segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

XINGUARA - PARÁ

Xinguara (AFI: [ʃĩˈgʷaɾɐ]) é um município brasileiro do estado do Pará. Localiza-se a uma latitude 07º05'42" sul e a uma longitude 49º56'45" oeste, estando a uma altitude de 279 metros. Sua população conforme censo do IBGE em 2022, era de 52.893 habitantes. Possui uma área de 5.779,412 km².
História
A ocupação do território, onde está localizado o município de Xinguara, ocorreu devido a abertura da rodovia PA-279. A rodovia foi projetada no governo de Aloisio Chaves, com finalidade de ligar o município de São Félix do Xingu à rodovia PA-150, que corta o Estado do Pará.  O marco inicial da estrada foi fixado no entroncamento onde hoje se encontra a sede municipal. Inúmeras pessoas se estabeleceram em torno do marco, dando origem a uma povoação, que, devido a sua posição geográfica estratégica recebeu o nome de Entroncamento do Xingu, em 1976. A prefeitura municipal de Conceição do Araguaia determinou a urbanização da localidade, criando uma subprefeitura para coordenação dos serviços. Elevada à categoria de município com a denominação de Xinguara pela Lei Estadual nº 5.028, de 13 de maio de 1982, Xinguara foi assim, desmembrada do município de Conceição do Araguaia.
Seu nome é oriundo de dois rios Xingú e Araguaia. Com início de povoação em 1973, recebeu gente de todas as regiões do país a procura de terras férteis, para desenvolver agricultura e pecuária (bovinos e suínos), o cultivo de arroz, milho, feijão, melancia, coco, mamão e banana.
Geografia
Hidrografia
Na hidrografia do Município, destaca-se o rio Araguaia, a leste, e limite com o Estado do Tocantins. Recebe vários rios, córregos, ribeirões e grotas, destacando-se alguns como o ribeirão Água Fria, com os seus afluentes córregos Gordinho, Sapucaia e Jatobá.
No sentido centro norte, os rios vertem para o Tocantins, destacando-se o rio Vermelho, em seu alto curso. Segundo o IBGE, a vegetação presente na área do município é pertencente ao bioma Amazônia, porém a cidade conta ainda com espécies do cerrado, como o caju e o pequi.
Solo
No Município estão presentes, em maior extensão, o Podzólico Vermelho-Amarelo associado a solos Litólicos distróficos, Manchas contínuas de Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, Concrecionários Lateríticos indiscriminados distróficos e manchas de solos Aluviais eutróficos e distróficos.
A geologia da área é representada por rochas do Pré-Cambriano Inferior a Médio, do Complexo Xingu (granitos, migmatitos, gnaisses, xistos, etc); Pré-Cambriano Médio a Superior do Grupo Tocantins, dominante em extensão no Município, constituído por filitos, cloritaxistos, metagrauvacas, etc, estando ainda presentes algumas manchas de sedimentos quaternários, nas áreas aluvionais do rio Araguaia, principalmente.
Relevo
Acompanhando a geologia, o relevo apresenta superfícies pediplanadas em rochas pré-cambrianas, recobertas por depósitos superficiais, áreas dissecadas em colinas e ravinas que constituem a maior porção da área, algumas cristas e eventuais serras.
Trata-se de um relevo relativamente elevado em relação ao Estado e à região, inserindo-se na unidade morfoestrutural que corresponde à Depressão Periférica do Sul do Pará.
O município apresenta níveis altimétricos bastante variados com os valores mais expressivos atingindo 540 metros, na Serra da Viagem ou do Caucho, localizada a Leste do Município, e os menores valores, em torno de 150 metros, nas proximidades da sede municipal.
Clima
Insere-se na categoria de equatorial super-úmido, tipo Am, da classificação de Köppen, no limite de transição para o Aw. Possui temperatura média anual de 26,35 ºC, apresentando a média máxima em torno de 32,01 ºC e mínima de 22,71 ºC.
A umidade relativa é elevada, apresentando oscilações entre a estação mais chuvosa e a mais seca, que vão de 90% a 52%, sendo a média real de 78%. O período chuvoso ocorre, notadamente, de novembro a maio, e o mais seco, de junho a outubro, estando o índice pluviométrico anual em torno de 2.000 mm.
