quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

ILHÉUS - BAHIA

Ilhéus é um município brasileiro do estado da Bahia. É a cidade com o mais extenso litoral entre os municípios do estado. Ilhéus foi fundada em 1536 como "Vila de São Jorge dos ilheos", e elevada a cidade em 1881. É conhecida por ambientar os romances de Jorge Amado, famoso escritor baiano, como Gabriela, Cravo e Canela e Terras do Sem Fim. É considerada a capital do cacau e denominada por seus habitantes como a "Princesinha do Sul". Sua economia baseia-se na agricultura, turismo e indústrias. Já foi o primeiro produtor de cacau do mundo, mas, depois da enfermidade conhecida como vassoura-de-bruxa, que infestou as plantações, reduziu consideravelmente a sua produção.
O centro da cidade se localiza em uma ilha formada pelos rios Almada - que se inicia na Lagoa Encantada que apresenta belas paisagens e elevado nível de preservação ambiental -, Cachoeira e Itacanoeira (ou Fundão) e ainda pelos canais Jacaré e Itaípe.
História
Período colonial
Por volta do ano 1000, as tribos indígenas tapuias que habitavam a região foram expulsas para o interior do continente devido à chegada de povos tupis procedentes da Amazônia. No século XVI, quando chegaram os primeiros portugueses à região, a mesma era habitada pela tribo tupi dos tupiniquins.
No século XVI, com a descoberta do Brasil pelos portugueses, o rei português dom João III doou vasta extensão de terra, 7 mil léguas quadradas, ao donatário Jorge de Figueiredo Correia, escrivão da corte real. A carta de doação foi foi assinada em Évora a 26 de junho de 1534. Ainda que se falasse da terra as maiores maravilhas, o donatário da capitania preferiu o luxo e o fausto da corte, e enviou o espanhol Francisco Romero para cuidar de suas terras e representá-lo na administração da capitania. De acordo com o historiador Vargnhagem, Francisco Romero era considerado um homem bravo e circunspecto e, para defender as terra a ele delegadas, enfrentou e pacificou os índios tupiniquins que se revoltaram diante da carta de doação da Capitania de Ilhéus a Jorge de Figueiredo Correia.
Francisco Romero se instalou primeiro na ilha de Tinharé, atual Morro de São Paulo; depois, descobriu a Baía do Pontal, se encantou e lá fundou a sede da capitania, dando-lhe o nome de São Jorge dos Ilhéos: São Jorge, uma homenagem ao donatário Jorge e Ilhéus, devido à quantidade de ilhas (ilhéos) encontradas no seu litoral (além das que, ainda existem hoje, como a Pedra de Ilhéus, Ilheusinho, Pedra de Itapitanga e a Ilha dos Frades), além dessas, a paisagem da baía também se caracterizava pelos morros do Pernambuco, Outeiro de São Sebastião, Rapa, grande e Itapins. Hoje, estes morros são conhecidos como Morro de Pernambuco, Morro do Outeiro de São Sebastião, Morro da Conquista e Morro do Pacheco . Instalada em 1535 na Ilha de Tinharé, antigo domínio da Capitania de Ilhéus, a sede administrativa logo se mudou para a região da Foz do Rio Cachoeira, a chamada Baía de Ilhéus.
O bom relacionamento entre colonizadores e nativos possibilitou a fundação da Vila de São Jorge dos Ilhéos que, em 1556, se transformou em freguesia por ordem de Dom Pero Fernandes Sardinha. Considerada por Tomé de Sousa como "a melhor coisa desta costa, para fazenda", a região se tornou produtora de cana-de-açúcar e ganhou muitas construções. Nos seus primeiros quinze anos, o progresso da vila era enorme e atraía todo tipo de pessoa. Jorge de Figueiredo doou pedaços de terra que se chamavam sesmarias a diversas figuras importantes do reino e, em 1537, doou uma sesmaria a Mem de Sá, que seria o terceiro governador-geral do Brasil, localizada no que foi chamado de Engenho de Santana, e onde hoje está localizado o povoado de Rio do Engenho.
