sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

QUEIMADAS - PARAÍBA

Queimadas é um município brasileiro localizado na Região Metropolitana de Campina Grande, estado da Paraíba. Com uma área total de 409 km², sua população era de 47.658 habitantes em 2022, conforme estimativas do IBGE.É o 2º município mais populoso da grande região de Campina Grande
Consi derado um centro de alta influência nos municípios vizinhos, o município de Queimadas fica perto da cidade de Campina Grande, Paraíba. Dentro de sua área de influência, a cidade atrai maior parte dos visitantes para logística de transportes.
História
Localizada no Agreste paraibano, a 133 km de João Pessoa, a cidade de Queimadas fica numa região que tem em sua história as marcas da chegada do gado ao interior do nosso Estado, no século XVIII. A data de terra onde hoje está localizada a cidade foi concedida a Pascácio de Oliveira Ledo em 13 de dezembro de 1712, como recompensa às suas atividades de conquista dos sertões (para interiorização do gado), e às guerras que praticou contra o “gentio bravo” em favor da coroa portuguesa.
O povoamento de Queimadas iniciou-se por volta do ano de 1889, quando chegaram à região as primeiras famílias: Maia, Muniz, Tavares, Gomes, Rêgo e Teixeira; foi distrito de Campina Grande até 14 de dezembro de 1961, quando foi emancipada politicamente.
A cidade possui um rico patrimônio cultural que vai desde significativa parcela da Serra de Bodopitá, que possui diversos espécimes vegetais e sítios arqueológicos pré-históricos, às edificações antigas que compõem o desenho urbano da cidade, destas edificações que remontam o final do século XIX e início do século XX, em estilo eclético e art deco, destacamos: Colégio Maria Dulce Barbosa; Cada de Yayá de Melo (conhecida como casa de Dr. Argeu, onde morou a primeira professora de Campina Grande e que acreditamos ter sido também a primeira professora de Queimadas); o Casarão Amarelo, onde funcionou a primeira Prefeitura; a Igreja Católica; o prédio da Socal, uma usina de beneficiamento de algodão construída em 1935 (hoje extinta); e o Colégio José Tavares.
Entre as manifestações culturais que a cidade possui, podemos citar o coco de roda, tradição com mais de duzentos anos, originário da cidade de São Vicente (PE), que tem características herdadas das culturas indígena e africana, amplamente praticada nas zonas rurais do município de Queimadas, especialmente nas novenas de terno, evento religioso que junta aspectos das três culturas formadoras de nossa nacionalidade. Por ser um ponto de passagem para o Sertão, Queimadas tem o privilégio de receber grande número de pessoas de outras cidades. Além disso, tem potencialidade turística própria, seja no turismo de eventos de festas tradicionais (a exemplo da Festa de Reis), seja no turismo de aventura, que é praticado no Complexo da Pedra do Touro, onde é possível fazer trilhas, práticas de rapel, acesso à gastronomia local e ainda visitar doze sítios arqueológicos.
Assim, a cidade de Queimadas não é só um ambiente de passagem e negócios, mas um verdadeiro museu a céu aberto, que merece ser protegido e conhecido para que as gerações futuras tenham a possibilidade de aproveitar aquilo que foi deixado por nossos antepassados.
Queimadas é uma cidade que se encontra na base sul da serra de Bodopitá, distante apenas 18 km de Campina Grande. A região, antes da ocupação comandada pelos sertanistas da família Oliveira Ledo, ligados à Casa da Torre, foi sucessivamente ocupado por sociedades nativas pré-históricas, cujos vestígios ainda podem ser encontrados nos sítios arqueológicos que ainda existem na serra e suas circunjacências.
Estes vestígios se configuram em inscrições rupestres e outros indicativos materiais como ossadas sepultas em furnas, cacos cerâmicos, artefatos e utensílios de pedra e restos de trançados e esteiras vegetais. Não se sabe a que culturas pertenceram estes vestígios e que passado remontam. Uma vez que sucessivas levas humanas devem ter ocupado a região em tempos diferentes e com características também diferenciadas. Pois, estudos e datações realizadas ao longo dos últimos 30 anos indicam que toda a região do Nordeste foi largamente ocupada por sociedades pré-históricas desde há pelo menos 10.000 anos.
 As fontes históricas indicam que quando os portugueses chegaram à região circunjacente à Bodopitá não havia aldeias instaladas nestas paragens, não há registros de guerras entre sertanistas e índios na região nem depoimentos de existirem índios por lá.
Segundo os documentos, eram terras devolutas. È bem possível que povos nativos vivessem nesta região por volta do século XVII e, em vistas da chegada dos portugueses, abandonaram suas terras para evitar o trágico contato.
A chegada dos portugueses à região é registrada em documentos de sesmaria, e estes certamente foram os responsáveis pelo assentamento de um grupo aliado de índios da nação Cariri, chamados Bodopitá, para cuidarem dos currais e assegurarem a posse. Esse tipo de estratégia era muito utilizado pela família Oliveira Ledo desde a chegada de Antônio de Oliveira Ledo que instalou em 1670 um arraial às margens do rio
Paraíba no boqueirão da serra de Carnoió
De acordo com Irinêo Joffily, em sua  Synopsis das Sesmarias, quem primeiro teria instalado curral e solicitado concessão das terras na região de Bodopitá foi o capitão Pascácio de Oliveira Ledo, que, por ter servido como fiel vassalo à Sua Majestade nas conquistas dos sertões da Capitania da Paraíba, fazendo guerra ao gentio bravio, e por não possuir terras capazes para lavouras e criar gado, solicitou a El Rei de Portugal “uma sorte de terras no olho d’água que fica ao pé da serra chamada Bodopitá”. A sesmaria das terras lhe foi concedida em 1712, com largura e comprimento de duas léguas de terra.
