segunda-feira, 30 de maio de 2022

IRECÊ - BAHIA

Irecê é um município do estado da Bahia, no Brasil, que se localiza na região setentrional da Chapada Diamantina. Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2020, era de 73.524 habitantes.
É conhecida por sua produção agrícola, tendo sido chamada de "capital mundial do feijão" durante décadas, apesar do declínio da produção na década de 2010.
História
Até o século XVII, o interior da Bahia era habitado pelos índios aimorés, também chamados de botocudos. Nesse século, a região atualmente ocupada pelo município foi doada pelo rei de Portugal sob a forma de sesmaria para Antônio Guedes de Brito. Em 21 de fevereiro de 1807, João de Saldanha da Gama Mello Torres Guedes de Brito, descendente de Antônio, vendeu uma parte da sesmaria, chamada de Barra de São Rafael, para Filipe Alves Ferreira e Antônio Teixeira Alves. Uma parte de Barra de São Rafael era conhecida como Lagoa das Caraíbas ou Brejo das Caraíbas.
Até 1896, a região era conhecida como Carahybas. Nesse ano, por sugestão do tupinólogo Teodoro Sampaio, o nome foi mudado para Irecê, nome indígena que, segundo Teodoro Sampaio, significaria "pela água, à tona d'água, à mercê da corrente". No entanto, segundo o tupinólogo Eduardo Navarro, o nome está incorretoː segundo ele, em tupi antigo, "pela água" seria 'y rupi, e não 'y resé. Em 1906, foi criado o distrito de paz de Caraíbas, subordinado à subdelegacia de polícia de Morro do Chapéu.
O município de Irecê foi criado em 2 de agosto de 1926, pela Lei 1.896, assinada no Palácio do Governo por Francisco Marques de Góes Calmon, com a denominação de Vila de Irecê. No entanto, por não ter renda suficiente que o caracterizasse como município, foi anexado a Morro do Chapéu, em 8 de Julho de 1931, pelo Decreto nº 7.479, assinado no Palácio do Governo, por Arthur Neiva – Bernardino José de Souza.
A independência política de Irecê aconteceu de fato a partir do ano de 1933, através do Decreto 8.452, de 31 de maio de 1933, assinado no Palácio do Governo, por Juracy Magalhães, restaurando o então extinto município.
Geografia
Situado a 478 km da cidade de Salvador, o município de Irecê fica na zona fisiográfica da Chapada Diamantina Setentrional, abrangendo toda a área do Polígono das Secas. Pertence à bacia do São Francisco. Ocupa posição de status por ser a maior cidade da microrregião, tendo a maior população e por ser a mais evoluída tecnologicamente.
O município de Irecê fica na zona fisiográfica da Chapada Diamantina Setentrional, abrangendo toda a área do Polígono das Secas. Pertence a bacia do São Francisco. Tem como limites os municípios de João Dourado, Presidente Dutra, Lapão e São Gabriel. As rodovias estaduais que ligam Irecê são a BA-052 (Estrada do Feijão), a BA-148 e a BA-432.
Clima
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde 1973 a menor temperatura registrada em Irecê foi de 9,4 °C em 26 de julho de 2008. O recorde de maior temperatura atingiu 39,1 °C em 3 de outubro de 2010. O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de aproximadamente 200 milímetros, em 02 de Novembro de 2020.
Economia
O município é famoso e reconhecido pelo grande potencial agrícola e agropecuário, tendo recebido o título de "Cidade do Feijão" e "Capital Mundial do Feijão" devido às grandes safras colhidas nas décadas de 1980 e 1990.
O município, em seus tempos áureos foi o primeiro produtor de feijão do nordeste, e o segundo do País.
A economia do município e região é baseada na produção agrícola de policultura, dando-se destaque, além da produção de mamona e feijão, à produção de cebola, tomate, beterraba, cenoura, pinha (que também tem grande destaque na região); baseia-se, também, a economia, na pecuária e no comércio local, que, há muito, deixou de ter, na produção agrícola, sua fonte de renda majoritária, tornando-se um grande polo de prestação de serviços.
O município de Irecê caracteriza-se como sendo polo de uma região compreendida por 28 cidades, sendo uma das cidades mais prósperas na área de comércio e serviços no estado da Bahia. Já no setor industrial, se destacam fábricas de móveis, confecções, gráficas, abate de frangos e fábricas no ramo de laticínios e doces. Com um forte comércio nos setores automobilístico, supermercados, vestuários, materiais de construção, varejos, atacadistas e distribuidoras que abastecem cidades circunvizinhas.
Seu comércio é reconhecido no cenário estadual. É o centro da região geográfico, de trânsito e de comércio da região, possuindo centenas de lojas e grupos empresariais que atuam em todos os segmentos.
Educação
O município possui um campus da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e um campus do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), Universidade Federal do Vale do são Francisco (UNIVASF-SEAD), contando ainda com instituições de ensino superior de iniciativa privada: Anhanguera, Uessba, Unopar, FAI, Eadcon e FTC ead. Possui colégios estaduais como: Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães, o Polivalente e o Luiz Viana Filho, colégios municipais como o Odete Nunes Dourado e o Tenente Wilson, e programas como a TV Irecê, que capacita jovens na área de audiovisual, rádio, gráfica e webdesign.
O município possui um Campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA). O IFBA Campus Irecê oferta o ensino médio, superior e subsequente. O ensino médio além de possuir a grade curricular básica, vem integrado de um dos 3 cursos técnicos ofertados no Campus: informática, eletromecânica e biocombustíveis. Atualmente o ensino superior oferta o Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e o Curso Superior de Tecnologia em Manutenção Industrial. O ensino subsequente será descontinuado pelo Campus em breve, logo após os discentes que ainda estão cursando a modalidade subsequente se formarem.
Irecê ocupa a décima sétima colocação no IDEB entre todas as cidades da Bahia. Esses avanços vêm proporcionando abertura para receber novos projetos educacionaisː um deles é o Projeto UCA, Um Computador por Aluno. A Escola Municipal Duque de Caxias, próxima ao terminal rodoviário, está como Projeto Piloto. Recebeu 500 laptops, todos com software livre, Metasys, que farão parte do cotidiano dos alunos e professores. Os professores estão fazendo a formação do Proinfo para poder lidar com as máquinas.
Turismo
Apesar de Irecê inserir-se na região da Chapada Diamantina, a cidade e a microrregião não contam com um grande potencial turístico.
A cidade de Irecê é, geralmente, muito visitada na época junina por tradicionalmente realizar uma das melhores festas juninas no estado da Bahia, a qual é inclusive citada em famosa letra de forró: "Eu, este ano, vou levar você/Pra conhecer/O meu São João/Eu, este ano, vou levar você/Pra Irecê/A capital de feijão".
Eventos
- Cantoria de São Gabriel - Ocorre numa cidade circunvizinha, pertencente à região, e reúne alguns dos mais importantes nomes locais e nacionais da poesia, cordel e cantoria.
- Expoagri e Exposhow - Feira agropecuária e shows.
- São João de Irecê - O tradicional Arraiá das Caraíbas que acontece anualmente, criado no final da década de 1970, atrai milhares de turistas.
- São Pedro da Boa Vista - Festejos juninos que acontecem no final do mês de Junho, no bairro da Boa Vista.
- Forrock - Encontro Nacional de Motociclistas em Irecê - Acontece sempre no Aniversário de Irecê
- Marcha pela Paz - Marcha realizada por todos os segmentos religiosos que movimenta milhares de pessoas.
- Festa de São Domingos - Festa do padroeiro da cidade de Irecê.
- Irecê Metal Night - Anualmente acontece um dos maiores encontros de bandas de heavy metal do interior baiano.
- Micareta de Irecê - Esta festa, que já é referência em todo o estado, é um carnaval fora de época.
- Jesus nas Praças - Evento de evangelização, missão e promoção humana organizado pelo Ministério Jovem da RCC (Renovação Carismática Católica).
- Forró Sertão - Evento junino, trazendo grandes músicos sertanejos à região.
- Noite dos Poetas - Encontro anual de poesia realizado na cidade o apoio do coletivo de cultura Balaio de Gente, sempre em março no dia da morte do poeta baiano Castro Alves.
Referência para o texto: Wikipédia .