Ainda restam vestígios deste engenho, que foi explorado pelos jesuítas, e onde está localizada a capela de Nossa Senhora de Santana, considerada a terceira igreja mais antiga do Brasil. Em 1551, com a morte do donatário, a capitania mudou de dono várias vezes e caiu no ostracismo, tornando-se apenas mais uma vila de pescadores na costa do país. Com a chegada dos ferozes índios aimorés, que passaram a atacar as plantações, Ilhéus sofreu um declínio econômico que resultou em decadência.
Em 1559 começa a 'Guerra dos Ilhéus' em que índios tupiniquins, tribo mais amiga dos portugueses, assassinam três portugueses para vingar a morte de um índio ocasionada por português. Em resposta, Mem de Sá inicia uma repressão violenta que resulta na 'Batalha dos Nadadores' em que índios tupiniquins atiram-se ao mar, na praia do Cururupe, e lutam até a morte com índios tupinambás, fieis a Mem de Sá.
Quando, em 1595, os franceses atacaram Ilhéus e foram repelidos, já existia, na entrada do porto, o fortim de Santo Antônio, transformado em 1611 em forte de pedra e cal.
No século XVIII a capitania estagnou e a lavoura reduzia-se a cana de açúcar. A terra ainda era cultivada pelos indígenas que caçavam e pescavam para os colonos receosos dos índios aimorés. A vila de São Jorge mantinha-se pobre, embora ainda fosse classificada como uma das melhores do Brasil pela fertilidade do solo, abundância de água e madeiras de lei, mesmo com a mudança de donatário resultantes de uma penhora.
Em 1754, o governo português acabou com o sistema de capitanias hereditárias e as terras brasileiras voltaram para as mãos do governo na metade do século XIX, as primeiras sementes de cacau foram trazidas do Pará pelo francês Louis Frédéric Warneaux, pois o cacau nativo da região amazônica, e plantadas na fazenda Cubículo, às margens do rio Pardo, hoje município de Canavieiras. Antes disso, não se tinha conhecimento da importância do chocolate na alimentação, e o principal produto cultivado era cana-de-açúcar, economicamente mais rentável.
Com a importação de mudas de cacaueiros da Amazônia e sua notável adaptação às condições climáticas da região, o município se viu diante de um novo eldorado. O cultivo do cacau passou a gerar um número sem fim de histórias, recheadas de cobiça, amores e lutas pelo poder, se transformando, posteriormente, em um terreno fértil para os romances de Adonias Filho e Jorge Amado, nos quais se narram as paixões desenfreadas dos coronéis por dinheiro, mulheres e terras.
No final do século XVIII, foi construído o canal do Itaípe pelo engenheiro naval François Gaston Lavigne, oficial do exército de Napoleão. Este canal foi construído para facilitar a passagem das canoas que traziam cacau da região do rio Almada para o embarque no porto.
Em meados de 1780 Ilhéus continuava com o mesmo aspecto de dois séculos anteriores: vegetava. A imagem de indignação foi compartilhada por diversos viajantes, como Ferdinand Maximilian Von Habsburg: "foram aparecendo pouco a pouco as casas de São Jorge dos Ilhéus, uma imagem de pobreza e de um difícil começo". A decadência econômica conduzia uma situação alarmante: não existiam escolas, casas de câmera, nem tão pouco cadeias.
Século XIX
Na primeira metade do século XIX o município conservava o mesmo aspecto de séculos anteriores: a economia continuava estagnada a beira do Atlântico, e apenas o engenho de Santa Maria, pertencente ao brigadeiro Felisberto Caldeira Brant, Marquês de Barbacena, demonstrava alguma prosperidade. Em 1836 Ferdinand Denis, em seu livro "Brésil" constata que a Europa não poderia imaginar a calmaria filosófica dos habitantes de Ilhéus que não desejavam nada além daquilo que o céu e lhe concedia. Para Ferinand, Ilhéus parecia perdida em prosperidade.