Economia
Conhecida como Capital da carne bovina do sul do Pará, nos últimos seis anos Xinguara retomou a vocação de cidade polo e vem se destacando pelos inúmeros avanços na economia regional e na infraestrutura. Estes foram possíveis devido sua pecuária de corte, que conta com cerca de 500 mil cabeças de gado, tendo representatividade importante na segunda maior bacia leiteira do país. Não há relatos de nenhum caso de aftosa nos últimos 10 anos na região, o que rendeu o certificado de zona livre para comercialização em todo o território brasileiro e outros países.
A exportação do boi em pé, é um marco no crescimento da região, atraindo o mercado internacional como o Irã entre outros. O município conta com dois frigoríficos em pleno funcionamento que produzem e exportam 08 mil toneladas de carne por mês, e um curtume que exporta 60% de sua produção para países da Europa e Ásia.
Turismo
É no município de Xinguara que o Brasil guarda uma das suas belezas naturais, a Praia do Pontão, localizada no Distrito de São José do Araguaia, distante 115 km da sede do município. A praia encanta pelo charme das águas do Araguaia, um dos mais belos rios que cortam o território paraense.
De águas claras e transparentes o local é recanto para milhares de famílias que nos períodos de férias aproveitam para descansar no Araguaia. Na alta temporada, sempre nos meses de fevereiro e julho, a praia recebe visitantes de várias regiões.
Além das águas claras, a paisagem do pontão também é composta por aves nativas, que fazem desse pequeno paraíso sua morada. No fim da tarde, o pôr do sol e a revoada dos pássaros oferecem um espetáculo de rara beleza.
O Distrito de São José do Araguaia conta com hotelaria, restaurante, posto de combustível. No período de veraneio a Prefeitura de Xinguara leva à praia estrutura para receber os visitantes como posto de saúde, polícia, corpo de bombeiros, entre outros benefícios.
Feira Agropecuária de Xinguara
A Feira Agropecuária de Xinguara (FAX) tem sua área de atuação nos segmentos do agronegócio, do comércio, da indústria, dos serviços e do entretenimento, e se fortalece a cada edição para mostrar ao público visitante o que temos de melhor.
Os setores da Indústria e do Comércio são extremamente importantes para alavancar o volume de comercialização da feira. Na oportunidade, são apresentados máquinas e implementos agrícolas de última geração, veículos, motos e demais produtos das principais marcas do mercado à disposição para que sejam efetuados bons negócios
Principais Logradouros Públicos
Destacam-se os seguintes logradouros públicos: Praça da Bíblia; Praça Vitória Régia; Praça José Ary Guedes; Ginásio Poliesportivo de Xinguara; Estádio Municipal; Lago municipal e Cemitério Municipal.
Educação
Xinguara abriga um dos campus da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), a principal instituição pública de ensino superior do sul e sudeste do Pará.
O município também tem um polo de educação à distância da instituição privada Universidade Norte do Paraná (UNOPAR).
Referência para o texto: Wikipédia .

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

IMBITUBA - SANTA CATARINA

Imbituba é um município brasileiro, situado no litoral sul do estado de Santa Catarina. De acordo com estimativas do Censo 2022 do IBGE, sua população é de 52.581 habitantes, com uma unidade territorial de 182,9290 km².
Considerada a capital nacional da Baleia franca, é em Imbituba que se encontra o ponto de origem do datum altimétrico, uma vez que, neste município, o nível médio do mar apresenta menor variação, segundo o marégrafo instalado no porto de Imbituba.
História
Período pré-colonial

No litoral Sul de Santa Catarina o registro de ocupação humana é de aproximadamente 6.000 A.P. com a presença dos grupos construtores dos sambaquis que ocuparam vastamente a região (monte de conchas). Mais recentemente, um pouco antes da colonização europeia nas terras brasileiras, por volta de 700 A.P a região recebe os grupos indígenas conhecidos como Tupi-guarani (grafia com hífen remete a tradição linguística do grupo) que teriam partido da Amazônia seguindo os grandes rios, principalmente os Rios Paraguai e Paraná até a foz do Rio da Prata, daí então se voltando para o litoral sul do Brasil.