quinta-feira, 26 de maio de 2022

ORIXIMINÁ - PARÁ

Oriximiná é um município brasileiro do estado do Pará, pertencente à Mesorregião do Baixo Amazonas.
Etimologia
O nome Oriximiná é de origem indígena, de procedência tupi, significando "o macho da abelha", o zangão. No entanto, frei Protásio Frinckel, conhecedor da região e de seus diversos núcleos de habitantes primitivos, inclina-se pela derivação de Eruzu-M'Na que significa "muitas praias".
História
Tradicionalmente considera-se que a colonização das terras de Oriximiná começou com os estabelecimento de vários quilombos/mocambos ao longo do rio Trombetas no século XIX. Entretanto essas terras foram habitadas por povos indígenas nômades e semi-nômades desde tempos imemoriais.
Formação dos quilombos
Por volta de 1815, escravos fugidos das lavouras de cacau e das fazendas de gado da região do Baixo Amazonas refugiaram-se entre as comunidades indígenas da região, formando quilombos.
Esses quilombos estabeleceram inúmeras povoações ao longo da bacia do Trombetas e do Erepecurú. Inicialmente seus assentamentos ficavam acima das cachoeiras, nas "águas bravas", com suas localidades chamadas de mocambos e seus moradores de mocambeiros. Para eles, a floresta significou liberdade e suporte para a vida. A dificuldade de acesso os protegia das expedições que visavam destruir os mocambos.
No final do século XIX e início do século XX, os quilombolas desceram as cachoeiras para ficar mais próximos da cidade para realizar transações comerciais. Neste mesmo período, as terras do Baixo e Médio Trombetas estavam sendo adquiridas por colonizadores interessados nos produtos da floresta, notadamente a madeira e a castanha-do-brasil. Desde então, acirraram-se os conflito pela terra das comunidades remanescentes de quilombos da região, que chegou a abrigar o que foi considerado o "Quilombo dos Palmares da Amazônia". Algumas dessas comunidades são tão importantes nos dias atuais, que formam distritos administrativos, como é o caso de Cachoeira Porteira.
Colonização
A colonização da região por parte dos europeus se deu a partir de 1877 por ação do padre José Nicolino de Sousa, nascido no município de Faro a partir de ascendência indígena. O padre fundou uma povoação na região, denominando-a Uruá-Tapera ou Murá-Tapera.
Formação municipal
Através da lei nº 1.288, de 11 de dezembro de 1886, foi elevada à categoria de freguesia, com o nome de Santo Antônio do Uruá-Tapera, por Joaquim da Costa Barradas, presidente da então província do Grão-Pará.
Foi elevado à categoria de vila com a denominação de Oriximiná pela Lli n.º 174, de 9 de junho de 1894. Foi oficialmente instalado em 5 de dezembro de 1894, com a posse do intendente Pedro Carlos de Oliveira.
Porém, por desentendimentos políticos, foi extinto como município pela lei n.º 729, de 3 de abril de 1900, sendo seu território anexado ao município de Óbidos.
Foi finalmente elevado à categoria de município, com a restauração da emancipação, com a denominação de Oriximiná, pelo decreto estadual n.º 1.442, de 24 de dezembro de 1934.
Década de 1970 - atualidade
Na década de 1970 o município sofreu intensas transformações, com a descoberta de suas riquíssimas áreas minerais, em especial as reserva de bauxita. Ocorreu a implantação do projeto Trombetas, com a construção de ferrovia, rodovias, porto e uma company town, a vila de Porto Trombetas. Havia a previsão, inclusive da construção da Usina Hidrelétrica de Cachoeira Porteira, que nunca saiu do papel.
O município, no final da década, passaria a ser cortado pela Estrada de Ferro Trombetas para o escoamento de bauxita presente nas minas da região em direção ao Porto Fluvial da vila de Porto Trombetas. A ferrovia de cunho industrial, permanece concedida e operada pela Mineração Rio do Norte e pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) até os dias atuais.
Nesse período também são abertas as rodovias BR-163, BR-210 e PA-254, que ligaram definitivamente o município por via rodoviária ao território nacional, alterando profundamente as paisagens naturais da região. A abertura dessas estradas vinha sob a justificativa da política de segurança nacional, imposta pela ditadura militar no Brasil.
Atualmente, as comunidades indígenas e quilombolas da região buscam o reconhecimento oficial de seus territórios tradicionais.
Geografia
A sede municipal localiza-se na latitude 01º45'56" sul e na longitude 55º51'58" oeste, estando a uma altitude de 46 metros acima do nível do mar. Com 107.602,99 quilômetros quadrados de extensão territorial, o município é maior em área que países como Portugal, Áustria e Coreia do Sul. É o segundo maior município em área do estado do Pará, sendo superado apenas pelo município de Altamira (161.445,91 km²). Limita-se com dois estados brasileiros (Roraima e Amazonas) e com dois países (Guiana e Suriname).
Hidrografia
O município dispõe de grandes e caudalosos cursos d'água, sendo que os principais são os rios: Trombetas, que banha a sede do município pelo lado esquerdo; Amazonas, que delineia a fronteira sul do município; Erepecuru, importante afluente pela margem esquerda e que serve de limite natural com o município de Óbidos; Nhamundá, que serve de limite natural para fronteira do estado do Pará com estado do Amazonas, e; Cuminá, importante acesso ao extremo norte do município e a algumas comunidades quilombolas. Outros rios são o Acapu, Cachorro, Mapuera e o Cachoeiri.
Muitos lagos naturais compõem a hidrografia do município, sendo os principais: Sapucuá, Paru, Iripixi, Caipuru, Abuí, Maria-Pixí, Salgado, Ururiá e Batata; este último sendo um dos mais importantes, dada sua extensão, volume de água, acesso, navegabilidade e expressão econômica.
As quedas d'água da Porteira (com grande potencial hídrico), Chuvisco e Ventilado (com grande potencial turístico), Pancada, Vira-Mundo e São Pedro formam grandes paisagens naturais. Vale destacar as cachoeiras do Jatuarana, com relativa proximidade da sede do município, e as cachoeiras da região do Jamaracaru.
Patrimônio natural
As principais áreas de preservação ambiental, que estão parcialmente ou em sua totalidade na área municipal, são:
- Terra Indígena Nhamundá-Mapuera, abrangendo os municípios de Oriximiná, Faro (Pará) e Nhamundá (Amazonas), com 8 454 quilômetros quadrados, registrada em 1989.
- Terra Indígena Trombetas Mapuera, contígua à Terra Indígena Nhamundá-Mapuera, com superfície de 39.704,18 quilômetros quadrados e um perímetro de 1.562 quilômetros, registrada em 2009.
- Terra Indígena Parque do Tumucumaque, com 3.071.067 hectares, registrada em 1997.
- Terra Indígena Kaxuyana-Tunayana, com 2.184.120 hectares, declarada em 2018.
- Reserva Biológica do Rio Trombetas, Unidade de Conservação federal, com 3.850 quilômetros quadrados, criada em 1979.
- Floresta Nacional Saraca-Taquera, com 429.600 hectares, criada em 1989.
- Floresta Estadual de Faro, com 525.434 hectares, criada em 2006.
- Floresta Estadual do Trombetas, com 3.025.667 hectares, criada em 2006.
- Estação Ecológica do Grão-Pará, Unidade de Conservação estadual, com 4.245.819 hectares, criada em 2006.
- Território Quilombola Água Fria, com 557 hectares, titulado em 1996.
- Território Quilombola Boa Vista, com 1.125 hectares, titulado em 1995.
- Território Quilombola Trombetas, com 80.886 hectares, titulado em 1997.
- Território Quilombola Erepecuru, com 231.610 hectares, titulado em 2000 2016.
- Território Quilombola Alto Trombetas 1, com 79.096 hectares, titulado em 2003 e ratificado em 2010.
- Território Quilombola Cachoeira Porteira, com 225.176 hectares, titulado em 2018.
Economia
A principal atividade econômica do município de Oriximiná corresponde a indústria extrativa mineral, abrigando a maior produtora de bauxita do Brasil com 18 milhões de toneladas anual (2016). Segundo o Ministério de Minas e Energia, Oriximiná possui a maior quantidade de reservas conhecidas no Brasil. Na década de 1960 foram descobertas grandes reservas de bauxita na região norte do Brasil, devido ao incentivo de pesquisas que visavam aumentar o suprimento de bauxita majoritariamente para o mercado internacional. Com isso, em 1967 foi confirmado a descoberta da bauxita de valor comercial às margens do Rio Trombetas através da Aluminas, subordinada da maior empresa de alumínio do Canadá Aluminium Limited of Canada (ALCAN). O interesse da ALCAN pela bauxita Amazônica está amplamente ligado com as mudanças políticas ocorridas no país em 1964, a independência da Guiana em 1966 e a crise energética de 1970.
A queda do preço do alumínio em 1971 inviabilizou os planos de instalação de novas minas pela ALCAN. Portanto, em 1972, a ALCAN juntamente com a Companhia Vale do Rio Doce, que representava o governo brasileiro, começaram as negociações com a intenção de prosseguir com a continuidade da implementação do projeto, o que culminou na criação de uma joint-venture formada pela coligação de oito empresas sob o controle da Vale e da ALCAN em 1974, vigorosamente relacionado com o capital japonês. Desse modo, nota-se o grande interesse da exploração para o mercado externo. O estabelecimento da empresa Mineração Rio do Norte (MRN) concretizou a exploração das jazidas de bauxita em Trombetas, o chamado “Projeto Trombetas”, o que acarretou mudanças drásticas em uma região que até aquele momento a principal atividade consistia em agricultura de subsistência e extrativismo, por ser habitada por variados grupos quilombolas. Em 1979, iniciaram-se as atividades de lavra, o que configurou o fim da implantação do Projeto Trombetas. A capacidade inicial de produção era de 3,35 Mt por ano, ao decorrer do tempo houve o crescimento significativo da capacidade de produção em virtude de uma alta demanda de mercado e da alta aceitação nas refinarias estrangeiras. Com a finalidade de atender à crescente demanda externa e o mercado interno foi construído do complexo Bauxita-Alumínio, que envolvia os estados do Pará e do Maranhão.
Infraestrutura
Transportes
O município de Oriximiná é servido por uma ferrovia, a Estrada de Ferro Trombetas, que funciona basicamente para o transporte de cargas das Minas do Saracá V, Saracá W e Bela Cruz para o Porto Fluvial de Porto Trombetas.
Oriximiná é servida pelo Aeroporto de Oriximiná, localizado a 8 quilômetros do centro da cidade, e pelo Aeroporto de Porto Trombetas, localizado no distrito de Porto Trombetas, servindo a população que reside e trabalha para a Mineração Rio do Norte, ambos tendo somente voos particulares.
Dada as características da região, cortada por grandes rios, e praticamente carente de rodovias, o transporte fluvial é o mais usado para locomoção de pessoas e cargas. O principal terminal de passageiros do município fica no Porto de Oriximiná, de onde partem embarcações diariamente com destino à Santarém e Óbidos.
O transporte terrestre é feito pelas rodovias PA-254 e PA-439, que dá acesso à comunidades rurais do município. Pelo Plano Nacional de Rodovias, o município deveria ser cortado de norte a sul pela BR-163, sendo que até 2018 somente o trecho entre o distrito de Cachoeira Porteira e a BR-210 (Perimetral Norte) foi aberto, mas desde a década de 1970 não recebe manutenção.
Educação
Em 1975 foi instalada no município de Oriximiná a Unidade Avançada José Veríssimo (UAJV), filial pertencente à Universidade Federal Fluminense (UFF), após se estabelecer primeiramente na cidade de Óbidos dois anos antes.
A unidade tem, como objetivo principal, desenvolver atividades de extensão, ensino e pesquisa. Atualmente, são desenvolvidas as seguintes atividades: gerenciamento de um hospital público local, atuação preventiva na área de saúde, programas de educação esportiva, assessoramento às comunidades na área de meio ambiente e implantação de sistemas agroflorestais.
Outra instituição com campus no município é a Universidade Federal do Oeste do Pará, ofertando as graduações em ciências biológicas e conservação e sistemas de informação.
Referência para o texto: Wikipédia .

segunda-feira, 23 de maio de 2022

SANTANA DO ARAGUAIA - PARÁ

Santana do Araguaia é um município brasileiro no extremo sul do estado do Pará. Localiza-se a uma latitude 9°32'23.98" sul e a uma longitude 50°51'35.54" oeste, estando a uma altitude de 160 metros. Sua população estimada em 2020 era de 74.419 habitantes. Possui uma área de 11.639,29 km².
História
A história do município de Santana está intimamente relacionada com a fundação do povoado de Altas Barreiras (hoje sede do município de Santa Maria das Barreiras) em 1892. Formado por imigrantes goianos com apoio de frei Gil de Villa Nova, esta localidade desenvolveu-se pela extração de borracha-caucho e outros produtos extrativistas. Teve como principal marco de formação, a construção da Paróquia de Sant'Anna.
Com o passar dos anos, Altas Barreias mostrou-se um povoado muito dinâmico, sendo elevado á categoria de distrito em 31 de dezembro de 1936, passando a denominar-se Santa Maria das Barreiras. Finalmente ganhou autonomia política através da lei estadual nº 2460, de 29 de dezembro de 1961, desmembrado de Conceição do Araguaia, denominando-se município de "Santana do Araguaia".
Formação de Campo Alegre
Entretanto a configuração atual do município de Santana foi construída a partir do ano de 1966 com a implantação do projeto "Fazenda Campo Alegre", sob responsabilidade da Cia. Industrial e Agropastoril Vale do Rio Campo Alegre, uma espécie de joint-venture formada por 13 empresas diferentes, encabeçadas pela Volkswagen do Brasil. O empreendimento com área de aproximadamente 130 mil hectares deveria produzir rezes para o abete em frigoríficos de Belém.
Em 1975 o empreendimento conseguiu autorização junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) para a construção de uma company town na área a ser denominada de "Campo Alegre", com o intuito de formar um núcleo administrativo e fixador de mão-de-obra. A construção de Campo Alegre foi muito rápida, com sua conclusão sendo efetivada em 1976.
Sob os auspícios da Volkswagen (com participação de outros grupos financeiros) começa a construção em 1978 nas proximidades de Campo Alegre o mega-empreendimento "Frigorífico Atlas", com aporte financeiro da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM). Campo Alegre transformou-se a partir de então numa espécie de cidade operária e ponto demográfico atrator.
Grande cheia de 1980/1981
Em 1980 a região do Tocantins Araguaia é atingida por uma grande enchente de seus rios, fato que destruiu parcialmente a sede do município de Santana do Araguaia. Tal cheia prolongou-se pelo ano de 1981. Como Campo Alegre era a localidade dotada de melhor infraestrutura no município (inclusive melhor que a própria sede), os aparelhos administrativos foram para ela transferidos e ali permaneceram.
A vulnerabilidade da antiga sede e a dificuldade para reconstruí-la, desqualificou-a para que permanecesse com tal categoria. Desta forma em 5 de novembro de 1984 por meio da lei estadual nº 5.171 transferiu-se definitivamente a sede de Santana do Araguaia para a localidade de Campo Alegre, revertendo a localidade de Santa Maria das Barreiras á sua antiga categoria, como distrito.
Com isto, por mais que Santana do Araguaia (Campo Alegre) seja "original" de Santa Maria das Barreiras, tornou-se herdeira dos direitos administrativos do antigo município.
Desmembramento
Por pressão da comunidade barreirense, insatisfeita com seu novo status político, em 10 de maio de 1988 é criado o município de Santa Maria das Barreiras, através da lei estadual nº 5.451, desmembrado de Santana do Araguaia.
Clima
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de abril de 2011 a março de 2020, a menor temperatura registrada em Santana do Araguaia foi de 12,8 °C no dia 14 de agosto de 2015, e a maior atingiu 42 °C em 14 de setembro de 2019. O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 131,2 milímetros (mm) em 25 de março de 2018
Subdivisões
O município é subdividido em três distritos principais e inúmeras vilas e povoados. O próprio distrito sede, a cidade de Santana do Araguaia, é subdividido em bairros, que servem para melhor a distribuição espacial.
Os distritos do município são:
- Distrito Sede: formado basicamente pela cidade de Santana do Araguaia, mas que comporta os vilarejos de Santa Fé, Barreira do Aricá, Fartura e Nova Barreira;
- Distrito de Barreira do Campo: assentado na vila homônima, mas que comporta também os vilarejos de Porto Trajano e Pai Eterno;
- Distrito de Vila Mandi: assentado na vila homônima, mas que comporta também os vilarejos de Paxiba e Promissão.
Infraestrutura
Transportes

No transporte aéreo o município é servido pelo Aeroporto de Santana do Araguaia, que a liga, com voos domésticos regionais, principalmente aos município do Pará, Tocantins e Mato Grosso.
No transporte rodoviário Santana é cortada de norte a sul pela rodovia federal BR-158, que a liga ao estado do Mato Grosso a os municípios vizinhos do Pará, sendo seu principal tronco viário.
Outras rodovias são as estaduais PA-411, PA-463 e a PA-485. As duas primeiras ligam Santana ao município de Santa Maria das Barreiras e ao estado do Tocantins e; a última liga a sede municipal à vila de Barreira do Aricá, na região da Ilha do Bananal. Na extremidade norte há também uma porção da PA-235.
Os únicos portos do município estão localizado no distrito de Barreia do Campo e na vila de Porto Trajano, ambos às margens do rio Araguaia; o Porto Fluvial de Porto Trajano dá acesso, pelo serviço de balsas, ao município de Caseara, no Tocantins.
Educação
O município abriga um dos campus da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), a principal instituição pública de ensino superior do sul e sudeste do Pará.
Referência para o texto: Wikipédia .