Este sertanista já havia anteriormente instalado uma fazenda de criar gado num lugar denominado Porteiras e também recebera terras por via de sesmaria em 1695 nas cabaceiras do rio Taperoá, tendo, em 1700, vendido estas terras aos senhores Domingos de Farias e Castro e Antônio Ferreira Guimarães. Talvez, por isso, doze anos depois, no pedido de sesmaria de Bodopitá, o mesmo alegou “não possuir terras capazes para lavouras e criar gado”.
Pascácio ocupou as terras “metendo-lhe gado de criar e beneficiando-a”, mantendo-se nos domínios destas terras desde que a pediu até pelo menos o ano de 1732. Ano em que lhe foi retificada a sesmaria por não ter feito até então o devido registro da terra nos livros da Fazenda Real.
Considerado pela História como o fundador de Queimadas, o capitão Pascácio de Oliveira Ledo era filho bastardo de Constantino Oliveira Ledo com uma cabocla Cariri e, portanto, meio-irmão do famoso sertanista Teodósio Oliveira Ledo. Segundo conta a tradição, Pascácio casou-se fugido com Cristina Rodrigues, filha de um rico fazendeiro de tradicional família da Bahia descendente de fidalgos do Reino Português. Devido este romance não ter sido aceito pelo pai da moça, que relutava em aceitar o casamento de sua filha com um “bastardo mameluco”, o casal resolveu fugir de madrugada a cavalo e buscado refúgio na Paraíba, no arraial de Boqueirão de seu tio Antônio Oliveira Ledo. Este fato deve ter ocorrido em fins do século XVII, porque, em 1712, de acordo com a sesmaria das terras de Bodopitá,: “o supplicante tinha já bastantes annos com a obrigação de mulher e filhos”. Quanto à tradição de que as terras da atual Queimadas teriam sido chamadas inicialmente de Tataguaçu, dialeto tupi que quer dizer “fogo grande”, não existem documentos que comprove. Na verdade, o topônimo “Queimadas” já aparece num documento de 1732, sobre a concessão destas terras, fazendo referência as queimadas na terra da seguinte forma:
“(...) beneficiando-a e fazendo-lhe fogo por ser inculta e muito fechada, e pelas muitas queimadas que fez resultou-lhe ficar por nome o sítio das Queimadas(...)”.
Contudo, é possível que os habitantes do lugar chamassem ali de Tataguaçu, uma vez que a Língua Geral era o dialeto usado na época e, como o documento oficial de sesmaria requer refino e precisão descritiva, não seria despropósito imaginar que o termo foi aportuguesado no documento pelo transcrito para se fazer mais claro. Talvez o topônimo “Queimadas” só tenha se consolidado a partir de 1757, com a Lei Real que proibia a utilização do tupi. Com a expulsão dos jesuítas, dois anos depois, o Português fixou-se definitivamente como o idioma do Brasil.
Em 1943, o nome Tataguaçu passou, ou voltou, a nomear o lugar em virtude do Decreto Lei Estadual nº 520, que modificou o nome da antiga vila de Queimadas para o seu correspondente em tupi. O mesmo aconteceu na época com Boqueirão, que passou a ser chamado pelo antigo nome indígena de Carnoió, com Lagoa Seca que passou a assumir seu nome indígena de Ipuarana, entre outros. Estas modificações devem ter sido influenciadas pelo movimento antropófago lançado por Oswaldo de Andrade e Tarsila do Amaral nos anos 20. No entanto, nenhum destes nomes conseguiu se manter e os lugares voltaram aos seus nomes tradicionais.
Não se sabe quando ou em que circunstâncias os currais dos Oliveira Ledo deixaram a região. A saída desta família do lugar talvez esteja relacionada com a Ordem Régia de 20 de outubro de 1753, que revogou as grandes sesmarias concedidas à Casa da Torre e à família Oliveira Ledo na Paraíba, passando estas propriedades para o domínio dos colonos foreiros e arrendatários. Destes, e outros que foram se estabelecendo gradativamente na região, foi que surgiu, a sombra de Bodopitá, o povoado de Queimadas. Hoje cidade.
Geografia
O município está incluído na área geográfica de abrangência do semiárido brasileiro, definida pelo Ministério da Integração Nacional em 2005[6]. Esta delimitação tem como critérios o índice pluviométrico, o índice de aridez e o risco de seca. O município é composto pelo Planalto da Borborema e cortado pela Serra do Bodopitá.
Clima
O balanço hídrico climatológico para o município de Queimadas aponta uma deficiência hídrica durante todo o ano para a cidade, sua temperatura média anual é de 23,7 °C e pluviosidade de 478,7 mm
Economia
Queimadas é um município de grande relevância na região que se destaca pela alta regularidade das vendas no ano e pelo alto crescimento econômico. Por outro lado, o baixo potencial de consumo é um fator de atenção.
De janeiro a outubro de 2024, foram registradas 1,1 mil admissões formais e 861 desligamentos, resultando em um saldo de 235 novos trabalhadores.
Até novembro de 2024 houve registro de 19 novas empresas em Queimadas, sendo que 2 atuam pela internet. Neste último mês, uma nova empresa se instalou na cidade.
Esportes
A área do esporte está representada pela Sociedade Esportiva Queimadense
Referências para o texto: Wikipédia ; Caravela ; Queimadas Cultural ; Blog Tataguaçu .