Nesse panorama de ocupação regional Imbituba se apresenta como um local de grande potencial arqueológico onde atualmente existem 43 (quarenta e três) sítios arqueológicos mapeados, sendo 42 (quarenta e dois) relacionados a povos pré-coloniais como os sambaquis e Tupi-guarani e 1 (um) relacionado com a ocupação colonial e a prática da caça da baleia. Entre os mais recentes podemos citar o sítio pré-colonial Aldeia Ribanceira I.
O sítio arqueológico Aldeia Ribanceira I
O sítio atribuído a Tradição Tupi-guarani foi mapeado por arqueólogos durante o levantamento arqueológico para a implantação de empreendimento residencial no bairro Vila Esperança. Situado em patamar geomorfológico de planície litorânea apresentou contexto de implantação diferenciado, com a camada arqueológica entre 0,60 e 2,0 metros de profundidade. Com a escavação se percebeu que a estratigrafia do sítio foi marcada por solo arenoso, composto por uma camada escurecida resultante de queima (manchas), cujos dados apontaram para duas grandes manchas de terra escura, com diversos focos de queima.
As datações obtidas para o sítio arqueológico mostraram datas entre 404+-40 e 802+-40 A.P..
Entre os elementos arqueológicos identificados no salvamento merecem destaques: anzol - confeccionado em osso, lâmina de machado – confeccionado em pedra, e a vasilha de tamanho grande confeccionada em argila, identificada entre 1,90 e 2,20 metros de profundidade, além de uma quantidade expressiva de fragmentos de afiadores líticos, pequenas lascas e peças cerâmicas de diversos tamanhos, que muitas vezes estavam associadas às estruturas de combustão.
Sambaquis
Os sambaquis são sítios arqueológicos que foram construídos lentamente, durante muitos anos. “É uma palavra de etimologia Tupi (...). 'Tamba' significa conchas e 'Ki' amontoado, que são as características mais marcantes desse tipo de sítio”. Os sambaquis destacam-se como os sítios arqueológicos mais antigos da costa litorânea brasileira.
As características mais marcantes de um sambaqui são a sua forma monticular e o fato de serem constituídos por conchas, berbigões, ostras e moluscos. Os vestígios das ocupações nos sambaquis revelam muitos aspectos de sua cultura, tais como a estratégia ocupacional com feições relacionadas a organização social quando se observam as evidências de sepultamentos por exemplo. É importante descartar também que nas estruturas dos sambaquis são encontradas ostras abertas que possivelmente serviram de alimento e também fechadas, o que demonstra que os sambaquis não são constituídos primordialmente de restos alimentares, e por isso não podem ser classificados como “lixo dos índios”, mas sim um local sagrado elaborado para fins ritualísticos onde eram sepultados os mortos juntamente com alguns objetos ou adornos.
Em sítios arqueológicos são encontrados objetos utilitários feitos em pedra e osso, tais como: quebra coquinho, peso de rede, lâmina de machado, amós e pontas de lança óssea que eram presas em hastes de madeira e utilizadas na captura de pescados. Além de artefatos utilitários, confeccionavam adornos diversos, tais como colares, coroas e tembetás, para isso utilizavam conchas e dentes de animais, como tubarão, porcos do mato e jacaré, para pingentes, o que pode ter um significado importante na vida dos sambaquieiros, pois são animais agressivos, apresentando dificuldades para a caça ou a pesca dos mesmos. Todos esses artefatos citados são encontrados dentro da estrutura monticular do sambaqui e muitas vezes estão associadas a sepultamentos humanos. Ainda, entre os objetos mas que raramente são encontrados podemos destacar as esculturas conhecidas como Zoólitos (zoo = animal, lito = pedra) que impressionam pela aparência fidedigna com os animais que representam tais como, peixes, aves, tatus e outros.
Ceramista - Guarani
Os Ceramistas Guarani chegaram a Santa Catarina por volta de 700 anos A.P. Migraram da Amazônia, seguindo o rio Paraguai e Paraná, até a foz do rio da Prata, voltando-se para o litoral sul do Brasil.
Os Guarani que habitavam o litoral Catarinense são da Tradição Tupiguarani, esta tradição é “fruto de uma relação complexa entre dois tipos de classificações, uma linguística e outra cerâmica, que tem origem na história da pesquisa etnográfica do país.”.
