segunda-feira, 30 de setembro de 2019

RIO ANTIGO 3

Trazemos hoje mais um videoclipe sobre o Rio antigo, para relembrarmos como era a cidade do Rio de Janeiro, anos passados.

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

1590-1991- Rio de Janeiro antigo

Mais algumas imagens do Rio de Janeiro antigo, abrangendo desde os anos 1590, até 1991. Boas recordações da cidade do Rio de Janeiro.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Barueri - São Paulo

Barueri é um município da Região Metropolitana de São Paulo, no estado de São Paulo, na Região Sudeste do Brasil. Dista 26 km da Praça da Sé, marco zero da capital paulista.
Topônimo
O tupinólogo Eduardo de Almeida Navarro sugere, para o topônimo "Barueri", uma etimologia baseada no tupi antigo mba'eryryî ("coisa que treme", isto é, corrente veloz das águas de um rio em trecho de grande desnivelamento), que é a junção de mba'e (coisa) e ryryî (tremer).
História
Segundo os historiadores, a cidade foi fundada de novembro de 1560 pelo padre José de Anchieta. Entretanto, esta afirmação pode servir como uma hipótese a ser trabalhada em oposição aos dados que constam na historiografia oficial, que dá a data de 1610 como da implantação do estabelecimento pelo padre João de Almeida. A aldeia indígena Barueri cresceu rapidamente, tornando-se um dos mais importantes aldeamentos de índios do Brasil Colônia. Resistiu bravamente com a ajuda dos padres jesuítas aos frequentes ataques de bandeirantes que desciam o Rio Tietê em direção ao interior aprisionando índios para mão de obra escrava.
Barueri foi governado como aldeamento pela Câmara Municipal de São Paulo de 1560 até 1809, depois como freguesia e distrito pela Câmara Municipal de Santana de Parnaíba. Com o decorrer dos anos e o notório crescimento, a aldeia chegou a povoado e, posteriormente, já em 1809, à categoria de freguesia. Em 1870, iniciou-se a construção da Estrada de Ferro Sorocabana e, em 1875, com a inauguração do primeiro trecho, Barueri ganhou sua estação ferroviária, tornando-se importante entreposto de cargas, rota obrigatória na ligação da cidade de São Paulo com Santana de Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus.
Em 1900, foi construída a barragem da Light e Power Company em Santana de Parnaíba. Para o transporte dos equipamentos da usina da estação da Sorocabana até Parnaíba tornou-se necessária a abertura da Rua Duque de Caxias, como alternativa para se evitar a íngrimidade da ladeira da Rua Campos Sales. Em 1917, Barueri é elevada a distrito policial e, em 1918, Barueri é elevada à categoria de distrito de paz, com subprefeito indicado. No início do século XX, Barueri, assim como a cidade de São Paulo, recebeu imigrantes vindos da Europa e Ásia. Dentre os que mais contribuíram e estiveram presentes na evolução do município, se destacam as famílias Loureiro, Crudo, da Matta, dentre outras. A maior parte delas, Portuguesas ou japonesas. Em 1936, foi instalada a primeira indústria da região, o Frigorífico Pisani.
Pertencente ao Município e Comarca de Santana de Parnaíba, Barueri crescia a olhos vistos, suplantando a pacata e bucólica Parnaíba. O espírito autonomista não tardou a surgir entre os cidadãos e o movimento emancipacionista ganhou vulto, culminando com a criação do Município de Barueri pela Lei 233, de 24 de dezembro de 1948, sancionada pelo então Governador do Estado Adhemar de Barros. Em 26 de março de 1949, instala-se o Governo Municipal e a primeira Câmara de Vereadores. Em 8 de dezembro de 1964, é promulgada a lei que instalou a Comarca de Barueri. Em 1973, o desenvolvimento econômico de Barueri ganhou força quando a Câmara Municipal aprovou a Lei de Zoneamento Industrial, que permitiu o surgimento de polos empresariais como o Tamboré, Alphaville, Jubran Votupoca e Jardim Califórnia. Hoje, o bairro de Alphaville é a principal fonte de arrecadação de impostos do município. Na década de 2000, Barueri ganhou notoriedade nacional através da construção da Arena Barueri, que foi considerada a melhor arena multiúso do país, e com o Grêmio Barueri, que disputou a série A do Série A do campeonato Brasileiro 2009.
Educação e Cultura
No ensino técnico, a cidade possui o Instituto Técnico de Barueri (ITB), oferecendo gratuitamente para os alunos da rede municipal cursos técnicos em áreas como Informática, Administração, Secretariado, Hotelaria, entre outros. O ITB é administrado pela Fundação Instituto de Educação de Barueri (FIEB), criada em 1994 pelo Prefeito Rubens Furlan. No total, Barueri possui seis unidades do ITB. No dia 17 de Agosto de 2009, foi inaugurada a Faculdade de Tecnologia de Barueri (Fatec Barueri), localizada no centro da cidade. Primeira Instituição de Ensino Superior Pública e Gratuita instalada no município, ela oferta cursos de graduação na modalidade Superior Tecnológica com a tradição e qualidade das demais FATEC do Estado. Oferta atualmente os cursos de Tecnologias em Comércio Exterior, Transporte Terrestre, Gestão da Tecnologia da Informação, Eventos e Gestão Empresarial. A cidade possui também uma escola do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, inaugurada no dia 29 de Maio de 2009. A escola é fruto de uma parceria entre o Senai-SP e a prefeitura Municipal. A escola oferece cursos técnicos na área Gráfica e Editorial, além de aprendizagem industrial em Eletrônica e outros cursos.
Ainda, no ensino superior, em Vila Porto está localizado o câmpus Barueri da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, inaugurado em 21 de agosto de 2006, durante as comemorações dos 60 anos da PUC-SP, localiza-se próxima aos bairros de Alphaville e Tamboré. O prédio foi construído com recursos da prefeitura, que desejava uma universidade de ponta na região. O campus oferece cursos de graduação em Economia e Comércio Internacional, Administração de Empresas e Psicologia. Além disso, há 23 cursos oferecidos pela Coordenadoria Geral de Especialização, Aperfeiçoamento e Extensão, e o cursinho Foco (Formação Complementar para Vestibulandos).
A cidade oferece diversas opções de cultura para a população, como o Museu Municipal de Barueri, localizado no bairro do Jardim Belval, instalado em um casarão construído em 1920. O museu foi tombado pelo Conselho Municipal de Patrimônio Histórico Cultural. O local abriga uma série de exposições temporárias e permanentes, contando, através delas, a história de Barueri desde 1560. O local abriga, também, objetos indígenas encontrados na Aldeia de Barueri. O museu abriga também um antigo vagão estilo inglês de 1901, que serve como biblioteca.
O Museu da Bíblia está localizado na Vila Porto. É resultado da parceria entre a Prefeitura Municipal de Barueri e a Sociedade Bíblica do Brasil. É o primeiro museu do país neste segmento. O museu possui Bíblias e partes de texto bíblicos em mais de 1 500 idiomas, possui também várias miniaturas, incluindo o menor livro do mundo. O museu abriga também uma réplica da prensa de Gutenberg, que imprimiu a primeira bíblia da história. Interligado ao Museu está o Centro de Eventos, um pátio com 2 auditórios com 497 poltronas cada, totalizando 994 poltronas, é destinado a convenções, seminários, workshops entre outros. Barueri possui também um teatro, o Teatro Municipal de Barueri. Inaugurado em 1992, recebe diversos eventos culturais, como apresentações de comédia stand-up, orquestras e peças teatrais.
Esporte
Barueri possui uma excelente infraestrutura esportiva, atendendo praticantes das mais diversas modalidades esportivas. São mais de oito praças esportivas, campos de futebol gramado com alambrado e vestiários, incentivando o esporte amador. A prefeitura oferece escolinhas de esportes gratuitas como aulas de tênis, judô, caratê, futebol de salão, futebol de campo, skate, entre outros. São, ao todo, treze ginásios municipais abertos ao público para práticas das mais diversas atividades esportivas. Além disso, são nove o total de pistas de skate espalhadas por toda a cidade e trinta e duas quadras descobertas.