sexta-feira, 20 de maio de 2022

PALMEIRA DOS ÍNDIOS - ALAGOAS

Palmeira dos Índios é um município brasileiro do estado de Alagoas. É a quarta maior cidade do estado e está localizada no agreste alagoano. O município conta com aproximadamente 73 218 habitantes de acordo com a estimativa do IBGE em 2019. e está situado a cerca de 136 km da capital, Maceió.
História
Palmeira dos Índios ocupa terras que um dia foram aldeias dos índios Xucurus. Foi criada como freguesia em 1798 e transformada em vila em 1835.
Entre 1928 e 1930 a prefeitura foi exercida pelo escritor Graciliano Ramos (nascido na cidade de Quebrangulo, em Alagoas), que incluiu fatos do cotidiano da cidade em seu primeiro romance, Caetés (1933).
Geografia
Segundo estimativas populacionais divulgadas pelo IBGE/2014 o município perdeu o posto de terceira maior cidade de Alagoas para o município de Rio Largo que possui atualmente 75.267 habitantes, 1.542 a mais que Palmeira dos Índios.
A 342m de altitude, situa-se no sopé das serras do Candará, Boa Vista e Goíti e é banhada pelos rios Coruripe e Traipu.
Clima
Devido à sua localização no agreste alagoano e estando a cerca de 340 metros de altitude, Palmeira dos Índios possui o clima tropical semiúmido, contendo verões quentes e invernos razoavelmente frios, com período chuvoso concentrado no inverno, especialmente entre os meses de maio a agosto. Na serra do Cristo do Goiti, início do Planalto da Borborema, a temperatura mínima no inverno pode facilmente chegar aos 14 °C durante as noites, além do vento que é constante, fazendo com que a sensação térmica seja ainda menor.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1961 a 1964 e a partir de 1977, a menor temperatura registrada em Palmeira dos Índios foi de 13,8 °C nos dias 24 de junho de 1962 e 19 de setembro de 1997 e a maior atingiu 39,9 °C em 24 de novembro de 2019. O maior acumulado de precipitação em 24 horas foi de 117,3 milímetros (mm) em 8 de dezembro de 1988.
Esporte
Futebol

A cidade tem como um dos seus principais palcos para a atividades esportivas o Estádio Juca Sampaio que possui uma capacidade total de público de 8000 pessoas; além de servir aos campeonatos amadores da região, é a casa do CSE, time profissional de futebol que disputa a primeira divisão do Campeonato Alagoano.
O CSE foi fundado em 21 de junho de 1947, porém já existia desde o ano de 1945. Criou uma grande rivalidade com o ASA de Arapiraca no interior do Estado.
Basquete
Embora haja muitas dificuldades, o basquete vem, aos poucos, obtendo uma significativa evolução no município, de forma que algumas instituições de ensino como o Instituto Federal de Alagoas, Complexo Educacional Agostiniano e o Colégio Estadual Humberto Mendes têm promovido a prática do desporto com a implantação de tabelas de basquete.
O esporte também está presente nas competições dos Jogos Escolares de Palmeira dos Índios (JEPI), que é organizado frequentemente e tem suas partidas realizadas no ginásio de esportes do Colégio Estadual Humberto Mendes.
Turismo
Os pontos de turismo em destaque são os seguintes: Casa Museu Graciliano Ramos, Museu Xucurus, Cristo do Goití, Santuário Mãe do Amparo, Mata da Cafurna, Biblioteca Graciliano Ramos, Catedral Diocesana, Cachoeira de Antônio Vitório. Grande parte do seu Turismo é rural.
Economia
Centro abastecedor da região, o município dispõe de modesto comércio, agricultura e pecuária. Produz principalmente pinha, caju e manga, além de ser uma grande produtora de leite. Também tem importância a exploração da madeira e do subsolo, que apresenta jazidas de cal, mármore, ferro e cristal de rocha.
A economia do município ainda tem forte influência da agropecuária, mesmo não inserido na bacia leiteira, pois fica no agreste e não no sertão onde se localiza a bacia leiteira do Estado. Conta com várias indústrias de laticínios, de transformação e da cana-de-açúcar.
Referência para o texto: Wikipédia .

segunda-feira, 16 de maio de 2022

CEARÁ MIRIM - RIO GRANDE DO NORTE

Ceará-Mirim é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Norte, localizado na Grande Natal e no Polo Costa das Dunas. Com área territorial de 725 km², encontra-se distante 33 km da capital do estado, Natal, e sua população, conforme estimativas do IBGE de 2021, era de 74.268 habitantes.
Etimologia
A etimologia da cidade de Ceará-Mirim permanece uma incógnita. Em seu livro "Nomes da Terra: História, Geografia e Toponímia do Rio Grande do Norte", o historiador Câmara Cascudo nos dá algumas alternativas propostas por outros historiadores, todas remontando à língua tupi. José de Alencar sugere que o nome Ceará tenha origem na expressão tupi cê-ará, fala ou canta o papagaio. Teodoro Sampaio nos dá ceará ou cemo-ará, sai papagaio ou papagaio de saída, ou ainda papagaio da fonte ou do rio. Temos ainda as versões de Paulino Nogueira e João Brigido que sugerem, respectivamente, çoô-ará, verdadeiro tempo de caça e ciri-ará, caranguejo branco. Seus habitantes são chamados ceará-mirinenses.
História
Inicialmente povoada por índios potiguares às margens do Ryo Seara, posteriormente rio Ceará-Mirim. Os potiguares fizeram seus primeiros contatos com o mundo ocidental através do comércio de pau-brasil com franceses e espanhóis. Posteriormente, com a consolidação da colonização do Brasil, foi ocupada pelos portugueses.
Desde sempre a varze do Ryo Seara (posteriormente Rio Ceará-Mirim) foi ocupada, pois eram terras proveitosas para o cultivo, e lá se instalaram lavouras e pequenas criações de gado. Por todo o século XVIII houve inúmeras sesmarias, dividindo completamente a região com maior ou menor utilidade para a agricultura, notadamente de proprietários de Extremoz. Os primeiros engenhos de Ceará-Mirim surgiram posteriormente ao ano de 1840, mas em 1858, quando ocorreu a transferência da sede, havia notável desenvolvimento industrial e pecuário.
Na relação do Ouvidor Domingos Monteiro da Rocha, em junho de 1757, já se inclui a Povoação do Ceará-Mirim, onde diz-se "com bastantes moradores". A primeira escola surgiu apenas em 1858, instalada em Bôca da Mata, município de Extremoz. A primeira reunião em Câmara Municipal) ocorreu em 14 de outubro de 1858, na Vila do Ceará-Mirim.
A organização inicial da comunidade é atribuída ao líder Filipe Camarão, combatente na expulsão dos holandeses do Nordeste. No início do século XVII, suas terras são concedidas a vários donatários, dentre eles a Companhia de Jesus.
Os jesuítas fundam um convento na localidade conhecida como Guajirú, dando início à construção das primeiras edificações públicas. O município foi criado em 1767.
Geografia
Relevo

Com sua extensa área territorial, Ceará-Mirim possui um relevo variado, porém baixo, apresentando altitudes inferiores aos cem metros e baixas declividades. As áreas costeiras são caracterizadas pela existência de dunas de areia que formam a planície litorânea, modeladas pela ação do vento e originárias do período Quaternário. Essas planícies vão sendo, em direção ao interior do continente, sucedidas pelos tabuleiros costeiros ou planaltos rebaixados, constituídos por argila. As margens nos leitos dos rios constituem planícies fluviais, compostas de areia e cascalho. A maior parte do território municipal está inserido no Grupo Barreiras, formado por rochas do período Terciário Superior cobertas por arenitos.
Assim como no relevo, a geologia é também variada, com diversos tipos de solo, sendo predominantes os latossolos (do tipo vermelho amarelo distrófico), os neossolos (areias quartzosas) e os gleissolos ou solos gley eutróficos, todos porosos e cada um deles com uma textura diferenciada. Os dois primeiros são bastante drenados, profundos e pouco férteis, enquanto o último, apesar de ter maior fertilidade, é mal drenado. Outras classes de solo existentes são os solos indiscriminados de mangue, os luvissolos ou bruno não cálcicos e os planossolos.
Hidrografia
Ceará-Mirim possui seu território incluído nas bacias hidrográficas dos rios Ceará-Mirim (que cobre 35% da área do município), Maxaranguape (31,99%) e Doce (24,78%), além da faixa litorânea leste de escoamento difuso (8,22%). A cidade está localizada na margem sul do Rio Ceará-Mirim, que nasce em Lajes, na região central do Rio Grande do Norte, e percorre outros seis municípios até a comunidade de Barra do Rio, em Extremoz, onde deságua no Oceano Atlântico. Outros rios que passam pelo território municipal são: Delfinos, dos Índios, Guajiru, do Mudo, Macaio, Matura de Cima, Raposo, Riachão e São Pedro, além dos riachos Caratá, Capela e da Goiabeira. Ceará-Mirim possui 11,72 km de litoral, que é formado pelas praias de Prainha, Muriú, Porto-Mirim e Jacumã.
Vegetação
Ceará-Mirim está inserido no bioma da Mata Atlântica, cuja vegetação original foi, em sua maior parte, desmatada e substituída pela monocultura, principalmente de cana-de-açúcar, e pastagens. A Mata Atlântica varia entre os campos de várzea, que margeiam os cursos de água e também ocorrem nas áreas de várzeas úmidas, e as florestas subcaducifólias, cujas espécies se mantêm verdes na estação das chuvas e perdem suas folhas na época mais seca. Nas áreas costeiras existem os manguezais, que são ecossistemas de transição entre os ambientes terrestre e marinho sujeitos ao regime das marés, cujas espécies são halófilas, isto é, adaptadas para resistir à salinidade.
Clima
O clima é tropical chuvoso quente com verão seco, com chuvas concentradas entre no período de março a julho e elevados índices de umidade relativa do ar. O tempo médio de insolação é de aproximadamente 2.770 horas anuais. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de janeiro de 1971 a março de 2020, a menor temperatura registrada em Ceará-Mirim foi de 16,2 °C em 30 de agosto de 1998 e a maior atingiu 35,4 °C em 1 de março de 2005. O maior acumulado de precipitação em 24 horas alcançou 241,3 mm em 30 de julho de 1998, seguido por 153,8 mm em 2 de julho de 2008, 148,6 mm em 17 de maio de 1972, 148,5 mm em 19 de fevereiro de 1981, 146,3 mm em 16 de junho de 2014 e 146,2 mm em 17 de junho de 2007.
Política e administração
O primeiro administrador de Ceará-Mirim foi o coronel Felismino Dantas, que governou Ceará-Mirim como intendente por 21 anos, desde 1892 até 1913. Existiram na história do município cinco intendentes até a criação do cargo de prefeito, que fora ocupado pela primeira vez em 1930 por Cândido de Melo Pinto até o ano seguinte.
Feriados municipais
Os seguintes dias são feriados no município de Ceará-Mirim: 30 de julho – aniversário de emancipação política do município; 8 de dezembro – dia da padroeira no município (Nossa Senhora da Conceição).
Referência para o texto: Wikipédia .