A busca por novos territórios foi motivada por uma série de fatores, nos quais se destacam: uma mudança social e política dentro do sistema organizacional do grupo e a escassez de recursos na região Amazônica gerada pelo fenômeno El Niño que pode ter sido responsável pela famigerada busca pela “Terra sem Males”.
Construíam suas aldeias geralmente em áreas de posições elevadas, nas encostas dos morros e próximos a rios, locais com boa visibilidade, que proporcionasse melhores condições naturais para sobrevivência do grupo, em especial, o desenvolvimento da agricultura de subsistência, pesca, caça e coleta. Confeccionavam seus artefatos em pedra, madeira e barro, entre os objetos feitos com pedra se destacavam as lâminas de machado polido, os enxós, os afiadores e os tembetás, este último, usado como adorno.  Entre os artefatos em madeira se podem citar as lanças e os arcos de lançar as flechas, esses objetos são raramente identificados nos sítios arqueológicos, uma vez que são constituídos de material degradável, e não resistem ao tempo. Contudo, o artefato cerâmico representado pelas vasilhas e potes são elementos determinantes para a caracterização de um sítio arqueológico Guarani. A confecção desses objetos representa muito além do utilitário cotidiano de cozinhar e armazenar alimentos servia como parâmetro de status social de uma tribo perante outras, e também poderiam servir de urna funerária, quando de tamanho grande, sendo esta sua última finalidade. Além disso, a confecção dessas vasilhas cerâmicas influenciava fortemente na escolha do espaço geográfico para o acampamento do grupo, uma vez que, por variar de tamanho (grande e médio porte) não eram de fácil mobilidade, dificultando o nomadismo e contribuindo para a fixação do grupo em lugares com matéria-prima (argila).
Ceramista - Jê
Os ceramistas-Jê, migraram do centro-oeste do Brasil e chegaram a Santa Catarina por volta de 1.000 anos A.P. Habitavam regiões da encosta e planalto, porém há registros arqueológicos e etnográficos de ocupação sazonal desses grupos no litoral Catarinense. Desse modo, no inverno aproveitavam a safra de pinhão, e no verão, desciam para o litoral em busca de alternativas alimentares para a subsistência. Em Araranguá não há até o momento registro de sítios arqueológicos atribuídos a esses grupos, no entanto o que se sabe é que os municípios limítrofes localizados próximo a encosta da serra é comum a presença vestígios arqueológicos e dados etnohistóricos relacionados a eles.
Viviam em aldeias e possuíam uma média e baixa mobilidade territorial, uma vez que praticavam a horticultura, porém tinham forte dependência da caça e da coleta de frutos. Suas habitações eram basicamente de dois tipos: piso rebaixado e as mais duradouras construídas na superfície do chão. As estruturas de piso rebaixado são atualmente um importante indicador de sítio arqueológico atribuído a esses grupos, já que a depressão no solo é comumente evidenciada de forma rasa, aliada ou não a evidências de carvão e fragmentos líticos e cerâmicos.
A matéria prima utilizada na confecção dos artefatos se resumia a pedra, o barro, e a madeira, esta última porém, não é encontrada em sítios arqueológicos, uma vez que é degradável e não resiste ao tempo. No entanto, como há registro documental de contato desses grupos com os colonizadores europeus, as informações relativas ao modo de vida são bastante abrangentes. Entre os artefatos confeccionados, podemos citar os utilitários feitos em pedra - enxó e lâmina de machado, os de barro - vasilhas geralmente pequenas e de espessura fina, e os adornos em pedra e madeira conhecidos como tembetás.
Do período colonial até a emancipação político administrativa
Imbituba, localizada no estado de Santa Catarina, Brasil, tem um histórico que remonta ao século XVII. Inicialmente fazia parte da Capitania de São Vicente e pertencia à região de Laguna. O processo de povoamento em Imbituba teve início com a presença de populações indígenas e de naufrágios, além de conflitos entre reinos de Portugal e Espanha e a influência dos moradores de São Vicente.
Em 1738, a Capitania de Santa Catarina foi criada para fins estratégicos político militares, separando-se da jurisdição de São Paulo e tornando-se subordinada ao Rio de Janeiro. Para aumentar a população de Santa Catarina, a imigração de pessoas das regiões dos Açores e da Madeira foi incentivada durante a segunda metade do século XVIII, ampliando assim o crescimento econômico e demográfico.
