Imbituba é um município brasileiro, situado no litoral sul do estado de Santa Catarina. De acordo com estimativas do Censo 2022 do IBGE, sua população é de 52.581 habitantes, com uma unidade territorial de 182,9290 km².
Considerada a capital nacional da Baleia franca, é em Imbituba que se encontra o ponto de origem do datum altimétrico, uma vez que, neste município, o nível médio do mar apresenta menor variação, segundo o marégrafo instalado no porto de Imbituba.
História
Período pré-colonial
No litoral Sul de Santa Catarina o registro de ocupação humana é de aproximadamente 6.000 A.P. com a presença dos grupos construtores dos sambaquis que ocuparam vastamente a região (monte de conchas). Mais recentemente, um pouco antes da colonização europeia nas terras brasileiras, por volta de 700 A.P a região recebe os grupos indígenas conhecidos como Tupi-guarani (grafia com hífen remete a tradição linguística do grupo) que teriam partido da Amazônia seguindo os grandes rios, principalmente os Rios Paraguai e Paraná até a foz do Rio da Prata, daí então se voltando para o litoral sul do Brasil.
Nesse panorama de ocupação regional Imbituba se apresenta como um local de grande potencial arqueológico onde atualmente existem 43 (quarenta e três) sítios arqueológicos mapeados, sendo 42 (quarenta e dois) relacionados a povos pré-coloniais como os sambaquis e Tupi-guarani e 1 (um) relacionado com a ocupação colonial e a prática da caça da baleia. Entre os mais recentes podemos citar o sítio pré-colonial Aldeia Ribanceira I.
O sítio arqueológico Aldeia Ribanceira I
O sítio atribuído a Tradição Tupi-guarani foi mapeado por arqueólogos durante o levantamento arqueológico para a implantação de empreendimento residencial no bairro Vila Esperança. Situado em patamar geomorfológico de planície litorânea apresentou contexto de implantação diferenciado, com a camada arqueológica entre 0,60 e 2,0 metros de profundidade. Com a escavação se percebeu que a estratigrafia do sítio foi marcada por solo arenoso, composto por uma camada escurecida resultante de queima (manchas), cujos dados apontaram para duas grandes manchas de terra escura, com diversos focos de queima.
As datações obtidas para o sítio arqueológico mostraram datas entre 404+-40 e 802+-40 A.P..
Entre os elementos arqueológicos identificados no salvamento merecem destaques: anzol - confeccionado em osso, lâmina de machado – confeccionado em pedra, e a vasilha de tamanho grande confeccionada em argila, identificada entre 1,90 e 2,20 metros de profundidade, além de uma quantidade expressiva de fragmentos de afiadores líticos, pequenas lascas e peças cerâmicas de diversos tamanhos, que muitas vezes estavam associadas às estruturas de combustão.
Sambaquis
Os sambaquis são sítios arqueológicos que foram construídos lentamente, durante muitos anos. “É uma palavra de etimologia Tupi (...). 'Tamba' significa conchas e 'Ki' amontoado, que são as características mais marcantes desse tipo de sítio”. Os sambaquis destacam-se como os sítios arqueológicos mais antigos da costa litorânea brasileira.
As características mais marcantes de um sambaqui são a sua forma monticular e o fato de serem constituídos por conchas, berbigões, ostras e moluscos. Os vestígios das ocupações nos sambaquis revelam muitos aspectos de sua cultura, tais como a estratégia ocupacional com feições relacionadas a organização social quando se observam as evidências de sepultamentos por exemplo. É importante descartar também que nas estruturas dos sambaquis são encontradas ostras abertas que possivelmente serviram de alimento e também fechadas, o que demonstra que os sambaquis não são constituídos primordialmente de restos alimentares, e por isso não podem ser classificados como “lixo dos índios”, mas sim um local sagrado elaborado para fins ritualísticos onde eram sepultados os mortos juntamente com alguns objetos ou adornos.
Em sítios arqueológicos são encontrados objetos utilitários feitos em pedra e osso, tais como: quebra coquinho, peso de rede, lâmina de machado, amós e pontas de lança óssea que eram presas em hastes de madeira e utilizadas na captura de pescados. Além de artefatos utilitários, confeccionavam adornos diversos, tais como colares, coroas e tembetás, para isso utilizavam conchas e dentes de animais, como tubarão, porcos do mato e jacaré, para pingentes, o que pode ter um significado importante na vida dos sambaquieiros, pois são animais agressivos, apresentando dificuldades para a caça ou a pesca dos mesmos. Todos esses artefatos citados são encontrados dentro da estrutura monticular do sambaqui e muitas vezes estão associadas a sepultamentos humanos. Ainda, entre os objetos mas que raramente são encontrados podemos destacar as esculturas conhecidas como Zoólitos (zoo = animal, lito = pedra) que impressionam pela aparência fidedigna com os animais que representam tais como, peixes, aves, tatus e outros.
Ceramista - Guarani
Os Ceramistas Guarani chegaram a Santa Catarina por volta de 700 anos A.P. Migraram da Amazônia, seguindo o rio Paraguai e Paraná, até a foz do rio da Prata, voltando-se para o litoral sul do Brasil.
Os Guarani que habitavam o litoral Catarinense são da Tradição Tupiguarani, esta tradição é “fruto de uma relação complexa entre dois tipos de classificações, uma linguística e outra cerâmica, que tem origem na história da pesquisa etnográfica do país.”.
A busca por novos territórios foi motivada por uma série de fatores, nos quais se destacam: uma mudança social e política dentro do sistema organizacional do grupo e a escassez de recursos na região Amazônica gerada pelo fenômeno El Niño que pode ter sido responsável pela famigerada busca pela “Terra sem Males”.
Construíam suas aldeias geralmente em áreas de posições elevadas, nas encostas dos morros e próximos a rios, locais com boa visibilidade, que proporcionasse melhores condições naturais para sobrevivência do grupo, em especial, o desenvolvimento da agricultura de subsistência, pesca, caça e coleta. Confeccionavam seus artefatos em pedra, madeira e barro, entre os objetos feitos com pedra se destacavam as lâminas de machado polido, os enxós, os afiadores e os tembetás, este último, usado como adorno. Entre os artefatos em madeira se podem citar as lanças e os arcos de lançar as flechas, esses objetos são raramente identificados nos sítios arqueológicos, uma vez que são constituídos de material degradável, e não resistem ao tempo. Contudo, o artefato cerâmico representado pelas vasilhas e potes são elementos determinantes para a caracterização de um sítio arqueológico Guarani. A confecção desses objetos representa muito além do utilitário cotidiano de cozinhar e armazenar alimentos servia como parâmetro de status social de uma tribo perante outras, e também poderiam servir de urna funerária, quando de tamanho grande, sendo esta sua última finalidade. Além disso, a confecção dessas vasilhas cerâmicas influenciava fortemente na escolha do espaço geográfico para o acampamento do grupo, uma vez que, por variar de tamanho (grande e médio porte) não eram de fácil mobilidade, dificultando o nomadismo e contribuindo para a fixação do grupo em lugares com matéria-prima (argila).
