Araçatuba é um município brasileiro no interior do estado de São Paulo. É a sede da nona região administrativa do estado de São Paulo. Em 2019 tornou-se um ''Município de Interesse Turístico''.
Seu nascimento remonta à expansão cafeeira e na passagem para o atual século sua economia era caracterizada pelo crescimento das lavouras de cana-de-açúcar. Este quadro inclui também a pecuária, atividade que a tornou conhecida no país como Capital do Boi Gordo devido às negociações da arroba do boi realizadas na Praça Rui Barbosa, além da inclusão de outras criações de animais como a ovinocultura. De economia diversificada, o setor de serviços é o predominante na cidade. Araçatuba caracteriza-se também por ser um polo universitário e gastronômico da região noroeste do estado de São Paulo. Seus pratos típicos são o cupim casqueirado e o caldo do artista. Ainda está servida pelo Gasoduto Brasil-Bolívia e a hidrovia Tietê-Paraná.
Próxima do rio Rio Tietê que é considerado limpo na região, é a primeira cidade não ribeirinha do estado de São Paulo a captar água diretamente deste rio, desde 2013, quando sua capacidade de oferta de água aumentou em 8%. Ainda está sobre o Aquífero Guarani, a maior reserva de água doce do mundo e é cortada pelo Ribeirão Baguaçú que abastece parte do município.
A bandeira foi desenhada por Juvenal Paziam, ela possui listras brancas que representam a paz política e azuis que representam o céu de Araçatuba, ao total nove listras que significam a nona região administrativa do Estado. A primeira e a última listra são sempre brancas.
O brasão foi elaborado por Lauro Deodato em 1960. O escudo português possui um fundo prateado que indica nobreza lealdade e glória. É sustentado por uma rama de algodão a direita e uma rama de café frutificado a esquerda. Uma coroa de três torres mostra a defesa da cidade, logo em cima do escudo. Em baixo existe a inscrição latina Compos Sui.
O hino do município foi escrito por Sarah P. Barbosa e a música é de José Raab. Foi oficializado em 1982, pela lei municipal nº 2.415.
Toponímia
A origem do vocábulo Araçatuba é controversa.
De acordo com Afonso A. de Freitas, em seu livro Vocábulo Nheengatu, publicado em 1936, Araçá refere-se a frutas que possuem olhos. Na linguagem abanheenga ou nheengatu é a junção de UAN=fruta e ÇA=olhos, indica a presença de pequenas lesões nas frutas provocadas por picadas de insetos, durante o processo de amadurecimento. O araçá é o fruto do araçazeiro, planta do gênero Psidium, da família das Mirtáceas. A hipótese mais empregada é a forma como os índios poderiam ter utilizado para referir-se a região como abundante em araçás, ou seja, araçá+tuba (abundância).
Uma outra hipótese indica que o termo poderia ser o nome da filha de um cacique dos caingangues. Todavia, estudiosos afirmam que não pode ser um nome próprio etimologicamente.
Outra possibilidade seria araçatuba ser o nome de uma corredeira: ar-haçá-ty-bo contraído resulta em haru-aça-tu-bo onde os índios usavam para dizer sobre algum local onde correm águas num movimento forte e rápido por um caminho estreito erguido por pedras.
Ainda, numa matéria do Jornal A Comarca, de 2 de dezembro de 1964, existe uma contestação sobre o nome da cidade, pois na atualidade não existem tantos pés de araçás no município, árvore de fácil crescimento. Em alguns mapas antigos existia um córrego chamado de Araçatuba e também em alguns mapas aparecem araras o que poderia ter feito que a cidade fosse chamada de Araratuba e posteriormente ter seu nome alterado para Araçatuba. De acordo com o livro de Odette Costa, História de Araçatuba um antigo engenheiro civil, afirmou que quando fazia medições de terra na região de Araçatuba, havia encontrado muitos araçás-silvestres e araçazinhos.
História
A história de Araçatuba está ligada intrinsecamente à construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. Esta estrada, que, no início do século XX, fez parte de uma política que visava à interiorização do país e sua ligação com outros países da América do Sul, teve seus trabalhos iniciados no dia 15 de novembro de 1904, com a construção do trecho que ligava Bauru à cidade de Itapura, localizada nas barrancas do Rio Paraná.