Assim foi criada a Freguesia de Santa Ana de Vila Nova em 1753, seguindo-se a fundação da Freguesia de Vila Nova de Santana em 1755. Segundo registros de 1796, a Freguesia tinha uma população de 1.104 indivíduos (915 livres e 194 escravizados), divididos em 242 famílias. Seus limites geográficos e estruturais englobavam áreas que hoje pertencem aos municípios de Imbituba, Imaruí e São Martinho.
Imbituba a partir do pós independência de 1822
No século XIX, Vila Nova tornou-se distrito do município de Laguna, e a Freguesia de Mirim foi criada em 1856. A economia de Imbituba nos séculos XVIII e XIX baseava-se principalmente na agricultura, bem como atividades artesanais e nas pescas baleeiras. A força de trabalho para essas atividades dependia fortemente de indivíduos escravizados.
Além disso, com a utilização do porto de Imbituba e a conclusão da estrada de ferro Theresina Cristina em 1884, a região conheceu um desenvolvimento secundário no transporte de carvão e outros recursos durante o final do século XIX.
O Município de Imbituba foi criado em 30 de agosto de 1923, e instalado em 1 de janeiro de 1924, tendo sido eleito o engenheiro Álvaro Monteiro de Barros Catão como intendente municipal, cargo que o possibilitou chefiar o Executivo do município por quase 7 anos. Porém, em 6 de outubro de 1930, pelo decreto do Governador Provisório do Sul do Estado, foi suprimida sua autonomia como município. Por fim, em 21 de junho de 1958 ocorreu a segunda emancipação de Imbituba, onde o município foi instalado em 5 de agosto de 1958 e separou-se oficialmente de Laguna em 6 de outubro de 1959.
Nesse contexto de redemocratização e recuperação da autonomia política, a primeira eleição direta da história de Imbituba para os cargos de chefe do poder executivo municipal (prefeito) e de representante no poder legislativo municipal (vereador) ocorreu em 3 de outubro de 1958 com os eleitos tomando posse no ano seguinte. Neste pleito, acabou Nelson Souza (UDN) sendo eleito prefeito municipal.
Armação baleeira
A pesca da baleia foi estabelecida oficialmente no Brasil no século XVII, quando em 1602, Felipe II, Rei da Espanha e Portugal, deu a concessão para o início da captura de baleias francas. No ano de 1796 por determinação do Marquês de Pombal foi instalada a quarta armação baleeira do Brasil localizada em Imbituba.
Na época, a instalação na armação baleeira foi sinônimo de progresso regional. A gordura do animal derretida resultava em tonéis de óleo que eram utilizados como matéria-prima mantenedora da iluminação pública de São Paulo e Rio de Janeiro. A construção civil também se beneficiou dessa prática, já que o óleo também era utilizado como argamassa  para o reboco das edificações construídas naquele período.
A decadência das armações baleeiras tem início quando em 1801, foi assinado um decreto que estipulou o fim dos monopólios e consequente perda dos subsídios do governo imperial para as armações. Entre os anos de 1867 a 1870 a descoberta do petróleo americano com a fabricação do querosene contribuiu ainda mais para esse processo, juntamente com a fabricação do cimento Portland, uma vez que o óleo da baleia que era adicionado à argamassa seria substituído pelo cimento, o que tornaria tudo mais prático.
Contudo, somente no ano de 1973 efetivamente o ciclo de pesca da baleia franca chega ao fim, levando à espécie à beira da extinção. Em 1982 ambientalistas liderados por Ibsen de Gusmão Câmara, redescobriram no Estado de Santa Catarina as últimas baleias francas brasileiras e iniciaram uma ação pela preservação e recuperação da espécie.
Atualmente Imbituba abriga o Projeto Baleia Franca, uma ONG, localizada na Praia de Itapirubá, que tem como objetivo realizar pesquisa e garantir à conservação e proteção a baleia franca.