Ceramista - Jê
Os ceramistas-Jê, migraram do centro-oeste do Brasil e chegaram a Santa Catarina por volta de 1.000 anos A.P. Habitavam regiões da encosta e planalto, porém há registros arqueológicos e etnográficos de ocupação sazonal desses grupos no litoral Catarinense. Desse modo, no inverno aproveitavam a safra de pinhão, e no verão, desciam para o litoral em busca de alternativas alimentares para a subsistência. Em Araranguá não há até o momento registro de sítios arqueológicos atribuídos a esses grupos, no entanto o que se sabe é que os municípios limítrofes localizados próximo a encosta da serra é comum a presença vestígios arqueológicos e dados etnohistóricos relacionados a eles.
Viviam em aldeias e possuíam uma média e baixa mobilidade territorial, uma vez que praticavam a horticultura, porém tinham forte dependência da caça e da coleta de frutos. Suas habitações eram basicamente de dois tipos: piso rebaixado e as mais duradouras construídas na superfície do chão. As estruturas de piso rebaixado são atualmente um importante indicador de sítio arqueológico atribuído a esses grupos, já que a depressão no solo é comumente evidenciada de forma rasa, aliada ou não a evidências de carvão e fragmentos líticos e cerâmicos.
A matéria prima utilizada na confecção dos artefatos se resumia a pedra, o barro, e a madeira, esta última porém, não é encontrada em sítios arqueológicos, uma vez que é degradável e não resiste ao tempo. No entanto, como há registro documental de contato desses grupos com os colonizadores europeus, as informações relativas ao modo de vida são bastante abrangentes. Entre os artefatos confeccionados, podemos citar os utilitários feitos em pedra - enxó e lâmina de machado, os de barro - vasilhas geralmente pequenas e de espessura fina, e os adornos em pedra e madeira conhecidos como tembetás.
Do período colonial até a emancipação político administrativa
Imbituba, localizada no estado de Santa Catarina, Brasil, tem um histórico que remonta ao século XVII. Inicialmente fazia parte da Capitania de São Vicente e pertencia à região de Laguna. O processo de povoamento em Imbituba teve início com a presença de populações indígenas e de naufrágios, além de conflitos entre reinos de Portugal e Espanha e a influência dos moradores de São Vicente.
Em 1738, a Capitania de Santa Catarina foi criada para fins estratégicos político militares, separando-se da jurisdição de São Paulo e tornando-se subordinada ao Rio de Janeiro. Para aumentar a população de Santa Catarina, a imigração de pessoas das regiões dos Açores e da Madeira foi incentivada durante a segunda metade do século XVIII, ampliando assim o crescimento econômico e demográfico.
Assim foi criada a Freguesia de Santa Ana de Vila Nova em 1753, seguindo-se a fundação da Freguesia de Vila Nova de Santana em 1755. Segundo registros de 1796, a Freguesia tinha uma população de 1.104 indivíduos (915 livres e 194 escravizados), divididos em 242 famílias. Seus limites geográficos e estruturais englobavam áreas que hoje pertencem aos municípios de Imbituba, Imaruí e São Martinho.
Imbituba a partir do pós independência de 1822
No século XIX, Vila Nova tornou-se distrito do município de Laguna, e a Freguesia de Mirim foi criada em 1856. A economia de Imbituba nos séculos XVIII e XIX baseava-se principalmente na agricultura, bem como atividades artesanais e nas pescas baleeiras. A força de trabalho para essas atividades dependia fortemente de indivíduos escravizados.
Além disso, com a utilização do porto de Imbituba e a conclusão da estrada de ferro Theresina Cristina em 1884, a região conheceu um desenvolvimento secundário no transporte de carvão e outros recursos durante o final do século XIX.
O Município de Imbituba foi criado em 30 de agosto de 1923, e instalado em 1 de janeiro de 1924, tendo sido eleito o engenheiro Álvaro Monteiro de Barros Catão como intendente municipal, cargo que o possibilitou chefiar o Executivo do município por quase 7 anos. Porém, em 6 de outubro de 1930, pelo decreto do Governador Provisório do Sul do Estado, foi suprimida sua autonomia como município. Por fim, em 21 de junho de 1958 ocorreu a segunda emancipação de Imbituba, onde o município foi instalado em 5 de agosto de 1958 e separou-se oficialmente de Laguna em 6 de outubro de 1959.
Nesse contexto de redemocratização e recuperação da autonomia política, a primeira eleição direta da história de Imbituba para os cargos de chefe do poder executivo municipal (prefeito) e de representante no poder legislativo municipal (vereador) ocorreu em 3 de outubro de 1958 com os eleitos tomando posse no ano seguinte. Neste pleito, acabou Nelson Souza (UDN) sendo eleito prefeito municipal.
Armação baleeira
A pesca da baleia foi estabelecida oficialmente no Brasil no século XVII, quando em 1602, Felipe II, Rei da Espanha e Portugal, deu a concessão para o início da captura de baleias francas. No ano de 1796 por determinação do Marquês de Pombal foi instalada a quarta armação baleeira do Brasil localizada em Imbituba.
Na época, a instalação na armação baleeira foi sinônimo de progresso regional. A gordura do animal derretida resultava em tonéis de óleo que eram utilizados como matéria-prima mantenedora da iluminação pública de São Paulo e Rio de Janeiro. A construção civil também se beneficiou dessa prática, já que o óleo também era utilizado como argamassa para o reboco das edificações construídas naquele período.
A decadência das armações baleeiras tem início quando em 1801, foi assinado um decreto que estipulou o fim dos monopólios e consequente perda dos subsídios do governo imperial para as armações. Entre os anos de 1867 a 1870 a descoberta do petróleo americano com a fabricação do querosene contribuiu ainda mais para esse processo, juntamente com a fabricação do cimento Portland, uma vez que o óleo da baleia que era adicionado à argamassa seria substituído pelo cimento, o que tornaria tudo mais prático.
Contudo, somente no ano de 1973 efetivamente o ciclo de pesca da baleia franca chega ao fim, levando à espécie à beira da extinção. Em 1982 ambientalistas liderados por Ibsen de Gusmão Câmara, redescobriram no Estado de Santa Catarina as últimas baleias francas brasileiras e iniciaram uma ação pela preservação e recuperação da espécie.
Atualmente Imbituba abriga o Projeto Baleia Franca, uma ONG, localizada na Praia de Itapirubá, que tem como objetivo realizar pesquisa e garantir à conservação e proteção a baleia franca.
