quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA - BAHIA

Livramento de Nossa Senhora é um município brasileiro do estado da Bahia. Sua população, conforme o Censo 2022 do IBGE, era de 43.911 habitantes.
História
A Serra Geral da Bahia, na qual Livramento de Nossa Senhora está inserida, foi desbravada inicialmente em meados do século XVII, quando Antônio Guedes de Brito, fundador do latifúndio conhecido como Casa da Ponte, expandiu seus currais até as nascentes do rio das Velhas, em Minas Gerais. Possuía uma sesmaria, que lhe foi encartada pelo conde de Óbidos, d. Vasco de Mascarenhas, desde o rio Itapicuru até o rio São Francisco e daí até o rio Paraguaçu.
Em 1681, a expedição do sargento mor Francisco Ramos, Cônego Domingos Vieira de Lima, Manuel O. Porto e vigário Antônio Filgueiras subiu o Rio de Contas e, em seguida, seguiu pelo curso do Rio Brumado (Rio de Contas Pequeno), em cuja margem esquerda encontraram um povoado de negros amocambados, chamado de Pouso dos Crioulos, que se transformou em ponto de pouso para os viajantes do norte de Minas Gerais e Goiás que se dirigiam para Salvador.
Em 1710, o bandeirante Sebastião Raposo descobriu ouro na região das nascentes do Rio Brumado, o que trouxe para a região de Livramento e Rio de Contas portugueses, paulistas e mineiros. Em 1715, com a descoberta de pepitas de ouro rio Brumado abaixo, os jesuítas que acompanhavam os bandeirantes ergueram uma capela de pau a pique em louvor a Nossa Senhora do Livramento, em cujos arredores surgiu um núcleo demográfico, denominado Arraial de Nossa Senhora do Livramento, que hoje é a cidade de Livramento de Nossa Senhora.
Nos arredores do que é hoje a sede de Livramento, outros povoados foram surgindo. As regiões de baixada nessa área permitiam melhor a agricultura de subsistência (arroz, feijão, milho, mandioca).
Por alvará de 11 de abril de 1718, o povoado de Mato Grosso, o primeiro da região, se tornou a sede da primeira freguesia do Alto Sertão Baiano, com o nome "Santo Antônio do Mato Grosso". Por resolução de 9 de fevereiro de 1724, do 4º vice-rei do Brasil d. Vasco Fernandes César de Meneses, foi criada a Vila de Nossa Senhora do Livramento das Minas do Rio das Contas, sediada no Arraial de Nossa Senhora do Livramento.
Em 1725, o coronel Pedro Barbosa Leal ligou a vila de Nossa Senhora do Livramento das Minas de Rio das Contas até a vila de Jacobina por uma estrada que incluiu a construção, por escravos, de uma ladeira calçada de pedras para escoamento do ouro da região para Salvador e daí para Lisboa.
Em 13 de maio de 1726, uma provisão do Conselho Ultramarino determinou que se estabelecessem casas de fundição nas vilas de Livramento de Nossa Senhora e Jacobina para evitar a evasão do quinto do ouro. Essas funcionaram até 1752, quando a fundição passou a ser feita em Araçuaí (MG) e finalmente em Salvador, em 1755, onde foi centralizada.
Devido a um surto de malária no Arraial de Nossa Senhora do Livramento, uma provisão do rei de Portugal D. João V ao 5º Vice-Rei do Brasil André de Melo e Castro, de 2 de outubro de 1745, autorizou a transferência da Vila de Nossa Senhora do Livramento das Minas do Rio das Contas para o antigo Pouso dos Crioulos, duas léguas rio acima, de maior altitude e salubridade e rico em ouro de aluvião. A instalação da vila em nova sede e com a nova denominação "Vila Nova de Nossa Senhora do Livramento das Minas do Rio de Contas" se deu em 28 de julho de 1746. A freguesia passou a se chamar "Santíssimo Sacramento das Minas do Rio das Contas". O novo sítio da vila era rico de ouro de aluvião.
A antiga sede vila, o Arraial de Nossa Senhora do Livramento, passou a se chamar "Vila Velha" e sofreu grande decréscimo populacional e grande estagnação com a queda da produção do ouro.
Em 1755, a vila de Minas do de Rio de Contas teve que contribuir com quatrocentos mil réis por ano para a reconstrução de Lisboa, arrasada por um terremoto.