- Ginásio Poliesportivo José Correa - Com capacidade para 5.000 pessoas, o ginásio já foi palco de grandes disputas e campeonatos nacionais e internacionais. O ginásio está localizado na região central da cidade.
- Arena Barueri - A Arena Barueri é uma das mais modernas arenas esportivas do Brasil. Tem capacidade para 32.000 pessoas. A Arena Barueri proporcionou ampla satisfação aos munícipes. Por várias vezes, grandes clubes da capital, como São Paulo Futebol Clube, Corinthians e Santos Futebol Clube, utilizaram a arena como uma alternativa ao Pacaembu, devido aos baixos custos de aluguel cobrado pela prefeitura e a proximidade a São Paulo. O histórico gol 100 (centésimo gol) do goleiro Rogério Ceni marcado em cima do Corinthians, também foi aqui na Arena Barueri. O jogo acabou 2 a 1 para o time do Morumbi.
Na década de 2000, Barueri ganhou notoriedade nacional. O clube Grêmio Recreativo Barueri disputava então a Série A do Campeonato Brasileiro de 2009, em 2010, após divergências entre a prefeitura e a diretoria do time, o Grêmio Barueri deixou a cidade e o time representa a cidade de Presidente Prudente. No mesmo ano, após adquirir o Campinas Futebol Clube, um grupo de empresários o rebatiza para Sport Club Barueri.
A cidade também é famosa pela realização da Corrida de São Silveira, originada nos anos 1960 e realizada oficialmente desde 1975.
- Parque Municipal Dom José - O Parque Municipal Dom José é a principal área de lazer e recreação ao ar livre da cidade. Localizado na região do Jardim Tupancy, o parque possui uma ótima infraestrutura esportiva, sendo que as principais modalidades praticadas no parque são: rúgbi, tênis, corrida e caminhada, jiu-jítsu, zumba, treino funcional, futebol, zumba, futebol americano, dança, capoeira, skate, voleibol de areia. O parque é utilizado como centro de treinamento para o time de rúgbi União Rugby Alphaville, o principal time de rúgbi da região e uns dos principais do estado de São Paulo.
Economia
Barueri é um dos principais centros financeiros do estado de São Paulo, e um dos polos empresariais mais famosos do Brasil.
Sua economia baseia-se em sua arrecadação de impostos, em especial o imposto sobre serviços de qualquer natureza, proveniente da prestação de serviços. A cidade abriga o bairro de Alphaville, um dos centros empresariais mais renomados do país, contando com sedes e filiais de grandes empresas como Boa Vista SCPC, AES Brasil, Azul Linhas Aéreas Brasileiras, Cielo, HP Brasil, Redecard, Walmart Brasil entre outras. Possui a alíquota de ISS mais baixa da Região Metropolitana de São Paulo, que varia entre 2% e 3%, conforme dados da prefeitura de Barueri.
A cidade é a 14ª mais rica do Brasil, com um produto interno bruto de R$26.994.700,00, superior a 18 capitais estaduais e grandes cidades do interior do país, sendo o sexto maior do estado de São Paulo, atrás apenas das cidades de São Paulo, Guarulhos, Campinas, Osasco e São Bernardo do Campo. Esses números, aliados à qualidade de vida que a região oferece, tem atraído cada vez mais pessoas interessadas em viver na cidade, o que consequentemente acaba gerando grande procura por imóveis.
Parques Empresariais
Barueri possui um Parque industrial bem desenvolvido. A tendência é o crescimento neste segmento em razão dos seguintes fatores: proximidade da capital paulista e rota para o Mercosul; política de baixa tributação garantida por Lei; disponibilidade de mão de obra qualificada; infraestrutura para a instalação de novas empresas: sistema viário, asfalto, iluminação pública, ligação de água, entre outros.
São cinco os parques empresariais em Barueri: Alphaville e Tamboré; Jardim Califórnia; Jardim Belval; Votupoca e Jardim São Luiz.
Relevo e vegetação
O relevo é classificado como ondulado na maior parte da cidade praticamente, caracterizado por vertentes e altos de serra. O município tem altitude média de 719 metros em relação ao nível do mar. O ponto culminante do município está localizado na região oeste da cidade, entre os bairros Alto e Aldeia da Serra, chegando a mil metros de altitude. A vegetação original do município é predominantemente de mata atlântica: hoje, no entanto, seus remanescentes são apenas quatro por cento da cobertura original, ainda com locais de Floresta Ombrófila Densa, e capoeira.
Clima
O clima de Barueri é considerado subtropical, com diminuição de chuvas no inverno e temperatura média anual de 18 °C, sendo o mês mais frio julho (média de 15 °C) e o mais quente fevereiro (média de 22 °C). O índice pluviométrico anual fica em torno de 1440 mm.
Referência para o texto: Wikipédia .

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Taboão da Serra - São Paulo

Taboão da Serra é um município brasileiro do estado de São Paulo, localizado na Zona Sudoeste da Região Metropolitana de São Paulo.
Sem divisas geográficas relevantes com a capital paulista, Taboão da Serra não se distingue dos bairros paulistanos com os quais faz divisa, como Butantã e Campo Limpo, ou seja, é uma cidade conurbada com a capital paulista, um fenômeno cada vez mais comum nas últimas décadas nas cidades da Região Metropolitana de São Paulo. Por muitos anos, a cidade se dividiu entre o perfil de cidade dormitório e de localidade industrial.
Até meados da década de 1990, a cidade mantinha o perfil industrial como principal atividade econômica. O seu parque industrial, no entanto, não era suficientemente robusto para absorver toda a mão-de-obra do município, que acabava se deslocando até São Paulo para encontrar emprego. No início dos anos 2000, o caráter econômico passou por mudanças.
Com o encarecimento dos custos e os problemas de tráfego, muitas indústrias deixaram a cidade e o município passou a ter características mais comerciais, passando a ocupar em poucos anos o posto de pólo de atração de serviços da região sudoeste da Grande São Paulo. Nessa época, grandes varejistas – como o Grupo Pão de Açúcar, Carrefour, Wal Mart e a Nacional Iguatemi (administradora do Shopping Taboão) – realizaram investimentos em Taboão da Serra, o que consolidou o perfil terciário da cidade.
A chegada de grandes varejistas abriu novas frentes de emprego e oportunidades para os habitantes. Com a chegada dessas empresas, a cidade passou a contar com serviços que não existiam na cidade, como cinemas e supermercado aberto 24 horas. Isso consolidou a cidade como pólo de atração de cidades vizinhas – como Embu das Artes e Itapecerica da Serra – e de bairros paulistanos próximos – como o Butantã, Vila Sônia, Portal do Morumbi, Campo Limpo e Capão Redondo.
História
A história de Taboão da Serra é, de certa forma, antiga, chegando a se confundir com a própria história da cidade de São Paulo, em alguns aspectos. Nos séculos XVI e XVII, a região de Taboão da Serra fez parte da rota dos bandeirantes paulistas que viviam nos arrabaldes do que hoje pertence ao centro de São Paulo.
Muitos bandeirantes passavam pelo município em busca de índios para serem escravizados. Ao mesmo tempo, esta região servia de rota tanto para o litoral paulista, quanto como ponto de passagem para a Região Sul do Brasil. Para proteger os índios dos bandeirantes paulistas, alguns jesuítas criaram áreas de proteção para os nativos em terras que pertencem, atualmente, aos municípios de Taboão da Serra e Embu.
Quanto ao nome do município, "Taboão", existem três hipóteses:
- veio da taboa, planta hidrófila que era facilmente encontrada na cidade em brejos próximos ao Córrego Pirajuçara;
- veio do termo tupi taba, que significa "aldeia";
- veio de uma grande tábua que era colocada sobre o rio Poá.