Porto de Imbituba
A história do Porto de Imbituba está diretamente ligada à descoberta do carvão mineral no sul de Santa Catarina. No ano de 1835 a Assembleia Provincial de Santa Catarina encaminhou ao governo imperial um projeto solicitando a abertura de uma companhia para explorar o carvão na região. Assim, atendendo a solicitação da Assembleia em 1837 Santa Catarina oficializou a descoberta do carvão mineral, o que gerou uma grande estruturação política e econômica para a implantação da Estrada de Ferro e do Porto para viabilizar o escoamento do mineral.
No ano de 1876 a exploração das jazidas carboníferas tem início através do capital estrangeiro representado pelas empresas: “The Tubarão Coal Mining Company Limited”, responsável pela extração mineral e pelos estudos de viabilidade para implantação do porto em Imbituba e a “The Donna Thereza Cristina”, que foi a responsável pela construção da estrada de ferro que integrou os municípios de Imbituba, Laguna, Tubarão, Jaguaruna, Criciúma, Lauro Muller, Urussanga e Araranguá.
No ano de 1871 o projeto para a construção do Porto de Imbituba estava em processo, sendo previstos além de uma estrutura básica administrativa, a construção de um quebra-mar com galerias arcadas submersas. Contudo, o projeto precisou ser alterado por determinação do governo, sendo construído apenas um trapiche com 70 metros de extensão na mesma enseada onde arpoavam as baleias.
Em 1894 ocorreu a primeira crise que afetou o Porto de Imbituba, nela foi colocado em dúvida a qualidade do carvão extraído na região. Portanto, para diluir esse evento, políticos locais promoveram um movimento a fim de obter incentivos comerciais, que foram sancionados apenas em 1895. Depois dessa primeira crise a companhia inglesa “The Tubarão Coal Mining Company Limited”, foi vendida para a empresa “Lage & Irmãos”.
A partir de 1889 o Porto de Imbituba já era considerado o principal centro de escoamento de carvão do sul do Brasil. Portanto, apenas no ano de 1919 que a obra de infraestrutura projetada inicialmente foi completamente efetivada dando maior aporte estrutural ao Porto.
Geografia
O município é dotado de poucas edificações com sua população se dispersando pelos distritos de Mirim, de Vila Nova e da Sede.
O maior bairro, em extensão territorial, é o Penha, com cerca de 35 quilômetros quadrados. Neste mesmo bairro, localiza-se o ponto mais elevado da cidade, o Morro da Penha, com cerca de 520 metros. O menor é o Village, com cerca de 530 metros quadrados.
O bairro mais populoso, é a Nova Brasília, com aproximadamente 4.600 habitantes. O menos populoso, o Arroio do Rosa, com 250 moradores.
Em relação à densidade demográfica, o bairro mais povoado é o Campestre, com 1.650 hab/km². O menos povoado é o Penha, com 10 hab/km².
Economia
Turismo
Imbituba possui praias importantes como a Praia do Rosa, considerada uma das 30 baías mais bonitas do mundo e a Praia da Vila, que além de beleza cênica, formado por ilhas próximas uma das outras e trilhas como a Trilha Ecológica do Farol, possui uma das maiores e melhores ondas do Brasil para a prática do surf, e foi palco principal do campeonato mundial de surf (WCT) entre os anos de 2003 a 2010.
Praias de Imbituba
O litoral de Imbituba tem em torno de 30 km e vai de Itapirubá a Pra do Rosa. É bem recortado por morros, lagoas, dunas e penínsulas, e tem praias maravilhosas.
Praia do Rosa - Conhecida como o paraíso dos surfistas, a Praia do Rosa apresenta características ideais para a prática de surfe, windsurfe e vela. Possui 2 km de extensão, com águas transparentes, cercada pelo verde exuberante das montanhas cobertas de cactos e flores. O formato de meia-lua da praia separou naturalmente os cantos norte e sul como as áreas mais próprias para o surfe. No centro está a Lagoa do Meio, com água salgada e tranquila. Atrás dos morros ficam quatro lagoas também formadas pelo mar.
Em seu canto direito tem a trilha que leva á praia do Luz, através dos costões. No canto esquerdo tem a trilha que leva à praia vermelha, já no município de Garopaba.
Praia do Luz
Bela praia quase selvagem de Imbituba, situada entre morros e a lagoa de Ibiraquera. A praia possui apenas poucas pousadas e conta com sua natureza quase intocada, com vegetação rasteira, árvores e uma enorme faixa de areia.
Fica entre Ibiraquera e a Praia do Rosa, com uma encosta ainda virgem de Mata Atlântica e algumas dunas. É uma ótima praia para caminhadas, descanso e também para o surf, já que possui boas ondas. No costão esquerdo há duas trilhas que levam à Praia do Rosa: a trilha pelo costão e o Caminho do Rei.
Praia Ibiraquera / Lagoa de ibiraquera
É considerada por esportistas como a melhor praia para a prática de windsurfe no Brasil. Além da praia, Ibiraquera possui dunas, rios, ilhas e lagoas.
Uma das lagoas mais procuradas é a de Ibiraquera, onde se pratica o kitesurfe. Já a Barra de Ibiraquera é a preferida dos banhistas, que podem escolher entre banho de lagoa ou banho de mar, poucos metros um do outro.
Anualmente, no mês de outubro, atletas de vários países se encontram por lá para importantes competições. A lagoa também é conhecida pela pesca de camarão.
Praia Ribanceira
A Praia da Ribanceira possui águas azuis, transparentes e mornas que formam um belo cenário. É uma das praias preferidas dos surfistas, também procurada para windsurf e por pescadores. É também ótima para caminhadas e uma das preferidas das baleias, na temporada de junho a outubro.
No canto Sul tem a trilha pelo costão que leva á praia dos Amores. Na parte de trás da praia tem as enormes dunas da ribanceira, preferidas pelos adeptos do sandboard.
Praia dos Amores
A praia dos Amores, também conhecida como Prainha da Riba é bem pequenina, com apenas 50 metros, espremida entre os morros.
O acesso é por uma trilha de 300 m a partir do canto direito da Praia da Ribanceira.
Praia D’água
Bela praia deserta, localizada entre os morros e costões das praias do Porto e da Ribanceira. Seu nome foi dado pelas nascentes de água que descem dos morros ao seu redor. Além de ser uma praia muito bonita, indicada para quem gosta de natureza, a praia oferece boas ondas para o surf.
O acesso é por trilhas de aproximadamente 1 km a partir da rodovia que liga a praia do Porto à Ribanceira.
Praia do Porto
Com 2,5 km de extensão, a praia do porto é também apreciada por surfistas, mas oferece boas condições para banho. Em sua extremidade direita fica o porto de Imbituba. No local existe ainda um museu dedicado à preservação das baleias.