No dia 2 de dezembro de 1908, os trilhos chegaram até o quilômetro 280, onde foi montado um acampamento. Um vagão deixado nesse local serviu provisoriamente como estação. Deste acampamento, nasceu a atual cidade de Araçatuba. Pela boa qualidade das terras dessa região, muitas famílias de agricultores aí se instalaram.
Além das doenças locais, os índios Caingangues, que já habitavam a região, se constituíam em mais um obstáculo à ocupação das terras ainda virgens. Como resultado, os índios foram exterminados. Em julho de 2017, a Praça Rui Barbosa recebeu uma escultura em homenagem aos Caingangues, elaborada pelo artista plástico e fotógrafo Mário Silveira Bueno. No início dos anos 1920, Araçatuba, apesar do bom desenvolvimento, ainda pertencia à comarca de Penápolis.
Em 8 de dezembro de 1921, foi promulgada a Lei Estadual nº 1.812, que concretizava o sonho de autonomia daqueles que já habitavam o novo e progressista município. Em 19 de fevereiro de 1922, às 20 horas, em sessão solene, deu-se a instalação da Comarca Municipal e a posse dos primeiros vereadores.
O município foi se desenvolvendo e passou por vários ciclos econômicos. O primeiro foi o do café, a seguir o do algodão e, a partir dos anos 1950, veio o da pecuária, que predomina até os dias de hoje, dividindo sua importância, atualmente, com o setor sucroalcooleiro.
Nas análises de economistas e de vários empresários, Araçatuba é a região que apresenta o maior potencial para desenvolvimento em todo o estado de São Paulo. Esta perspectiva, reforçada pela presença de inúmeros fatores de desenvolvimento, tais como o Gasoduto Brasil-Bolívia, a Hidrovia Tietê-Paraná, a duplicação da rodovia Marechal Rondon, o Aeroporto de padrão internacional e a Ferrovia Novo Oeste.
Geografia
Área arborizada
Em 2011 a área arborizada do município era equivalente a 8%. Em 2016 segundo a secretaria responsável pelo meio ambiente expandiu a área para 11,5%. Segundo recomenda a Organização das Nações Unidas a área arborizada deve ser de 30% de cobertura.
Descargas elétricas
Araçatuba no biênio 2005/2006 era a 528° no estado de São Paulo em número de descargas atmosféricas, com densidade de raios/km²/ano de 2,2051. No biênio seguinte 2007/2008 ficou em 511° no estado com densidade de 1,6615 raios/km²/ano.
Houve elevação da densidade de descargas elétricas no município no biênio 2009/2010 com uma taxa de 7,1673 raios/km²/ano, ocupando no ranking do Estado a posição de número 560.
Em 2013 caíram na cidade 3155 raios. A média atualizada coloca Araçatuba classificada como uma região de alta incidência de descargas atmosféricas com uma média de 6,9 raios por km² anuais.
Clima
Ocupa a área de transição entre o regime tropical do Brasil Central e o subtropical do Sul do país. Clima quente com estação seca no inverno
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período entre 1961 e 1990, a menor temperatura registrada em Araçatuba foi de -0,2 °C em 18 de julho de 1975, e a maior atingiu 39,8 °C em 27 de setembro de 1961.
Hidrografia
Sua hidrografia pertence a rede da Bacia do Paraná. Seu principal rio é o Tietê, sendo os rios Aguapeí e São José dos Dourados com bacias relacionadas aos município. Possui rios perenes com diferença de nível no verão e inverno.
O abastecimento de água no município é fornecido pelo Ribeirão Baguaçu, Rio Tietê e por dois poços profundos. A nascente do Ribeirão Baguaçu encontra-se em uma mina de rochas localizada na divisa das cidades de Braúna e Coroados, no sítio São Sebastião. O ribeirão também corta as cidades de Braúna, Bilac e Birigui. A água dos poços profundos são do Aquífero Guarani, a maior reserva subterrânea de água doce do mundo. Estão localizados nos bairros Jardim Ipanema e Jardim Jussara. São tratados pela SAMAR desde 2012, quando o DAEA foi concedido.