"Da Serra" provavelmente foi uma homenagem ao relevo local e à cidade mãe (Itapecerica da Serra).
Na região havia diversas aldeias indígenas que foram destruídas nos fins do século XIX e início do XX pelos europeus nela recém-chegados, tanto para a posse da visando a atividade agrícola, quanto para o surgimento de pequenas vilas, as quais foram formadas no início do século XX.. Por volta de 1910, foi criado um vilarejo chamado Vila Poá, às margens dos córregos Poá e Pirajuçara. Em 1953, a região já era um subdistrito de Itapecerica da Serra.
A emancipação de Taboão da Serra, e sua consequente elevação à categoria de município, deu-se em 1° de janeiro de 1959, graças aos esforços de (entre outros) Léo Baranowsky, Sebastião da Cunha, Benedito Carneiro de Freitas, Hosuke Hataka, Luzia Hellmeister, Mary Rose Ducase Maciel, José André de Moraes, José Ruiz Moreno e Álvaro Manoel de Oliveira. A criação do município foi ditada e aprovada na Assembléia e promulgada pelo governador de São Paulo à época. Foi reeditada em 18 de fevereiro de 1959 e publicada no diário oficial um dia após.
Geografia
Localizada na Região Metropolitana de São Paulo, também conhecida como Grande São Paulo, a oeste da capital paulista, na Microrregião de Itapecerica da Serra. A população estimada pelo IBGE em 2008 era de 227.343 habitantes e a área é de 20 km², o que gera uma densidade demográfica de 10.704,17 hab/km².
Taboão da Serra é o quarto menor município, em área geográfica, do Estado de São Paulo (atrás apenas de Poá), com área de 17,1 km², seguido de São Caetano do Sul (cidade da região conhecida como ABC Paulista com 15 km²) e Águas de São Pedro (com 3,5 km²). Tem como vizinhos a capital paulista, Embu das Artes, a sudoeste e oeste, e uma diminuta divisa com Cotia a noroeste.
O relevo da região de Taboão da Serra faz parte de duas unidades geomorfológicas, que são a Província do Planalto Atlântico e a Zona do Planalto Paulistano. Assim como toda a região metropolitana, a cidade se desenvolveu ao longo da Bacia Sedimentar de São Paulo onde existe um relevo suave na parte central com colinas e áreas de morros cristalinos, como na divisa de município, onde se localiza a Morraria do Embu. Taboão da Serra está localizada na Latitude 23º 37' 34" Sul e na Longitude 46º 47' 30" Oeste. A cidade fica a 747 metros acima do nível do mar.
O clima em toda a região é classificado como tipo "C", ou seja, subtropical, o que propicia fortes chuvas durante o verão e um inverno seco. A temperatura média anual em Taboão da Serra gira em torno de 18 °C e índice pluviométrico de 1.465 milímetros (mm).
Referência para o texto: Wikipédia .

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Gravataí - Rio Grande do Sul

Gravataí é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul pertencente à microrregião de Porto Alegre e Mesorregião Metropolitana de Porto Alegre, localizando-se a norte da capital do estado.
História
Origens e pioneirismo
Ao expandir seus domínios para o sul da América no século XVIII, a Coroa Portuguesa concedia cartas de sesmarias a quem já habitava a região, com o intuito de povoá-la. Pedro Gonçalves Sandoval, natural de Lima (Peru), recebeu a primeira sesmaria, pois já habitava o chamado rincão de Gravataí, nos campos de Viamão. Nesta época, o capitão João Lourenço Veloso também recebeu sua sesmaria, dando posse das terras que habitava no mesmo rincão, mais a nordeste, próximo ao Morro Itacolomi. Parte dessas terras seria comprada pela coroa portuguesa para assentamento da então Aldeia dos Anjos. Era o primeiro arranchamento da aldeia, transferido posteriormente para as atuais terras centrais de Gravataí.
Desde tempos pré-coloniais que Portugal e Espanha avançavam um no território de outro; por esse motivo em 1750 assinaram o Tratado de Madrid, estipulando que Portugal devolveria a Colônia do Sacramento, fundada em território espanhol em troca dos Sete Povos das Missões, mais a nordeste. Para povoar os Sete Povos das Missões, os portugueses trariam colonos do superpovoado arquipélago dos Açores. Como consequência do acordo e do posterior Tratado de Santo Ildefonso (1777), os guaranis que habitavam os Sete Povos das Missões deveriam deixar a região. Como os índios não aceitaram abandonar as terras, teve início a Guerra Guaranítica. Em consequência da guerra, milhares de índios fugiram para o território português, estabelecendo-se nas imediações do Rio Pardo, atualmente rio Santa Maria. Desse contingente de refugiados, cerca de mil índios guaranis foram trazidos, em 1762, pelo Capitão Antônio Pinto de Carneiro para as proximidades do rio Gravataí, dando início ao povoamento da Aldeia dos Anjos. Note-se que a Aldeia já existia de fato antes de sua data oficial de fundação, em 8 de abril de 1763. Com a confusão gerada pela Guerra Guaranítica, os colonos açorianos que originalmente seriam assentados nos Sete Povos das Missões tiveram que ocupar outras áreas, ou seja, o Vale do rio Jacuí (centro do estado) e o Vale do rio Gravataí.
Com a chegada de José Marcelino de Figueiredo, Governador da Província de São Pedro, em 1772, a Aldeia dos Anjos começou a se desenvolver. José Marcelino de Figueiredo urbanizou o aldeamento, construindo escolas, olarias e moinhos. Os índios Tapes, foragidos das Missões Jesuíticas do Uruguai, foram estabelecidos em Gravataí por Marcelino de Figueiredo, que os fez aprender a cultura do trigo a que mais tarde se dedicaram.
Formação administrativa e política
Com a criação dos quatro primeiros municípios do estado do Rio Grande do Sul, em 7 de outubro de 1809, a então Aldeia dos Anjos alçou-se à condição de distrito de Porto Alegre. Em 11 de junho de 1880, com o grande trânsito de carretas de mercadorias vindas principalmente do Litoral Norte e de Santo Antônio da Patrulha, passou à condição de Vila. Quatro meses depois, em 23 de outubro de 1880, foi instalado de forma oficial o município de Gravataí; que tem origem na língua guarani, onde gravatá é o nome de uma espécie de Apiácea, embora erroneamente classificado como Bromeliácea, abundante na região, enquanto que "hy" significa rio na linguagem nativa. Até o final do século XIX a grafia correta para o nome do município era "Gravatahy", que pode ser traduzido literalmente como "Rio dos Gravatás".
Desenvolvimento econômico e social
Nas últimas décadas do século XIX, registrou-se um significativo desenvolvimento da região, principalmente em função do cultivo da mandioca e da exportação de sua farinha para outras partes do país e exterior, através do Passo das Canoas. A cultura da farinha de mandioca garantiu desenvolvimento econômico para o município até a primeira metade do século XX. Na década de 1930, assumiu o governo do município José Loureiro da Silva, que, durante seu mandato, configurou uma importante fase desenvolvimentista para Gravataí. Entre as suas principais realizações estão a implantação do sistema de energia elétrica na cidade, o alargamento e calçamento das primeiras ruas, a construção da faixa ligando Gravataí a Porto Alegre e o projeto urbanístico atual do centro da cidade.
A partir da década de 1960, a cidade entrou em um rápido processo de industrialização. Alguns dos fatores determinantes para que Gravataí abandonasse a economia agrária foram a construção da auto-estrada BR-290 (também conhecida como "Freeway") e a criação do distrito industrial. Esse desenvolvimento, juntamente com o crescimento de cidades próximas, fez com que em 8 de junho de 1973, pela lei complementar federal nº 14, fosse criada a Região Metropolitana de Porto Alegre, envolvendo além de Gravataí, outros 31 municípios. Em 2001, com praticamente quatro milhões de habitantes, era a 102ª maior aglomeração urbana do mundo.