Em 1863 aconteceu a primeira eleição a bico de pena, ou seja primeira fraude eleitoral. No ano de 1866 a exportação do município para província atingia valor superior a 331 contos de reis e o cacau se tornava a principal fonte de renda, quase 32 mil arrobas vendidas a 5 mil reis, cerca de 159 contos. O desenvolvimento econômico começava a mudar o aspecto urbano da sede.
Em 28 de junho de 1881, Ilhéus foi elevada à categoria de cidade, numa ação referendada pelo Marquês de Paranaguá e, posteriormente, em 1913, a cidade foi transformada em bispado. Neste período, o governo brasileiro doou terras a quem quisesse plantar cacau e atraiu sergipanos e pessoas fugidas da seca, procedentes do próprio estado, ou de outras regiões do nordeste. Em dez anos, a população cresceu de uma forma expressiva. Plantava-se cacau em abundância e vieram pessoas buscando o eldorado. A região teve, então, seu aspecto totalmente modificado
Século XX: apogeu e decadência da cacauicultura
No início do século XX, a antiga vila de casas desalinhadas, dá lugar a palacetes, vinte e oito praças , diversas indústrias, agências de navegação e, além de exportar cacau , exportava também óleo de copaíba, couro, sabão, madeira para marcenaria, peixe seco, entre outros. Os principais povoados nesse período eram Pontal, Itabuna, Banco da Vitoria (criado em 1830), Almadina, Ariguatá, Cururupe, Iguape, Olivença, São João e Castelo Novo. No ano de 1914, uma forte tempestade, que resultou em uma grande enchente, danificou a estrada de ferro Ilhéus-Conquista, construída em 1904 pela firma Oliveira, Carvalho e Cia. tal acontecimento acarretou grandes prejuízos, mas a cidade conseguiu se recuperar mantendo posição de destaque entre as cidades baianas.
Nesta época, começaram a construção de belos edifícios públicos, como o Palácio do Paranaguá, que abriga até hoje a Prefeitura, e a sede da Associação Comercial de Ilhéus; belas casas, como a do coronel Misael Tavares e a da família Berbert, uma cópia do Palácio do Catete no Rio de Janeiro, e muitos outros.
Nem os conflitos sangrentos que se prolongaram por mais de um ano conseguiram frear o desenvolvimento de Ilhéus. O preço do cacau subia e as fortunas cresciam rapidamente. Gastava-se abundantemente e o champanhe francês era vendido como aperitivo nos bares. No ano de 1920 é inaugurada a primeira ponte de atracação do porto e um trecho de cais, além do Hospital São José.
Na década de 1920, Ilhéus fervilhava de pessoas, de dinheiro, de luxo e riqueza. Neste período, foi construído o prédio do "Ilhéos Hotel", o primeiro edifício no interior do Nordeste com elevador, uma obra ainda hoje imponente, e o Teatro Municipal, considerado, na época, um dos mais bem aparelhados do interior do Nordeste e fora das capitais, que esteve em ruínas, mas foi reformado. Os indivíduos de maior poder aquisitivo primaram pelo bom gosto e requinte, sempre muito atentos aos costumes e modas da Capital Federal, a cidade do Rio de Janeiro, e também aos praticados na Europa. Tudo vinha da Europa em navios.
Neste período, a exportação de cacau era realizada pelo porto de Salvador, acarretando problemas como dificuldade no embarque, perdas na qualidade e no peso do produto. Em 1924, os cacauicultores iniciaram, com recursos próprios, a construção do porto de Ilhéus, e a exportação do cacau começou a ser realizada na cidade, trazendo com isso a presença de estrangeiros e um intercâmbio cultural com países da Europa. Nesta época, vinham dançarinas, mágicos e também aventureiros para divertir as pessoas que possuíam dinheiro.