sexta-feira, 13 de maio de 2022

ALEGRETE - RIO GRANDE DO SUL

Alegrete é um município brasileiro localizado na Região Sudoeste do estado do Rio Grande do Sul, nos campos do Bioma Pampa e do Aquífero Guarani. A distância rodoviária até Porto Alegre, capital administrativa estadual, é de 509 quilômetros.
Possuia uma população de 73.028 habitantes, de acordo com estimativas de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em área territorial, é o maior município do Rio Grande do Sul, da Região Sul e o 186º do Brasil, com mais de 7.800 quilômetros quadrados.
História
As origens do município de Alegrete datam do início do século XIX, na Conquista das Missões em 1801, quando os riograndenses Borges do Canto e Santos Pedroso conquistaram para a coroa portuguesa o território das Missões Jesuíticas, ao norte do Rio Ibicuí.
Para manter a conquista, a Coroa Portuguesa lança ao sul do mesmo rio a Guarda Portuguesa do Rio Inhanduí, em torno da qual forma-se um povoado. Ali foi erguida uma capela sob o orago de Nossa Senhora Aparecida, em 1814.
As contínuas lutas de fronteira, agora entre o Reino de Portugal e os dissidentes ao recém constituído governo das Províncias Unidas do Rio da Prata, provocou o ataque dos uruguaios de D. José Artigas e a queima da povoação e da capela, conhecida hoje conhecida como "Capela Queimada", em 16 de junho de 1816.
Isso causou a transferência dos seus povoadores para a margem esquerda do Rio Ibirapuitã, que ali foram chegando até 22 de dezembro de 1816. Eles abrigaram-se junto ao acampamento militar do Quartel General do Capitão-General e Governador Luis Telles da Silva Caminha e Menezes, o Marquês de Alegrete, ao lado do general Joaquim Xavier Curado, do tenente-coronel José de Abreu, futuro Barão de Cerro Largo, e do general Tomás da Costa Rabelo Corrêa e Silva. Em 26 de dezembro de 1816 foi realizado o primeiro batismo católico romano no local do acampamento, da menina Zeferina, pelo capelão da Legião do Exército, o Padre José de Freitas.
Em 27 de janeiro de 1817, o Comandante do Distrito de Entre Rios, Tenente Coronel José de Abreu manda iniciar a construção das moradias para os fugitivos do Inhanduí. Quando José de Abreu recebeu as ordens do Marquês para erguimento da povoação, ele já havia determinado o local e iniciado o povoamento, com a construção das primeiras habitações, ali, na retaguarda das tropas, nos fundos do acampamento do Ibirapuitã.
Antônio José Vargas, senhor da sesmaria, foi o doador das terras onde está a cidade. Mas D. Luís Teles da Silva Caminha e Meneses - quinto Marquês de Alegrete - na qualidade de Governador e comandante militar, foi o fundador legal de Alegrete, que dele tomou o nome, porque, por sua autoridade, foi estabelecida e legalmente reconhecida, já que era o representante de D. João VI, Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
Em 1820, é elevada à Capela Curada, com poderes eclesiásticos nos territórios que abrangem os atuais municípios de Uruguaiana, Quaraí, Livramento, Rosário do Sul e o atual Departamento de Artigas, na República Oriental do Uruguai, até o rio Arapey, vinculada a São Borja e por sua vez a Rio Pardo.
Mais tarde, pelo ponto estratégico do novo local, por onde escoavam os produtos primários em direção aos portos de Buenos Aires e Montevidéu, o lugarejo prosperou rapidamente e elevou-se a categoria de vila através do decreto provincial de 25 de outubro de 1831, demarcando assim seus limites e ganhando autonomia política.
Durante a Revolução Farroupilha, iniciada em 1835, Alegrete tornou-se a terceira capital da República Rio-Grandense (1842-1845), época em que o Rio Grande do Sul se separou das demais províncias do Império e criou um País denominado República Riograndense. Nela, em 1843, por meio de uma Assembleia Nacional Constituinte foi concluída e aprovada a Constituição da República Rio-Grandense, a primeira constituição republicana da América do Sul.
Entre batalhas e campanhas, por bravura, determinação e desenvolvimento, a Vila de Alegrete foi elevada à categoria de cidade, em 22 de janeiro de 1857. Essa, portanto, é a data correta do aniversário da cidade.
No processo de criação dos municípios do Rio Grande do Sul, Alegrete ocupa o oitavo lugar, desmembrado do município de Cachoeira do Sul que, por sua vez, originou-se do município de Rio Pardo, em 1819. Do grande município de Alegrete surgiram os municípios de Uruguaiana, Livramento, Departamento de Artigas (no Uruguai), Quaraí, parte de Rosário do Sul, parte de Bagé e parte de Manoel Viana.
Anualmente, no dia 20 de setembro, comemora-se a Revolução Farroupilha ou o Dia do Gaúcho, e cerca de oito mil "cavalarianos" - de todas as idades, classes sociais e sexo - desfilam pelas principais ruas da cidade, com suas roupas típicas e suas montarias.
A padroeira da cidade festeja-se a 8 de dezembro (Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida).
Geografia
Alegrete está situado numa latitude de 29º47'01,63" sul e a uma longitude de 55º47'27,54" oeste - coordenadas do centro da praça Getúlio Vargas, numa altitude média de 102 metros.
A paisagem caracteriza-se como estepe gramíneo-lenhosa (campo nativo) e floresta estacional decidual aluvial (mata ciliar). A fisionomia é de extensas planícies de campo limpo com algumas ondulações e raros morros residuais de arenito silicificado.
O município está totalmente sobre o Aquífero Guarani e seu lençol freático apresenta água levemente alcalina, utilizável sem restrições para o uso humano e para a irrigação, apresentando poços com profundidade média de 100 metros e vazão média de 115m³/h.
Sendo uma área de delicado ecossistema, a superexploração agrícola e a pecuária extensiva fazem crescer o já chamado "deserto dos pampas" ou "Deserto de São João": uma área de mais de 200 ha na região do mesmo nome, que sofre com o fenômeno gradativo da arenização.
Clima
O clima da região é subtropical, temperado quente, com chuvas bem distribuídas e estações bem definidas (Cfa na classificação de Köppen). A média de precipitação pluviométrica é de aproximadamente 1500 mm anuais. A menor média de precipitação acontece em agosto e a maior em outubro.
A temperatura média anual é de 19,1 °C. A temperatura mínima observada entre 1961 e 1990 pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) foi de -4,1 °C em 17 de junho de 1971[11] e a máxima de 40,8 °C em 20 de janeiro de 2022.[12] Porém a máxima absoluta foi de 42,6 °C em 19 de de Janeiro de 1917.[13] A formação de geadas ocorrem eventualmente entre maio e setembro. A umidade relativa média do ar é de aproximadamente 75%.
Educação
Para o ensino de 1° e 2° graus a cidade conta com 32 escolas municipais, 47 escolas estaduais, uma federal, e seis privadas. A maior é o Instituto Estadual de Educação de 1° e 2° Graus Oswaldo Aranha (IEEOA), a segunda é o Colégio Estadual de 1º e 2º Graus Emilio Zuñeda e a terceira é Escola Estadual de Ensino Médio Demétrio Ribeiro.
Na rede de ensino, em 2003, havia um total de 23.395 alunos, sendo 2.000 no infantil, 13.913 no fundamental, 4.070 no médio, 213 na educação especial e 3.199 na educação de jovens e adultos (EJA).
O corpo docente (também em 2003) era composto de 1.149 professores, sendo de 877 no ensino fundamental e 262 no ensino médio.
A taxa de analfabetos (2003) era de 7,7 %, num total de 4.721 habitantes.
A cidade possui 8 museus: Museu do Gaúcho Ícaro Ferreira da Costa junto ao Arquivo Municipal "Miguel Jacques Trindade"; Museu de Artes José Pinto Bicca de Medeiros(MAARA); Museu Oswaldo Aranha; CEPAL - Centro de Pesquisa e Documentação de Alegrete junto ao Museu Paleontológico, Museu da Fazenda da Cascata, na região da Lagoa do Parové, Museu Coronel Vasco Alves Pereira, na região da Rivadávia; Museu do 12º Batalhão de Engenharia de Combate e museu do 6º RCB.
Possui também várias bibliotecas, sendo as maiores a do IEEOA (Instituto Estadual de Educação de 1° e 2° Graus "Oswaldo Aranha"), a do Centro Cultural "Adão Ortiz Houayek" , da URCAMP e a do CEPAL.
Há várias extensões ou "campi" de várias universidades gaúchas: UERGS (Universidade Estadual do Rio Grande do Sul), URCAMP (Universidade da Região da Campanha), UNIPAMPA (Universidade Federal do Pampa), e IFFar (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha) que agregou a antiga EAFA (Escola Agrotécnica Federal de Alegrete). Além, possui a UNOPAR (Universidade Norte do Paraná), UNINTER (Universidade Internacional) e UNIASSELVI como representantes de polos educacionais à distância na fronteira oeste.
Economia
Sua economia é baseada principalmente na agricultura: arroz; soja; sorgo e trigo e na pecuária bovina; ovina ; equina ; suína e bubalina.
A cidade também produz ovos e mel.
Carnaval
No Carnaval de Alegrete há atualmente o desfile cinco escolas de samba. Unidos dos Canudos; Mocidade Independente da Cidade Alta (MICA); Acadêmicos do Por do Sol; Nós os Ritmistas; Imperatriz da Praça Nova; Império do Bráz e União da Ponte.
Usina Termoelétrica Osvaldo Aranha
Inaugurada em 17 de setembro de 1968 pelo presidente Artur da Costa e Silva, noticiada com grande notoriedade pelo Jornal Tribuna da Imprensa que relatou a época da vital importância da fundação dessa usina que resolveria o problema energético de 14 cidades do interior gaúcho. Atualmente a Usina está desativada.
Alegretenses ilustres
Os principais são: Mário Quintana - um dos maiores poetas brasileiros; Osvaldo Aranha - advogado, político, diplomata, estadista; João Saldanha - jornalista esportivo, advogado, jogador de futebol e treinador do Botafogo de Futebol e Regatas e da Seleção Brasileira de Futebol; Paulo César Pereio - ator; Demétrio Ribeiro - engenheiro, político e jornalista; Franklin Gomes Souto - advogado e abolicionista; Celestino Valenzuela - ex-narrador esportivo; Antônio Augusto Fagundes - historiador e apresentador do Galpão Crioulo na RBS TV; Walmor Chagas - ator; Neto Fagundes - radialista, cantor, compositor, comunicador e defensor das tradições gaúchas; Sergio Faraco - Escritor; Márcio Faraco - compositor; Mila Spook - atriz e diretora; Wilson Paim - Cantor e compositor da música nativista
Referência para o texto: Wikipédia .

segunda-feira, 9 de maio de 2022

SANTO ANTÔNIO DO DESCOBERTO - GOIÁS

Santo Antônio do Descoberto é um município brasileiro do estado de Goiás. Sua população estimada em 2021 foi de 76.871 habitantes.
História
Santo Antônio do Descoberto foi fundada por volta de 1722, no auge do ciclo do ouro do Brasil colônia. Tornou-se distrito de Luziânia em 1963 e emancipou-se em 14 de maio de 1982, 260 anos depois de achado ouro. O primeiro prefeito e a primeira câmara de vereadores foram eleitos em 15 de novembro seguinte.
Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhangüera II, procedente de São Paulo, esteve por aqui em 1722, com sua bandeira composta por 152 pessoas, incluindo escravos, tendo como guia Urbano Couto Menezes. Aqui, foi achado ouro, construída uma capelinha em louvor a Santo Antônio de Pádua e erigida uma cruz de madeira no alto do Morro Montes Claros.
Como diz a lenda, os escravos acharam a imagem de Santo Antônio debaixo de um pé de angico e ao lado construíram uma capelinha para abrigar a imagem do Santo. É desconhecida a data precisa de quando se deu inicio à construção da capelinha, mas sabe-se que foi entre 1722 e 1748, conforme citação do “julgado das Ditas Minas de Santa Luzia”, um documento em que se delimitou a área de mineração. Esse documento de difícil leitura, foi copiado pelo escritor Paulo Bertran, do original em poder da Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro.
A mineração em Santo Antônio dos Montes Claros, ou Descoberto, foi abandonada com descoberta de ouro em Santa Luzia, em 1746. A mineração foi retomada, em 1757, pelo capitão José Pereira de Lisboa, que veio da Bahia, em 1755, seguindo a fazenda de gado (caminho dos currais), trazendo uma grande tropa de animais, transportando tecidos, ferramentas de mineração e outras mercadorias estrangeiras, e 148 escravos jovens. José Pereira Lisboa desembarcou em Santa Luzia, permanecendo dois anos naquela cidade e veio para a mineração de Santo Antônio dos Montes Claros. Aqui chegando, montou o seu acampamento na margem direita do Rio Descoberto, para explorar ouro. Aí se encaixa a lenda do caçador, contada pelo historiador Joseph de Melo (1837-1912).
Sabendo o capitão José Pereira Lisboa que um caçador, morador das margens do despenhado, lavando o bucho de um veado encontrou algumas pepitas de ouro, tratou de examinar o lugar e tanto ouro encontrou que passou imediatamente para o local com sua escravatura a ali abriu largo serviço.
Em 1765, Lisboa iniciou a obra de ampliação da capelinha, já existente próximo ao rio. Ele tinha motivos bastante para isso: era devoto de Santo Antônio de Pádua, ou Lisboa, seu patrício. Porém, passou pela localidade o visitador-geral da Igreja, oriundo da freguesia de Santa Luzia (Luziânia), e embargou a obra, por não esta autorizada pela Igreja.
Só em 4 de janeiro de 1770, portanto, cinco anos mais tarde, é que Lisboa e outros obtiveram do visitador geral a autorização para continuar a ampliação da capela. Então, Lisboa fez a nave grande com duas sacristias. As sacristias, no caso da capela de Santo Antônio, foram dois cômodos externos acoplados a nave, que serviam para o padre guardar os parâmetros e como vestiários. As igrejas modernas mantêm a sacristia, embora não da forma das igrejas antigas, do lado de fora. A capelinha original tornou-se o altar-mor da capela ampliada.
Em 11 de setembro de 1770, José Pereira Lisboa é preso no arraial de Santa Luzia, após reagir a uma galhofa e sacar arma contra o juiz ordinário. É levado preso para Vila Boa, hoje Goiás velho. Foi solto em 3 de dezembro de 1773, sendo recepcionado com festa pelo clero de Santa Luzia, que lhe rezou uma missa em ação de graças.
A comitiva do capitão Lisboa explorou ouro em Santo Antonio dos Montes Claros durante 13 anos (de 1757 a 1770). A mineração, naturalmente, foi suspensa com sua prisão. Poderia ser continuada com a liderança de outra pessoa, porém o ouro estava ficando mais profundo e os equipamentos utilizado na mineração eram bastante rudimentares, como relata o documento “Julgados das Ditas Minas de Santa Luzia, de 1748″.
O Primeiro Comércio
O primeiro comércio de Santo Antônio foi de João Elias Abdom e Felipe Ruyco. Foi fundado em 1938 e tinha o nome de Casa de Negócios depois armazém mais tarde Casa santo Antônio. Situado na rua dos Carreiros.
As lojas, armazéns e vendas funcionavam na parte da frente das casas, tinha um balcão de madeira separando a parte destinada aos clientes, da outra ficava os comerciantes, os vendedores e a prateleira com as mercadorias.
Em Frente ao comércio algumas pessoas entre eles, Abdon, Elias, Jorge, João Turco, Leonino Lopes Conde, Zeca de Bebe e algumas crianças, Sucena, José Maria de Jesus, William, Josefina, Augusta, Floricena, Helena, Nelson e outras
Como moradores e consumidores locais; Família Alex de Oliveira, Família Diniz, Família Urani, Família, Família Botelho, Família Santos, Todos moradores nas ruas ao redor da igrejinha.
Fonte: Historiador e Museólogo Carlos Carvalho da Mata
Linha do Tempo
Origem: Por volta do ano 1722, às margens do Rio Descoberto, onde a primeira vista, foi denominado de Montes Claros. Conta-se que Bartolomeu Bueno da Silva esteve por aqui, onde recolhera ouro, durante sua expedição na chamada corrida do ouro advindo de Minas Gerais. Estima- se que a atividade de exploração terminou em 1938.
O processo de ocupação da terra, se dá com a fixação denominada Capoeirinha também conhecida como fazenda Montes Claros logo a seguir.Os caminhos que davam acesso a fazenda, eram: ao Norte sobre o rio Descoberto, onde havia uma pequena ponte, e se avizinhava ao Sul com o rio Areias. A descoberta de riquezas minerais se deu em diferentes locais nas terras onde hoje se localiza o município de Santo Antônio do Descoberto, onde ainda hoje, alguns vestígios resistem ao tempo. Parte considerável das terras do município, foram doadas por Agostinho Lopes Conde. Em 1956 foi instalada nas terras do município, uma entidade religiosa denominada Fraternidade Eclética Espiritualista Universal, em terras compradas da Fazenda Boa Vista e Sabaru. A partir de então a Entidade foi se estruturando, e hoje é uma pequena cidade com equipamentos de saúde, educação, gráfica, e um templo para meditação dos fieis.
Fases que antecederam a criação do município:
I – Povoado: A partir da instalação da fazenda de Agostinho Lopes Conde, que ia aos poucos se multiplicando.
II – Distrito de Santo Antônio: Nos anos 50 e 60, pelo fato de já haver um crescimento populacional considerado, no ano de 1963, de povoado a cidade passa a se tornar um distrito.
III – Município: Com a vinda de 1000 famílias no ano de 1974 oriundas de Samambaia (DF), Antônio Teixeira (Vereador) organizou um movimento político pela emancipação do distrito, o que veio a ocorrer efetivamente em 1982.
Referência para o texto: Wikipédia .