História recente
Um importante fato para a economia da cidade foi a instalação do Complexo Industrial da General Motors, ocorrida entre o final da década de 1990 e começo da década de 2000. O anúncio da sua instalação foi feito em 17 de março de 1997, data que ficou sendo um marco de desenvolvimento do município, visto que esta empresa veio juntar-se ao Parque Industrial de grande porte e ao comércio da cidade. O complexo consolidou o perfil industrial da cidade e tornou Gravataí um dos maiores polos da indústria metal-mecânica brasileira.
Ultimamente a predominância do espaço rural tem vindo a ser substituída pelo urbano, para atender às exigências da expansão urbana, dada pelo aumento das atividades produtivas na cidade (indústria, comércio e serviços) e pelo aumento da demanda habitacional, gerado pela concentração populacional. O limite entre o campo e a cidade está deixando de ser visível e a população do campo vem decrescendo a cada ano. Geomorfologia, geologia e hidrografia.
Geomorfologia, geologia e hidrografia
O relevo de Gravataí e da Região Metropolitana de Porto Alegre é caracterizado pela predominância de três grandes domínios morfoestruturais. São eles: depósitos sedimentares, bacias e coberturas Sedimentares, além do embasamento em estilos complexos. A geologia da RMPA é caracterizada por quatro domínios tectono-estruturais compartimentados a partir de suas características quanto ao ambiente deposicional, origem, características lito-estruturais e idade. São eles: Dorsal de Canguçu (representado pelo Complexo Gnáissico arroio dos Ratos e compreende ortognaisses tonalíticos a granodioríticos), Cinturão Dom Feliciano (constitui-se por rochas graníticas não deformadas associadas a vulcânicas ácidas como dacitos, riólitos e riodacitos), a Bacia do Paraná (representada por rochas de idade permiana e triássica) e Planície Costeira e Aluviões.
Dentre as diversas formações geológicas aflorantes no município, as mais extensamente representadas são aquelas que apresentam um menor potencial fossilífero: depósitos quaternários, Formação Serra Geral e Formação Botucatu. Entretanto, algumas ocorrências localizadas de unidades geológicas altamente fossilíferas podem ser detectadas em Gravataí. São elas: Formação Rio do Rasto, Formação Estrada Nova e Formação Rio Bonito. Estas unidades geológicas representam depósitos permianos (295-245 milhões de anos) no estado, incluindo registros de vida do final do período Paleozoico. Registros de fósseis animais e vegetais também são reportados para estas formações em várias outras regiões do estado.
O município está localizado, em sua maior parte, na bacia hidrográfica do rio Gravataí e, em uma pequena parte, da bacia hidrográfica do rio dos Sinos. O rio Gravataí nasce em Santo Antônio da Patrulha e suas nascentes não são claramente definidas, pois as planícies alagadas formam uma espécie de canal que vai se estreitando ao longo de 16 km. Do ponto denominado Passo do Vau, parte mais estreita desse canal e que corresponde ao afunilamento dos banhados, até a foz, o rio conta com 39 km de extensão. Grande parte das áreas urbanizadas ao londo do leito estão concentradas no seu trecho inferior. Os arroios que desaguam na margem direita do rio Gravataí são: arroio do Pinto, arroio Demétrio, arroio Barnabé, arroio Brigadeiro e arroio Grande.
Clima
O clima de Gravataí é subtropical (tipo Cfah segundo Köppen), com duas estações bem definidas; verões quentes e invernos frios, condição determinada tanto pela latitude, como pela ação dos anticiclones do oceano Atlântico e do móvel polar. O mês mais quente, fevereiro, tem temperatura média de 25,5 °C, sendo a média máxima de 30 °C e a mínima de 21 °C. E os meses mais frios, junho e julho, possuem média de 15 °C, sendo 19 °C e 11 °C as médias máxima e mínima, respectivamente. Na região predominam ventos do quadrante sul e do leste. Esses ventos são oriundos das altas pressões subtropicais, comuns nessa área, devido a fatores de posição geográfica.
Ecologia e meio ambiente
Em Gravataí predominam as seguintes formações vegetais originais e antrópicas na área urbana e rural no município: Formações Pioneiras (ocorrem nas planícies baixas e inundáveis do rio Gravataí e possuem vegetação variada, com predomínio de espécies arbustivas e arbóreas); Floresta Estacional Semidecidual (ocorria em uma floresta na parte norte da cidade, dando lugar a loteamentos e indústrias, hoje restando alguns poucos remanescentes); Vegetação Secundária (ocupa, naturalmente, as áreas em que a vegetação original florestal, arbustiva e herbácea foi removida); Agricultura e reflorestamento (áreas que antes foram ocupadas pelas matas e que hoje estão sendo usadas para agricultura, pecuária, pomares e reflorestamentos); além da Vegetação urbana. Essa última encontra-se localizada em praças, parques e vias públicas.
Atualmente há 22 praças arborizadas, muitas com espécies nativas. Há três parques, com abundantes áreas verdes, sendo dois mantidos pelo poder público. São eles: o Jayme Caetano Brum, que possui área de 13.837,92 m², o Parcão da "79", com área de 29.000,00 m², e o Pampas Safari, que possui 320 ha., sendo um parque particular, no qual se encontram distribuídos mais de 1.300 exemplares de animais da fauna mundial. É considerado o maior parque-safari da América do Sul. Cabe à administração municipal, com base no Código de Arborização Urbana, adequar a arborização da cidade às condições ambientais, utilizando espécies vegetais adequadas a cada situação. O município possui ainda três unidades de conservação, sendo elas: a Reserva Ecológica do Banhado Grande, criada pelo estado através do Decreto nº 38.971 de 23 de outubro de 1998, possuindo área de 400 ha.; o Morro Itacolomi, que é considerado uma área de preservação ecológica e paisagística do município, sendo revestido por vegetação nativa; além da Estância Província de São Pedro, contando com 400 ha. e arborização nativa.
Economia
Setor primário
A agricultura é o setor menos relevante da economia de Gravataí.
Setor secundário
A indústria, atualmente, é o setor mais relevante para a economia do município. 2.371.233 reais do PIB municipal são do valor adicionado bruto da indústria (setor secundário). Grande parte desses lucros originam-se no Complexo Industrial Automotivo de Gravataí da General Motors do Brasil, criado em 17 de março de 1997 e inaugurado em 20 de julho de 2000. Desde então o município passou a ter uma visibilidade nacional no ramo. Atualmente a fábrica produz cerca de 240 mil veículos por ano, sendo 40% do que a GM produz em todo o Brasil. O complexo está localizado em uma área total de 386 hectares, sendo que em 2007 as fábricas ocupavam 940 mil m² de área construída e 50 hectares são destinados à preservação ambiental.
Setor terciário
A prestação de serviços rende 2.002.743 reais ao PIB municipal. O setor terciário atualmente é a segunda maior fonte geradora do PIB gravataiense. De acordo com o IBGE, a cidade possuía, no ano de 2008, 7.489 unidades locais, 7.290 empresas e estabelecimentos comerciais atuantes e 104.358 trabalhadores, sendo 56.664 pessoal ocupado total e 47.694 ocupado assalariado. Salários juntamente com outras remunerações somavam 899.229 reais e o salário médio mensal de todo município era de 3,6 salários mínimos.
Educação
O município conta com escolas em todas as suas regiões.
Cultura
Artes e artesanato
No cenário teatral de Gravataí, destaca-se os serviços disponibilizados pela unidade do Serviço Social do Comércio de Gravataí (SESC Vale do Gravataí). A instituição conta com sala multiuso para 120 pessoas, biblioteca com um acervo de mais de 4.000 exemplares de obras literárias e livros de consulta na área técnica, clube para idosos e uma sala de teatro com capacidade para 779 pessoas. O SESC organiza em todos os anos diversas atividades culturais, como realizações de peças teatrais, mostras de cinema e espetáculos musicais. Também destaca-se a realização de eventos pela prefeitura com âmbito à área artística, como a Conferência Municipal de Cultura, realizada em março, e a Semana Municipal da Leitura, em outubro.