A cidade era movimentada, haviam cabarés, clubes noturnos, casinos que serviram de inspiração para o cenário dos romances de Jorge Amado. Uma época de muito dinheiro, luxo e desmandos. O grande fluxo financeiro originado pela produção e exportação do cacau, deu origem a peculiaridades no desenvolvimento da região da Costa do Cacau, região geoestratégica da Bahia. O desenvolvimento da produção e a busca por melhor qualidade desta commodity levaram as lideranças regionais e os produtores a criar a Comissão Executiva de Desenvolvimento da Lavoura Cacaueira, hoje órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com um importante centro de pesquisa, o Centro de Pesquisas do Cacau.
A demanda regional por educação superior, buscada nas década de 1940 e 1950 em Salvador, principalmente pelos filhos dos "coronéis do cacau", gerou o anseio pela implantação de faculdades e instituições de ensino superior na região. A Universidade Estadual de Santa Cruz é fruto desta demanda. Sendo, hoje, referência nordestina na formação de nível superior, firma-se como importante instituição de produção científica no nordeste, a segunda da Bahia, somente superada pela Universidade Federal da Bahia.
A partir da década de 1980, os ciclos de secas provocadas pelo fenômeno El Niño, os baixos preços internacionais e, por último, uma doença denominada vassoura-de-bruxa fizeram da cacauicultura uma atividade menos rentável. Se, para uns, isso representou tristeza e angústia, para a região, oportunizou o surgimento de outras atividades não vinculadas à monocultura cacaueira. Gradativamente, a atividade econômica da cidade de Ilhéus deixou de basear-se exclusivamente na agricultura, despertando sua vocação para o turismo, lazer e o setor de serviços. Paralelamente, como alternativa de desenvolvimento, foi implantado um polo industrial para a produção de equipamentos de informática
Geografia
Localizado na Região Cacaueira e Região Econômica Litoral Sul da Bahia, o município de Ilhéus é formado pelos distritos de Aritaguá, Banco Central, Castelo Novo, Couto, Inema, Japú, Pimenteira, Rio do Braço e Olivença. O município faz divisa ao norte com os municípios de Aurelino Leal, Itacaré e Uruçuca, ao sul com Una, ao sudoeste com Itabuna e Buerarema, ao oeste com Itajuípe e Coaraci, ao noroeste com Itapitanga e ao leste com o Oceano Atlântico.
Quanto ao relevo, o município se caracteriza por apresentar um contexto diversificado com: o planalto pré-litorâneo, planalto costeiro, tabuleiros costeiros e planície costeira. Ilhéus é constituída pelos morros de São Sebastião, Tapera, Vitória, Boa Vista, Conquista, Basílio, Esperança, Coqueiro, Amparo e Soledade, que impuseram restrições à expansão do município ao sul pela baía do pontal, ao norte pelos manguezais, pelo canal artificial Itaípe e pelo Rio Almada, e a oeste pelo Rio Itacanoeiros. Dessa forma, a área urbana é caracterizada pela presença de morros, colinas, fundos de vale e outeiros.
A Mata Atlântica é a vegetação predominante no município de Ilhéus, formada sobretudo por árvores de médio e grande porte e com biodiversidade incalculável. Além dessa vegetação, destacam-se as áreas de restinga, predominante na linha de praias, e uma grande faixa de manguezais, dentre os quais se destaca o manguezal do Rio Cachoeira, um dos mais extensos, cerca de 10 km. Nesta área se forma um estuário conhecido como Coroa Grande,onde se encontram o Rio Cachoeira, o Rio Santana e o Rio Itacanoeira, conhecido como Rio Fundão. Além destes rios, faz parte da rede hidrográfica do município de Ilhéus, a bacia do Rio Almada.
O município possui duas unidades de conservação, a APA da Lagoa Encantada e o Parque Municipal da Boa Esperança.
Clima
Como a maioria das cidades do litoral sul-baiano, possui um clima tropical úmido com médias pluviométricas anuais entre 2.000 e 2.400 milímetros, com chuvas bem distribuídas ao longo do ano, sendo o verão o período de maior precipitação. Possui temperatura média compensada anual em tornos dos 25 °C, tendo, no período de inverno, média de 21 °C, com média das máximas de 26 °C e a das mínimas de 18 °C. Durante o verão, possui média de 26 °C, com médias máximas de 29 °C e mínimas de 22 °C.