quinta-feira, 5 de maio de 2022

ITAPIRA - SÃO PAULO

Itapira é um município brasileiro do estado de São Paulo. Localiza-se a uma latitude 22º26'00" sul e a uma longitude 46º49'18" oeste, estando a uma altitude de 643 metros. Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2018, era de 74.299 habitantes e conforme o PNUD, seu IDH é considerado médio, sendo 213º maior do Estado e 703º maior do país. O município é formado pela sede e pelos distritos de Barão Ataliba Nogueira e Eleutério.
História
A partir do século XVIII, já existiam alguns moradores na região, cujos descendentes chegariam a se destacar no primeiro quartel do século XIX, através das figuras de dois cidadãos: João Gonçalves de Morais e Manuel Pereira da Silva, aclamados os fundadores da primitiva Itapira, cujo primeiro nome foi "Macuco”. João Gonçalves de Morais, possuindo vasta porção de terras na localidade, fez doação de uma parte delas para a igreja católica. Doou, também, uma imagem de Nossa Senhora da Penha, que recebera de herança de seus pais, para a população venerar como padroeira do lugar, a qual foi colocada em uma capelinha construída de pau a pique e inaugurada a 19 de março de 1821, quando o capelão padre Antônio de Araújo Ferraz celebrou a primeira missa. É registrado que, a 24 de outubro de 1820, teve início a derrubada de um capão de mato,,no alto do espigão das terras de Morais, para ali ser erguida a capelinha. João Gonçalves de Morais foi casado com Maria Alves Leme, que lhe deu quatro filhos: Pedro, Manuel, Antônio e Francisco. Não há registros certos das datas de seu nascimento e de sua morte.
Manuel Pereira, pessoa de confiança de João Gonçalves de Morais, foi o cofundador de Itapira. Sendo, ainda, o "primeiro protetor e procurador" da imagem da padroeira Nossa Senhora da Penha, conforme um documento deixado pelo próprio João Gonçalves de Morais. Também era proprietário de grande área de terras e deixou numerosa descendência. Seu pai (ou avô) parece ter se chamado Manuel Pereira Velho. Consta, ainda, que se casou duas vezes, a primeira com Maria Antônia Pereira da Silva e a segunda com Maria Isabel Pereira da Silva. Também não há dados concretos sobre as datas de seu nascimento e morte.
Logo, a evolução de Macuco teria um marco: a chegada do rico fazendeiro João Baptista de Araújo Cintra em 1840. A ele, membro de tradicional e abastada família de fazendeiros nas cidades de Atibaia, Bragança Paulista e Amparo, se deve a abertura de fazendas e início da cultura de café, além da construção da câmara, da cadeia e de uma igreja matriz de grande porte, templo que serviu à população durante um século, até 1955, quando foi demolida. Pelo seu pioneirismo, foi agraciado com o título de comendador da Imperial Ordem da Rosa. Recebeu o imperador D. Pedro II e a imperatriz Teresa Cristina, em sua residência, quando o monarca esteve na cidade em 27 de outubro de 1886. O comendador João Cintra, nascido em Atibaia em 1805, era filho do alferes Jacinto José de Araújo Cintra e de Maria Francisca Cardoso, tendo se casado em 1828 com sua sobrinha Maria Jacinta de Araújo Cintra. Morreu em Itapira com avançada idade, antes do fim do século, deixando numerosa descendência.
Outra data expressiva é a de 8 de fevereiro de 1847, quando, pela lei Provincial nº1, sancionada pelo presidente da província de São Paulo, Manuel da Fonseca Lima e Silva, foi elevada a freguesia a até então capela Curada de Nossa Senhora da Penha. Em 1858, foi assinada, pelo presidente da província de São Paulo, José Joaquim Torres, a lei nº 4, criando a vila de Nossa Senhora da Penha, cuja instalação solene se deu a 20 de setembro desse mesmo ano, juntamente com a posse dos primeiros vereadores, os quais haviam sido eleitos a 7 de setembro, sendo o primeiro presidente da câmara o tenente-coronel Francisco Lourenço Cintra.
Em 20 de abril de 1871, a lei Provincial nº41 deu a denominação de Penha do Rio do Peixe à localidade, ainda vila de Nossa Senhora da Penha. Com essa lei, o governo da província atendeu a um pedido da câmara. Através da portaria assinada pelo presidente da província, conselheiro Laurindo Abelardo de Brito, datada de 17 de outubro de 1879, a vila da Penha do Rio do Peixe foi elevada a categoria de termo, sendo criado o foro civil e conselho de jurados, cuja instalação se deu a 8 de novembro. Mais tarde, em 1881, a 7 de abril daquele ano, tomou posse, na presidência da província de São Paulo, o senador do império Florêncio de Abreu, autoridade a quem coube dar aos habitantes da vila da Penha à categoria de cidade. O pedido feito pela câmara foi justificado sob a alegação de que a vila possuía uma boa matriz, uma excelente cadeia e casa de câmara e uma população de mais de 7 000 almas. A 27 de junho desse mesmo ano, o decreto elevando a vila da Penha do Rio do Peixe foi assinado por Florêncio de Abreu.
Em 11 de fevereiro de 1888, os fazendeiros escravocratas locais, irados com a atuação do delegado de polícia Joaquim Firmino de Araújo Cunha, que aderiu ao movimento abolicionista dando proteção aos escravos que fugiam dos seus senhores, culminaram com o assassinato da autoridade policial. Esse lamentável ocorrido teve grande repercussão em todo o Brasil, fazendo com que a intendência Municipal solicitasse ao governador do estado, Prudente de Morais, que mudasse o nome da cidade, a fim de que, com o passar do tempo, caísse no esquecimento o lastimável ocorrido. Assim, através do decreto nº 40, de 1 de abril de 1890, a cidade de Penha do Rio do Peixe passou a chamar-se Itapira. Um pouco mais tarde, foi criada a comarca de Itapira. O governo de São Paulo tinha à sua frente o doutor Bernardino de Campos quando se fez uma revisão judiciária do estado, criando-se 25 novas comarcas, incluindo-se, entre elas, a de Itapira, através da lei nº80, de 25 de agosto de 1892, sendo instalada a 8 de outubro do mesmo ano, pelo juiz de direito José Maria Bourrol.
O significado da palavra Itapira, segundo o dicionário geográfico da província de São Paulo, de João Mendes Caldeira, está assim explicado: Ita (pedra, morro) pira (ponta, penhasco, isto é, ponta de pedra ou pedra pontiaguda).
"Cidade dos loucos"
O município de Itapira é apelidado de "cidade dos loucos" porque nela se encontram três grandes hospitais psiquiátricos, sendo um deles um dos maiores em tamanho de todas as Américas e do mundo, o Instituto Bairral de Psiquiatria, com mais de setenta anos de tradição, indo desde o centro até o limite da cidade (por vezes chamam o instituto de "cidade psiquiátrica"), a Clínica de Repouso Santa Fé, mundialmente famosa pela introdução e utilização de conceitos inovadores na psiquiatria moderna, além da clínica Cristália, localizada na estrada Itapira - Lindoia. Devido a isso, a cidade de Itapira é conhecida como polo do tratamento psiquiátrico, reunindo os maiores profissionais da área nas duas instituições.
Futebol em Itapira
O município de Itapira investe bastante no seu futebol. O time da Sociedade Esportiva Itapirense disputa atualmente a série A-3 do Campeonato Paulista. As categorias de base não revelaram nenhum jogador de importância. O estádio municipal se chama Coronel Francisco Vieira, também conhecido como "Chico Vieira", com capacidade para 6.000 pessoas.
O capitão Bellini, campeão mundial com a Seleção Brasileira em 1958 e 1962 foi revelado na Itapirense em 1946. Atuou em diversos times, como Vasco e São Paulo. O capitão eternizou o gesto de levantar a taça acima da cabeça, quando fez pela primeira vez na conquista da Copa do Mundo de 1958.
Bellini sofria de mal de Alzheimer há dez anos, vindo a falecer em 20 de março de 2014 em São Paulo, aos 83 anos. Foi enterrado em Itapira, onde foi recebido com homenagens de todos Itapirenses e demais autoridades presentes.
Religião
Igreja Católica

