e canalizados, por iniciativa particular do engenheiro francês Leger Palmer, permitindo a ampliação da carga e a navegação mais eficiente dos vapores e veleiros que transportavam a grande produção de sal para os armazéns da cidade.
Atividades Produtivas
A captura e a salga do pescado e do camarão mantiveram-se estáveis, da mesma forma que a manufatura de telhas, tijolos e taboados. O surgimento da construção naval e da indústria de cal (feita com conchas da lagoa) abriram novas perspectivas econômicas regionais. A abolição da escravatura em 1888 e a consequente proclamação da República no ano seguinte, desorganizou algumas atividades produtivas de Cabo Frio, como agricultura do café que viu-se substituída pela pecuária em pequena escala.
Os ex-escravos da zona rural reagruparam-se e fundaram uma povoação na Praia Rasa, em Búzios, passando a trabalhar na pesca e na horticultura próprias, enquanto os escravos da Cidade de Cabo Frio tomaram posse e fundaram a povoação da Abissínia, que mais tarde deu origem ao atual bairro da Vila Nova, trabalhando no fornecimento de carvão vegetal aos antigos senhores.
A produção do sal era o mais notável recurso da região, entretanto, não foi afetada. Há alguns anos se fizera a substituição do braço escravo pelos imigrantes portugueses do Aveiro, que trouxeram e adaptaram técnicas artesanais consagradas, resultando no aumento da qualidade e quantidade de cristalização marinha artificial de Araruama.
Embora a atividade pesqueira continuasse competitiva, em especial depois da introdução das traineiras na captura em alto-mar, até pouco mais de metade do século XX, o parque salineiro de Araruama dominou a produção econômica regional, cujos reflexos urbanos foram a instalação do aparelhado Hospital Santa Izabel e a atração da iniciativa privada para exploração do sistema de energia elétrica na cidade.
A ferrovia Niterói-Cabo Frio, as melhorias no porto do Arraial do Cabo e a posterior inauguração da Rodovia Amaral Peixoto contribuíram para o aumento da produção do sal e para o transporte eficiente até a capital da República e outros importantes centros consumidores do país. O auge do desenvolvimento setorial ocorreu na década de 60, com a instalação de duas grandes usinas de beneficiamento de sal em Cabo Frio, e com a construção do complexo industrial da Companhia Nacional de Álcalis, no Arraial do Cabo, que abriu salinas e passou a extrair conchas na lagoa para produção de barrilhas.
A crescente industrialização do município atraiu numerosos trabalhadores brasileiros e que deu origem ao novo bairro de São Cristóvão. Alberto Lamego, em seu livro "O Homem e a Restinga", analisa as tendências e as predileções dos habitantes da região, retratando, assim, as suas paixões profissionais, em que a pesca tem acentuada predominância, por ser justamente uma das principais riquezas da região, haja vista a incrementação do turismo em função da pesca como esporte.
As matas e capões dos areais fornecem excelente carvão de madeira. A restinga adapta-se favoravelmente à agricultura, cuja produção principal é incipiente ainda, atendendo apenas ao consumo local; assim a pecuária, devido a sua essência, presta-se magnificamente a produtos bons e resistentes.
Quanto ao campo mineral existem produtos naturais de grande valor econômico como os calcários, o sal entre outros. Constata-se abundância de areia própria para ser empregada no fabrico de porcelana e vidros finos, destacando-se a monazita, de ocorrência comum na região. A grande riqueza mineral de Cabo Frio foi inquestionavelmente, o sal.
A partir dos anos 90, a cidade impulsionou sua produção de moda praia, tornando-se referência nacional e internacional. Hoje, Cabo Frio é o principal pólo produtor de moda praia do país, com exportação para vários centros internacionais. A Rua dos Biquínis, no bairro da Gamboa, foi transformada em um shopping a céu aberto, onde diversas lojas vendem, a preço de fábrica, roupas e acessórios para praia, como biquínis, sungas e cangas; criando, principalmente no verão, uma série de empregos temporários.
Atração turística
Na década de 40, observa-se que o Canal do Itajuru fora dragado e retificado para facilitar a navegação. Sua margem próxima a barra estava ocupada por instalações portuárias, entre postos pesqueiros, armazéns de sal, fábricas de cal e estaleiros. Os dois antigos núcleos urbanos haviam se juntado e novas ruas e quadras foram criadas como fatores para ocupação turística ao longo da, até então, abandonada Praia do Forte.