Sua parte central fica junto a um bairro e é a mais movimentada. Já, em seu canto esquerdo fica a parte mais bonita, junto a enormes morros, com dunas que se misturam a vegetação e formam belos cenários.
Praia da Vila
Localizada no coração da cidade, esta praia é um mescla de praia com parte boa para banhistas e ondas perfeitas para surfistas. Possui uma paisagem muito bonita com um costão e duas belas ilhas: Santana de Dentro e Santana de Fora.
As ilhas viabilizam a formação de ondas perfeitas, chegando a atingir 5 metros de altura no canto da praia. Foi uma das poucas praias da América Latina que sediou o Campeonato Mundial de Surfe (WCT), durante 8 anos.
De junho a outubro, a Praia da Vila também costuma receber visitantes ilustres, as baleias que podem se vistas a 20 metros da praia.
Por se localizar no Centro de Imbituba esta praia conta com infraestrutura de estacionamento, calçadão, pousadas e restaurantes. Conta com uma extensa faixa de areia branca e em seu canto esquerdo tem a uma trilha que leva até o Farol.
Praia da Vila Nova
A praia da Vila Nova fica em um bairro separado, ao Sul da cidade de Imbituba. Esta praia possui uma faixa de vegetação de restinga preservada e uma larga faixa de areia. O mar possui ondas médias, local indicado para banho de mar.
Praia de Itapirubá
Localizada entre as cidades de Laguna e Imbituba, a praia de Itapirubá apresenta uma das paisagens mais apreciadas em Santa Catarina.
As duas metades da praia são separadas por um morro. Ao Norte a itapirubá de Imbituba, ao Sul a Itapirubá de Laguna. O lugar é ideal para a prática de mergulho e da pesca, com águas límpidas e tranquilas.
O costão que divide a praia oferece paisagens muito bonitas de campos na montanha, repleto de pedras brancas. Nas extremidades das praias junto ao costão há trilhas que levam até a ponta.
Há duas grandes porções de dunas em Itapirubá: A primeira junto ao principal acesso e o segundo entre a BR-101 e a Lagoa do Timbé.
Pontos turísticos
Igreja matriz de Imbituba
A Igreja Matriz Nossa Senhora Imaculada Conceição se localiza junto à Praça Henrique Lage, de frente para a praia da Vila, no Centro de Imbituba. A matriz que foi erguida por volta de 1946, se destaca pelos seus traços da cultura açoriana e por ter sua estrutura construída com óleo de baleia.
Igreja Sant’ana de Vila Nova
A Igreja Sant’Ana de Vila Nova é outro marco histórico da colonização portuguesa em Imbituba. Construída em 1747, foi o local da primeira paróquia da região.
Hoje a igreja é tombada como patrimônio cultural de Santa Catarina. Em frente à igreja fica a Praça de Vila Nova, repleta de grandes árvores.
Museu da Baleia
O Museu da Baleia de Imbituba se localiza na praia do Porto, no “Barracão Manoel Rosa”, antiga armação baleeira, fechada em 1973. Inaugurado em 2003, o museu é o resultado de uma parceria entre o Projeto Baleia Franca e a Prefeitura de Imbituba.
O museu conta a história da matança das baleias e a luta pela sua proteção. Contém diversos artefatos históricos, documentos e painéis interpretativos.
Museu das Conchas
O museu das conchas foi criado pelo holandês Antonie Maljers, conquiliologista (especialista em conchas), quando iniciou sua coleção particular de concha no ano de 2000. Desde então, vem aumentando seu acervo de conchas que pode ser visto no museu, que inclui centenas de conchas raras.
Mirante da Praia do Porto
O mirante da Praia do Porto fica no alto da falésia, próximo ao canto esquerdo desta praia. O local oferece uma bela vista panorâmica de toda a praia, de parte da cidade e do porto ao fundo.
Farol de Imbituba
Pequena farol localizado no Morro que fica entre a Praia da Vila e o Porto. A atração não é o farol em si, mas a paisagem do local e a caminhada. O acesso à trilha é pelo canto da Praia da Vila, com dois caminhos, um pelo costão e outro pela parte superior do morro. O ideal é ir por uma e voltar pela outra trilha.
Dunas em Imbituba
Existem três grandes áreas de dunas no município:
- Dunas de Itapirubá 1: Fica ao lado da rodovia de acesso á Itapirubá e possui 500×1500 metros de extensão. Inclusive em alguns pontos invade o asfalto com a ação do vento e é preciso ter cuidado ao passar.
- Dunas de Itapirubá 2: Fica ao lado do acesso secundário de Itapirubá, por estrada de areia. possui 800×1700 metros e ao seu lado fica a Lagoa de Timbé.
- Dunas da Ribanceira: Localizada logo atrás da praia da Ribanceira, é a maior área de dunas de Imbituba. Possui largura irregular, mas sua extensão chega a 3 km.
Trilhas de Imbituba
Há trilhas praticamente em todas as praias de Imbituba, saiba onde ficam as principais.
- Praia do Rosa: Trilha no costão esquerdo (norte) que leva a Praia Vermelha (1,2 km). Trilha no costão direito (sul) que leva à praia do Luz (1 km).
- Praia do Luz: Trilha no costão esquerdo (norte) que leva a Praia do Rosa (1 km).
- Praia da Ribanceira: Trilha no costão direito (sul) que leva a Praia dos Amores (300m).
- Praia do Porto: Trilha no costão esquerdo (norte) que leva a Praia D’água (1 km).
- Praia da Vila: Trilha no costão esquerdo (norte) que leva ao farol de Imbituba (1,2 km).
- Praia de Itapirubá: Trilha no costão direito (sul) que leva à Ponta do Morro de Itapirubá (700m).
Esportes
Na década de 2000, Imbituba ganhou notoriedade no cenário esportivo internacional após sua escolha como sede da etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe (WCT), após a competição ser transferida de Saquarema, RJ para Florianópolis, capital do estado, com palco alternativo no município catarinense. Como Florianópolis não apresentou ondas condizentes com o torneio naquele ano e a etapa acabou sendo realizada em Imbituba, nos anos seguintes Imbituba virou a sede oficial da etapa brasileira do WCT até 2010.
A partir de 2011, Imbituba perdeu para a cidade do Rio de Janeiro a sede do WCT porque o retorno financeiro para o evento é muito maior lá.
A cidade também sedia etapas do campeonato brasileiro de Windsurf e do de Kitesurf que são realizadas na Lagoa de Ibiraquera, considerada um dos melhores locais para a prática do esporte no país.
Imbituba também é sede do Imbituba Futebol Clube, equipe de futebol profissional, que atualmente encontra-se na terceira divisão do futebol catarinense, mas nos anos 2010 e 2011 disputou a elite do certame estadual.