Ao todo existem 11 reservatórios de água na cidade de Araçatuba.
Passam pela cidade também o Rio Tietê, São José dos Dourados, e Aguapeí. São destaques também os córregos Alvorada, Três Sete, Machadinho, Tropeiros, Bela Vista, Machado de Melo, Água Funda, Espanhóis, Paquere ou Jacó.
O rio Tietê que é poluído em outras regiões, é aproveitado na cidade de Araçatuba para abastecimento e uso industrial, desde 2013, através da Estação de Tratamento de Água, a ETA-Tietê "José Marques Lopes. Araçatuba é a primeira cidade não ribeirinha do Estado de São Paulo a captar água do rio, a uma distância de 15 km. As obras foram realizadas pela Construtora OAS. A capacidade de produção deste rio é de 24 milhões de litros de água por dia. É utilizada para tratamento o processo de flotofiltração.
A mina da Boiadeira que é uma das nascentes do córrego Machado de Melo serve como fonte de abastecimento de alguns moradores que acreditam que a água do local possua qualidade superior da encanada.
A rede coletora de água de chuva soma 73 km em 2015, o que gera um percentual de apenas 10% de ruas com galerias, o que pode favorecer alagamentos.
Em dezembro de 2013 possuía 8 áreas de subsolo contaminadas por combustível e PHA, devido a presença de postos de gasolina nestas regiões.
Religião
Tal como a variedade cultural em Araçatuba, são diversas as manifestações religiosas presentes na cidade. Embora tenha se desenvolvido sobre uma matriz social eminentemente católica, é possível encontrar atualmente na cidade dezenas de denominações protestantes diferentes.
O município de Araçatuba está localizado no país mais católico do mundo em números absolutos. A Igreja Católica teve seu estatuto jurídico reconhecido pelo governo federal em outubro de 2009, ainda que o Brasil seja atualmente um estado oficialmente laico.
Em 1912 ou 1914 foi erguida uma capela em Araçatuba em homenagem a Santo Onofre, santo protetor dos alcoólatras. A capela era bem simples, construída de tábuas de madeira. Foi construída no mesmo local onde hoje está instalada a catedral. Na data de 25 de março de 1919 a capela foi inaugurada pelo frei Ricardo Deno. A segunda capela em homenagem ao santo começou a ser erguida em 1919 e veio a ser concluída em 1921. Também em 1921, o bispo Dom Lúcio Antunes de Souza veio até a cidade e não aprovou Santo Onofre como padroeiro, somente por este ter a alcunha de protetor dos alcoólatras. Desta forma, uma nova padroeira foi imposta: Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
A pequena capela foi demolida dando lugar a uma igreja mais imponente. Na Praça Rui Barbosa, muito próximo a ela, foi erguida em 1922, uma Igreja Metodista. Esta Igreja Metodista foi construída no estilo medieval britânico, muito maior que a igreja que foi construída pelos católicos. Devido a esta rivalidade a Igreja Católica demoliu seu templo, e ergueu outro no mesmo lugar, no estilo medieval gótico, muito mais alto que a Igreja Metodista.
Em 1967, novamente a Igreja Católica passa por reformas. O estilo gótico da lugar a uma igreja em formato sextavado, devido às ideias do bispo Dom Pedro Koop.
Os metodistas depois derrubaram sua igreja devido ao barulho da Praça Rui Barbosa.
Igreja Anglicana
Em 1923, japoneses construíram a paróquia de Santo Estevão na rua Duque de Caxias. Antes disso eles oravam nas suas casas pois eram proibidos de construir templos.
Budismo
O primeiro templo budista de Araçatuba, o Nishi Hongwanji, foi concluído em 1951. Seus frequentadores supostamente eram os simpatizantes da Shindo Renmei, ou seja, aqueles que acreditaram na vitória do Japão na guerra. Em 1954, imigrantes liderados por Sakesuke Nó ergueram outro templo na rua Santos Dumont, o Higashi Hongwanji, devido ao Japão ter perdido a guerra.