A melhoria das vias de acesso, as condições climáticas excepcionais, o patrimônio natural cultural extremamente atrativo e as transformações de ordem sócio-cultural estimularam o lazer semanal e o turismo das "praias de banho" em meados da década de 40. No começo, foi ponto de atração de ricos aventureiros da Cidade do Rio de Janeiro, de encontro social de poucos privilegiados, de praticantes de esportes náuticos e submarinos.
Depois, Cabo Frio passou a se constituir em local de atração turística para cariocas e mineiros, de instalações de residências secundárias, de clubes náuticos, de diversões noturnas, de hotéis, restaurantes, serviços comerciais e de abastecimento. A inauguração da Ponte Rio-Niterói, em 1973, deu lugar a fase atual de turismo de massa.
Embora a cidade tenha se expandido até a margem continental fronteira, onde se estabeleceram loteamentos turísticos e um cinturão de imigrantes pobres, Cabo Frio vem recebendo investimentos federais, estaduais, municipais e privados natural e cultural, na infraestrutura viária de água, de energia elétrica, de comunicação, de educação e de saúde, tornando se, principalmente a partir do início da década de 2000, um pólo universitário, com a chegada de instituições de ensino superior, atraindo estudantes de toda a Região dos Lagos.
A população flutuante aumenta cerca de dez vezes na temporada de verão. O parque salineiro dá sinal de exaustão, devido a concorrência do produto nordestino e pela especulação imobiliária às margens da lagoa de Araruama, enquanto a pesca fica sobrecarregada pelo esforço excessivo de captura e pela diminuição da qualidade ambiental marinha. Na década de 1980 a descoberta e a exploração de petróleo na chamada Bacia de Campos abriu nova frente de desenvolvimento regional. Os poços extremamente produtivos, que se localizam em frente ao litoral cabofriense, são responsáveis pelo pagamento de substanciais recursos dos royalties aos cofres do Município, que impulsionaram o desenvolvimento e a urbanização da cidade a partir da década de 1990.
Reservas arqueológicas
Sambaqui do Forte - Localizado a aproximadamente 50 metros do Forte de São Mateus, ocupa uma duna de 50 metros de comprimento, areia mais escura, e uma densa vegetação que a protege da ação dos ventos constantes.
Dunas Brancas - Localizado na estrada que liga Cabo Frio a Arraial do Cabo, é cenário de excepcional luminosidade formado por altos montes de areia extremamente fina e muito branca, as dunas de Cabo Frio são raras no estado, e por isso muito visadas pelos usurpadores que aproveitam a região desértica, roubando as areias para a utilização no fabricação de vidros.
Boca da Barra - Barra do Canal do Itajuru, área litorânea de costão, onde encontra-se vegetação nativa e com visual de extrema beleza. A Boca da Barra é local de suma importância na história de Cabo Frio, pois foi alí que tudo começou, com o desembarque e estabelecimento dos 24 cristãos deixados por Américo Vespúcio em 1503.
Praias
Cabo Frio possui algumas das praias mais bonitas do Brasil. A Praia do Forte, a mais conhecida da região dos lagos, é um polo de atração para o turismo, recebendo destaque por sua areia branca e águas cristalinas. Nesta praia também podemos contemplar também o Forte São Mateus, monumento histórico, situado no canto esquerdo da praia, que no período da colonização defendeu a costa da região de invasões estrangeiras e piratas. Além da Praia do Forte, Cabo Frio possui as praias: Brava, Peró, Japonês, Dunas, São Bento, Foguete, Siqueira, e Conchas.
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sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

ALVORADA - RIO GRANDE DO SUL

Alvorada é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul. Fundado em 17 de setembro de 1965, pertence à Região Metropolitana de Porto Alegre.
História
O município, antes 3° Distrito de Viamão, chamado de Passo do Feijó, emancipou-se no dia 17 de setembro de 1965, conforme a lei estadual nº 5026, e o nome de Alvorada, acredita-se que seja uma referência ao seu povo constituído em sua maioria por trabalhadores que acordavam nas primeiras horas da manhã para trabalhar na capital do Rio Grande do Sul (Porto Alegre). Entre as primeiras sesmarias concedidas do Sul, estão as de Cristóvão Pereira de Abreu, concedida em 23 de junho de 1775. Mais tarde esta mesma sesmaria foi entregue a João Batista Feijó, em 5 de maio de 1776, conforme dados do IBGE. Seria este o marco inicial da origem do povoamento da cidade de Alvorada.