Porto de Imbituba
A história do Porto de Imbituba está diretamente ligada à descoberta do carvão mineral no sul de Santa Catarina. No ano de 1835 a Assembleia Provincial de Santa Catarina encaminhou ao governo imperial um projeto solicitando a abertura de uma companhia para explorar o carvão na região. Assim, atendendo a solicitação da Assembleia em 1837 Santa Catarina oficializou a descoberta do carvão mineral, o que gerou uma grande estruturação política e econômica para a implantação da Estrada de Ferro e do Porto para viabilizar o escoamento do mineral.
No ano de 1876 a exploração das jazidas carboníferas tem início através do capital estrangeiro representado pelas empresas: “The Tubarão Coal Mining Company Limited”, responsável pela extração mineral e pelos estudos de viabilidade para implantação do porto em Imbituba e a “The Donna Thereza Cristina”, que foi a responsável pela construção da estrada de ferro que integrou os municípios de Imbituba, Laguna, Tubarão, Jaguaruna, Criciúma, Lauro Muller, Urussanga e Araranguá.
No ano de 1871 o projeto para a construção do Porto de Imbituba estava em processo, sendo previstos além de uma estrutura básica administrativa, a construção de um quebra-mar com galerias arcadas submersas. Contudo, o projeto precisou ser alterado por determinação do governo, sendo construído apenas um trapiche com 70 metros de extensão na mesma enseada onde arpoavam as baleias.
Em 1894 ocorreu a primeira crise que afetou o Porto de Imbituba, nela foi colocado em dúvida a qualidade do carvão extraído na região. Portanto, para diluir esse evento, políticos locais promoveram um movimento a fim de obter incentivos comerciais, que foram sancionados apenas em 1895. Depois dessa primeira crise a companhia inglesa “The Tubarão Coal Mining Company Limited”, foi vendida para a empresa “Lage & Irmãos”.
A partir de 1889 o Porto de Imbituba já era considerado o principal centro de escoamento de carvão do sul do Brasil. Portanto, apenas no ano de 1919 que a obra de infraestrutura projetada inicialmente foi completamente efetivada dando maior aporte estrutural ao Porto.
Geografia
O município é dotado de poucas edificações com sua população se dispersando pelos distritos de Mirim, de Vila Nova e da Sede.
O maior bairro, em extensão territorial, é o Penha, com cerca de 35 quilômetros quadrados. Neste mesmo bairro, localiza-se o ponto mais elevado da cidade, o Morro da Penha, com cerca de 520 metros. O menor é o Village, com cerca de 530 metros quadrados.
O bairro mais populoso, é a Nova Brasília, com aproximadamente 4.600 habitantes. O menos populoso, o Arroio do Rosa, com 250 moradores.
Em relação à densidade demográfica, o bairro mais povoado é o Campestre, com 1.650 hab/km². O menos povoado é o Penha, com 10 hab/km².
Economia
Turismo

Imbituba possui praias importantes como a Praia do Rosa, considerada uma das 30 baías mais bonitas do mundo e a Praia da Vila, que além de beleza cênica, formado por ilhas próximas uma das outras e trilhas como a Trilha Ecológica do Farol, possui uma das maiores e melhores ondas do Brasil para a prática do surf, e foi palco principal do campeonato mundial de surf (WCT) entre os anos de 2003 a 2010.
Praias de Imbituba
O litoral de Imbituba tem em torno de 30 km e vai de Itapirubá a Pra do Rosa. É bem recortado por morros, lagoas, dunas e penínsulas, e tem praias maravilhosas.
Praia do Rosa - Conhecida como o paraíso dos surfistas, a Praia do Rosa apresenta características ideais para a prática de surfe, windsurfe e vela. Possui 2 km de extensão, com águas transparentes, cercada pelo verde exuberante das montanhas cobertas de cactos e flores. O formato de meia-lua da praia separou naturalmente os cantos norte e sul como as áreas mais próprias para o surfe. No centro está a Lagoa do Meio, com água salgada e tranquila. Atrás dos morros ficam quatro lagoas também formadas pelo mar.
Em seu canto direito tem a trilha que leva á praia do Luz, através dos costões. No canto esquerdo tem a trilha que leva à praia vermelha, já no município de Garopaba.
Praia do Luz
Bela praia quase selvagem de Imbituba, situada entre morros e a lagoa de Ibiraquera. A praia possui apenas poucas pousadas e conta com sua natureza quase intocada, com vegetação rasteira, árvores e uma enorme faixa de areia.