Referência para o texto: Wikipédia .
Considerada a capital nacional da Baleia franca, é em Imbituba que se encontra o ponto de origem do datum altimétrico, uma vez que, neste município, o nível médio do mar apresenta menor variação, segundo o marégrafo instalado no porto de Imbituba.
História
Período pré-colonial
No litoral Sul de Santa Catarina o registro de ocupação humana é de aproximadamente 6.000 A.P. com a presença dos grupos construtores dos sambaquis que ocuparam vastamente a região (monte de conchas). Mais recentemente, um pouco antes da colonização europeia nas terras brasileiras, por volta de 700 A.P a região recebe os grupos indígenas conhecidos como Tupi-guarani (grafia com hífen remete a tradição linguística do grupo) que teriam partido da Amazônia seguindo os grandes rios, principalmente os Rios Paraguai e Paraná até a foz do Rio da Prata, daí então se voltando para o litoral sul do Brasil.
Nesse panorama de ocupação regional Imbituba se apresenta como um local de grande potencial arqueológico onde atualmente existem 43 (quarenta e três) sítios arqueológicos mapeados, sendo 42 (quarenta e dois) relacionados a povos pré-coloniais como os sambaquis e Tupi-guarani e 1 (um) relacionado com a ocupação colonial e a prática da caça da baleia. Entre os mais recentes podemos citar o sítio pré-colonial Aldeia Ribanceira I.
O sítio arqueológico Aldeia Ribanceira I
O sítio atribuído a Tradição Tupi-guarani foi mapeado por arqueólogos durante o levantamento arqueológico para a implantação de empreendimento residencial no bairro Vila Esperança. Situado em patamar geomorfológico de planície litorânea apresentou contexto de implantação diferenciado, com a camada arqueológica entre 0,60 e 2,0 metros de profundidade. Com a escavação se percebeu que a estratigrafia do sítio foi marcada por solo arenoso, composto por uma camada escurecida resultante de queima (manchas), cujos dados apontaram para duas grandes manchas de terra escura, com diversos focos de queima.
As datações obtidas para o sítio arqueológico mostraram datas entre 404+-40 e 802+-40 A.P..
Entre os elementos arqueológicos identificados no salvamento merecem destaques: anzol - confeccionado em osso, lâmina de machado – confeccionado em pedra, e a vasilha de tamanho grande confeccionada em argila, identificada entre 1,90 e 2,20 metros de profundidade, além de uma quantidade expressiva de fragmentos de afiadores líticos, pequenas lascas e peças cerâmicas de diversos tamanhos, que muitas vezes estavam associadas às estruturas de combustão.
Sambaquis
Os sambaquis são sítios arqueológicos que foram construídos lentamente, durante muitos anos. “É uma palavra de etimologia Tupi (...). 'Tamba' significa conchas e 'Ki' amontoado, que são as características mais marcantes desse tipo de sítio”. Os sambaquis destacam-se como os sítios arqueológicos mais antigos da costa litorânea brasileira.
As características mais marcantes de um sambaqui são a sua forma monticular e o fato de serem constituídos por conchas, berbigões, ostras e moluscos. Os vestígios das ocupações nos sambaquis revelam muitos aspectos de sua cultura, tais como a estratégia ocupacional com feições relacionadas a organização social quando se observam as evidências de sepultamentos por exemplo. É importante descartar também que nas estruturas dos sambaquis são encontradas ostras abertas que possivelmente serviram de alimento e também fechadas, o que demonstra que os sambaquis não são constituídos primordialmente de restos alimentares, e por isso não podem ser classificados como “lixo dos índios”, mas sim um local sagrado elaborado para fins ritualísticos onde eram sepultados os mortos juntamente com alguns objetos ou adornos.
Em sítios arqueológicos são encontrados objetos utilitários feitos em pedra e osso, tais como: quebra coquinho, peso de rede, lâmina de machado, amós e pontas de lança óssea que eram presas em hastes de madeira e utilizadas na captura de pescados. Além de artefatos utilitários, confeccionavam adornos diversos, tais como colares, coroas e tembetás, para isso utilizavam conchas e dentes de animais, como tubarão, porcos do mato e jacaré, para pingentes, o que pode ter um significado importante na vida dos sambaquieiros, pois são animais agressivos, apresentando dificuldades para a caça ou a pesca dos mesmos. Todos esses artefatos citados são encontrados dentro da estrutura monticular do sambaqui e muitas vezes estão associadas a sepultamentos humanos. Ainda, entre os objetos mas que raramente são encontrados podemos destacar as esculturas conhecidas como Zoólitos (zoo = animal, lito = pedra) que impressionam pela aparência fidedigna com os animais que representam tais como, peixes, aves, tatus e outros.
Ceramista - Guarani
Os Ceramistas Guarani chegaram a Santa Catarina por volta de 700 anos A.P. Migraram da Amazônia, seguindo o rio Paraguai e Paraná, até a foz do rio da Prata, voltando-se para o litoral sul do Brasil.
Os Guarani que habitavam o litoral Catarinense são da Tradição Tupiguarani, esta tradição é “fruto de uma relação complexa entre dois tipos de classificações, uma linguística e outra cerâmica, que tem origem na história da pesquisa etnográfica do país.”.
A busca por novos territórios foi motivada por uma série de fatores, nos quais se destacam: uma mudança social e política dentro do sistema organizacional do grupo e a escassez de recursos na região Amazônica gerada pelo fenômeno El Niño que pode ter sido responsável pela famigerada busca pela “Terra sem Males”.
Construíam suas aldeias geralmente em áreas de posições elevadas, nas encostas dos morros e próximos a rios, locais com boa visibilidade, que proporcionasse melhores condições naturais para sobrevivência do grupo, em especial, o desenvolvimento da agricultura de subsistência, pesca, caça e coleta. Confeccionavam seus artefatos em pedra, madeira e barro, entre os objetos feitos com pedra se destacavam as lâminas de machado polido, os enxós, os afiadores e os tembetás, este último, usado como adorno. Entre os artefatos em madeira se podem citar as lanças e os arcos de lançar as flechas, esses objetos são raramente identificados nos sítios arqueológicos, uma vez que são constituídos de material degradável, e não resistem ao tempo. Contudo, o artefato cerâmico representado pelas vasilhas e potes são elementos determinantes para a caracterização de um sítio arqueológico Guarani. A confecção desses objetos representa muito além do utilitário cotidiano de cozinhar e armazenar alimentos servia como parâmetro de status social de uma tribo perante outras, e também poderiam servir de urna funerária, quando de tamanho grande, sendo esta sua última finalidade. Além disso, a confecção dessas vasilhas cerâmicas influenciava fortemente na escolha do espaço geográfico para o acampamento do grupo, uma vez que, por variar de tamanho (grande e médio porte) não eram de fácil mobilidade, dificultando o nomadismo e contribuindo para a fixação do grupo em lugares com matéria-prima (argila).