O povoamento se dá pelas famílias vindas de Laguna, que se estabeleceram em Viamão. Com o passar do tempo, após o conhecimento da região, começaram também a ocupar áreas vizinhas. Nas propriedades existiam tambos de leite. A grande maioria eram dedicadas a produção de leite e hortifrutigranjeiros, que não eram muito variados. Serviam ao comércio, a economia de subsistência e alimentação dos animais. Os principais produtos cultivados eram: melão, melancia, aipim, mandioca, batata-doce, e outros.
O meio utilizado como transporte das mercadorias eram as carretas. As carretas já circulavam pelo estado no tempo dos Padres Jesuítas. Em 1737, o Brigadeiro José da Silva Paes, trouxe ferreiros, carpinteiros e madeira para fabricar carretas. Era o único veículo que poderia atravessar as campinas da fronteira do planalto. Oriundos da beira da Lagoa dos Barros e de outras localidades, vinham carroções de quatro rodas puxados por parilhas de cavalos, que traziam melado, rapadura e carvão.
Com o aumento da população e a afluência de carreteiros na região, surgiram as primeiras casas de comércio. Eram armazéns estabelecidos ao longo da estrada. Constituíam-se de prédios de madeira com chão batido, ali vendia-se o fumo, a cachaça, o arroz e miudezas, transformando-se em ponto de parada obrigatória para os carreteiros. Dentre estas casas, as mais importantes eram: o armazém do Sr. Anibal e os armazéns dos Srs. Lothario e Frederico Dihl. As embarcações vinham de vários lugares pelo Rio Gravataí, muitas paravam no Passo das Canoas, devido a dificuldade de acesso por via fluvial a Porto Alegre e redondezas, surgindo então a necessidade de uma estrada que facilitasse um deslocamento mais eficaz. Com a construção da estrada que liga Gravataí a Cachoeirinha e Porto Alegre, o Passo das Canoas foi desativado.
O início da educação deu-se através da contratação de professores, que as famílias de maior poder aquisitivo efetuavam. Eram contratados professores de Gravataí e Porto Alegre. A professora vinha dar aula para os filhos dos proprietários das fazendas. Ela fixava residência na fazenda que a contratava. Alguns desses proprietários proporcionavam o ensino não só aos seus filhos, mas também às crianças das redondezas. Com a preferência ao ensino público oficial, em 1886, na Vila de Viamão havia seis aulas públicas. Uma delas localizada no Passo da Figueira. Mais tarde, aproximadamente entre 1908 e 1910, têm-se conhecimento da escola de Augusta Agripina dos Santos, natural de Porto Alegre e professora estadual. Esta escola era aberta a comunidade, servindo a alunos de várias localidades, tais como Passo da Figueira, Passo do Feijó e adjacências. Em 1911, esta escola atendia a trinta e seis alunos, e localizava-se próxima a uma figueira na atual Av. Frederico Dihl.
Os loteamentos iniciaram por volta de 1940, tendo como uma de suas principais causas, o crescimento populacional das cidades vizinhas. Um dos primeiros loteamentos criado na região, foi o da vila Passo do Feijó. O loteamento foi aberto por um russo que dividiu as terras em pequenos terrenos. Em 22 de setembro de 1952, a prefeitura municipal de Viamão institui oficialmente o distrito de Passo do Feijó, apenas um ano antes de seu vizinho Passo do Sabão. Surgiam também no distrito os loteamentos da Vila São Pedro e sucessivamente outros. Até a emancipação, ocorrida em 1965, o Passo do Feijó e o Passo da Figueira totalizavam 47 loteamentos.
Neste período, das décadas de 1960 a 1970, consolidaram-se algumas áreas preferenciais, onde os vazios urbanos foram sendo preenchidos. O crescimento do comércio e dos serviços se deu naturalmente ao longo da Av. Pres. Getúlio Vargas, notadamente naqueles pequenos centros instalados na década de 50. A instalação de prédios públicos, Prefeitura, Posto de Saúde, Brigada Militar, Correio, grandes escolas, se deu entre os núcleos já citados da Vila Passo do Feijó e aquele junto a empresa de ônibus. Esta ocupação se deu em decorrência de ação das Administrações Municipais, fato que determinou o preenchimento dos vazios entre estres dois centros, diminuindo a importância dos demais.
Economia e infraestrutura
O crescimento do município deu-se à beira da avenida Presidente Getúlio Vargas, principal via que atravessa o centro da cidade.
A economia é baseada principalmente no comércio e no setor de serviços, além da maioria da população trabalhar no município de Porto Alegre, fazendo com que a cidade seja conhecida também como cidade-dormitório. Porém, o município também tem o seu distrito industrial, situado as margens da rodovia RS-118.