Economia
Após a década de 1990, com a crise gerada pela monocultura do cacau, resultante da disseminação do fungo da vassoura de bruxa que dizimou toda a lavoura cacaueira da região sul da Bahia, surgiu a necessidade de alternativas de desenvolvimento econômico, dentre as quais destacam-se o turismo e o atividade industrial (a criação do polo de Informática).
O setor de turismo, com uma trajetória própria, foi sustentado pelas vocações do município, em especial as belezas naturais, a história e a cultura amplamente divulgadas nas obras literárias de Jorge Amado.
Junto este setor, cresceu também o setor de serviços associados ao turismo e lazer tais como: transportes, hospedagem, produção cultural e alimentação.
Outro setor no qual Ilhéus destaca-se em toda a Mesorregião do Sul Baiano, é o setor industrial. O município possui com um distrito industrial onde estão instaladas diversas indústrias para manuseio e transformação do cacau, além do polo de informática.
O polo de Informática surge de uma dinâmica oposta, figurando como uma intervenção do Governo do Estado, com o intuito de criar uma compensação pelas perdas ocasionadas com a crise do cacau na região. O Polo foi implantado em 1995 e tem fomentado a atividade industrial, melhorando os indicadores socioeconômicos da região (renda, emprego) e gerando maior competitividade da economia local.
Contudo, a escolha dessas alternativas, o Turismo e o polo de Informática, não reduz a evidência de que outros setores são essenciais para expandir a economia local e contribuir para o desenvolvimento do município, como o comércio e demais atividades/serviços, assim como a contribuição ainda significativa da cacauicultura.
A região cacaueira do sul da Bahia, Brasil, vem a mais de 20 anos buscando alternativa para superar a baixa rentabilidade das fazendas de cacau. Os reflexos dessa crise não atingiu o setor chocolateiro que cresce 4,5% em volume e 11,5% em valor. Diante dessa realidade, servindo como uma alternativa para mudar a realidade da região cacaueira, o Ministério da Agricultura criou incentivos para a industrialização do cacau por parte dos produtores, a partir da fabricação de cacau fino e de "origem", com sabor e aroma especial e com alto teor de cacau.
Além da produção de cacau, também tem crescido na região o cultivo da piaçava e do dendê.
A economia ilheense deverá experimentar uma nova onda de progresso econômico com a implantação de um novo porto, o Porto Sul, instalado em águas profundas, e a chegada da ferrovia integrada ao Ferrovia Leste-Oeste. Também está prevista a construção de um aeroporto capaz de operar voos internacionais.
Em julho de 2017, a cidade chinesa de Tianjin assinou um Memorando de Entendimentos com Ilhéus, como parte de um acordo de cooperação econômica, com foco na implantação de uma Zona de Processamento de Exportações, além de investimentos diversos, no município baiano. Desde então, as duas municipalidades tornaram-se cidades-irmãs.
Educação
Nos últimos anos, as opções de cursos de nível superior apresentou um expressivo crescimento, com a oferta de novos cursos na rede pública estadual e federal tanto a nível técnico como a nível superior. Paralelamente, é marcante o crescimento da presença de novas instituições de ensino não públicas disponibilizando cursos presenciais e à distância nas mais diversas áreas de atuação profissional.
Situada no bairro Salobrinho, na Rodovia BR-415 trecho Ilhéus-Itabuna, funciona a Universidade Estadual de Santa Cruz, no Campus Soane Nazaré de Andrade. Esta Universidade pública oferece 33 cursos, sendo 22 bacharelados e 11 licenciaturas, além de uma moderna e ampla biblioteca, laboratórios de ponta, hospital veterinário, estufas para estudos botânicos e outras instalações de grande porte.