O município pertence à Diocese de Amparo, e forma sozinho a Forania de Nossa Senhora da Penha.[Tem como padroeira Nossa Senhora da Penha, cuja comemoração, no dia 8 de setembro, é feriado municipal.
É realizada anualmente em Itapira a popular Festa de Maio, em louvor a São Benedito e à abolição da escravidão. Normalmente ocorre desde o começo do mês até o dia 13.
O dia é feriado municipal e conta com amplo cronograma religioso, missas solenes e procissões.
A cidade possui atualmente seis paróquias, todas listadas abaixo: Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Prados; Paróquia Santa Rita de Cássia; Paróquia Santo Antônio; Paróquia Nossa Senhora da Penha; Paróquia São Benedito; Paróquia São Judas Tadeu.
Protestantismo
A Igreja Presbiteriana de Itapira foi uma das primeiras igrejas a aparecer como fruto do trabalho presbiteriano na região de Campinas. Há uma grande divergência sobre a data de organização da Igreja, existem registros que apontam para o ano de 1874, outros para o ano de 1875 e aquilo que poderia ser chamado de “termo de abertura” do primeiro livro de Atas do Conselho aponta para o ano de 1876.
A data mais aceita é 1874 e para comprovar tal tese é necessário recorrer às informações do Reverendo Júlio Andrade Ferreira.
Clima
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a temperatura mínima registrada em Itapira foi de 3,7 °C, ocorrida no dia 16 de agosto de 2010. Já a máxima foi de 39,9 °C, observada dia 1 de Outubro de 2020. O maior acumulado de chuva registrado na cidade em 24 horas foi de 144,0 mm, em 12 de março de 1982.
Hidrografia
A hidrografia de Itapira inclui: Rio Eleutério; Rio Mogi Guaçu; Rio do Peixe (afluente do rio Mojiguaçu); Rio Manso; Ribeirão da Penha.
Turismo
Asa Delta
A 1.240 metros de altitude, a plataforma, no alto do morro do Cruzeiro, está situada em um dos mais belos locais da região. Tem acesso parcialmente pavimentado a partir da rodovia SP-352, no bairro de Barão Ataliba Nogueira. É a única plataforma de voo livre no estado de São Paulo homologada pelo Departamento de Aviação Civil (DAC) do Ministério da Aeronáutica. Sedia, regularmente, campeonatos de voo livre e encontros de radioamadoristas.
Barão - Eleutério
Igreja e praça da Vila Barão de Ataliba Nogueira. O coreto e a igreja da Vila de Eleutério são algumas das construções históricas do bairro.
Cachoeiras
Cachoeiras das Duas Pontes. Acesso pela estrada Virgolino de Oliveira. Corredeiras do Rio do Peixe no bairro da Ponte Nova. Próprias para a prática da canoagem, têm acesso pela rodovia Itapira-Lindoia.
Casa da Cultura
Casa da Cultura João Torrecillas Filho, no parque Juca Mulato. Abriga a biblioteca municipal Mário da Fonseca Filho, sala de pesquisas, um auditório e área para exposições
Casa Menotti Del Picchia
Inaugurada em 1987 em homenagem ao poeta, a casa Menotti Del Picchia, localizada no parque Juca Mulato, abriga significativo acervo literário, artístico e pessoal do escritor, assim como o mobiliário de seu escritório particular. Um de seus poemas mais famosos, Juca Mulato, foi escrito e publicado em Itapira em 1917.
Morro do Gravi - Revolução Constitucionalista de 1932
Localizado na estrada velha Itapira-Mogi Mirim, é um ponto histórico que foi palco de violenta e sangrenta batalha. Possui monumento onde homenagens são prestadas anualmente, no mês de julho, aos combatentes. A revolução Constitucionalista de 1932 foi o maior movimento armado em solo paulista e brasileiro no século XX. Em Itapira, parte da história da revolução de 1932 está presente no museu Municipal Histórico e Pedagógico '"Comendador Virgolino de Oliveira, no parque Juca Mulato, em exposições permanentes e em mostras especiais. Um dos mais marcantes momentos da revolução de 1932 aconteceu em Itapira, durante os combates entre as tropas paulistas e mineiras. Os soldados revolucionários, entre eles diversos itapirenses, resistiram ao avanço dos invasores.
Museu Municipal Histórico e Pedagógico "Comendador Virgolino de Oliveira"
Instalado desde 1972 no interior do parque Juca Mulato, possui acervo variado com peças, documentos, livros, pinacoteca e um acervo referente à revolução Constitucionalista de 1932. O museu, anteriormente pertencente ao governo do estado de São Paulo, foi municipalizado. Seu patrono, o comendador Virgolino de Oliveira, foi personalidade destacada na história de Itapira, como político e como um dos principais industriais do município.
Museu de História Natural - Hortêncio Pereira da Silva Júnior
Situado em frente ao parque Juca Mulato e inaugurado em 1999, o museu é pioneiro em Itapira e região. Desde o seu funcionamento, vem despertando grande interesse da população e, em especial, dos estudantes do município, que têm nele uma fonte viva de conhecimento e pesquisa. Seu acervo conta com uma coleção entomológica de mil espécies, coleção em via úmida (órgãos e fetos de animais), crânios e esqueletos. Conta, ainda, com animais taxidermizados, tais como peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
Parque Juca Mulato
Numa homenagem ao poema de Menotti Del Picchia, o parque Juca Mulato é uma das principais atrações turísticas da cidade e uma das maiores áreas verdes urbanas da região. Todo arborizado, o parque possui dois museus, um playground e aviário. Possui vista panorâmica de boa parte da cidade e para as montanhas do sul de Minas Gerais e do circuito das Águas. O parque abriga a casa de Menotti Del Picchia, o museu Municipal Histórico e Pedagógico Comendador Virgolino de Oliveira e as construções históricas do primeiro serviço de abastecimento de água do município.
Referência para o texto: Wikipédia .

segunda-feira, 2 de maio de 2022

CRATEÚS - CEARÁ

Crateús é um município brasileiro e uma das cidades mais importantes e antigas do Estado do Ceará, desenvolvendo-se às margens do Rio Poti. Está localizada na região dos Sertões de Crateús, sendo a décima segunda cidade mais populosa do estado, com 75.241 habitantes e a detentora do décimo quarto maior PIB cearense, conforme estimativas do IBGE de 2022. Popularmente conhecida como Capital do Oeste, constitui-se numa cidade com expressiva importância regional, destacando-se na tradicional função de comercialização de produtos rurais, provenientes do desenvolvimento da agricultura familiar, com destaque para a grande produção de milho e feijão, no sopé dos ricos vales da região, geograficamente cortada pelo Rio Poti e pela Serra Grande. Já foi uma das maiores produtoras de biocombustíveis do Nordeste, pela companhia Brasil Ecodiesel. Crateús também sedia uma unidade do Exército Brasileiro, (40º BI - Batalhão de infantaria), uma base regional do SAMU e abriga Reserva Natural Serra das Almas.
O município está entre as 50 melhores cidades do interior parar se morar, segundo a Revista Exame. Essa característica está associada ao seu posicionamento geográfico no oeste do Estado do Ceará e ao leste do Estado do Piauí o que lhe confere a condição de se consolidar como Cidade-satélite (grande polo comercial tanto para o Ceará como para Piauí), já que é o maior entroncamento comercial, econômico, cultural e maior centro populacional entre ambos. Por meio dessas potencialidades assume postura de Capital regional já que por além de ser uma economia em ascensão no interior nordestino, é também um centro universitário em expansão, e tem o maior centro de saúde dos Sertões de Crateús. Seu clima é tipicamente tropical, com uma temperatura média de 25,4 graus Celsius e com uma altitude de 90 metros, chegando até os 274 metros nas áreas mais altas ou seja nas regiões montanhosas e acima da Serra Grande. Crateús é conhecida internacionalmente por ter sido a cidade que prendeu a santa, por ter revidado a passagem da Coluna Prestes pela cidade em 1926, E por registrar a menor temperatura mínima do Ceará, 12 ºC, em 13 de fevereiro de 1963.
Simbologia
A bandeira