O município é separado de Porto Alegre pelo Arroio Feijó. Esse arroio sempre foi de extrema importância para Alvorada. Era através dele que os moradores mais antigos da cidade retiravam a água para o consumo.
O município possui um hospital público, o Hospital de Alvorada, que pertence ao Governo do Estado e é administrado pela Fundação Universitária de Cardiologia. Está situado no Bairro Três Figueiras e tem capacidade de 100 leitos, sendo considerado um hospital de médio porte. Possui mais 34 estabelecimentos de saúde (entre públicos e privados).
Na área de ensino existem 46 estabelecimentos de ensino pré-escolar (públicos e privados), 45 de ensino fundamental (públicos e privados), 11 de ensino médio (públicos e privados) e quatro de ensino superior (públicos e privados).
Símbolos
Brasão - O brasão de Alvorada é um dos símbolos de Alvorada, Rio Grande do Sul. Foi instituído pela Lei Municipal nº 208/1977.
Bandeira - A bandeira de Alvorada é um símbolo de Alvorada, município do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. É composta por um fundo branco, em menção à paz, sobre o qual é visto o Brasão de Alvorada, ao centro.
Referência para o texto: Wikipédia .

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

RIO VERDE - GOIÁS

Rio Verde é um município brasileiro do interior do estado de Goiás, Região Centro-Oeste do país.
História
A ocupação do sudoeste goiano se deu no início do século XIX com a isenção de pagamento de impostos por 10 anos pela Lei nº 11 para criadores de gado bovino e equino na região sul de Goiás. Por volta do ano de 1840, chegaram à região José Rodrigues de Mendonça, sua esposa, Florentina Cláudia de São Bernardo e filhos que se estabeleceram a seis léguas de Rio Verde, no que viria a ser a Fazenda São Tomás.
Em 25 de agosto de 1846, José Rodrigues e sua mulher doaram sete sesmarias de Suas terras para o patrimônio da igreja e construção de uma capela em louvor a Nossa Senhora das Dores, A partir daí, surgiu o Arraial de Nossa Senhora das Dores do Rio Verde.
Em 5 de agosto de 1848, através da Lei Provincial, a Vila foi elevada à categoria de Distrito de Rio Verde.
De acordo com a Lei nº 08 de 6 de novembro de 1854, o povoado de Dores do Rio Verde foi elevado à categoria de Vila.
O grande marco de arrancada para o desenvolvimento aconteceu na década de 1970. Com a abertura dos cerrados à agricultura e a chegada das estradas pavimentadas que a ligam a Goiânia e Itumbiara, a agricultura começou a florescer e atraiu produtores do sul e do sudeste do país. Também vieram agricultores americanos que fundaram uma colônia. Todos eles trouxeram maquinários, tecnologias, recursos e experiências que transformaram o município em um dos maiores produtores de grãos de Goiás e um dos destaques do país. Não por outra razão, o poeta Leo Lynce, iniciador da corrente modernista na literatura goiana, no poema "Rio Verde", década de 1940, registra "Rio Verde de agora...que mudança!/ Colmeia de trabalho e de bonança,/ que do progresso brilha no apogeu."
Economia
No recente crescimento do agronegócio brasileiro, a cidade de Rio Verde tem se destacado por contar com uma considerável estrutura agroindustrial.
Outras empresas do segmento do agronegócio também atuam no município como: Cargill - que conta com uma unidade de extração e refino de óleo de soja -, Grupo Cereal - insumos agrícolas (barter), armazenagem de grãos, esmagamento de soja (produção de farelo e óleo degomado), desativação de soja, nutrição animal (rações, proteinados, sais minerais e ureados) e exportação (trade) -, e ainda a Brejeiro - atendendo apenas a produtores da região na recepção de grãos -, que agregam valor à sua produção agrícola.
O município é o maior produtor de soja do estado, com uma média produzida de 579.600 toneladas. É também um importante produtor de arroz, milho, algodão, sorgo, feijão e girassol. Conta ainda com um importante plantel bovino, avícola e suíno. Destaque também para o processamento industrial de carnes de aves e suínos da BRF, abate de bovinos por meio de uma planta industrial do Marfrig e indústrias no segmento de embalagens metálicas, plásticas e celulose. Bem como também de implementos rodoviários.