Fica entre Ibiraquera e a Praia do Rosa, com uma encosta ainda virgem de Mata Atlântica e algumas dunas. É uma ótima praia para caminhadas, descanso e também para o surf, já que possui boas ondas. No costão esquerdo há duas trilhas que levam à Praia do Rosa: a trilha pelo costão e o Caminho do Rei.
Praia Ibiraquera / Lagoa de ibiraquera
É considerada por esportistas como a melhor praia para a prática de windsurfe no Brasil. Além da praia, Ibiraquera possui dunas, rios, ilhas e lagoas.
Uma das lagoas mais procuradas é a de Ibiraquera, onde se pratica o kitesurfe. Já a Barra de Ibiraquera é a preferida dos banhistas, que podem escolher entre banho de lagoa ou banho de mar, poucos metros um do outro.
Anualmente, no mês de outubro, atletas de vários países se encontram por lá para importantes competições. A lagoa também é conhecida pela pesca de camarão.
Praia Ribanceira
A Praia da Ribanceira possui águas azuis, transparentes e mornas que formam um belo cenário. É uma das praias preferidas dos surfistas, também procurada para windsurf e por pescadores. É também ótima para caminhadas e uma das preferidas das baleias, na temporada de junho a outubro.
No canto Sul tem a trilha pelo costão que leva á praia dos Amores. Na parte de trás da praia tem as enormes dunas da ribanceira, preferidas pelos adeptos do sandboard.
Praia dos Amores
A praia dos Amores, também conhecida como Prainha da Riba é bem pequenina, com apenas 50 metros, espremida entre os morros.
O acesso é por uma trilha de 300 m a partir do canto direito da Praia da Ribanceira.
Praia D’água
Bela praia deserta, localizada entre os morros e costões das praias do Porto e da Ribanceira. Seu nome foi dado pelas nascentes de água que descem dos morros ao seu redor. Além de ser uma praia muito bonita, indicada para quem gosta de natureza, a praia oferece boas ondas para o surf.
O acesso é por trilhas de aproximadamente 1 km a partir da rodovia que liga a praia do Porto à Ribanceira.
Praia do Porto
Com 2,5 km de extensão, a praia do porto é também apreciada por surfistas, mas oferece boas condições para banho. Em sua extremidade direita fica o porto de Imbituba. No local existe ainda um museu dedicado à preservação das baleias.
Sua parte central fica junto a um bairro e é a mais movimentada. Já, em seu canto esquerdo fica a parte mais bonita, junto a enormes morros, com dunas que se misturam a vegetação e formam belos cenários.
Praia da Vila
Localizada no coração da cidade, esta praia é um mescla de praia com parte boa para banhistas e ondas perfeitas para surfistas. Possui uma paisagem muito bonita com um costão e duas belas ilhas: Santana de Dentro e Santana de Fora.
As ilhas viabilizam a formação de ondas perfeitas, chegando a atingir 5 metros de altura no canto da praia. Foi uma das poucas praias da América Latina que sediou o Campeonato Mundial de Surfe (WCT), durante 8 anos.
De junho a outubro, a Praia da Vila também costuma receber visitantes ilustres, as baleias que podem se vistas a 20 metros da praia.
Por se localizar no Centro de Imbituba esta praia conta com infraestrutura de estacionamento, calçadão, pousadas e restaurantes. Conta com uma extensa faixa de areia branca e em seu canto esquerdo tem a uma trilha que leva até o Farol.
Praia da Vila Nova
A praia da Vila Nova fica em um bairro separado, ao Sul da cidade de Imbituba. Esta praia possui uma faixa de vegetação de restinga preservada e uma larga faixa de areia. O mar possui ondas médias, local indicado para banho de mar.
Praia de Itapirubá
Localizada entre as cidades de Laguna e Imbituba, a praia de Itapirubá apresenta uma das paisagens mais apreciadas em Santa Catarina.
As duas metades da praia são separadas por um morro. Ao Norte a itapirubá de Imbituba, ao Sul a Itapirubá de Laguna. O lugar é ideal para a prática de mergulho e da pesca, com águas límpidas e tranquilas.
O costão que divide a praia oferece paisagens muito bonitas de campos na montanha, repleto de pedras brancas. Nas extremidades das praias junto ao costão há trilhas que levam até a ponta.