Uma entidade de destaque na área artística da cidade é a SCB Acadêmicos de Gravataí, uma escola de samba criada em 1961 que atualmente representa Gravataí no Carnaval de Porto Alegre, sendo a principal do município. Desde 2007, a escola pertence ao chamado "Grupo Especial de Porto Alegre", que reúne as dez melhores escolas de samba dos desfiles da capital gaúcha.
O artesanato também é uma das formas mais espontâneas da expressão cultural gravataiense. Em várias partes do município é possível encontrar uma produção artesanal diferenciada, feita com matérias-primas regionais e criada de acordo com a cultura e o modo de vida local. Alguns grupos, como a Casa do Artesanato de Gravataí, reúnem diversos artesãos da região, disponibilizando espaço para confecção, exposição e venda dos produtos artesanais. Normalmente essas peças são vendidas em feiras, exposições ou lojas de artesanato.
Turismo e eventos
Gravataí ainda conta com diversos pontos turísticos, como: a Igreja Matriz Nossa Senhoras dos Anjos, já citada anteriormente, cujas obras tiveram início em 1772 e foi construída em estilo barroco português; o Colégio Dom Feliciano, que foi a primeira escola particular do município e atualmente é mantido pelas irmãs do Imaculado Coração de Maria, sendo sua arquitetura conhecida por possuir um arco que liga a escola de um prédio ao outro sobre a avenida José Loureiro da Silva;o CTG (Centro de Tradições Gaúchas) Aldeia dos Anjos, sendo um dos melhores CTG's do Rio Grande do Sul já campeão 10 vezes do ENART; o Prédio da Prefeitura Municipal, que é a sede da prefeitura, construída em estilo eclético, guardando características do neoclássico e do moderno, sendo adquirido em 1894 para a instalação da intendência municipal e reformado em 1996; a Capela Santa Cruz, feita por índios para abrigar uma cruz, era local de adoração e preces dos habitantes do povoado de Gravataí, sendo que em 1909 a capela estava em ruínas, e com donativos da comunidade foi iniciada a sua reconstrução, concluída em 1944; o Museu Municipal Agostinho Martha, cujo acervo conta a história colonial da região do Vale do Rio Gravataí, destacando-se a moenda de cana, o tear manual, bem como todo o complexo artesanal da tecelagem, além de possuir uma sala com móveis da região dos Açores, em Portugal, e de ser onde está o Arquivo Histórico Municipal; o Casarão dos Fonseca, conhecido em 1877, possui características da arquitetura colonial portuguesa, trazida pelos colonos açorianos; e o Casarão dos Bina, em estilo português datado de 1882, o casarão faz parte de uma propriedade rural com cerca de 40 hectares, denominada Sítio do Sobrado, cujo porão da casa abrigou uma senzala com grande número de escravos. Neste local atualmente funciona a Fundação Municipal do Meio Ambiente.
Para estimular o desenvolvimento socioeconômico local, a prefeitura de Gravataí, juntamente ou não com empresas locais, investe no segmento de festas e eventos. Essas festas, muitas vezes atraem pessoas de outras cidades, exigindo uma melhor infraestrutura no município e estimulando a profissionalização do setor, o que é benéfico não só aos turistas, mas também a toda população da cidade. As atividades ocorrem durante o ano inteiro. Dentre a lista de Eventos Oficiais da cidade, que é divulgada anualmente pelo governo municipal, há: a Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, realizada sempre em 2 de fevereiro; o carnaval de Gravataí, sempre em fevereiro ou março; a Paixão de Cristo, sempre em março ou abril; a festa das Bromélias, em abril; as celebrações de Corpus Christi, em maio ou junho; a Semana da Pátria e Desfile Cívico, em setembro; a Semana Farroupilha, em setembro; e a Semana da Consciência Negra no Município, em novembro.
Referência para o texto: Wikipédia.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Suzano - São Paulo

Suzano é um município brasileiro do estado de São Paulo, localizado na Região Metropolitana de São Paulo e Alto Tietê.
Etimologia
O nome "Suzano" foi escolhido em homenagem ao engenheiro Joaquim Augusto Suzano Brandão, responsável pela conclusão das obras da estação ferroviária de Guaió em 1908. Segundo as normas ortográficas vigentes da língua portuguesa este topônimo deveria ser grafado "Susano".
História
Fundação e povoamento
O fundador do povoado que viria a se transformar no município de Suzano foi o padre jesuíta Francisco Baruel, que tinha por missão a catequese dos indígenas, em meados de 1660. O Frei Baruel deu início à construção de uma capela, após disputas acirradas entre índios Pés Largos e os Guaianases, nativos daquela área, com o objetivo de apaziguar os ânimos dos indígenas. A construção atraiu novos moradores e logo se formou um povoado. O santuário foi reconstruído em 1750 pelo padre Antônio Sousa e Oliveira, que deu a ele o nome de Nossa Senhora da Piedade de Taiaçupeba. 135 anos mais tarde, a capela foi transformada em igreja. Em 1895 a igreja ruiu por conta de uma forte chuva e somente com a chegada da família Bianchi foi reconstruída. Desde então a área passou a ser conhecida como Baruel - nome escolhido pela presença da família Barweel, que chegou a Suzano no século XVI.
Na década 1870, foram implantados os trilhos da Estrada de Ferro São Paulo - Rio de Janeiro. Alguns anos mais tarde, em 1879, estabeleceu-se na região Antônio Marques Figueira, feitor da Estrada de Ferro. Em 1885, chegou à região o seu irmão Tomé Marques Figueira, que muito contribuiu ao povoado. Em 1890, os dois irmãos mandaram elaborar a planta da cidade, trabalho executado pelo Conde Romariz. A primeira denominação da localidade foi "Vila da Concórdia", nomeada posteriormente de "Vila da Piedade". Com a encampação da ferrovia pela companhia Estrada de Ferro Central do Brasil, em 1891, houve a consolidação do vilarejo.
A via férrea que passa pelo Alto Tietê, conhecida na época como Estrada de Ferro do Norte ou São Paulo-Rio, foi construída por fazendeiros do Vale do Paraíba, com o propósito inicial de fazer o transporte do café. Na época, o local era conhecido como Guayó, mas anos mais tarde o nome foi alterado para Suzano em homenagem ao engenheiro Joaquim Augusto Suzano Brandão, que morava na central ferroviária. Como em todas as cidades da região, a estrada foi uma das principais responsáveis pelo desenvolvimento da área, que a partir dos trilhos registrou um número bem maior de visitantes. Com isso, iniciou-se a implantação de várias indústrias, atraídas pelas vantagens do transporte mais eficaz e rápido dos trens. Em 1869 a estação de trens foi oficialmente construída.
Em janeiro de 1897, foi realizada a primeira missa na nova igreja construída pelos irmãos Marques Figueira, passando a vila a ser conhecida por "São Sebastião do Guaió". As reivindicações por melhores nas instalações da parada de trens foram levadas ao engenheiro residente da ferrovia doutor Joaquim Augusto Suzano Brandão que, após desenvolver criterioso estudo, atendeu às reivindicações. Foi construída uma estação na localidade e a vila, a 11 de dezembro de 1908, passou a ser chamada oficialmente pelo nome de Suzano, em homenagem a ele. Em contrapartida, a rotina calma da estação ficou no passado. Com cerca de 18 mil usuários passando diariamente pela estação atualmente, o corre-corre e a agitação fazem parte do dia-a-dia nos trilhos.
Século XX
Em 1908, desembarcaram do cargueiro Kasato Maru, no porto de Santos, os primeiros imigrantes japoneses no Brasil. Eles foram convencidos por um japonês chamado Ryu Mizuno de que o trabalho de poucos anos nas lavouras de café brasileiras lhes daria fortuna suficiente para voltar ao Japão e viver tranquilamente o resto de seus dias. Em Suzano, a colônia mantém suas tradições e está inserida definitivamente em todos os setores do município.