Apesar da Shindo Renmei jamais ter chegado atingir Araçatuba, existia o interesse eleitoreiro dos políticos em criar uma animosidade dentro da colônia japonesa, uma vez que os simpatizantes da Shindo Renmei tendiam a ser ademaristas, enquanto os antagonistas makegumi tendiam a ser getulistas.
Em uma cidade notória pela truculência, corrupção e o fisiologismo de seus políticos, a colônia japonesa não era exceção e alguns dos seus líderes foram coniventes e até incentivaram essa animosidade em torno de um triste episódio que não chegou a atingir a cidade de Araçatuba por causa dos votos.
Outras religiões japonesas
Também existem no contexto araçatubense, as religiões Tenrikyo, Seicho-no-ie, Igreja Messiânica Mundial, Perfect Liberty, Soka Gakkai, Pastoral Nipo-Brasileira.
Igrejas evangélicas pentecostais
A cidade conta com centenas de igrejas evangélicas: Assembleia de Deus, Congregação Cristã no Brasil, Deus é Amor, Igreja do Evangelho Quadrangular, O Brasil para Cristo dentre outras.
Religiões neopentecostais
Existem 49 igrejas evangélicas em Araçatuba de outras regiões; 64 fundadas na própria cidade e 1 Congregação Israelita da Nova Aliança.
Candomblé e umbanda
O primeiro terreiro de Araçatuba existiu no período de 1938 até 1968 no bairro Abílio Mendes, fundado por Maria Marreco. Nos anos 70, a cidade possuía cerca de 90 terreiros. Em 2008, possuía 40 terreiros de umbanda e 15 de candomblé registrados oficialmente.
Santo Daime
Fundado em 1 de março de 2012, o Centro de Estudos Universalistas Estrela Dourada, entidade legalmente constituída com natureza jurídica própria às entidades de exercício da prática espiritual através do sacramento Santo Daime ou Ayauasca, como é cientificamente conhecido, é signatário em todos os termos e procedimentos estabelecidos na Resolução Nº 1 de 25 de janeiro de 2010 do Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas – CONAD.
O CEU Estrela Dourada é apolítico e apartidário; não faz acepção de pessoa, raça, cor, nacionalidade, sexo, idade, opção sexual ou posição social; reverencia a memória do Mestre Raimundo Irineu Serra; busca através de seu trabalho, o auto-conhecimento de seus membros, o replantio das Santas Doutrinas e a difusão desse Terceiro Testamento, representado pela revelação cristã do Santo Daime e da missão do Povo de Juramidã.
Economia
Sua economia é historicamente ligada à pecuária, sendo conhecida como cidade do boi gordo e, posteriormente, cidade do asfalto. Um famoso pecuarista de Araçatuba que se chamava Tião Maia fugiu para a Austrália por causa da ditadura. Atualmente, nas instalações de seu antigo frigorífico, funciona a Universidade Paulista (UNIP).
O setor sucroalcooleiro está em crescimento acelerado e precisa de novas áreas para se expandir. O Noroeste Paulista é uma das últimas áreas viáveis e disponíveis no estado de São Paulo para esta necessidade que o setor demanda.
A topografia, solo e clima favoráveis ao cultivo da cana-de-açúcar, mão-de-obra especializada, facilidades de escoamento da produção e sede de um dos maiores terminais sucroalcooleiros do estado de São Paulo, favorecem a região.
Em 2008 era o 28° município do Estado de São Paulo em número de empresas atuantes. No ranking brasileiro ficou na 89ª posição com 7.267 unidades.
Dados da Secretaria de Estado de Desenvolvimento divulgados em maio de 2010, apontam o município com potencial de desenvolvimento em todos os segmentos da economia (agropecuária, indústria, comércio e serviços), em virtude da mão-de-obra qualificada, transporte e infra-estrutura. Todavia, ainda apresenta lentidão na questão imobiliária e turística. No Índice Paulista de Responsabilidade Social ficou classificada como n° 2 (intermediária), numa classificação de 5 (piores condições) a 1 (melhores condições), que leva em conta a saúde, educação e renda da população.