O turismo local se baseia em feiras e eventos ligados ao agronegócio como a Expo Rio Verde, feira agropecuária organizada pelo Sindicato Rural de Rio Verde e que já conta com a realização de mais de 55 edições e a Tecnoshow - Comigo, que é uma feira nacional direcionada ao segmento de tecnologia agrícola. Outras como de ecoturismo, rodeios e a recepção do turismo de negócios por meio da Sudoexpo, direcionada ao segmento empresarial como um todo que acontece bienalmente em anos pares, realizada pela Associação Comercial e Industrial de Rio Verde (ACIRV). Para atender tal demanda, a cidade possuí mais de trinta hotéis, com mais de mil e quinhentos leitos, dentre eles, um de padrão internacional franqueado da rede Blue Tree Hotels.
O Aeroporto de Rio Verde, conta com pista asfaltada de 1500 m, iluminação, terminal de passageiros, e possui voos diários atendidos pela Azul Linhas Aéreas com destino a Campinas.
O município conta com mais de cinquenta escolas próprias de primeiro grau, vinte e quatro escolas estaduais de primeiro e segundo grau e vinte particulares. Conta com cinco instituições de ensino superior - Universidade de Rio Verde (UniRV), o Instituto Federal Goiano (IFGoiano), a Faculdade Almeida Rodrigues, a Faculdade Objetivo e ainda mais três centros de ensino profissionalizante do Sistema "S" como o Sesi/Senai, o Senac e o SEST e SENAT.
A cidade conta com sete estações de rádio (96FM, Morada do Sol FM, Líder FM, Cidade FM, Clube FM, Serra Dourada Rio Verde FM e Rio Verde AM), quatro emissoras de televisão, sendo uma geradora de informações locais afiliada a Rede Anhanguera e Rede Globo [13] e outra como a Rede Sucesso (Record), mais uma operadora de TV a cabo digital e seis jornais e revistas. É atendida ainda pelas quatro maiores operadoras de celulares do país OI, Vivo, Claro e TIM, além de outras duas no segmento de telefonia fixa, internet e TV por assinatura: OI e GVT.
Em 2010 o município registrou o maior crescimento na agropecuária do país, saltando do 12º lugar para o topo do ranking nacional. A partir do ano seguinte o município entra em estagnação econômica e perde a posição para a também cidade goiana de Cristalina, o que resultou numa perda de R$ 100 milhões de reais no seu PIB em 2010, reduzindo também sua participação na economia do município por habitante, ocasionando uma perda de R$ 2.561,58. Ou seja, a cidade ficou mais pobre.
Mas apesar de ainda ser um município rico, Rio Verde ainda não conseguiu erradicar os bolsões de pobreza verificados em suas periferias. E mesmo com tantas escolas, cursos técnicos disponíveis e superiores, existe uma enorme dificuldade de os jovens da cidade conseguirem se qualificar, dado aos horários de estudo e trabalho serem inconciliáveis pela maioria, que trabalha nas agroindústrias do segmento de carnes e processamento de grãos, e ainda pela incompatibilidade de renda e o custo dos cursos.
Com isso a indisponibilidade de mão de obra qualificada (que é a principal queixa dos empresários locais, que os quais importam essa mão-de-obra de outros estados do Sul e Sudeste do país), dificilmente será um problema solucionado no curto prazo.
O município vive a expectativa da entrega do trecho sul da Ferrovia Norte-Sul, a qual já se encontra praticamente em sua fase final de conclusão e ainda, da implantação do terminal de cargas multimodal que atenderá à demanda por transporte de grãos, bem como também, a exportação dos produtos industrializados produzidos nele.
Clima
O clima é mesotérmico úmido, apresentando duas estações bem definidas: uma chuvosa (de outubro a abril) e outra seca (maio a setembro). A temperatura média anual varia entre 20 °C e 25 °C.
Esporte
Futebol
O município conta com três times profissionais, dentre eles se destaca o Esporte Clube Rio Verde, chamado pelos mais fanáticos de "Verdão do Sudoeste", o Rio Verde sempre foi um clube bastante competitivo, em 1995 o verdão chegou as semifinais, quando caiu diante do forte Vila Nova de Goiânia, mesmo ano que encerrou suas atividades, Voltando a jogar no ano de 2009 pela terceira divisão do campeonato goiano, o clube esteve próximo do acesso, porém terminou a competição na terceira colocação, uma vez que subiram os dois primeiros colocados. Em 2012, com uma campanha regular na primeira fase e uma recuperação incrível na segunda do Goianão Chevrolet 2012, a equipe manteve-se entre os 8 melhores, permanecendo na 7ª colocação, obtendo 5 vitórias, 4 empates e 9 derrotas, dos 18 jogos disputados na primeira fase. Em 2013, entra como favorita pela classificação à segunda fase do Campeonato Goiano de Futebol de 2013.
Referência para o texto: Wikipédia .