Ceramista - Jê
Os ceramistas-Jê, migraram do centro-oeste do Brasil e chegaram a Santa Catarina por volta de 1.000 anos A.P. Habitavam regiões da encosta e planalto, porém há registros arqueológicos e etnográficos de ocupação sazonal desses grupos no litoral Catarinense. Desse modo, no inverno aproveitavam a safra de pinhão, e no verão, desciam para o litoral em busca de alternativas alimentares para a subsistência. Em Araranguá não há até o momento registro de sítios arqueológicos atribuídos a esses grupos, no entanto o que se sabe é que os municípios limítrofes localizados próximo a encosta da serra é comum a presença vestígios arqueológicos e dados etnohistóricos relacionados a eles.
Viviam em aldeias e possuíam uma média e baixa mobilidade territorial, uma vez que praticavam a horticultura, porém tinham forte dependência da caça e da coleta de frutos. Suas habitações eram basicamente de dois tipos: piso rebaixado e as mais duradouras construídas na superfície do chão. As estruturas de piso rebaixado são atualmente um importante indicador de sítio arqueológico atribuído a esses grupos, já que a depressão no solo é comumente evidenciada de forma rasa, aliada ou não a evidências de carvão e fragmentos líticos e cerâmicos.
A matéria prima utilizada na confecção dos artefatos se resumia a pedra, o barro, e a madeira, esta última porém, não é encontrada em sítios arqueológicos, uma vez que é degradável e não resiste ao tempo. No entanto, como há registro documental de contato desses grupos com os colonizadores europeus, as informações relativas ao modo de vida são bastante abrangentes. Entre os artefatos confeccionados, podemos citar os utilitários feitos em pedra - enxó e lâmina de machado, os de barro - vasilhas geralmente pequenas e de espessura fina, e os adornos em pedra e madeira conhecidos como tembetás.
Do período colonial até a emancipação político administrativa
Imbituba, localizada no estado de Santa Catarina, Brasil, tem um histórico que remonta ao século XVII. Inicialmente fazia parte da Capitania de São Vicente e pertencia à região de Laguna. O processo de povoamento em Imbituba teve início com a presença de populações indígenas e de naufrágios, além de conflitos entre reinos de Portugal e Espanha e a influência dos moradores de São Vicente.
Em 1738, a Capitania de Santa Catarina foi criada para fins estratégicos político militares, separando-se da jurisdição de São Paulo e tornando-se subordinada ao Rio de Janeiro. Para aumentar a população de Santa Catarina, a imigração de pessoas das regiões dos Açores e da Madeira foi incentivada durante a segunda metade do século XVIII, ampliando assim o crescimento econômico e demográfico.
Assim foi criada a Freguesia de Santa Ana de Vila Nova em 1753, seguindo-se a fundação da Freguesia de Vila Nova de Santana em 1755. Segundo registros de 1796, a Freguesia tinha uma população de 1.104 indivíduos (915 livres e 194 escravizados), divididos em 242 famílias. Seus limites geográficos e estruturais englobavam áreas que hoje pertencem aos municípios de Imbituba, Imaruí e São Martinho.
Imbituba a partir do pós independência de 1822
No século XIX, Vila Nova tornou-se distrito do município de Laguna, e a Freguesia de Mirim foi criada em 1856. A economia de Imbituba nos séculos XVIII e XIX baseava-se principalmente na agricultura, bem como atividades artesanais e nas pescas baleeiras. A força de trabalho para essas atividades dependia fortemente de indivíduos escravizados.
Além disso, com a utilização do porto de Imbituba e a conclusão da estrada de ferro Theresina Cristina em 1884, a região conheceu um desenvolvimento secundário no transporte de carvão e outros recursos durante o final do século XIX.
O Município de Imbituba foi criado em 30 de agosto de 1923, e instalado em 1 de janeiro de 1924, tendo sido eleito o engenheiro Álvaro Monteiro de Barros Catão como intendente municipal, cargo que o possibilitou chefiar o Executivo do município por quase 7 anos. Porém, em 6 de outubro de 1930, pelo decreto do Governador Provisório do Sul do Estado, foi suprimida sua autonomia como município. Por fim, em 21 de junho de 1958 ocorreu a segunda emancipação de Imbituba, onde o município foi instalado em 5 de agosto de 1958 e separou-se oficialmente de Laguna em 6 de outubro de 1959.
Nesse contexto de redemocratização e recuperação da autonomia política, a primeira eleição direta da história de Imbituba para os cargos de chefe do poder executivo municipal (prefeito) e de representante no poder legislativo municipal (vereador) ocorreu em 3 de outubro de 1958 com os eleitos tomando posse no ano seguinte. Neste pleito, acabou Nelson Souza (UDN) sendo eleito prefeito municipal.
Armação baleeira
A pesca da baleia foi estabelecida oficialmente no Brasil no século XVII, quando em 1602, Felipe II, Rei da Espanha e Portugal, deu a concessão para o início da captura de baleias francas. No ano de 1796 por determinação do Marquês de Pombal foi instalada a quarta armação baleeira do Brasil localizada em Imbituba.
Na época, a instalação na armação baleeira foi sinônimo de progresso regional. A gordura do animal derretida resultava em tonéis de óleo que eram utilizados como matéria-prima mantenedora da iluminação pública de São Paulo e Rio de Janeiro. A construção civil também se beneficiou dessa prática, já que o óleo também era utilizado como argamassa para o reboco das edificações construídas naquele período.
A decadência das armações baleeiras tem início quando em 1801, foi assinado um decreto que estipulou o fim dos monopólios e consequente perda dos subsídios do governo imperial para as armações. Entre os anos de 1867 a 1870 a descoberta do petróleo americano com a fabricação do querosene contribuiu ainda mais para esse processo, juntamente com a fabricação do cimento Portland, uma vez que o óleo da baleia que era adicionado à argamassa seria substituído pelo cimento, o que tornaria tudo mais prático.
Contudo, somente no ano de 1973 efetivamente o ciclo de pesca da baleia franca chega ao fim, levando à espécie à beira da extinção. Em 1982 ambientalistas liderados por Ibsen de Gusmão Câmara, redescobriram no Estado de Santa Catarina as últimas baleias francas brasileiras e iniciaram uma ação pela preservação e recuperação da espécie.
Atualmente Imbituba abriga o Projeto Baleia Franca, uma ONG, localizada na Praia de Itapirubá, que tem como objetivo realizar pesquisa e garantir à conservação e proteção a baleia franca.