Indústria
De processamento de leite a máquinas de lavar roupas, passando por extrato de tomate e conservas, móveis planejados, criação e abates de avestruz e medicamentos fitoterápicos, equipamentos hospitalares e fios cirúrgicos, produtos químicos e de instrumentação de alta tecnologia.
O setor de confecções também é importante vocação econômica do município. Oitenta e seis pequenas e médias indústrias fabricam em média 180 mil peças de roupas por mês. O setor tem merecido atenção especial do poder público através de investimentos para formação de mão-de-obra especializada e de cooperativas de produção e trabalho.
Vale ressaltar que em setembro de 2007 a Nestlé inaugurou uma fábrica de fórmulas infantis na cidade.
Agricultura e pecuária
Por volta do ano 1908, a ferrovia Noroeste do Brasil chegava até Araçatuba. O Brasil tinha como ponta da economia a cafeicultura. É neste cenário que a cidade surge, momento de ocupação de terras no Oeste do estado e expansão das lavouras do café.
Antes da ferrovia, esta região era habitada pelos índios caingangues. Até o início de 1920, as terras não eram muito procurada por desbravadores.
Somente após a construção de um loteamento de terras na cidade de Birigui e formação de colônias japonesas e italianas, a cidade passou a ser alvo de pessoas com vontade de estabelecer-se nas terras. De 1926 até 1930 foram 13365 imigrantes, sendo japoneses, italianos, espanhóis e portugueses os mais importantes.
Em 1929 a crise da bolsa de valores de Nova Iorque deu um golpe nas plantações de café aqui existentes. Já na década de 1940, a produção começa a cair. Em 1943 uma geada interferiu drasticamente na lavoura daquele ano. Assim a melhor solução para o declínio da produção do café eram a associação de outras culturas como arroz, feijão, milho, e pastagem para o gado.
O gado vinha de Goiás e Mato Grosso, chegava muito magro nas cidades da região. Desta forma os produtores tornaram-se especialista na engorda bovina.
O café e as outras culturas ainda permaneceram de 1930 até 1960. Neste período importantes empresas instalaram-se na cidade: Matarazzo, Anderson Clayton, Brasmen e Sanbra especializadas no processamento de oleaginosas e grãos.
Na década de 1960, a cidade recebe o nome de Cidade do boi gordo, devido ser o maior centro produtivo de gado de corte do Estado de São Paulo. Até hoje, Araçatuba é uma das principais cidades da pecuária de corte do Brasil. Porém, a região transforma-se gradativamente em pólo do setor sucroalcooleiro.
Em 1974 ocorreu a crise do petróleo, sendo assim criado pelo governo federal o Próalcool. Assim o Conselho Municipal de Desenvolvimento Integrado de Araçatuba, propõe uma campanha para instalar 22 unidades produtoras de álcool na cidade.
A cana-de-açúcar ocupava 10% da área cultivada da região em 1987. As usinas Destivale, Aralcool, Alcoazul e Cruzalcool produziam em ritmo acelerado. Atualmente a cidade é o novo pólo do setor sucroalcooleiro. Araçatuba em 2009, era responsável pela produção de 47% da energia limpa do Estado de São Paulo.
A produção de banana em Araçatuba em 2010 foi de 5045 toneladas a 23ª maior do Estado de São Paulo.
Educação
Araçatuba também é um grande centro regional estudantil com cerca de 10 mil estudantes universitários, possuindo 8 universidades, 2 públicas e 6 particulares. É um grande pólo formador de mão-de-obra especializada, abrigando estudantes de todo o Brasil e ascendendo o mercado imobiliário.
No campo de ensino administrado pela prefeitura possui 64 escolas de ensino infantil e fundamental. Mesmo assim, ainda há um déficit de 780 vagas em escolas municipais.
Possui uma das menores taxas de analfabetismo da população adulta entre as cidades-sede de região administrativa do Oeste Paulista.
Funcionam também em Araçatuba escolas profissionalizantes como o SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, o SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial e SESI – Serviço Social da Indústria.
Apesar disso, dados do Tribunal Superior Eleitoral mostram que 31,79% do eleitorado araçatubense não possui o primeiro grau completo.
A cidade conta com dois campus da Unesp (odontologia e veterinária).
