terça-feira, 8 de abril de 2025

ITAREMA - CEARÁ

Itarema é um município brasileiro do estado do Ceará. Sua população estimada, segundo o IBGE em 2022, é de 42.726 habitantes.
Etimologia
O topônimo Itarema é uma alusão ao nome dado pelos índios por causa de uma pedra com forma de obelisco em alto mar que só era visível em maré baixa. Este vem do tupi ita (pedra), rema (cheiro agradável) e significa pedra de cheiro agradável ou pedra cheirosa.
Sua denominação original era Tanque do Meio e, desde 1937, Itarema.
História
As terras às margens do rio Aracatiaçu eram habitadas pelos índios Tremembé, antes da chegada das entradas de franceses e portugueses, bem como das missões religiosas portugueses que tinham como intuito a catequização dos indígenas.
Desta missões e seus remanejamentos dos indígenas surgiu a povoação, que no mapa Plano da costa do Brasil desde o Ceará até a Ilha de S. João, confeccionado por José Patrício de Souza, em 1790, está indicada como Aldeia do Caju.
Os padres que dirigiam a missão eram da ordem de São Pedro, que com a expulsão dos jesuítas em 1759, por ordens do Marquês do Pombal, os padres da ordem de São Pedro e uma parte dos Tremembé deslocaram os índios para o Soure e poucos anos depois devido a não adaptação os índios retornam a vila.
No ano de 1870, uma nova capela foi construída, esta dedicada à Nossa Senhora dos Navegantes e entre 1908/1909 esta foi reconstruída como Igreja-Matriz de Nossa Senhora de Fátima. O seu primeiro pároco foi o padre Antônio Thomaz.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Tanque do Meio, pelo Ato de 06 de setembro de 1890, e por Lei Municipal nº 94, de 29 de junho de 1923, subordinado ao município de Acaraú.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o distrito de Tanque do Meio, figura no município Acaraú. Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937. Pela Lei Estadual nº 346, de 10 de agosto de 1937, o distrito de Tanque do Meio passou a denominar-se Itarema. Pelo Decreto Estadual nº 448, de 20 de dezembro de 1938, o distrito já denominado Itarema adquiriu o extinto distrito de Extremas do município de Acaraú.
Em divisão territorial datada de 1º d julho de 1950. o distrito de Itarema permanece no município de Acaraú. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1º de julho de 1960. Elevado à categoria de município com a denominação de Itarema, pela Lei Estadual nº 6.809, de 02 de dezembro de 1963, desmembrado Acaraú. Sede no antigo distrito de Itarema. Constituído do distrito sede.
Pela Lei Estadual nº 6.990, de 23 de dezembro de 1963, é criado os distritos de Almofada, Carvoeiro, Juritianha, Olhos D`água, Patos, Santa Fé e Santo Antônio e anexado ao muicípio de Itarema. Em divisão territorial datada de 31 de dezembro de 1963, o município é constituído de 8 distritos: Itarema,Almofala, Carvoeiro, Juritianha, Olhos D`água, Patos, Santa Fé e Santo Antônio Pela Lei Estadual nº 8.339, de 14 de dezembro de 1965, é extinto o município de Itarema, sendo seu território anexado ao município de Acaraú, como simples distrito.
Em divisão territorial datada de 31 de dezembro de 1968, o distrito de Itarema, figura no município de Acaraú. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1º de janeiro de 1979.
Elevado novamente à categoria de município com a denominação de Itarema, pela Lei Estadual nº 11.008, de 05 de dezembro de 1985, desmembrado Acaraú. Sede no antigo distrito de Itarema. Constituído do distrito sede. Instalado em 1º de janeiro de 1986. Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1983, o município é constituído do distrito sede.