A Bandeira de Crateús é bastante semelhante às bandeiras do Brasil e do Ceará, ou seja, consiste em um retângulo de proporção largura-comprimento de 7:10 com fundo verde sobreposto por um losango amarelo. No centro do losango está um círculo branco no qual está o brasão municipal. A cor amarela e simboliza as riquezas do município (na época de sua criação, principalmente o arroz, cuja casca, por sinal, é de cor amarelada), Já a cor verde predominante em maior parte da bandeira faz alusão as matas crateuenses, à época mais abundantes, e a Mata Atlântica na serra grande. A cor branca onde se situa o brasão, simboliza a paz, harmonia e a prosperidade[28]. A bandeira pode ser usada em todas as manifestações cívicas do povo de Crateús, em caráter particular ou oficial.
O brasão
O Brasão de Armas de Crateús faz referência às riquezas e as belezas do município, como a Serra da Ibiapaba e o Vale do Rio Poti que outrora alavancaram a economia da cidade com grandes produções rurais na agricultura e na pecuária e também nas lavouras de milho e feijão, nos ricos vales da região.
O uso do Brasão de Armas de Crateús é obrigatório na Prefeitura Municipal, na Câmara de Vereadores e nos papéis oficiais dos poderes Executivo e Legislativo (documentos, papel de correspondências, convites e publicações oficiais).
O hino
O Hino de Crateús tem letra composta pelo doutor Antônio Carlos Barreto e melodia por Expedito Paiva e Carlos César. Sua estrutura externa é de estrofes em quadras em rimas alternadas. instrumentação a base de percussão e flauta acústica.
Etimologia
O topônimo "Crateús" vem do tupi ou tapuia (Kariri), podendo significar: tupi: cará (batata) e teú (lagarto); kariri: kará (peixe) te (terra) e ús (Povo), ou ainda composta de kra ("seco") mais té, formou kraté ("coisa seca" ou "lugar seco") e yú (muito freqüente) formando "lugar freqüente muito seco" us ("povo" ou "tribo") ou ainda se referindo-se a karatiús ou karatís (índios nativos da região ) o que viria a ser "índios da tribo karati".
Sua denominação original era "Fazenda Piranhas" (nominação dada a fazenda de propriedade de dona Ávila Pereira, devido à abundância desse peixe na região), depois elevado a categoria de vila com o "Príncipe Imperial do Piauí".
História
As terras de Crateús, ao sul da Serra da Ibiapaba (Serra Grande), e às margens do rio Poti, eram habitadas pelos índios Karatis, antes da chegada dos portugueses e bandeirantes no século XVII.
Em 1721 o vale de Crateús fora comprado por D. Ávila Pereira Passos, pelo preço de quatro mil cruzados. A posse dessas terras lhe foi dada na Fazenda Lagoa das Almas, 18 quilômetros ao sudoeste da Vila Príncipe Imperial, (hoje cidade de Crateús), na margem esquerda do Riacho do Gado, que deságua no Rio Poty.
Com o sucesso da economia do mercantilismo, a vila piauiense de Piranhas destaca-se como entreposto comercial comunicando o Ceará e o Piauí, devido ao acidente geográfico (boqueirão) entre a Serra Grande e a de Ibiapaba, facilitando o tráfego entre os dois estados.
A vila Príncipe Imperial integrou o estado do Piauí até o ano de 1880, quando foi anexada ao território do Ceará, como resultado da solução encontrada para o litígio territorial entre esses dois estados. O Ceará reconheceu a jurisdição do Piauí sobre o município de Amarração (Luís Correia) e em troca o Piauí ofereceu dois importantes municípios piauienses: Independência e Príncipe Imperial.
Com a expansão da Estrada de Ferro de Sobral-Camocim para o Piauí, em 1911, as terras de Crateús foram cortadas pela ferrovia e, em 1912, duas estações de trem foram construídas no município: Crateús e Sucesso, e depois outras estações foram construídas em 1916; Poti; em 1918; Ibiapaba; em 1932 Oiticica] e Santa Terezinha.
Devido ao acidente geográfico, o canyon do rio Poti, que corta a Serra da Ibiapaba (Serra Grande), uma conexão natural entre Ceará e o Piauí, o mercantilismo entre os dois estados e o crescimento ao redor da estrada de ferro, Crateús desenvolveu-se como centro urbano e comercial no qual diversos grupos étnicos estão presentes, tanto etnias indígenas (Tabajara, Potyguara, Calabaça, Kariri, Tupinambá) como de descendentes africanos (Quilombos: Queimadas).
Formação administrativa
No ano de 1832 a vila piauiense de Piranhas (Crateús) foi elevado à categoria de vila e distrito sob  o nome de Príncipe Imperial do Piauí, sendo desmembrado de Castelo do Piauí pela Lei Geral nº 06-07-1832, com sede no núcleo de Piranhas. Em 1853 já tinha um distrito o Povoação de Pelo-Signal (atual município de Independência e compreendia as áreas dos atuais municípios de Quiterianópolis e Novo Oriente) sendo elevada à categoria de vila e desmembrada de Príncipe Imperial do Piauí (Crateús) no ano de 1857.
Em 1880, foi transferida da antiga província do Piauí para a província do Ceará através da Lei (Decreto Geral) Nº 3.020, de 22 de outubro de 1880. Em 1889, mudou o nome para Crateús tendo o nome oficializado através do Decreto de Lei Nº 01, de 2 de dezembro de 1889. Em 1911, foi elevado à categoria de cidade. Em 1920, o município já tinha 2 distritos: Barrinha (Ibiapaba) e Santana. Em 1929, o distrito Barrinha (Ibiapaba) muda o nome para Ibiapaba, e no mesmo ano é formado mais um distrito: Irapuã. Na divisão administrativa de 1933, Santana não figura como distrito municipal; no quadro só aparecia, além do distrito-sede, Graça, Ibiapaba, Irapuã e Tucuns. Em 1938. Irapuã é rebaixado a povoado, e Graça muda o nome para Chaves, e mais dois distritos são criados:Oiticica e Poti. Em 1944, Chaves muda o nome para Rosa. Em 1951, Irapuá novamente é elevado a categoria de distrito e é criado mais um distrito: Montenebo. Em 1955, mais um distrito: Santo Antonio. Em 1963, Ibiapaba se emancipa e anexa o distrito de Oiticica, e no mesmo ano Montenebo também se emancipa (com o nome de Monte Nebo). Em 1965, Crateús anexa o território dos extintos municípios de Ibiapaba e Montenebo (exMonte Nebo).
Em 1996, Crateús forma mais cinco distritos: Assis, Curral Velho, Lagoa das Pedras, Realejo e Santana.
Atualmente o município é dividido em treze distritos: Crateús (sede), Assis, Curral Velho, Ibiapaba, Irapuã, Lagoa das Pedras, Montenebo, Oiticica, Realejo, Santana, Poti, Santo Antônio e Tucuns.
Transportes
Rodoviário
Crateús está situado a 350 quilômetros de Fortaleza, o acesso rodoviário é feito pela pela BR-316 ou pela BR-020 (Rodovia Brasília-DF - Fortaleza-CE) que liga o Ceará ao Piauí e, consequentemente, ao Maranhão e ao Pará, além do terminal rodoviário de Crateús, onde se concentram as linhas intermunicipais e interestaduais. O sistema de transporte rodoviário (alternativo) da cidade é o Cooperativismo (Coopetranscrat), regulamentado pelo estado, órgão do Governo estadual, enquanto que o trânsito de veículos é fiscalizado pela Guarda municipal de Crateús (GMC). O transporte coletivo aguada licitação para ser implantado, o mesmo será realizado por ônibus e é denominado Sistema Integrado de Transportes de Crateús e região (SIT-CRAT). O sistema deve proporcionar ao usuário opções de deslocamento e acesso às diferentes zonas da cidade por meio da integração de tarifa única em terminais regionais. A rede é baseada em três tipos de linhas: as que fazem integração bairro-terminal, as que integram o terminal ao centro da cidade ou ainda a outro terminal.[53]
Metroviário
O sistema de VLT está em fase de projeção e será operado pela Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos, empresa de capital social capitaneada pelo Governo do Estado do Ceará e tem como atual presidente Eduardo Hotz. Fundada em 2 de maio de 1997, a companhia é responsável pela administração, construção e planejamento metroviários no estado do Ceará, estando presente nos sistemas de Sobral, Cariri e Grande Fortaleza.
Atualmente a ferrovia na região dos Sertão de Crateús é utilizada para o transporte de cargas pela Ferrovia Transnordestina Logística. O governo do Ceará estuda a reativação do transporte de passageiros nas regiões de Iguatu e de Crateús. A licitação das obras civis do VLT foi orçada no valor de R$ 50,9 milhões, a licitação prevê a contratação de uma empresa que deveria realizar a construção de 20 km de vias singelas (além de via duplicada na região das estações) e 15 estações, o sistema será o quarto a ser inaugurado no estado e atualmente transporta 1,5 mil passageiros por dia em todo o Ceará.
Aeroviário
O Aeroporto Regional de Crateús (Doutor Lúcio Lima) está localizado na Rodovia Estadual CE-187, Bairro Campo Velho distante 5 km do centro da Cidade. Denomina-se Aeroporto regional pelo fato de atender 20 cidades em dois estados diferentes (Ceará e Piauí), ajudando o estado cearense movimentar mais de 24 mil passageiros ao mês. Com um movimento intenso de aeronaves de pequeno porte e médio, o aeroporto de Crateús é de total e fundamental importância para os empresários que possuam aeronave ou utilizem o táxi aéreo. Foi reinaugurado no dia 18 de fevereiro de 2020. Possui uma pista de 1800m de asfalto. Tem área de embarque e desembarque de passageiros dotada de raios-x de raquete (mão), de corpo e bagagem de mão, é todo climatizado, dotado de porta automática, pequenos quiosques, uma lanchonete e um terraço panorâmico climatizado. Geralmente recebe aviões de pequeno porte como Caravan, Brasília e Bandeirante, operados por empresas de táxi aéreo, e aeronaves de médio porte como ATR-42, ATR-72 e EMB-190 da Embraer, operados por empresas de aviação regional e Nacional. E está apto a receber aviões de grande-médio porte como os Boeing 737-300, Boing 737-700, Fokker - 100, AIRBUS - A320 e EMB -190 e EMB - 195 da Embraer, entre outros jatos particulares.
Geografia
As terras de Crateús fazem parte da Depressão geografia) sertaneja , tendo ao oeste do município a Serra da Ibiapaba (Serra Grande), com elevações próximas dos 700 metros. Os solos são: lanossolos, latossolos e podzólicos. As formas de relevo a leste e maior porção do território são suaves e pouco dissecadas, produto da superfície de aplanamento em atuação no Cenozoico.
Vegetação
A predominância da caatinga arbórea (floresta caducifólio espinhosa), caatinga arbustiva aberta, mata seca (floresta sub-caducifólio tropical pluvial) e a vegetação de carrasco, xerofitia arbustiva densa de caules finos.
Nesta área de caatinga é possível encontrar mais de 350 espécies de plantas, dentre elas a gameleira; 57 répteis e anfíbios, 173 de aves, dentre estas o pica-pau-anão (espécie ameaçada de extinção) e 38 de mamíferos, dentre estas espécies ameaçadas de extinção temos: a onça-parda, o gato-do-mato. A fauna e a flora são protegidas graças a Reserva Natural Serra das Almas, que é reconhecida como Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN, pelo IBAMA.
Clima
Tropical quente semiárido com índice pluviométrico de 740 milímetros (mm) por ano, com chuvas concentradas de janeiro a maio e temperatura média compensada anual de 27 ºC, com tempo de insolação de aproximadamente 2.665 horas anuais.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1962 a 1970, 1973 a 1984, 1990 e a partir de 1995, a menor temperatura registrada em Crateús foi de 12 ºC em 13 de fevereiro de 1963, sendo até hoje a menor temperatura mínima já registrada no Ceará. A maior atingiu 39,8 ºC em 22 de dezembro de 2005. O maior acumulado de precipitação (chuva) observado em 24 horas foi de 140,2 mm em 27 de março de 1967. Outros grandes acumulados foram 134,2 mm em 29 de dezembro de 1967, 133,8 mm em 20 de março de 2003, 124,2 mm em 24 de março de 2003, 122,1 mm em 24 de novembro de 1995, 119,9 mm em 23 de março de 1997, 113,6 mm em 26 de janeiro de 2005, 113,4 mm em 12 de janeiro de 2004, 109,4 mm em 11 de janeiro de 1999 e 101,8 mm em 3 de fevereiro de 1967. Em janeiro de 2004 foi registrado o maior volume de chuva em um mês, de 644,3 mm.
Hidrografia e recursos hídricos
O município encontra-se dentro da Bacia do Rio Parnaíba, a única bacia hidrográfica do estado que não deságua no próprio estado. Devido a esse fator, as microbacias do município são relativamente pequenas e curtas, pois seus rios e riachos nascem no próprio município, limitando seu aporte e volume de água. Todos os rios dos municípios são intermitentes, secam na estação seca. Os principais açudes são: Carnaubal, Açude Realejo e Açude de Fronteiras. Todos são monitorados pelas COGERH (Companhia de Gestão e Recursos Hídricos do Estado do Ceará). As principais fontes de água fazem parte da bacia do Parnaíba, tendo como principal rio o Poti. O município possui diversos açudes, dentre os quais destacam-se os de maior porte como os açudes: Carnaubal ou Grota Grande e Realejo. No momento esta sendo construído o Açude Fronteiras, no leito no rio poti ao norte do município, um açude com capacidade de acumular 488.180.000 metros cúbicos de água.
Açude Carnaubal
Com conclusão no ano de 1990, o açude Carnaubal ou Grota Grande tem capacidade máxima de acumulação de água de 87.690.000 milhões de m³. É o atual e único açude responsável pelo abastecimento urbano da sede do município. A construção desse reservatório foi fundamental para minimizar os problemas com falta de água que eram frequentes no município. Está localizado no leito do Riacho do Meio no distrito de Santo Antônio dos Azevedos.
Açude Realejo
Com conclusão de construção no ano de 1980, o açude tem capacidade máxima de acumulação de água de 31.551.120 milhões de m³, está localizado no leito do riacho Carrapateiras. Por muitos anos esse açude foi a única fonte de abastecimento de água do município, que devido ao seu baixo volume de acumulação e a crescente demanda, sempre havia esgotamento do reservatório.
Açude Fronteiras
O nome açude Fronteiras se dá pelo fato da amplitude do mesmo já está sendo construído no leito do Rio Poti desde o ano de 2009, com o intuído de monitorar enchentes provenientes de riachos e rios que devem desaguar no mesmo, e a alta demanda populacional do município. Terá capacidade de 488.180.000 milhões de m³ assumirá posteriormente o posto de abastecimento urbano da sede do município e para abastecimento de pequenas comunidades no seu entorno, também como forma de perenização do Rio Poti.
Rio Poti
É principal rio do município, pelo fato do município se desenvolver em suas margens. Sua nascente é na Serra dos Cariris Novos, município de Quiterianópolis e segue no sentido sul–norte passando por Novo Oriente até a cidade de Crateús, onde flui no sentido sudeste–noroeste, passando pela cidade de Teresina, Piauí, onde atravessa a Floresta Fóssil de Teresina e deságua no rio Parnaíba. Em seu leito foram construídas duas barragens: o Açude Flor do Campo, no município de Novo Oriente e o Açude Carnaubal, bem como a barragem de aproximadamente 800 metros, com paredes de concreto, que abastece Crateús e região.
Economia
Aspectos socioeconômicos
A maior concentração populacional encontra-se na zona urbana. A sede do município dispõe de abastecimento de água, fornecimento de energia elétrica, serviço telefônico, agência de correios e telégrafos, serviço bancário, hospitais, hotéis, ensino de 1° ao 3° grau de ensino médio e de formação universitária, também conta com a construção de uma biblioteca pública (Biblioteca Municipal Noberto Ferreira) e um teatro (Teatro Rosa de Moraes, mais conhecido como Casa da Rosa). Destaca-se ainda o 40º BI - Quadragésimo Batalhão de Infantaria com sede nessa cidade, situado no bairro dos Venâncios, à margem direita da BR-226 - Saída para a cidade de Independência que teve sua instalação e inauguração no ano de 1954 com o nome de 4º Batalhão Ferroviário e posteriormente passou a denomina-se de 4º BEC (Batalhão de Engenharia e Construção).