Porto de Imbituba
A história do Porto de Imbituba está diretamente ligada à descoberta do carvão mineral no sul de Santa Catarina. No ano de 1835 a Assembleia Provincial de Santa Catarina encaminhou ao governo imperial um projeto solicitando a abertura de uma companhia para explorar o carvão na região. Assim, atendendo a solicitação da Assembleia em 1837 Santa Catarina oficializou a descoberta do carvão mineral, o que gerou uma grande estruturação política e econômica para a implantação da Estrada de Ferro e do Porto para viabilizar o escoamento do mineral.
No ano de 1876 a exploração das jazidas carboníferas tem início através do capital estrangeiro representado pelas empresas: “The Tubarão Coal Mining Company Limited”, responsável pela extração mineral e pelos estudos de viabilidade para implantação do porto em Imbituba e a “The Donna Thereza Cristina”, que foi a responsável pela construção da estrada de ferro que integrou os municípios de Imbituba, Laguna, Tubarão, Jaguaruna, Criciúma, Lauro Muller, Urussanga e Araranguá.
No ano de 1871 o projeto para a construção do Porto de Imbituba estava em processo, sendo previstos além de uma estrutura básica administrativa, a construção de um quebra-mar com galerias arcadas submersas. Contudo, o projeto precisou ser alterado por determinação do governo, sendo construído apenas um trapiche com 70 metros de extensão na mesma enseada onde arpoavam as baleias.
Em 1894 ocorreu a primeira crise que afetou o Porto de Imbituba, nela foi colocado em dúvida a qualidade do carvão extraído na região. Portanto, para diluir esse evento, políticos locais promoveram um movimento a fim de obter incentivos comerciais, que foram sancionados apenas em 1895. Depois dessa primeira crise a companhia inglesa “The Tubarão Coal Mining Company Limited”, foi vendida para a empresa “Lage & Irmãos”.
A partir de 1889 o Porto de Imbituba já era considerado o principal centro de escoamento de carvão do sul do Brasil. Portanto, apenas no ano de 1919 que a obra de infraestrutura projetada inicialmente foi completamente efetivada dando maior aporte estrutural ao Porto.
Geografia
O município é dotado de poucas edificações com sua população se dispersando pelos distritos de Mirim, de Vila Nova e da Sede.
O maior bairro, em extensão territorial, é o Penha, com cerca de 35 quilômetros quadrados. Neste mesmo bairro, localiza-se o ponto mais elevado da cidade, o Morro da Penha, com cerca de 520 metros. O menor é o Village, com cerca de 530 metros quadrados.
O bairro mais populoso, é a Nova Brasília, com aproximadamente 4.600 habitantes. O menos populoso, o Arroio do Rosa, com 250 moradores.
Em relação à densidade demográfica, o bairro mais povoado é o Campestre, com 1.650 hab/km². O menos povoado é o Penha, com 10 hab/km².
Economia
Turismo
Imbituba possui praias importantes como a Praia do Rosa, considerada uma das 30 baías mais bonitas do mundo e a Praia da Vila, que além de beleza cênica, formado por ilhas próximas uma das outras e trilhas como a Trilha Ecológica do Farol, possui uma das maiores e melhores ondas do Brasil para a prática do surf, e foi palco principal do campeonato mundial de surf (WCT) entre os anos de 2003 a 2010.
Praias de Imbituba
O litoral de Imbituba tem em torno de 30 km e vai de Itapirubá a Pra do Rosa. É bem recortado por morros, lagoas, dunas e penínsulas, e tem praias maravilhosas.
Praia do Rosa - Conhecida como o paraíso dos surfistas, a Praia do Rosa apresenta características ideais para a prática de surfe, windsurfe e vela. Possui 2 km de extensão, com águas transparentes, cercada pelo verde exuberante das montanhas cobertas de cactos e flores. O formato de meia-lua da praia separou naturalmente os cantos norte e sul como as áreas mais próprias para o surfe. No centro está a Lagoa do Meio, com água salgada e tranquila. Atrás dos morros ficam quatro lagoas também formadas pelo mar.
Em seu canto direito tem a trilha que leva á praia do Luz, através dos costões. No canto esquerdo tem a trilha que leva à praia vermelha, já no município de Garopaba.
Praia do Luz
Bela praia quase selvagem de Imbituba, situada entre morros e a lagoa de Ibiraquera. A praia possui apenas poucas pousadas e conta com sua natureza quase intocada, com vegetação rasteira, árvores e uma enorme faixa de areia.
Fica entre Ibiraquera e a Praia do Rosa, com uma encosta ainda virgem de Mata Atlântica e algumas dunas. É uma ótima praia para caminhadas, descanso e também para o surf, já que possui boas ondas. No costão esquerdo há duas trilhas que levam à Praia do Rosa: a trilha pelo costão e o Caminho do Rei.
Praia Ibiraquera / Lagoa de ibiraquera
É considerada por esportistas como a melhor praia para a prática de windsurfe no Brasil. Além da praia, Ibiraquera possui dunas, rios, ilhas e lagoas.
Uma das lagoas mais procuradas é a de Ibiraquera, onde se pratica o kitesurfe. Já a Barra de Ibiraquera é a preferida dos banhistas, que podem escolher entre banho de lagoa ou banho de mar, poucos metros um do outro.
Anualmente, no mês de outubro, atletas de vários países se encontram por lá para importantes competições. A lagoa também é conhecida pela pesca de camarão.
Praia Ribanceira
A Praia da Ribanceira possui águas azuis, transparentes e mornas que formam um belo cenário. É uma das praias preferidas dos surfistas, também procurada para windsurf e por pescadores. É também ótima para caminhadas e uma das preferidas das baleias, na temporada de junho a outubro.
No canto Sul tem a trilha pelo costão que leva á praia dos Amores. Na parte de trás da praia tem as enormes dunas da ribanceira, preferidas pelos adeptos do sandboard.
Praia dos Amores
A praia dos Amores, também conhecida como Prainha da Riba é bem pequenina, com apenas 50 metros, espremida entre os morros.
O acesso é por uma trilha de 300 m a partir do canto direito da Praia da Ribanceira.
Praia D’água
Bela praia deserta, localizada entre os morros e costões das praias do Porto e da Ribanceira. Seu nome foi dado pelas nascentes de água que descem dos morros ao seu redor. Além de ser uma praia muito bonita, indicada para quem gosta de natureza, a praia oferece boas ondas para o surf.
O acesso é por trilhas de aproximadamente 1 km a partir da rodovia que liga a praia do Porto à Ribanceira.
Praia do Porto
Com 2,5 km de extensão, a praia do porto é também apreciada por surfistas, mas oferece boas condições para banho. Em sua extremidade direita fica o porto de Imbituba. No local existe ainda um museu dedicado à preservação das baleias.