Cultura, lazer e comércio
Expressão típica - A expressão vôti, véio que significa espanto é popular entre os moradores da cidade e nasceu na região. A expressão vôti existe no Nordeste.
Exposição agropecuária de Araçatuba - Evento tradicional do setor agropecuário, ocorre anualmente no Recinto de Exposições Clibas de Almeida Prado, no mês de julho. É a terceira maior festa deste tipo do Brasil.
Patrimônio histórico
Casa de Cultura Professor Adelino Brandão; Museu Histórico e Pedagógico Marechal Cândido Rondon, construído em 1921, inicialmente era conhecido como a Casa do Engenheiro pois era residência do engenheiro mestre da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil; Capela Santo Onofre - erguida em 1915.
Esporte
O ano de 1914 é o início das primeiras práticas esportivas da cidade. O América Futebol Clube jogava na Praça Rui Barbosa. Com seu uniforme preto eram conhecidos como urubus. Em 1917 veio a surgir outro time: Esporte Clube Noroeste.
A equipe da Associação Esportiva Araçatuba, a AEA, fundada em 15 de dezembro de 1972, representou e ainda representa a cidade no futebol paulista, atuando na primeira divisão de 1995 a 2000, sendo três vezes campeã da segunda divisão paulista, atualmente série A2, tendo como mascote o Canário e como maior rival o Bandeirante Esporte Clube da cidade vizinha de Birigui.
Até a fundação da AEA (Associação Esportiva Araçatuba) em 1972, Araçatuba, possuiu os times, São Paulo, Ferroviário Esporte Clube, Araçatuba Futebol Clube, Flamengo Futebol Clube, Assistência e T. Maia, que foi o último a anteceder a AEA, sendo que todos disputaram as divisões inferiores do estado.
Existe também o Atlético Esportivo Araçatuba, conhecido como Tigrão, fundado em 5 de outubro de 2002, que chegou até a série A3 do futebol paulista em 2010, apos ser vice campeão da série B paulista (4ª divisão), se afastando após a 9ª colocação em 2010, onde tentou retornar ao profissionalismo propondo sem sucesso, se fundir com a Associação Esportiva Araçatuba, mas devido rivalidade e brigas políticas de bastidores não houve sucesso, e atualmente as duas equipes disputam a série B do campeonato paulista, mandando seus jogos no Estádio Doutor Adhemar de Barros.
No basquete feminino a cidade teve grande representatividade no cenário nacional, no auge da modalidade, desde o final da década de 80 até o final da década de 90, revelando grandes atletas que chegaram a seleção brasileira, com destaque para as três irmãs Luz, filhas do treinador Nelson Luz, o popular Morto, que figuraram na seleção e até na WNBA. O time teve várias fases sobrevivendo até atualidade como Basquete Clube, porém o auge começou com o time Proalcool e continuou como Unimed Araçatuba, que se sagrou em 1992, Campeã Sul-americana de Basquetebol interclubes, além de no melhor momento da dupla Paula e Hortência, que jogaram juntas alguns anos na Ponte Preta, ser o único time capaz de rivalizar e até vencê-las.
No vôlei, Araçatuba teve seu auge de fama esportiva e títulos, pois as equipes feminina e masculina do Vôlei Futuro que representava a cidade, e deixou de existir em 2012 e 2013 respectivamente, conquistaram os títulos dos Jogos Abertos do Interior e Campeonatos Paulista de Vôlei em ambas categorias, sendo ainda o time masculino do Vôlei Futuro, vice campeão da superliga.O Vôlei Futuro além dos times profissionais, do reconhecimento e dos títulos, foi e ainda é um grande projeto social de escolinhas de vôlei espalhadas pela cidade, mantidos em parceria da prefeitura e da empresa Reunidas Paulista, uma das maiores empresas de transporte do estado de São Paulo.
No esporte amador o atual destaque da cidade é o futebol minicampo, (futebol socyete, futebol suíço, futebol de 7). Na cidade existem vários campeonatos e ligas, alem de times que somente jogam amistosos entre si, reunindo mais de 200 times.