Em 1765, desembarca em Salvador o fidalgo português Joaquim Pereira de Castro, vindo da região do Minho. Obteve procuração dos herdeiros da Casa da Ponte para vender as terras do Alto Sertão Baiano. Em 1770, o Tenente-Coronel Joaquim Pereira de Castro casou-se com Francisca Joaquina de Jesus, filha da indígena Romana da Silva Madureira da região da Tapera, e o casal passou a residir na localidade denominada Engenho, próxima ao Recreio, povoamento originário nos arredores da cidade de Livamento. Constituíram numerosa prole e possuíram grande parte das terras onde se encontra a cidade de Livramento hoje, daí descendo o vale do rio Brumado.
A partir do final do século XVIII e começo do século XIX, várias outras famílias fixaram residência em Villa Velha, como os Meira, Tanajura, Vilas-Boas, Matias, Bitencourt, Guimarães, Machado, Spínola, Alcântara, Rêgo, Lima, Cambuí e Fernandes.
A Resolução nº 1.004, de 16 de março de 1868, assinada pelo então presidente da província da Bahia José Bonifácio Nascente de Azambuja, eleva o arraial de Vila Velha à categoria de Freguesia, sendo o primeiro vigário o Cônego doutor Tibério Severino Rio de Contas.
Em 3 de julho de 1880, a Freguesia de Vila Velha foi elevada à categoria de vila, com o nome Vila Nova do Brumado, porém não chegou a ser instalada e, portanto, não foi efetivada. Somente em 26 de julho de 1921, pela Lei Estadual nº 1.496, que o distrito de Vila Nova do Brumado foi desmembrado e emancipado do município de Minas do Rio de Contas, com o nome Vila Velha. As primeiras eleições municipais em Vila Velha foram realizadas em 4 de setembro de 1921, sendo eleitos o primeiro intendente municipal, o Coronel Ursino de Souza Meira Júnior, e o conselho municipal formado por Major Gyl Jacarandá Cambuy (presidente), Manuel Pedro de Lima, Gentil de Castro Vilas Boas, Gonçalo Pereira e Silva, Tibério Ferreira Pessoa, Antônio Cândido de Castro, Manuel Pires Gonçalves de Aguiar e Major Augusto Silvério de Alcântara. O município foi instalado, ou seja, começou a funcionar, em 6 de outubro de 1921, e tomou a denominação "Livramento" pela Lei Estadual nº 1.612 de 21 de maio de 1923.
O município de Livramento passou a se denominar "Livramento do Brumado" por meio da Lei Estadual nº 131, de 31 de dezembro de 1943. Em 14 de maio de 1966, pela Lei Estadual nº 2.325, o então governador Lomanto Júnior mudou o nome do município para Livramento de Nossa Senhora, assinando-a em praça pública e publicando-a no Diário Oficial do Estado três dias depois. A Lei, contudo, não foi regulamentada a nível federal, permanecendo a municipalidade com os dois nomes (Livramento do Brumado e Livramento de Nossa Senhora).
A comarca de Livramento de Nossa Senhora foi criada pelo Decreto-Lei nº 16.253, de 7 de maio de 1955, assinado pelo governador Antônio Balbino. Foi instalada pelo presidente e juiz de direito Dr. José Soares Sampaio, sendo o prefeito José Meira Tanajura (Cazuza). Em 7 de setembro de 1956, foi criada a 101ª zona eleitoral, abrangendo Livramento e Ibirocaim.
Pela Lei Estadual nº 1.657, de 5 de abril de 1962, foi desmembrado de Livramento do Brumado o distrito de Dom Basílio (anteriormente chamado de Ibirocaim e Curralinho), permanecendo desde então com o mesmo território.
Geografia
O município de Livramento de Nossa Senhora possui área de 1.952,510 km². Está localizado a sudoeste da capital Salvador, distante cerca de 606 km, ligando-se a ela por via rodoviária de pavimentação asfáltica. Situa-se entre 13° 17' a 15° 20' de latitude sul e entre 41° 05' a 43° 36' de longitude W. Limita-se ao norte com o município de Rio de Contas, ao sul com os municípios de Brumado, Lagoa Real e Caetité, a leste com o município de Dom Basílio, a oeste com o município de Paramirim e a noroeste com o município de Érico Cardoso. A altitude da sede é de 500 metros acima do nível do mar, segundo o marco do IBGE na Praça da Bandeira.