A partir de Fortaleza o acesso ao município, pode ser feito por via terrestre através da rodovia Fortaleza/Canindé/Independência BR-020/BR-226 ou Fortaleza/Canindé/Santa Quitéria BR-020/CE-257/CE-176 ou ainda via Fortaleza/Tianguá BR-222 até a vila de Aprazível, local por onde se segue através de rodovias do estado passando pelos municípios de Cariré, Varjota, Reriutaba, Pires Ferreira, Ipu, Ipueiras, Nova Russas até alcançar a sede do município. As demais vilas, lugarejos, sítios e fazendas são acessíveis (com franco acesso durante todo o ano) através de estradas estaduais, asfaltadas ou carroçáveis..
O extrativismo vegetal para a fabricação de carvão vegetal também faz parte da economia local, bem como a extração de madeiras diversas para lenha e construção de cercas,e ainda a extração da oiticica e carnaúba.
O artesanato de redes, chapéus-de-palha e bordados, também representa uma importante fonte de renda.
A mineração de rocha para cantaria, brita e usos diversos na construção civil é ainda incipiente.
Nas terras de Crateús foi constatada a presença de ametista, uma variedade do quartzo e jazidas de hematita, um importante minério de ferro e de cianita e de berilo utilizado na indústria de equipamentos espaciais e usinas atômicas.
Saúde pública
Hospital de Referência Regional São Lucas (HRC)
O Hospital Regional São Lucas (HRC), é o maior hospital público da rede da Secretaria Estadual da Saúde do Ceará, na região dos Sertão dos Crateús, cujo administrado pela Sociedade Beneficente São Camilo, é referência para o três Microrregiões, abrangendo dois estados (Sertão dos Crateús, Sertão dos Inhamuns e Microrregião de Campo Maior no estado do Piauí) atende média e alta complexidade, regional, estadual e interestadual, especializado em clínica médica, cirurgia geral, cirurgia oncológica, terapia intensiva adulto, fisioterapia, fonoaudiologia, serviço social, psicologia, farmácia clínica, serviço de nutrição e dietética.
Hospital Municipal
Hospital Municipal de Crateús, ou Centro de Especialidades Gentil Barreiras, de baixa e média complexidade, atende exclusivamente a cidade de Crateús.
Unidade de Pronto Atendimento 24 Horas
Unidade de Pronto Atendimento de Crateús - UPA 24h Dr. Olavo Cardoso, Situada no Bairro Cidade Nova (Bairro da Ilha). (Estadual). É responsáveis por concentrar os atendimentos de saúde de média complexidade do município, compondo uma rede organizada em conjunto com a atenção básica e a atenção hospitalar. A unidade também possui o objetivo de diminuir as filas nos prontos-socorros dos hospitais da cidade, evitando que casos de menor complexidade sejam encaminhados diretamente para as unidades hospitalares, além de ampliar a capacidade de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) na região.
Policlínica Regional de Crateús
A Policlínica Raimundo Soares Resende, atende a 302.148 moradores dos municípios da região Crateús, prestada uma gama alargada de cuidados de saúde, incluindo serviços de diagnóstico e de tratamento ambulatório, sem necessidade de internamento. oferece os serviços de um leque diversificado de profissionais de saúde, incluindo médicos e enfermeiros de múltiplas especialidades. A policlínica de Crateús foi inaugurada em 14 de Março de 2014, pelo então secretário de Saúde do Estado do Ceará, Ciro Gomes, atendendo a 15ª região de saúde que corresponde aos 11 municípios da região de Crateús.
Cultura
A cultura crateuense é marcada pela diversidade de costumes, música e gastronomia e reflete traços culturais singulares devido a herança deixada pelos nativos e diversas raças, desde a europeia, libanesa até a africana, e pelos migrantes oriundos de outros Estados que aqui se radicaram.
Cultura popular
Produtos regionais
O artesanato indígena, principalmente o potyguara é muito comum na cidade[103]. Na produção indígena se destaca a cerâmica, adornos, objetos em palha, barro e tecelagem. Também se destaca o artesanato rural como arreio, berrante e agro produtos. Em prédios públicos como a Casa do Artesão há disponível várias opções. Há também a Praça de Fátima, onde é comercializado trabalhos manuais.
Costumes
Diferente da capital do estado, os costumes em Crateús são a soma de povos que se radicaram na região, vindos de vários cantos do país, mais principalmente da Centro-Oeste, Região Sudeste e Norte do Brasil, além de imigrantes de outros países que vão de Portugueses até Chineses, transformando a cidade em um rico encontro de tradições, crenças e costumes.
Influência
Crateús foi colonizada pelo bandeirante Domingos Jorge Velho, que ao falecer em meados do final do século XVII deixou para a esposa (então viúva) Jerônima Cardim Fróis as vastas posses no Sertão nordestino. Dona Ávila em m 1721 arremata o rico vale de Crateús pela quantia de 4.000 cruzados e lhe foi dada a posse da fazenda Lagoa das Almas (distante 78 km do local onde hoje se erguera a cidade de Crateús), Mais coube a baiana Luiza Coelho da Rocha Passos anos depois, erguer a primeira capela em Devoção ao Senhor do Bonfim, sendo enviada uma imagem do Estado da Bahia para a então fazenda Piranhas (Crateús), hoje Santo padroeiro do município cuja influência católica no município é muito grande e percebe-se através dos costumes mais fortes da cultura local.
Música
Na música regional e local destacam-se os seguintes gêneros como o Forró, Sertanejo, MPB, Lambada, Brega e o Reggae.
Culinária
A culinária crateuense é fruto de uma mistura de ingredientes europeus, indígenas e africanos. Muitos dos componentes das receitas e técnicas de preparo são de origem indígena, tendo sofrido modificações por parte dos portugueses e dos escravos oriundos da África. Esses faziam adaptações dos seus pratos típicos substituindo os ingredientes que faltassem por correspondentes locais. A feijoada à brasileira, prato típico do país, é um exemplo disso. Os escravos trazidos ao Brasil desde meados do século XVI somaram à culinária nacional elementos como o azeite de dendê e o cuscuz. E as levas de imigrantes recebidas pelo país entre os séculos XIX e XX, vindos em grande número da Europa, trouxeram algumas novidades ao cardápio nacional e concomitantemente fortaleceram o consumo de diversos ingredientes.
A alimentação diária, feita em três refeições, envolve o consumo de café com leite, pão, frutas, bolos e doces no café da manhã, feijão com arroz no almoço — refeição básica do brasileiro, aos quais são somados, por vezes, o macarrão, a carne, a salada e a batata — e, no jantar, sopas e também as várias comidas regionais.
As bebidas destiladas foram trazidas pelos portugueses ou, como a cachaça, fabricadas na terra. O vinho é também muito consumido, por vezes somado à água e açúcar, na conhecida sangria. A cerveja por sua vez começou a ser consumida em fins do século XVIII e é hoje uma das bebidas alcoólicas mais comuns.
As culinárias regionais mais visíveis pertencem aos estados de Minas Gerais e Bahia, sendo a culinária mineira marcada pela influência europeia em iguarias e laticínios como o feijão tropeiro (também um prato da cozinha paulista), o pão de queijo (que equivale à chipa paraguaia, diferindo no formato) e o queijo de minas frescal, e a culinária baiana pela presença de quitutes africanos como o acarajé, o abará e o vatapá. Já a culinária de Pernambuco destaca-se pela chamada "doçaria pernambucana", ou seja, os doces desenvolvidos durante os períodos colonial e imperial nos seus engenhos de açúcar como o bolo de rolo, o bolo Souza Leão e a cartola, e também pelas bebidas e iguarias salgadas descobertas ou provavelmente originadas no estado a exemplo da cachaça, do beiju e da feijoada à brasileira.
Religião
No município de Crateús a Igreja Católica é a religião hegemônica tendo deixado várias marcas na cultura crateuense. De acordo com último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) predomina o Catolicismo com 78% da população, o Protestantismo 10% e o Espiritismo com 2%.
Catolicismo
A circunscrição eclesiástica da Igreja Católica no Brasil a Diocese de Crateús (Dioecesis Crateopolitana) foi erigida canonicamente pelo Papa Paulo VI, por meio da Constituição Apostólica Pro apostolico, de 28 de setembro de 1963, a partir de território desmembrado das dioceses de Iguatu e Sobral. A instalação da Diocese se deu a 9 de agosto de 1964, quando tomou posse seu primeiro bispo. É pertence à Província Eclesiástica de Fortaleza e ao Conselho Episcopal Regional Nordeste 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, sendo sufragânea da Arquidiocese de Fortaleza. A sé episcopal está na Catedral Senhor do Bonfim, na cidade de Crateús.
Santo Padroeiro
O santo padroeiro do município é Senhor do Bonfim, sendo enviada uma imagem do Estado da Bahia para a então fazenda Piranhas (Crateús) pela baiana Luiza Coelho da Rocha Passos para a primeira capela erguida na região.
Protestantismo
Destacam-se no município a igreja Assembleia de Deus em várias denominações, Igrejas Batista, Congregação Cristã no Brasil, Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Adventista do Sétimo Dia e Igreja Presbiteriana do Brasil.
Meio ambiente
Em Crateús encontra-se a Reserva Natural Serra das Almas que é reconhecida pela UNESCO como Posto Avançado da Reserva da Biosfera, detentor de 6.300 hectares de área protegida (entre Crateús no Ceará e parte de Buriti dos Montes no Piauí), que é abrigo de uma amostra significativa da Flora e Fauna da Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro. Também servindo de resguardo a três nascentes e espécies ameaçadas de extinção no Bioma.
Já a Serra da Ibiapaba (Serra Grande), localizada a 23 km do município, atravessa o Estado do Ceará de norte a sul no extremo oeste, limitando-o com o Piauí. Caracterizando-se como uma cuesta, seu relevo possui uma escarpa íngreme voltada para o Ceará e outra, cujo declive, é bastante suave e gradual em direção ao oeste, voltada para o Piauí. As altitudes médias são de 750m. De norte a sul e de leste a oeste, ocorrem variações nítidas de condições climáticas. Na sua vertente voltada para a Depressão Sertaneja cearense, em especial na parte nordeste de cuesta, possui vegetação tropical frondosa e densa, sendo considerada Mata Atlântica, por está em uma zona de transição possui micro-biomas de cerrado, matas dos cocais, floresta amazônica e caatinga, em alguns pontos, estas vegetações aparecem mescladas. Tem rica fauna, com muitas aves, roedores e mamíferos de grande porte, como onça-parda, veado-campeiro e paca. Nesta região ocorre a mais intensas pluviosidades do território cearense, superior a 2.000mm. Por outro lado, percorrendo-se alguns quilômetros para oeste, as chuvas orográficas não são mais tão intensas e configuram um clima semiárido com vegetação de carrasco. Da mesma forma, do norte para o sul, vão diminuindo as pluviosidades, o que resulta na predominância da caatinga na parte sul da cuesta, particularmente após o boqueirão geograficamente constituído pelo Rio Poti a área destaca-se na função de produção rural, o que desencadeou o desenvolvimento da agricultura familiar em Crateús com destaque para a grande produção de milho e feijão, no sopé dos ricos vales da Serra grande.
Já o Rio Poti é principal rio do município, cujo município se desenvolvera em suas margens. O Poti nasce na Serra dos Cariris Novos, município de Quiterianópolis, e segue no sentido sul–norte passando por Novo Oriente até a cidade de Crateús, onde flui no sentido sudeste–noroeste, passando pela cidade de Teresina, Piauí, onde atravessa a Floresta Fóssil de Teresina e deságua no rio Parnaíba. Em seu leito foram construídas duas barragens: o Açude Flor do Campo, no município de Novo Oriente, bem como a barragem de aproximadamente 800 metros, com paredes de concreto, que abastece Crateús e região. Já pertenceu totalmente ao Estado do Piauí, até o ano de 1880. O Decreto Régio 3.012 de 22 de outubro do mesmo ano, assinado por Dom Pedro II, entregou ao Ceará as nascentes do Rio Poti até o ponto do Boqueirão, na Serra da Ibiapaba. Na região existiam as cidades de Independência (Ceará) e Príncipe Imperial, hoje Crateús.
Esporte
O municipío de Crateús tornou-se nacionalmente conhecido no futebol de salão ao conquistar o Campeonato Cearense de Futsal em 2013, que classificou a equipe para Taça Brasil de Futsal de 2014, a mesma sediada na cidade de Crateús. nesta edição, o clube sagrou-se campeão de forma invicta. O clube, que disputaria a Copa Libertadores de Futsal de 2015, foi punido pela CBFS. O Ginásio Poliesportivo Deromí Melo, tem capacidade para 5.500 pessoas, e é o maior e mais moderno de toda a Mesorregião dos Sertões Cearenses.
No futebol o Clube Atlético Crateús e o Crateús Esporte Clube representam a cidade:
Clube Atlético Crateús
O Clube Atlético Crateús ou Atlético Crateús, é um clube de futebol brasileiro, sediado na cidade de Crateús, estado do Ceará. Fundado em 1 de janeiro de 2021, o clube disputa a 3ª (Terceira) divisão do Campeonato Cearense de Futebol. Suas cores são o Laranja, Verde e branco. Manda seus jogos no Estádio Juvenal Melo, (Jumelão) que tem capacidade para 6.000 pessoas. Seu maior rival é o Crateús Esporte Clube, com quem disputa o clássico local.
Crateús Esporte Clube
O Crateús Esporte Clube é o clube clube multiesportivo que representa a cidade. Fundado em 2001, suas cores são o amarelo, o azul e o branco.
No futebol, manda seus jogos no Juvenal Melo, (Jumelão) que tem capacidade para 6.000 pessoas. Conquistou duas vezes a terceira divisão do campeonato cearense e, em 2011, terminou a segunda divisão como vice-campeão, o que lhe permitiu o acesso para a elite do futebol cearense em 2012, pela primeira vez na história.
Turismo
O turismo também é uma das fontes de renda, devido as belezas naturais e monumentos históricos como: Arco de Nossa Senhora de Fátima; Monumento a Coluna Prestes (O Raio de Oscar Niemeyer); Estádio Juvenal Melo; Rádio Poty de Crateús; Aeroporto regional de Crateús; Lagoa das Pedras (Crateús); Furnas dos Caboclos (Montenebo); Canyon do Rio Poti; Serra de Ibiapaba; Grutas e cavernas; Castelo de Pedra; Olho d'Água; Açudes Carnaubal e Realejo; Reserva Natural Serra das Almas (aberta à visitação); a centenária Casa de Farinha; a Serra dos Tucuns.
Eventos culturais e de negócios
Os principais eventos culturais são: Festa do Padroeiro: Senhor do Bonfim, em dezembro, Carnafolía, Feira de Negócios Agropecuários (FENAC) em maio, Dia do Município (6 de julho), FENECRAT, em outubro, Festival de Teatro Amador, CARNACRAT, Micareta de Crateús, em novembro, Cavalgada de Crateús; Festejos do Distrito de Montenebo, em setembro, Festejos do Distrito de Assis, em agosto, Festivais de Quadrilhas Juninas, Festa do Natal, na praça Gentil Cardoso, em dezembro.
Educação superior
Crateús possui três faculdades públicas, (uma estadual e duas federais), além de outros polos particulares.
As faculdades existentes em Crateús são: Universidade Estácio de Sá; Faculdade Princesa do Oeste (FPO); Faculdade de Educação de Crateús (FEC), polo da Universidade Estadual do Ceará; Instituto Federal do Ceará (IFCE); Faculdade Integrada da Grande Fortaleza (FGF); Polo autorizado da Ueva; Universidade Norte do Paraná (Unopar); Universidade Federal do Ceará (UFC); Centro Universitário Internacional (Uninter);
Crateuenses ilustres
- Antônio de Sampaio
, militar patrono do Exército Brasileiro, herói da Guerra da Tríplice Aliança. Considerado um dos maiores militares da história do Brasil independente. Porém nascido na fazenda vitor, hoje distrito de Oliveiras, Tamboril (Ceará) (Intitulado cidadão Crateuense
- Deputado Antônio dos Santos, ex-Deputado federal pelo Ceará, elegeu-se deputado estadual em 1970, 1974, 1978, 1982 e 1986. Eleito presidente da Assembleia Legislativa do Ceará em 1981 e secretário de Administração, durante o governo Gonzaga Mota.
- Carlos Felipe, Médico e político, ex-prefeito de Crateús, eleito no ano de 2008 e reeleito em 2012, renunciando em 2014, para assumir seu primeiro mandato de Deputado estadual no mesmo ano e sedo reeleito ao mesmo posto em 2018.
Referência para o texto: Wikipédia .