Apesar de ser a principal influência de cultura estrangeira, e de sua predominância, não foram apenas os descendentes de japoneses que criaram a atual identidade de Suzano. Muitas famílias de origem italiana também vieram para a cidade e serviram como base para a criação de alguns bairros e indústrias importantes na história de Suzano. Os Raffo foram uma delas. O italiano Giovanni Battista Raffo veio para Suzano em 1915. Para não perder os laços com sua terra natal, deu início à fabricação de vinho no porão da sua casa, em um sobrado na Rodovia índio Tibiriçá. Anos mais tarde, em 1962, ampliou a empresa e deu a ela o nome de Viti Vinícola Irmãos Raffo Ltda., e depois, Indústria de Bebidas Irmãos Raffo Ltda. Hoje o bairro é conhecido como Raffo.
A partir do início do século XX, o povoado experimentou constante crescimento, com aumento expressivo de sua população, o que justificou sua elevação a categoria de Distrito, anexo ao município de Mogi das Cruzes, por meio da Lei Estadual nº 1705 de 27 de dezembro de 1919, promulgada pelo então presidente do estado de São Paulo, Altino Arantes. Também ficou registrado na história do município o dia 8 de dezembro de 1940, quando o então arcebispo de São Paulo, Dom José Gaspar d'Afonseca e Silva, determinou a elevação de Suzano a categoria de Paróquia, motivado pela importância do Distrito no contexto regional.
Após um longo caminho, em 8 de dezembro de 1948, Suzano atingiu a condição de município por meio de sua emancipação de Mogi das Cruzes, através de lei sancionada pelo então governador do estado de São Paulo, Ademar Pereira de Barros. Em 14 de abril de 1958, foi criada por lei estadual a Comarca de Suzano, cuja instalação ocorreu em 26 de maio de 1962.
Clima
O clima da cidade, como em toda a Região Metropolitana de São Paulo, é o Subtropical. A média de temperatura anual gira em torno dos 18 °C, sendo o mês mais frio Julho (Média de 14 °C) e o mais quente Fevereiro (Média de 22 °C). O índice pluviométrico anual fica em torno de 1550 mm.
Economia
A economia suzanense é fortemente caracterizada pelas atividades industrial, comercial e hortifrutigranjeira. Suzano tem hoje o maior PIB per capita do Alto Tietê e é referência industrial e comercial da região.
Setor primário
A produção agrícola no município de Suzano foi ancorada fundamentalmente na colônia japonesa existente. A olericultura e a produção de flores se faziam presentes na riqueza da cidade. Nas décadas de 80 e 90, Suzano era conhecida como a "Cidade das Flores", pois tanto produzia quanto exportava flores. Suzano faz parte do chamado Cinturão Verde da Região Metropolitana de São Paulo. Há uma forte presença de produtores rurais (cerca de 540 produtores rurais, metade deles de origem japonesa) que produzem verduras e legumes. Também está em Suzano o maior produtor da América Latina de poinsetia (folhagem vermelha utilizada principalmente nas decorações de Natal).
Setor secundário
O município abriga indústrias de grande porte, tanto de capital nacional quanto estrangeiro, destacando-se a NSK, Mitutoyo, Suzano Papel e Celulose, Nadir Figueiredo (antiga Corning do Brasil), Clariant (antiga Hoescht), Orsa, Nalco do Brasil, Tsuzuki, CBD Mecânica Industrial, Komatsu, Kimberly-Clark Brasil e Formica. Devido a sua forte produção industrial, a arrecadação de ICMS no município é a maior da região e 20ª do Estado de São Paulo, superando, inclusive, a de Mogi das Cruzes. Atualmente há 327 indústrias em Suzano que geram quase 10 mil empregos diretos e 3.327 indiretos. Suzano foi sede da Cerâmica Gyotoku, que chegou a ser uma das principais fabricantes de pisos e revestimentos do Brasil.
Setor terciário
Nos últimos tempos tem havido um crescimento de investimentos empresariais nas áreas de comércio. As duas principais ruas de comércio no centro são as avenidas General Francisco Glicério e Benjamin Constant, onde estão as "lojas-âncora" e que atraem a população até de bairros da capital paulista. É o principal polo comercial de varejo de todo o Alto Tietê. No início dos anos 2000 foi inaugurado o Suzano Shopping, que contribuiu para a expansão comercial de Suzano. Atualmente há 3.423 estabelecimentos comerciais em Suzano. O Município também possui um Parque Aquático com Hospedagem, o Magic City.
Há também um centro comercial no Jardim Dona Benta que está localizado no Distrito do Boa Vista na região norte da cidade, nessa região está ocorrendo um aumento de investimentos na área do comércio.
Educação
Suzano possui escolas de nível fundamental, médio, técnico e superior. Na educação básica há escolas públicas e privadas, incluindo unidades do SESI. Em 2008 foi inaugurada uma escola técnica estadual construída no antigo prédio do CEFAM (Centro de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério) de Suzano. A ETEC de Suzano foi instalada no segundo semestre daquele ano. Na época da instalação, contava com dois cursos (Técnico em Gestão Ambiental e Técnico em Química).
No município está instalada uma faculdade, a Faculdade Unida de Suzano - Unisuz, e unidades de educação a distância de instituições de outros municípios. Desde o segundo semestre de 2010 uma unidade do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - IFSP, no Jardim Monte Cristo, sendo que a princípio estão sendo ministrados dois cursos técnicos (automação industrial e comércio), que tem juntos 160 vagas. Quando as obras forem concluídas, serão ministrados mais cursos técnicos e cursos de nível superior.
Ao lado do IFSP há o campus da UniPiaget Brasil.
O campus da UniPiaget Brasil faz parte do Instituto Piaget, um instituto privado de origem portuguesa de educação superior espalhado em todo território português através de 12(doze) escolas e institutos, possui também campus em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique.
Seu nome é em homenagem ao psicólogo suíço Jean Piaget.
Cultura
Suzano é um dos municípios brasileiros que mais receberam influência da cultura japonesa, por causa da Imigração japonesa no Brasil. Atualmente, há 16 mil descendentes de japonês na cidade.
Depois de desembarcarem do Kasatu Maru, primeiro navio de imigrantes japoneses a ancorar no Brasil, os 781 estrangeiros se distribuíram em várias regiões do estado de São Paulo. Os primeiros japoneses a se instalarem em Suzano foram Kisaku Haguihara e Noriyuki Oshima e dedicaram-se à agricultura. Daí por diante os japoneses tiveram intensa participação na história de Suzano, seja na cultura, economia ou política. Pedro Miyahira, que foi prefeito de Suzano na década de 1970, viabilizou a vinda de indústrias japonesas para a cidade, segmento econômico em que Suzano se destaca atualmente. Das empresas radicadas em nossa cidade podemos contar aproximadamente 30 empreendimentos conduzidos por japoneses e descendentes. Entre eles, há indústrias que estão entre as líderes de seus segmentos. Há clubes na cidade que mantêm as tradições do Japão em Suzano, promovendo festas e eventos esportivos e culturais como a Festa da Cerejeira e a gincana Undokai.
Em Suzano, parte da população residente tem origem nordestina. Um exemplo desta influência é a Festa Nordestina em Suzano (www.festanordestinadesuzano.com.br), que em 2013 reuniu cerca de 55 mil pessoas para prestigiar as comidas típicas (tapioca, buchada de bode, baião de dois, bobó de camarão, feijão tropeiro, sarapatel e caldo de mocotó) e shows de música regional. O evento é organizado pela Paróquia Santa Rita de Cássia com apoio da prefeitura.
Esportes
Atualmente Suzano possui dois times de futebol, União Suzano Atlético Clube (USAC) e Esporte Clube União Suzano (ECUS). Suzano ficou conhecida nos anos de 1990 como a "Capital do Vôlei", por causa dos prêmios conquistados pelo time masculino de volêi Report/Suzano. Pela influência japonesa, a primeira academia de judô da América é situada na cidade. As equipes de kendô de Suzano vem ganhando adeptos e se destacando no cenário nacional.