Sua parte central fica junto a um bairro e é a mais movimentada. Já, em seu canto esquerdo fica a parte mais bonita, junto a enormes morros, com dunas que se misturam a vegetação e formam belos cenários.
Praia da Vila
Localizada no coração da cidade, esta praia é um mescla de praia com parte boa para banhistas e ondas perfeitas para surfistas. Possui uma paisagem muito bonita com um costão e duas belas ilhas: Santana de Dentro e Santana de Fora.
As ilhas viabilizam a formação de ondas perfeitas, chegando a atingir 5 metros de altura no canto da praia. Foi uma das poucas praias da América Latina que sediou o Campeonato Mundial de Surfe (WCT), durante 8 anos.
De junho a outubro, a Praia da Vila também costuma receber visitantes ilustres, as baleias que podem se vistas a 20 metros da praia.
Por se localizar no Centro de Imbituba esta praia conta com infraestrutura de estacionamento, calçadão, pousadas e restaurantes. Conta com uma extensa faixa de areia branca e em seu canto esquerdo tem a uma trilha que leva até o Farol.
Praia da Vila Nova
A praia da Vila Nova fica em um bairro separado, ao Sul da cidade de Imbituba. Esta praia possui uma faixa de vegetação de restinga preservada e uma larga faixa de areia. O mar possui ondas médias, local indicado para banho de mar.
Praia de Itapirubá
Localizada entre as cidades de Laguna e Imbituba, a praia de Itapirubá apresenta uma das paisagens mais apreciadas em Santa Catarina.
As duas metades da praia são separadas por um morro. Ao Norte a itapirubá de Imbituba, ao Sul a Itapirubá de Laguna. O lugar é ideal para a prática de mergulho e da pesca, com águas límpidas e tranquilas.
O costão que divide a praia oferece paisagens muito bonitas de campos na montanha, repleto de pedras brancas. Nas extremidades das praias junto ao costão há trilhas que levam até a ponta.
Há duas grandes porções de dunas em Itapirubá: A primeira junto ao principal acesso e o segundo entre a BR-101 e a Lagoa do Timbé.
Pontos turísticos
Igreja matriz de Imbituba
A Igreja Matriz Nossa Senhora Imaculada Conceição se localiza junto à Praça Henrique Lage, de frente para a praia da Vila, no Centro de Imbituba. A matriz que foi erguida por volta de 1946, se destaca pelos seus traços da cultura açoriana e por ter sua estrutura construída com óleo de baleia.
Igreja Sant’ana de Vila Nova
A Igreja Sant’Ana de Vila Nova é outro marco histórico da colonização portuguesa em Imbituba. Construída em 1747, foi o local da primeira paróquia da região.
Hoje a igreja é tombada como patrimônio cultural de Santa Catarina. Em frente à igreja fica a Praça de Vila Nova, repleta de grandes árvores.
Museu da Baleia
O Museu da Baleia de Imbituba se localiza na praia do Porto, no “Barracão Manoel Rosa”, antiga armação baleeira, fechada em 1973. Inaugurado em 2003, o museu é o resultado de uma parceria entre o Projeto Baleia Franca e a Prefeitura de Imbituba.
O museu conta a história da matança das baleias e a luta pela sua proteção. Contém diversos artefatos históricos, documentos e painéis interpretativos.
Museu das Conchas
O museu das conchas foi criado pelo holandês Antonie Maljers, conquiliologista (especialista em conchas), quando iniciou sua coleção particular de concha no ano de 2000. Desde então, vem aumentando seu acervo de conchas que pode ser visto no museu, que inclui centenas de conchas raras.
Mirante da Praia do Porto
O mirante da Praia do Porto fica no alto da falésia, próximo ao canto esquerdo desta praia. O local oferece uma bela vista panorâmica de toda a praia, de parte da cidade e do porto ao fundo.
Farol de Imbituba
Pequena farol localizado no Morro que fica entre a Praia da Vila e o Porto. A atração não é o farol em si, mas a paisagem do local e a caminhada. O acesso à trilha é pelo canto da Praia da Vila, com dois caminhos, um pelo costão e outro pela parte superior do morro. O ideal é ir por uma e voltar pela outra trilha.
Dunas em Imbituba
Existem três grandes áreas de dunas no município:
- Dunas de Itapirubá 1: Fica ao lado da rodovia de acesso á Itapirubá e possui 500×1500 metros de extensão. Inclusive em alguns pontos invade o asfalto com a ação do vento e é preciso ter cuidado ao passar.
- Dunas de Itapirubá 2: Fica ao lado do acesso secundário de Itapirubá, por estrada de areia. possui 800×1700 metros e ao seu lado fica a Lagoa de Timbé.
- Dunas da Ribanceira: Localizada logo atrás da praia da Ribanceira, é a maior área de dunas de Imbituba. Possui largura irregular, mas sua extensão chega a 3 km.
Trilhas de Imbituba
Há trilhas praticamente em todas as praias de Imbituba, saiba onde ficam as principais.
- Praia do Rosa: Trilha no costão esquerdo (norte) que leva a Praia Vermelha (1,2 km). Trilha no costão direito (sul) que leva à praia do Luz (1 km).
- Praia do Luz: Trilha no costão esquerdo (norte) que leva a Praia do Rosa (1 km).
- Praia da Ribanceira: Trilha no costão direito (sul) que leva a Praia dos Amores (300m).
- Praia do Porto: Trilha no costão esquerdo (norte) que leva a Praia D’água (1 km).
- Praia da Vila: Trilha no costão esquerdo (norte) que leva ao farol de Imbituba (1,2 km).
- Praia de Itapirubá: Trilha no costão direito (sul) que leva à Ponta do Morro de Itapirubá (700m).
Esportes
Na década de 2000, Imbituba ganhou notoriedade no cenário esportivo internacional após sua escolha como sede da etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe (WCT), após a competição ser transferida de Saquarema, RJ para Florianópolis, capital do estado, com palco alternativo no município catarinense. Como Florianópolis não apresentou ondas condizentes com o torneio naquele ano e a etapa acabou sendo realizada em Imbituba, nos anos seguintes Imbituba virou a sede oficial da etapa brasileira do WCT até 2010.
A partir de 2011, Imbituba perdeu para a cidade do Rio de Janeiro a sede do WCT porque o retorno financeiro para o evento é muito maior lá.
A cidade também sedia etapas do campeonato brasileiro de Windsurf e do de Kitesurf que são realizadas na Lagoa de Ibiraquera, considerada um dos melhores locais para a prática do esporte no país.
Imbituba também é sede do Imbituba Futebol Clube, equipe de futebol profissional, que atualmente encontra-se na terceira divisão do futebol catarinense, mas nos anos 2010 e 2011 disputou a elite do certame estadual.
Referência para o texto: Wikipédia .