Subdivisões territoriais
O município de Livramento de Nossa Senhora é formado por quatro distritos: Sede, Iguatemi, Itanagé e São Timóteo.
A sede é a cidade de Livramento de Nossa Senhora, formaa pela zona urbana do Município mais os seguintes povoados: Itaguaçu, Várzea, Monte Oliveira, Vereda, Cana-Brava, Rocinha, Água-Branca, Oratório, Matinha, Telha, Barrinha, Nado, Rio Abaixo, Patos e Morrinhos.
De acordo o Código de Posturas do Município, o perímetro urbano único da cidade de Livramento tem como ponto inicial a Igreja de Santo Antônio do Passa-Quatro em linha reta, que, passando pela ponte de cimento sobre o Rio Brumado na Estrada-Parque Desembargador Antônio Carlos Souto, atingindo o rego do Engenho na propriedade Pirajá, pertencente aos herdeiros de Antônio Souza Machado, seguindo rego abaixo até a casa do sítio Engenho. Daí segue em linha reta ao prédio da escola agrícola e deste em linha reta na confluência do Rio Brumado com o rio Taquari, daí em linha reta que vai atingir área da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) na ponta sul, partindo daí rumo à passagem das águas que vem da Várzea de Dentro no corredor de Cândido da Matinha, partindo deste em linha reta à Igreja de Santo Antônio do Passa Quatro, o ponto de referência.
Clima
Segundo classificação nacional, baseada no método Thornthwaite, o clima local é definido como sub úmido seco, mesotérmico.
A precipitação média anual é de 756 mm, com valores que vão de 433 mm a 1.271 mm. O período chuvoso estende-se de outubro a maio.
Em Livramento de Nossa Senhora, a estação com precipitação é úmida e de céu quase encoberto; a estação seca é de ventos fortes e de céu quase sem nuvens. Durante o ano inteiro, o clima é quente. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 18 °C a 33 °C e raramente é inferior a 16 °C ou superior a 36 °C.
Baseado no índice de praia/piscina, a melhor época do ano para visitar Livramento do Brumado e realizar atividades de clima quente é do fim de abril ao meio de outubro.
A estação quente permanece por 1,9 mês, de 14 de setembro a 12 de novembro, com temperatura máxima média diária acima de 32 °C. O mês mais quente do ano em Livramento do Brumado é fevereiro, com a máxima de 32 °C e mínima de 22 °C, em média.
A estação fresca permanece por 2,2 meses, de 4 de junho a 12 de agosto, com temperatura máxima diária em média abaixo de 30 °C. O mês mais frio do ano em Livramento do Brumado é julho, com a mínima de 18 °C e máxima de 29 °C, em média.
Economia
Fruticultura

Localizada no sopé da Chapada Diamantina, o município se beneficia de condições edafo-climáticas especiais para o cultivo da manga. Consolidava-se, até a recente crise hídrica de 2011, como fornecedor de frutos de qualidade, colhidos em épocas específicas. A região se destaca também pela produção de maracujá, realizada por agricultores familiares em áreas de até dois hectares. A Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) realiza um trabalho de estímulo ao plantio de umbuzeiros, espécie nativa cujo fruto é muito apreciado na região Nordeste do Brasil.
Educação
O município de Livramento conta com escolas tanto nos distritos, quanto na sede. De acordo com dados do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) e do Ministério da Educação, existem 98 escolas em atividade, sendo que 90 pertencem à rede pública municipal, seis escolas são da rede privada e 2 escolas são da rede pública estadual. O município também sedia polos da UNOPAR (Universidade do Norte do Paraná) e UNIP (Universidade Paulista) que oferecem cursos de ensino superior à distância.
Transportes
A malha rodoviária municipal é composta por 2 rodovias estaduais: (Rodovia BA 148 e Rodovia BA 152); e por estradas vicinais que pertencem ao Município.