No início dos anos de 1990 Suzano era casa do time de basquete Report/Suzano. Posteriormente foi para Mogi das Cruzes, onde foi renomeado Report/Eroles/Mogi e depois Valtra/Mogi.
O mesatenista Hugo Hoyama foi integrante do ECUS entre 1994 e 1996, depois entre 2002 e 2004.
No dia 26 de julho de 2016, a cidade participou do revezamento da tocha da Rio 2016. Foi o primeiro município daquele dia a receber a chama, que depois passou também por Mogi das Cruzes, Jacareí e São José dos Campos.
Em 2019, a cidade recebeu três, dos cinco, jogos da final da Superliga Masculina de Vôlei, disputada entre Sesi e Taubaté, com a equipe do interior paulista conquistando o título inédito. Os jogos aconteceram na Arena Suzano e contaram com bom público. A decisão da Superliga não acontecia em Suzano desde a edição de 1999, quando Suzano e Ulbra disputaram o título.
Turismo
A cidade de Suzano conta com alguns pontos turísticos. São eles: Aldeia Kaiowa, que fica na divisa com o município de Ribeirão Pires; Arena Suzano, ginásio poliesportivo com capacidade para 4,5 mil pessoas, situado dentro do Parque Municipal Max Feffer; Biblioteca Municipal Maria Elisa de Azevedo Cintra: localizada dentro do Centro Cultural Francisco Carlos Moriconi, no Centro, tem uma grande variedade de livros de todos os tipos; Centro Cultural Francisco Carlos Moriconi: Fica na Rua Benjamin Constant, no Centro, e possui sala de exposições, biblioteca, salão e auditório; Estádio Municipal Francisco Marques Figueira ("Suzanão"): casa dos principais times da cidade, USAC e ECUS, tem capacidade para cerca de 3.445 pessoas e se situa no Jardim Colorado; Ginásio Paulo Portela: Localiza-se no Centro e dispõe de piscina e quadras para os atletas da cidade; Ginásio Roberto Bianchi: situa-se no bairro do Sesc e é usado como "segunda casa" dos atletas; Igreja do Baruel: primeira igreja do município está localizada às margens da Rodovia Índio Tibiriçá, no bairro homônimo; Igreja Matriz de São Sebastião: foi a segunda a ser construída no município mas é considerada a Matriz por estar localizada no Centro próximo a Estação; Parque Aquático Magic City: o maior parque aquático da Grande São Paulo, que fica no Bairro Clube dos Oficiais, no Distrito de Palmeiras; Parque Max Feffer: possui campos de futebol, futsal, pista de skate, pista de corrida, localizado na Avenida Senador Roberto Simonsen, Jardim Imperador. Praça Cidade das Flores: Localizada ao lado da Prefeitura é uma ótima opção de lazer, possuindo várias fontes artificiais de água e por isso é popularmente conhecida como "Praça das Águas"; Praça João Pessoa: uma das mais antigas da cidade, conhecida por abrigar a Igreja Matriz, fica no centro da cidade, próximo à estação de trem; Praça do Sol Nascente: fica no cruzamento de três importantes vias da cidade, Rodovia Índio Tibiriçá, Rua Baruel e Marginal do Una, possui obra de arte da artista japonesa Tomie Ohtake; Reserva do Miraporanga: esta é uma reserva que esta aberta a grupos interessados na prática de ecoturismo, bem como a Universidades e escolas que procuram um espaço para ter aulas de campo, em cursos de Turismo, Engenharia Ambiental e Biologia; Templo Budista Daigozan Jomyoji (Templo Jomyoji): localizado na Estrada dos Fernandes, na entrada do bairro Casa Branca, o templo é uma das marcas da cultura japonesa na região.
Eventos e datas comemorativas
- 20 de janeiro: Dia de São Sebastião – Padroeiro da cidade;
- 2 de abril: Dia de São Francisco de Paula – Emancipação político-administrativa.
Referência para o texto: Wikipédia .

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Camaçari - Bahia

Camaçari é um município do estado da Bahia, no Brasil. Situa-se a 41 quilômetros da capital estadual, Salvador. O município é conhecido como "Cidade Industrial", por abrigar o Polo Industrial de Camaçari. O seu gentílico é "camaçariense".
Etimologia
"Camaçari" deriva do tupi antigo kamasary, que designava a árvore atualmente conhecida como "cachaporra-do-gentio".
História
Ocupação
Em meados do século X, a região do Recôncavo Baiano foi invadida por povos tupis procedentes da Amazônia. Eles expulsaram os habitantes anteriores da região, falantes de línguas macro-jês, para o interior do continente. Quando os primeiros exploradores europeus chegaram à região, no século XVI, a mesma era habitada pela tribo tupi dos tupinambás.
A história da ocupação portuguesa do território de Camaçari começa em 1558, quando foi criada a Aldeia do Divino Espírito Santo pelos padres jesuítas, reunindo índios de várias aldeias tupinambás ao redor de uma capela de taipa sob o comando do padre João Gonçalves e do irmão Antônio Rodrigues às margens do Rio Joanes.
Em 1562, na Igreja de "Santos Spiritus", ajuntaram sete aldeias, com mil almas cristãs. Há indícios que esses índios tenham participado da "guerra do Paraguaçu", apesar de serem tupinambás, assim como os índios do Vale do Paraguaçu (região onde é hoje o povoado de São Francisco de Iguape, pertencente a Cachoeira). Mais tarde, já entre 1624 - 1640, os índios da aldeia do Espírito Santo participaram da luta contra a invasão holandesa, juntamente com o pessoal da Casa da Torre (hoje pertencente ao município de Mata de São João), o que fez crescer o índice de mortalidade por sucessivas epidemias e fome, antes mesmo da expulsão dos jesuítas no governo do Marquês de Pombal em 1755.
Após a expulsão dos jesuítas, a aldeia passou à categoria de Vila por provisão do Conselho Ultramarino, Alvará Régio de 27 de setembro de 1758, denominando-se Vila Nova do Espírito Santo de Abrantes - Vila de Abrantes - com a inauguração da Casa da Câmara e Cadeia Municipal (Senado da Câmara e Pelourinho).
A vila foi extinta em 1846 pela Resolução Provincial nº 241, de 16 de abril, sendo integrada ao município de Mata de São João. Em 1848, foi restabelecida pela Resolução nº 310, de 3 de junho, tendo o território desmembrado de Mata de São João.
Séculos XVIII e XIX
Entre os séculos XVIII e XIX, tem-se a administração da Marquesa de Niza através de Tomas da Silva Paranhos, que lhe enviou juros e rendas (enfiteuses e laudêmios) até, finalmente, adquirir a propriedade. Este latifundiário deixou 9 herdeiros: entre eles, Maria Joaquina da Silva Paranhos, casada com José Garcez Montenegro, de quem descende o desembargador Tomas Garcez Paranhos Montenegro.
No final do século XIX, houve a expansão da malha ferroviária baiana: suas principais diretrizes eram a integração com o recôncavo e a região do São Francisco. Camaçari está estrategicamente situada entre as duas bifurcações (uma em Simões Filho em direção ao recôncavo, e outra em Alagoinhas, onde a estrada toma outras duas direções – Médio São Francisco e Litoral Norte).
Abrantes, cuja importância se devia à ocupação pelos jesuítas e à limitada exploração agrícola nas terras da Marquesa de Niza, perdeu importância econômica em relação ao desenvolvimento que o interior passou a oferecer: a sede do município passou, então, a ser em Parafuso (sendo, posteriormente, construída a estação de trem). Por força política, no entanto, houve o retorno da sede para Abrantes em 1892.