Entre Ilhéus e Olivença (bairro de Ilhéus) localiza-se a Faculdade de Ilhéus. Sendo uma instituição privada, oferece nove cursos: Administração, Ciências Contábeis, Direito, Nutrição, Enfermagem, Odontologia, Psicologia, Engenharia civil e Engenharia de produção. Além do excelente espaço, disponibiliza uma biblioteca ampla e laboratórios bem aparelhados.
A faculdade Madre Thaís é privada e está localizada no Open Mall Gabriela Center, na Av. Itabuna. A faculdade oferece os cursos de administração, enfermagem, direito, biomedicina e logística. Também encontramos, na saída para Itabuna, próximo à rodoviária, a FTC EaD, que fica localizada no instituto de ensino Joana d'Arc, com os cursos de: administração, tecnólogo em segurança do trabalho, biologia, letras, história, pedagogia, dentre outros.
Na Escola Diretriz (Pontal), administrada pela Cooperativa de Professores Santa Rita, encontra-se o Polo de Apoio Presencial do Grupo Uninter em Ilhéus. Através das duas faculdades do grupo (Facinter e Fatec Internacional) o UNINTER oferece diversos cursos de graduação e pós-graduação na modalidade EaD.
No Instituto Brasileiro de Educação, Cultura e Turismo, Pontal - Ilhéus, também são oferecidos cursos superiores. O instituto é privado.
Ainda existem a Eadcon (no Colégio Nossa Senhora da Vitória) e a Unopar Ilhéus, em sede própria.
A Escola Técnica Federal - IFBA Campus Ilhéus oferece os cursos das modalidades Integradas, Subsequentes e Superiores. No nível médio da modalidade integrada poderá contar com três eixos de ensino o Técnico e Telecomunicações; Processos Industriais – Tec. Em Eletroeletrônico; e, Infraestrutura com o curso Tec. em Edificações.
Na modalidade PROEJA (Educação de Jovens e Adultos), de ensino médio, a área visada é a de Tecnologia da Informação com o a implantação do curso de Técnico de Manutenção e Suporte em Informática. E a modalidade subsequente deve seguir os mesmos eixos de ensino da modalidade integrada.
Na modalidade superior, a intenção é que sejam oferecidos os cursos de Licenciatura em Computação e Tecnólogo em Tecnologia e Automação Industrial.
O SENAI, localizado no bairro do Iguape, Distrito Industrial de Ilhéus, mantém instalações destinadas a formação profissionalizante nas áreas de montagem e manutenção de computadores, mecânica de automóveis e caminhões, mecânica pesada, eletricidade de alta e baixa tensão, eletromecânica e eletroeletrônico
Turismo
Capital turística da Costa do Cacau, é considerada por muitos, terceiro maior ponto turístico da Bahia.
O Município de Ilhéus tem potencial para se destacar como um polo turístico, em função de alguns atrativos artísticos, culturais, folclóricos, além de extensas áreas costeiras, vasto patrimônio histórico, festas e manifestações populares. A maior parte do patrimônio arquitetônico de Ilhéus está intrinsecamente relacionado à época de ouro da lavoura cacaueira.
Tal período é abordado nos romances de Jorge Amado e impulsiona o turismo cultural, na medida em que revela imagens que ilustram tanto aspectos culturais quanto econômicos, naturais, históricos e arquitetônicos da região. Neste contexto o leitor-turista tem especial interesse em conhecer e identificar locais habitados pelos personagens amadianos e, ao mesmo tempo, conhecer a história e a cultura da cidade. Nos romances, o escritor faz referências a bairros, ruas, praças, casas e igrejas da cidade que serviram de cenário para suas narrativas. Lugares como o Bar Vesúvio, a Igreja Matriz de São Jorge, a Catedral de São Sebastião, o Bataclan e o Antigo Porto.