Patrimônio Histórico e Arquitetônico
Diocese de Livramento de Nossa Senhora

A diocese foi criada em 27 de fevereiro de 1967 e instalada em 23 de julho de 1967, desmembrada da Diocese de Caetité, tendo como primeiro bispo Dom Hélio Paschoal e os padres paroquiais: Daniel Stênico e o vigário José Dias Sobrinho. A catedral de Nossa Senhora do Livramento começou a ser construída quando foi criada a freguesia, em 1868, pelo Cônego Dr. Tibério Severino Rio de Contas, e quando ele faleceu, em 1895, os alicerces estavam a um metro da superfície. Havia uma capela de pau a pique construída pelos padres jesuítas no século XVIII, rebocada e com tribunas em frente ao Sobradinho, no Jardim Velho. Havia uma antiga imagem de Nossa Senhora do Livramento, segundo a tradição oral. Existiu um cemitério ao lado dessa antiga capela. Depois, foi transferido para onde é a casa paroquial hoje e, em 1949, para onde é o atual cemitério do Campo-Santo.
A igreja nova ficou pronta no fim do século XIX. Havia tribunas à direita e à esquerda do altar mor, com o retábulo de madeira. As imagens de Nossa Senhora do Livramento, Coração de Jesus e Nossa Senhora da Conceição que ornamentam a igreja foram doadas pela família Castro no fim do século XIX. A atual imagem de São José foi adquirida pela paróquia após a restauração do templo na década de 1950, intervenção que descaracterizou o estilo original da igreja com a retirada das tribunas e dos altares laterais de Nossa Senhora da Conceição e Coração de Jesus, abrindo três naves com altar mor em alvenaria e altar lateral do Santíssimo Sacramento. Foi construída uma gruta em louvor a Nossa Senhora de Lourdes na parte de trás da igreja pelo Padre Sinval Laurentino Medeiros. Os Cônegos Tibério Severino Rio de Contas e Manoel Hygino da Silveira estão sepultados na catedral. Muitas alfaias da igreja foram trazidas da igreja da Cana-Brava pelo Pe. Altino do Espírito Santo e outras foram doadas pela família Castro Tanajura.
Segundo o SIPAC (Sistema de Informações do Patrimônio Cultural da Bahia), somente existe um bem tombado pelo IPAC (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia): a "Casa da Lagoa", bem imóvel tombado em 12 de setembro de 2001.
Sobrado da Prefeitura Municipal
Não se sabe a data precisa que foi construído. Segundo Mário do Carmo Tanajura que deixou um livro de tabelião com várias notas histórica, teria sido construído pelas irmãs Castro Coelho pelos anos de 1850 a 1860, entre elas, a senhora Antonia Francisca de Jesus Coelho, que se casou com o médico e político baiano José de Aquino Tanajura. O sobrado, conhecido até 1942, como Sobradão dos Tanajuras, data em que foi vendido a Prefeitura Municipal de Livramento de Nossa Senhora, segundo contava a minha avô, Egmídia Rosa Tanajura, teria sido construído em oposição ao outro Sordo, já edificado um pouco mais adiante, próximo à Igreja Matriz. Quando Antônia Francisca se casou com o Dr. Tanajura, em 1861, suas irmãs doaram suas partes ao casal. Com a morte de Dr. José de Aquino Tanajura ocorrida em 1918, o imóvel passa para seus filhos, que o vendem à Prefeitura em 1942.
Segundo o Inventário do IPAC
(Inventário de Proteção do Acervo Cultural), já citado, cujo texto nos servirá de base no conhecimento do nosso patrimônio arquitetônico, o Sobrado da Prefeitura é um edifício de relevante interesse. Possui corpo retangular recoberto em quatro águas e um apêndice posterior com cobertura em duas águas, que se abre para o pátio de serviços. Devido à declividade do terreno, o corpo principal se desenvolve em três níveis: porão, que ocupa 50% da projeção do edifício, térreo e pavimento nobre. O anexo, que abrigava a Cadeia, tem dois níveis, que correspondem ao porão e térreo do corpo principal. O frontispício é flanqueado por cunhais, tendo nove portas, superpostas por igual número de janelas. Dizem que estas portas e janelas foram confeccionadas pelos escravos do Barão de Vila Velha, Joaquim Augusto de Moura. Todos os vãos possuem marcos a madeira e terminações em arcos plenos. Nas outras fachadas só os vãos do pavimento nobre têm esta forma, enquanto os demais apresentam vergas retas. Até a década de 60, a água do telhado era recolhida em calhas artisticamente trabalhadas, para evitar a umidade ao pé das paredes. Estas até certa altura do andar térreo foram levantadas pelo processo de taipa de pilão. Dai para a frente, são de adobes. O interior do edifício é simples e despojado de qualquer forma artística, a não ser uma escada helicoidal em madeira, que dá acesso ao sobrado propriamente dito. O piso do porão é em terra batida e lajota de barro cozido. O teto é forrado pelo tabuamento do pavimento superior. Originariamente, o sobrado era de uso misto de residência e comércio, transformado em edifício público na década de 40. Foi, durante muito tempo, residência da família do Dr. José de Aquino Tanajura. Este com seus filhos residiam em outra casa espaçosa no sítio Bom Jardim de São José onde passavam a maior parte do tempo. Só permaneciam na Vila durante os dias festivos, geralmente nas festas de fim de ano ou da padroeira da cidade. Então, nestas datas, escancaravam-se portas e janelas, a Vila se movimentava com carros de bois em forma de gôndolas e cavaleiros bem ajaezados, vindo das fazendas.