Atualmente em Araçatuba, as principais ligas no futebol minicampo, que duram o ano todo, são:
- Liga de Sábado - Gs Cartuchos - contendo 20 times, categoria livre, jogos somente aos sábados
- Lifaa - (Liga Independente de Futebol Amador de Araçatuba) - Série A com 17 times e Serie B com 22 times - ambas na categoria livre, jogos aos domingos de manhã.
- Liga Amistosão - Adriano Veículos - contendo 20 times, categoria livre, jogos aos domingos de manhã.
- Liga Veteranos Araçatuba - Styllo Veliculos/Ki Espeto - categoria veteranos (acima de 35 anos) contendo 37 times, jogos aos domingos pela manhã.
Existe também a LIFMAR, Liga Infantil de Futebol Amador de Araçatuba e Região, que organiza os campeonatos de futebol menor da cidade e região, denominados, Bom de Bola, Bom na Escola e Copa Ouro, "Diga não as drogas", dentre outros, que já revelou inúmeros jogadores profissionais em atividade no Brasil e exterior, que conta com várias agremiações nas categorias de base.
Música
Em 1915 surgia a banda Progresso de Araçatuba, regida pelo maestro Aquilino Silva, tocava vários tipos de músicas, tais como: dobrados, mazurcas e maxixes. Depois em 1917, veio a surgir a Lira Araçatubense. Um ano após, mais bandas iniciaram suas atividades: uma regida pelo maestro Alcindo Nunes e a banda União Operária de Araçatuba.
No Dia do Trabalho do ano de 1919, essas duas últimas bandas entraram em conflito, os instrumentos musicais foram todos destruídos, mas passado o confronto uniram-se em uma só, sob regência de Zico Seabra.
Atualmente a Fanfarra Municipal de Araçatuba (FAMA), é campeã de concursos nacionais como o Concurso de Bandas Fanfarras da Vila Santa Isabel e 1º lugar para o corpo musical no 1º Concurso Nacional de Fanfarras e Bandas de São Sebastião. No Concurso de Fanfarras de Francisco Morato é hexacampeã.
Eventos e vida noturna
Araçatuba apresenta grandes eventos ao decorrer do ano, em sua maior parte agropecuários tais como a Feicana e a Expô Araçatuba. Existem outros eventos tais como Motofest, Baile do Bixo, Fantoledo, Anime Fever e Festa do Macário Vaca Loca, todas anuais.
Nas noites de final de semana as Avenidas Brasília, Saudade e Pompeu de Toledo, tanto como seus arredores, ainda são o ponto mais movimentado da cidade, porem as Ruas Cussy de Almeida Jr., Cristiano Olsen, Marcílio Dias, Luis Pereira Barreto, Avenidas Odorindo Perenha, Prestes Maia e do Fico, Praças Diogo Junior, Jussara e do Paraíso dentre outras localidades, apesar de em menor número, concentram também dezenas de bares, lanchonetes e restaurantes, muito frequentados por toda população de Araçatuba e região, tendo Araçatuba uma vida noturna muito movimentada, de pessoas de todas idades e níveis sociais.
Se destacam atualmente na cidade os bares, lanchonetes e restaurantes: Bola Sete (com mais de 50 anos de funcionamento) Bar Quattro, Bar Bonifácio, Biergarten Pub. Barracão, San Rafael Costelaria, Pizzaria Dona Amélia, Terra do Boi, Donna Oliva, Vila Grill, Império, Cupim da Hora, Bar do Português, Lance Beer, Tem Tem, Pork's, Pattas Bar e muitos outros.
Existem ainda vários tipos de baladas jovens e casa de shows, onde se destacam Boate Calipso, Vivere's Eventos, Quinta Avenida, Cervejaria Avenida, Kabana, Gaivota Sertanejo, Engenho Sertanejo, Pó da estrada, Kanto do Maroto, Canto do Forró Flashback São Vicente e outros.
Camelódromo
O município de Araçatuba conta com um local destinado para a atividade dos camelôs, o Camelódromo Luiz Carlos Rister, localizado na Rua XV de Novembro, constituído de pequenas lojas feitas de alvenaria, o local comercializa desde lanches a aparelhos eletrônicos. Antigamente essa atividade era realizada na Praça Rui Barbosa.