Pela Lei Estadual nº 11.319, de 22 de maio de 1987, é criado o distrito de Carvoeiro é anexado ao município de Itarema. Pela Lei Estadual nº 11.320, de 22 de maio de 1987, é criado o distrito de Almofala é anexado ao município de Itarema. Em divisão territorial datada de 18 de agosto de 1988, o município é constituído de 3 distritos: Itarema, Almofala e Carvoeiro. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007. Alteração toponímica distrital Tanque do Meio para Itarema alterado, pela Lei Estadual nº 346, de 10 de agosto de 1937.
Geografia
Clima

O clima na cidade é do tipo Tropical Atlântico com pluviometria média de 1.187,8 mm com chuvas concentradas de janeiro a maio.
Hidrografia e recursos hídricos
As principais fontes de água fazem parte da bacia do Litoral, sendo eles os córregos Grande, da Catanduba e Mineiro e outros tantos. Existem ainda diversos áreas de drenagem do rio Aracatimirim.
Relevo e solos
A predominância de tabuleiros, dunas móveis sem grande elevações.
Vegetação
As vegetações predominantes são gramíneas, ervas e floresta, caatinga, mata serrana, cerrado, matas ciliares e mangue.
Subdivisão
O município é dividido em três distritos: Itarema (sede), Almofala e Carvoeiro.
Economia
A economia local é baseada na agricultura, com a produção de algodão arbóreo e herbáceo, caju, mandioca, milho e feijão. E na aquicultura, com destaque para peixe, camarão e lagosta, estes são exportados em grande escala para outros continentes como o europeu e asiático, e para a América do Norte.
Também se destaca no comércio varejista com supermercados, farmácias, depósitos de construção, lojas de roupas, boutiques, frigoríficos, lojas de móveis e eletrodomésticos e eletrônicos, mercadinhos, mercearias, padarias, lojas de variedades, lanchonetes e restaurantes.
O artesanato também é uma outra fonte de renda, desde à confecção de bijuterias a redes e bordados.
Turismo
Os principais pontos turísticos da cidade são: Praia do Farol; Farol de Itapajé; Praia do Guajirú; Praia da Barra; Ilha do Guajirú (composta por 4 praias: Praia do Farol, Praia do Guajirú, Praia da Barra e Praia das Dunas); Praia do Porto; Praia da Tijuca; Praia de Almofala; Praia dos Torrões; Enseada dos Patos; Igreja de Almofala; Igreja Matriz de Itarema; Centro Administrativo José Maria Monteiro; Praça Pedra Cheirosa; Volta do Rio; Lagamar de Itarema; Museu Vicente de Paula Rios; Praça João Batista Rios; Mercado Público; Praça dos Feirantes; Praça da Matriz; Praça Pedro Penha; Porto dos Barcos; Porto dos Torrões; Praça dos Desportistas; Ginásio de Esportes João Damasceno Rios; Estádio Municipal; Mangue da Ilha; Manguezais do Porto dos Barcos; Rio Aracati-Mirim; Praça da Bandeira e Câmara dos Vereadores.
Esportes
O Estádio Dedezão é a sede dos principais clubes de futebol da cidade: o Itarema, o Vitória de Itarema, o Almofala e o Itarema. A cidade também conta com o Ginásio de Esportes João Damasceno Rios.
Cultura
Os principais eventos culturais são: Festa da Padroeira Nossa Senhora de Fátima (12 e 13 de outubro); Aniversário do município (5 de fevereiro); Carnaval; Festival de Quadrilhas (último final de semana de junho); Torém, festa indígena da safra do Caju, outubro/novembro; Festival da Cultura do Município (2ª quinzena de outubro) e Festa do Coco (2ª quinzena de janeiro).