Edificações e monumentos históricosBar Vesúvio; Bataclan; Biblioteca Pública Municipal Adonias Filho - Av. Soares Lopes; Casa de Cultura Jorge Amado - Quarteirão Jorge Amado; Casario secular da Rua Antônio Lavigne de Lemos; Catedral de São Sebastião - Praça Dom Eduardo; Convento e Igreja Nossa Senhora da Piedade; Cristo - Av. 2 de Julho; Igreja Matriz de São Jorge - Praça Rui Barbosa; Museu Nossa Senhora da Piedade; Outeiro de São Sebastião; Palacete Misael Tavares - Quarteirão Jorge Amado; Palácio Episcopal - Alto Teresópolis; Palácio Paranaguá - Praça J. J. Seabra; Teatro Municipal de Ilhéus - Quarteirão Jorge Amado.
Praças - Praça Luiz Viana/ Praça Dom Eduardo; Praça J. J. Seabra; Praça Barão do Rio Branco; Praça Ruy Barbosa; Praça do Cadete; Praça Coronel Pessoa; Praça Cairu; Praça Castro Alves ou Praça da Irene.
Praias
A costa litorânea do município de Ilhéus possui uma extensão de 84 km, sendo considerada a maior do estado da Bahia. O litoral se estende desde o arraial do Acuípe, limite sul, tendo como divisor o rio Acuípe, até o povoado da Ponta do Ramo, ao norte, cujo limite é o rio Sargi. As praias não se sucedem de forma contínua pelo litoral, pois são interrompidas por formações rochosas e cursos d’água, como o rio Almada.
O litoral norte se caracteriza pelas áreas de preservação de mata atlântica e por praias com ondas fortes indicadas para práticas de esportes. Neste litoral encontram-se as seguintes praias: Ponta da Tulha, Joia do Atlântico, Mamoã, Ponta do Ramo, Sargi, Marciano, de São Domingos, do Malhado, da Avenida, do Cristo.
As praias do Sargi, Mamoã, Ponta da Tulha, Ponta do Ramo e a do Joia encontram-se inseridas na APA da Lagoa Encantada se caracterizam por apresentar orla exposta e rústica, e trechos em diferentes níveis de ocupação (trechos não-urbanizados, urbanizados e em processo de ocupação). Tais praias apresentam áreas de mata atlântica, restinga, brejo e rios, além da fauna silvestre (primatas e pássaros). Principais usos deste trecho são: hotelaria, moradia e lazer. O acesso à estas praias ocorre de forma indireta.
As praias de São Domingos e São Miguel sofrem processo de erosão em função das orlas do porto do Malhado. Nesta unidade situa-se o bairro de São Miguel uma península margeada pelo oceano Atlântico e o rio Almada apresenta residências fixas de veraneio com pequenos comércio cabanas de praias, restaurantes, pousadas e lojas de artesanatos. Nas praias do Marciano e do Malhado,(vila de pescadores) são encontradas atividades como a pesca artesanal, a mariscagem e o beneficiamento (defumação), bem como o estaleiro para o reparos de barcos utilizados pela comunidade.
Na área central do município se localizam a avenida Soares Lopes, a praia do Cristo e avenida Dois de Julho . Essa área é cercada por rios e praias e apresenta orla exposta em processo de assoreamento com ocupação consolidado e totalmente urbanizada de uso residencial, comercial,turismo,lazer e serviços. Tem como atributos naturais praias em mar aberto com vegetação de restinga herbácea em processo de regeneração e espécies vegetais introduzidas que compõe o Parque Burle Marx.
O Litoral Sul se caracteriza pela diversidade de paisagens, e são encontradas desde praias com formações rochosas às praias com grande extensão de areia intercaladas por rios, recifes de arenito e trechos com vegetação de restinga herbácea e arbustiva, coqueiros. O litoral apresenta trechos em diferentes níveis de ocupação (trechos urbanizados, em processo de ocupação e não-urbanizados) e de tipos de uso, como: hotelaria, lazer, comercial, residencial, cabanas de praias, clubes e transporte aéreo (aeroporto). O acesso às praias ocorre, em sua maior parte, de forma direta. Neste litoral encontram-se as seguintes praias: do Morro de Pernambuco, dos Milionários, do Cururupe, do Back Door, do Batuba, do Cai n’água, do Jairi, do Canabrava, Sirihyba e Acuípe.