Calçadão, shoppings e cinema
Araçatuba atualmente conta com três Shoppings Centers: Araçatuba Shopping (mais antigo), Multi Shop (situado no calçadão) e Shopping Praça Nova, (mais novo) que contam com variados tipos de lojas e serviços, praças de alimentação, cinemas, amplos estacionamentos, estando presente nos shoppings as grandes franquias do Brasil, sendo ambos estabelecimentos verdeiros pólos comercias da cidade, atraindo turistas e visitantes de toda região oeste do estado.
Araçatuba foi pioneira em cinemas, na rua Oswaldo Cruz, o Fênix era inaugurado em 25 de setembro de 1918. Depois, em 1921, outro cinema surgia na rua Cristiano Olsen, o Cine Ideal. Em 1925, o cine ampliou suas cadeiras de 500 para 700. Também existiu o Cine São Paulo, na rua Princesa Isabel, o Cine São João na praça do mesmo nome, (atualmente teatro) o Cine Paraíso e o Cine Pedutti na rua General Glicério, atualmente existem 3 salas de cinema no Araçatuba Shopping Center e 5 no Shopping Praça Nova, inclusive com a tecnologia 3D.
O chamado calçadão de Araçatuba fundado na década de 80, se localiza no centro comercial da cidade, e, é o local que concentra o maior polo comercial da cidade, possuindo 5 quadras, mas ruas Marechal Deodoro e Princesa Isabel, onde existe todo tipo de estabelecimento e também as sedes dos bancos da cidade. São diversos tipos de comércios que oferecem os mais variados serviços, existindo ali um dos shoppings da cidade (Multi Shop) e mais duas galerias, gerando grande número de empregos na cidade.
Prainha
Aproveitando da água do rio Tietê, a Praia Municipal Milton Camargo, é uma opção de lazer da cidade. Foi criada durante a administração da ex-prefeita Germínia Venturolli.
Biblioteca
A Biblioteca Pública Municipal Rubens do Amaral possui além de diversas obras em seu acervo, revistas e registro de todos os jornais da cidade, o Programa Acessa São Paulo que permite que usuários acessem a Internet. Ao total são 62 mil títulos, 20 mil são de literatura infantil.
Museus
Araçatuba possui na atualidade 6 museus. Museu Histórico e Pedagógico Marechal Cândido Rondon; Museu do Som, Imagem e Comunicação; Museu Rintaro Takahashi; Museu de Arte Infanto-juvenil; Museu do Siran e Museu de Artes Plásticas.
O Museu Histórico e Pedagógico Marechal Cândido Rondon localizado na antiga casa do engenheiro da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB), na rua Quinze de Novembro (atualmente fechado para reformas), reúne peças de valor histórico da ocupação de Araçatuba. O acervo possui aproximadamente de 8 mil peças: móveis, objetos pessoais, ferramentas e equipamentos utilizados nas ferrovias que motivaram a ocupação da região, roupas, selos, moedas, cédulas, fotos, documentos etc. Os objetos foram cedidos pelos descendentes das famílias dos pioneiros da construção de Araçatuba. Recebe em torno de 500 a 800 visitantes por mês. Possui uma área total de 447,95 m² com salas para exposições temporárias e foi tombado pelos órgãos competentes em 1994.
O Museu do Som e Imagem mantido pela Universidade Aberta da Melhor Idade, inaugurado em 5 de maio de 2004, possui em seu acervo diversos equipamentos como máquinas de calcular, instrumentos musicais, máquinas fotográficas, máquinas de escrever antigas, projetores de cinema, vitrolas, etc. Existe também o Monumento à Imprensa Genilson Senche, uma máquina linotipo da marca Lino-Tapy, de 1942, feita em Nova York.
Já o Museu Rintaro Takahashi, de origem particular e inaugurado em 2005, possui aproximadamente 2 mil peças que mostra a história dos primeiros desbravadores da região e dos índios. Também é possível encontrar fósseis, pedras de distintas épocas geológicas, objetos da cultura japonesa entre outros.
Referência para o texto: Wikipédia .