Povos Indígenas de Itarema
Desde os tempos imemoriais, o povo tapuia Tremembé residiu do Rio Trairi até o Rio Gurupi, ocupando a atual área de Itarema. Eram povos nômades, muito bem adaptados aos manguezais e praias, tendo vários elementos culturais ligados ao ambiente local, como o jenipapeiro, as tartarugas, os uçás e o principal, o cajueiro. Os jesuítas aldearam os tremembés pela primeira vez em 1690, nomeando de "Missão do Cajueiro" na foz do Rio Acaraú e depois mudados para a foz do Rio Aracatimirim (atual Almofala). O objetivo principal foi fixar os indígenas, pois sua "braveza" impedia os portugueses de colonizar o norte do Ceará, seus exércitos de centenas de indígenas eram responsáveis por afugentar as expedições portuguesas e atacar suas fortificações, como ocorrido em Jijoca de Jericoacoara, em 1614. Durante o século XVIII e início do século XIX, os Tremembés tiveram alguma liberdade, até que o governo provincial do Ceará começou políticas de perseguição contra esses povos durante o Brasil Império, assim muitos pararam de se identificar como indígenas ou mesmo manter suas tradições, com medo de serem mortos ou perseguidos. A situação piorou em 1888, quando uma seca atinge o Ceará e na década seguinte, uma série de dunas começaram invadir o povoado indígena e estes fugiram para se abrigar em uma comunidade próxima, em Lagoa Seca. Passaram-se quase cinquenta anos com morros de areia cobrindo Almofala, até que no início dos anos 40, os indígenas começaram retornar, mas viram que várias famílias não indígenas haviam chegado no povoado e alguns fazendeiros haviam expandido suas terras pela região, não demorando para que surgisse conflitos por terra entre essas comunidades. Um forte vestígio cultural que se manteve vivo por todos esses séculos entre os Tremembés, foi a dança do Torém, sendo esse o elemento responsável por unir as famílias indígenas que escondiam sua identidade devido a perseguição, agora voltando se reconhecer como Tremembé. Durante os anos 60, os indígenas começaram se mobilizar lentamente em busca de reconhecimento, principalmente enquanto o Torém se tornava conhecido por pesquisadores de todo Brasil, mas no final do anos 70, a expansão das fazendas vizinhas em cima das comunidades indígenas e não-indígenas em Almofala e Tapera, foi o principal responsável para a mobilização desses grupos. No ano de 1979, incêndios criminosos, perseguição e espancamentos obrigam comunidades da região de Tapera abandonarem suas moradias, para dar espaço às plantações de coqueiro, após a empresa Ducoco Produtos Saudáveis chegar na região. As tensões aumentaram na década de 80, quando os moradores e indígenas se organizam em sindicatos e ONGs para ter acesso aos seus direitos, com as questões indígenas sendo trazidas a tona principalmente nos anos 90, quando a FUNAI chega na região para demarcar o território, mas acaba sendo impedida por fazendeiros, empresários e políticos, deixando o processo estagnado desde 1993. Paralelo a isso, os tremembés do Córrego João Pereira, uma outra comunidade no interior do município, conseguem ter sua terra reconhecida em 2003, sendo pioneiros no estado. Atualmente, os nativos das quatro comunidades locais (Almofala, Córrego João Pereira, Camundongo e Santo Antônio) continuam lutando por reconhecimento de suas terras e respeito aos seus direitos básicos, pois ainda ocorrem perseguições, espancamentos e ameaças.
História da Igreja Nossa Senhora da Conceição de Almofala
Segundo historiadores da região, em meados do século XVIII, com a vinda dos colonizadores europeus ao Brasil, deu-se inicio a colonização da região norte do Ceará, onde os únicos habitantes ali existentes eram os índios da tribo Tremembé. Desembarcaram na costa acarauense e aqui fixaram residências. Um bom número deles se instalaram no povoado que futuramente viria a chamar-se Almofala (palavra de origem árabe).
Almofala foi crescendo habitada por colonos portugueses, espanhóis e por índios. Estes dependiam da pesca para sobreviver. Tem-se informação que, em uma pescaria membros da etnia indígena encontraram uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, um deles guardou a pequena escultura em sua oca. No dia seguinte a santa havia desaparecido, e voltado para o local onde ela tinha sido encontrada. Ali mesmo construíram uma capela de palha para guardar a imagem. Após algum tempo foi construída uma capela de taipa.
Referência para o texto: Wikipédia ; Site da Prefeitura Municipal .