Praia do Morro de Pernambuco é marcada pela presença de um farol, este trecho caracteriza-se como orla exposta não urbanizada cujos atributos naturais são rochas, vegetação de restinga herbácea, arbustiva e espécies exóticas.
A praia do Opaba se localiza entre o Morro do Pernambuco e a praia dos Milionários e Morro dos Navegantes. Sua orla é exposta e apresenta urbanização consolidada, possui como características naturais praias com recifes de arenito, vegetação de restinga herbácea e coqueirais. Apresenta uso diversificado: residencial, comercial, lazer e transporte aéreo (aeroporto). O acesso às praias ocorre, principalmente, de forma indireta.
Tanto a praia dos Milionários quanto a do Morro dos Navegantes apresentam orla exposta em processo de urbanização e ocupação residencial pouco adensada. Nestas praias destacam-se ainda os empreendimentos hoteleiros de pequeno e médio porte e adensamento desordenado de barracas de praias sem padronização. Acesso à praia é parcialmente livre. Sua cobertura vegetal caracteriza-se por fragmentos de restinga herbáceas, coqueirais e espécies exóticas. Sua ocupação está voltada para as atividades de turismo e lazer.
As praias do Cururupe e Back Door têm a orla exposta com ocupação pouco adensada e apresenta diversidade de paisagem que se alterna entre vegetação de restinga herbácea e arbustiva, coqueiros, mangues, recifes de arenito, praias e curso d`água. A praia de Back Door é a primeira praia do distrito de Olivença, possui areia grossa e é e frequentadas por praticantes de surf, devido as ondas fortes. Na maré baixa esta praia fica repleta de piscinas naturais de águas mornas.
Jubiabá, Batuba, dos Milagres e a Cai n’água são praias que apresentam orla exposta em toda extensão e ocupação urbana consolidada. Se caracterizam por paisagens que alternam praias rochosas, rios, morros, recifes, remanescentes de restinga e trechos com águas medicinais. Os usos mais presentes são os de hotelaria, moradia e lazer, além da presença de barracas de praia. Estas praias estão localizadas no distrito de Olivença, única Estância Hidromineral á beira mar do país.
Praia de Sirihyba é a última praia do litoral sul de Ilhéus. Sua orla é exposta e a ocupação está em processo de urbanização. Tem paisagem característica a alternância de praias rochosas, rios, dunas, manguezais e restinga. Essa praia apresenta como usos principais: residencial, residências de veraneio, comercial (barracas de praias), turismo e de assentamento de pescadores.
Outros pontos de interesse - Capela de Nossa Senhora Santana - Povoado Rio do Engenho; Igreja Nossa Senhora das Escadas - Distrito de Olivença; Estação de Rio do Braço - Distrito de Rio do Braço; Ponta da Tulha - Povoado de Ponta da Tulha; Lagoa Encantada - Povoado de Lagoa Encantada, Estrada Ilhéus/Itacaré - Lagoa natural de grande extensão situada a 12 km da entrada sul da estrada entre Ilhéus e Itacaré, ao fundo do condomínio Jóia do Atlântico. Muitas riquezas naturais provenientes do lago, diversas quedas d'água, área verde, comida típica e cultura local. A região ganhou destaque quando foi utilizada como cenário na Produção da telenovela Renascer exibida pela Rede Globo de 8 de março a 13 de novembro de 1993, ruínas da casa do personagem "Tião Galinha" ainda pode ser visitada pelos turistas; Estrada do Chocolate - Seu trajeto vai de Ilhéus a Uruçuca e o projeto prevê a implantação de dois pórticos: um na Terra de Gabriela e outro na BR-101. O objetivo é levar os turistas para a conhecerem o processo de produção do cacau e do chocolate, com visitas às fazendas, fábricas e lojas. Os atrativos, porém, oferecem muito mais que isso: passeios por reservas de Mata Atlântica, por localidades históricas, dentre outros locais como casarões dos séculos 18 e 19.
Referência para o texto: Wikipédia .