O Casarão da Família Alcântara
Casa de Deoclides Alcântara - Não se sabe a data e por quem foi construída. Por suas características tipológicas parece tratar-se de uma construção de meado do século XIX. Seu proprietário mais antigo e provável construtor foi o Cônego Tibério Severino Rio de Contas que, ao falecer, deixou o imóvel para suas irmãs: Cândida Lira da Paixão, Rita e Flora. Deoclides Alcântara a adquiriu em mãos das herdeiras do padre.
Segundo descrição do IPAC (Inventário de Proteção do Acervo Cultural) realizada em 1980 o edifício tem planta retangular com anexos de serviços na parte posterior. O corpo principal é recoberto por telhado em duas águas. Seu aspecto atual é resultante de transformações sofridas no início do século XX, quando as fachadas principal e lateral esquerda foram adaptadas ao gosto neogótico. Na fachada principal existe uma porta central, ladeada por dez janelas, até 1980, guarnecidas por caxilharia em guilhotina. Uma curiosa platibanda gradeada arremata o frontispício. A fachada posterior mantém o aspecto primitivo da casa com portas e janelas de vergas retas, guarnecidas também por caxilharia em guilhotina.
Interiormente, o Casarão dos Alcântaras possui ainda, digno de nota, uma escada helicoidal, semelhante à do sobrado da Prefeitura, que dá acesso ao sótão; dois quartos e uma sala assoalhada, com pisos nos demais cômodos do corpo principal. O anexo de serviços é pavimentado com lajões de pedra, extraída da serra próxima. Os cômodos, voltados para a praça, possuem forro em madeira com abas. Ornamenta a residência um rico mobiliário que não se sabe por que milagre não foi disperso entre herdeiros ou vendido para antiquários e colecionadores. Além de uma cama que teria pertencido ao Barão de Vila Velha, Joaquim Augusto de Moura, existe nas duas salas principais mobílias austríacas do século XIX, lustres franceses e espelhos policromados. Dentre as alfaias sobressaem imagens em madeira também policromadas e todo um vestuário inglês em moda no início do século XX nos sertões de Rio de Contas, curiosidades que todo museu gostaria de exibir.
Com exceção do Solar da Lagoa, residência do Senador Tanajura, não existia outra casa em Livramento com mais conforto e luxo do que a casa do Coronel Deoclides Alcântara. Nas noites de Natal e Ano Novo, sua fachada e interior eram esplendidamente iluminados a carbureto, ocasião em que se franqueava ao público a visitação ao presépio, armado na sala principal.
Cultura
Os principais eventos e festividades da cidade ocorrem em:
- 28 de janeiro: Festa do Padroeiro São Gonçalo.
- 06 de agosto: Festa do Padroeiro Bom Jesus do Taquari.
- 15 de agosto: Festa da Padroeira Nossa Senhora do Livramento.
- 06 de outubro: Emancipação Política do Município.
Estas datas constituem os feriados municipais.
Turismo
Na área do turismo, destacam-se a Trilha na Estrada Real, com vista para a cidade de Livramento de Nossa Senhora, o Rio de Contas e a Cachoeira Véu de Noiva - Livramento de Nossa Senhora.
Referências para o texto: Wikipédia ; Weather Spark ; Prefeitura Municipal .