Primeira administração municipal
A primeira composição administrativa (municipal) de Vila de Abrantes (sede) abrangia os distritos de Abrantes, Monte Gordo e Ipitanga (atual Lauro de Freitas). A Lei Municipal de 22 de março de 1920 criou o distrito de Camaçari, com território desmembrado de Abrantes, criação essa, confirmada pela Lei estadual nº 1.422, de 4 de agosto desse mesmo ano.
A Lei estadual nº 1.809, de 28 de julho de 1925, modificou-lhe o topônimo para Montenegro (em homenagem ao desembargador Tomas Garcez Paranhos Montenegro) e transferiu-lhe a sede para o arraial de Camaçari, elevado à categoria de vila. Mas, em 1938, em razão do Decreto-Lei estadual nº 10.724, de 30 de março de 1938, em que todos os municípios passaram a ter o nome de suas respectivas sedes, o município passou a denominar-se Camaçari, constituindo-se dos distritos de Camaçari, Abrantes e Monte Gordo. Incluindo as localidades Parafuso e Dias d'Ávila, esta última foi elevada à categoria de vila e distrito em 1953 (Lei nº 628, de 30 de dezembro de 1953).
Lauro de Freitas, em 1880, passou integrar o distrito de Montenegro, atual Camaçari. Em 1932, retornou a Salvador.
Período recente
Em 1957, estimava-se uma população de 4 300 habitantes, o que caracterizou-se como a principal cidade de veraneio da região pela excelência de suas águas minerais.
A separação do distrito de Dias d'Ávila, transformado em município segundo a Lei Estadual nº 4.404, ocorreu em 25 de dezembro de 1985, reduzindo a área de Camaçari para 773 quilômetros quadrados e retornando à formação anterior com três distritos: Camaçari (distrito sede), Abrantes e Monte Gordo.
Passou a existir, na região, um padrão de ocupação a partir da agricultura de sobrevivência, roças, arruados, chácaras e sítios. Existe, também, no município, hoje, aglomeração de populações de remanescentes de quilombo.
O município possui sobrevivências africanas na capoeira de Angola, candomblés e artesanatos, onde percebem-se as influências indígenas numa fusão com as africanas. Estão presentes, no município, as etnias banta e iorubá na sede e na orla.
As mais intensas transformações das paisagens e populações do município se dão a partir da década de 1970, quando se inicia o processo de implantação do Polo Petroquímico, e, mais tarde, com a implantação do polo de Apoio (2000) e Ford (2001), além da construção da estrada litorânea que liga o estado da Bahia a Sergipe.
Geografia
As vegetações encontradas no município são dunas, manguezais, restingas, mata ciliar e atlântica. Existem três áreas de proteção ambiental (APA): Joanes/Ipitanga, Rio Capivara e Lagoas de Guarajuba. Além das unidades de conservação: Cinturão Verde de Proteção do Complexo Petroquímico de Camaçari, Parque das Dunas de Abrantes e Parque Garcia D'Ávila.
Clima
O clima de Camaçari é tropical úmido, com uma temperatura média compensada de 25 graus Celsius (°C).
Economia
Setor secundário
A economia do município é quase totalmente baseada no polo industrial de Camaçari, inaugurado em 1978 no município e em atividade até os dias atuais, figurando como um dos mais importantes da América Latina. Foi o primeiro complexo petroquímico planejado do país. Tem mais de 60 empresas químicas, petroquímicas e de outros ramos de atividade como automotiva, destacando-se a fábrica da Ford, de celulose, metalurgia do cobre, têxtil, bebidas e serviços, entre outras.
Emprega 13 mil pessoas diretamente e 20 mil pessoas através de empresas contratadas (80 por cento da mão de obra local). Além disso, gera 45 mil empregos, sendo 15 mil diretos e 30 mil indiretos. Representa mais de 30 por cento do total exportado pelo estado da Bahia. Sua participação no Produto Interno Bruto baiano é de 20 por cento. A fábrica da Ford Motor Company, na cidade, monta os veículos Ford EcoSport, Ford Fiesta e o Ford Fiesta Sedan. Essa foi a primeira indústria automotiva a se instalar no nordeste do país e emprega cerca de 800 engenheiros.
Em dezembro de 2001, a Companhia Monsanto, no Polo Petroquímico de Camaçari, foi a primeira planta da empresa projetada para produzir matérias-primas para o herbicida Roundup na América do Sul. O investimento é equivalente a 500 milhões de dólares. A fábrica de Camaçari, a maior unidade da Monsanto fora dos Estados Unidos, é também a única planta da empresa voltada para a fabricação de matérias-primas para a linha de produção Roundup.
Setor terciário
Em Camaçari, são mais de 42 quilômetros de praias paradisíacas, o que contribui de forma acentuada para o turismo na cidade. Em Camaçari, existe a mais tradicional aldeia hippie do Brasil; o projeto Tamar de preservação das tartarugas-marinhas; e — na direção do interior — o Parque da Dunas de Abrantes e o Mirante do Cruzeiro. Também em Vila de Abrantes está a igreja mais antiga do município; construída pelos jesuítas há mais de 400 anos e, — entre muitas outras riquezas – as nascentes protegidas das quatro principais bacias hidrográficas responsáveis pelo abastecimento de água de toda a Região Metropolitana de Salvador.
Além de sua riqueza industrial, o litoral de Camaçari possui praias, como Guarajuba, Arembepe e Jauá, todas muitos frequentadas. Além delas, há também a Praia de Barra do Jacuípe, de Genipabu, de Interlagos, Praia de Itacimirim, Praia do Japonês e de Busca Vida.
Educação
Na educação, o município é sede de um campus da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), do Instituto Federal da Bahia (IFBA), da Faculdade Metropolitana de Camaçari (FAMEC) e visa construir um campus da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade Católica do Salvador (UCSal). O município também sedia o programa social Cidade do Saber, inaugurado em 22 de março de 2007 e reconhecido como o mais importante centro de conhecimento e inclusão social do estado da Bahia.
Cultura
Na área da cultura, destaca-se a Cidade do Saber, pois promove diversos eventos movimentando o calendário com exposições, concertos, espetáculos de dança e teatro, competições esportivas. A instituição, inaugurada em março de 2007, mantém uma orquestra pró-sinfônica e uma companhia de balé somadas às atividades oferecidas de educação não formal a crianças e adultos, como música, teatro, dança (em parceria com a Ebateca), artesanato, artes plásticas, judô, caratê, natação, ginástica rítmica, hidroginástica, futebol, cursos de inglês e espanhol (em parceria com as Escolas Fisk), hidroginástica. São 10 mil alunos nessas atividades, e mais 40 mil pessoas que circulam anualmente no complexo. Mantido anualmente com quinze milhões de reais da Prefeitura, além de recursos da Braskem e Cofic, é administrado pelo Instituto Professor Raimundo Pinheiro funcionando com cerca de 300 colaboradores.
A estrutura de 22 mil metros quadrados é composta por dois prédios com salas de aula distribuídas em três pavimentos, o Teatro Cidade do Saber (segundo maior teatro da Bahia e público de 19 mil espectadores em 2014), o Museu Interativo de Química, Física e Mecânica (em parceria com a Braskem), ginásio de esportes e piscina semiolímpica, além de uma unidade móvel para oficinas de leitura e contação de histórias que percorre áreas da zona rural. A importância se percebe também nos cinco prêmios de reconhecimento recebidos, dos quais três são internacionais.
Eventos
Em Camaçari, acontece a tradicional festa do Boi Janeiro de Parafuso, a mais antiga da cidade, sendo celebrada com apresentações de dança e de música, em ramificação ao bumba meu boi. Surgida na década de 1930, no distrito de Parafuso, a festa veio a ocorrer através de Dona Palmira, falecida moradora da região.
Existe, também, o Boi Mirim de Parafuso, surgida através do Boi Janeiro, como uma forma de não deixar a tradição acabar. Surgiu em 1997, por iniciativa de Dona Adélia, moradora da regiãoː reúnem-se crianças em sua casa e elas imitam os personagens do Boi Janeiro.
Referência para o texto: Wikipédia .