Há duas grandes porções de dunas em Itapirubá: A primeira junto ao principal acesso e o segundo entre a BR-101 e a Lagoa do Timbé.
Pontos turísticos
Igreja matriz de Imbituba
A Igreja Matriz Nossa Senhora Imaculada Conceição se localiza junto à Praça Henrique Lage, de frente para a praia da Vila, no Centro de Imbituba. A matriz que foi erguida por volta de 1946, se destaca pelos seus traços da cultura açoriana e por ter sua estrutura construída com óleo de baleia.
Igreja Sant’ana de Vila Nova
A Igreja Sant’Ana de Vila Nova é outro marco histórico da colonização portuguesa em Imbituba. Construída em 1747, foi o local da primeira paróquia da região.
Hoje a igreja é tombada como patrimônio cultural de Santa Catarina. Em frente à igreja fica a Praça de Vila Nova, repleta de grandes árvores.
Museu da Baleia
O Museu da Baleia de Imbituba se localiza na praia do Porto, no “Barracão Manoel Rosa”, antiga armação baleeira, fechada em 1973. Inaugurado em 2003, o museu é o resultado de uma parceria entre o Projeto Baleia Franca e a Prefeitura de Imbituba.
O museu conta a história da matança das baleias e a luta pela sua proteção. Contém diversos artefatos históricos, documentos e painéis interpretativos.
Museu das Conchas
O museu das conchas foi criado pelo holandês Antonie Maljers, conquiliologista (especialista em conchas), quando iniciou sua coleção particular de concha no ano de 2000. Desde então, vem aumentando seu acervo de conchas que pode ser visto no museu, que inclui centenas de conchas raras.
Mirante da Praia do Porto
O mirante da Praia do Porto fica no alto da falésia, próximo ao canto esquerdo desta praia. O local oferece uma bela vista panorâmica de toda a praia, de parte da cidade e do porto ao fundo.
Farol de Imbituba
Pequena farol localizado no Morro que fica entre a Praia da Vila e o Porto. A atração não é o farol em si, mas a paisagem do local e a caminhada. O acesso à trilha é pelo canto da Praia da Vila, com dois caminhos, um pelo costão e outro pela parte superior do morro. O ideal é ir por uma e voltar pela outra trilha.
Dunas em Imbituba
Existem três grandes áreas de dunas no município:
- Dunas de Itapirubá 1: Fica ao lado da rodovia de acesso á Itapirubá e possui 500×1500 metros de extensão. Inclusive em alguns pontos invade o asfalto com a ação do vento e é preciso ter cuidado ao passar.
- Dunas de Itapirubá 2: Fica ao lado do acesso secundário de Itapirubá, por estrada de areia. possui 800×1700 metros e ao seu lado fica a Lagoa de Timbé.
- Dunas da Ribanceira: Localizada logo atrás da praia da Ribanceira, é a maior área de dunas de Imbituba. Possui largura irregular, mas sua extensão chega a 3 km.
Trilhas de Imbituba
Há trilhas praticamente em todas as praias de Imbituba, saiba onde ficam as principais.
- Praia do Rosa: Trilha no costão esquerdo (norte) que leva a Praia Vermelha (1,2 km). Trilha no costão direito (sul) que leva à praia do Luz (1 km).
- Praia do Luz: Trilha no costão esquerdo (norte) que leva a Praia do Rosa (1 km).
- Praia da Ribanceira: Trilha no costão direito (sul) que leva a Praia dos Amores (300m).
- Praia do Porto: Trilha no costão esquerdo (norte) que leva a Praia D’água (1 km).
- Praia da Vila: Trilha no costão esquerdo (norte) que leva ao farol de Imbituba (1,2 km).
- Praia de Itapirubá: Trilha no costão direito (sul) que leva à Ponta do Morro de Itapirubá (700m).
Esportes
Na década de 2000, Imbituba ganhou notoriedade no cenário esportivo internacional após sua escolha como sede da etapa brasileira do Circuito Mundial de Surfe (WCT), após a competição ser transferida de Saquarema, RJ para Florianópolis, capital do estado, com palco alternativo no município catarinense. Como Florianópolis não apresentou ondas condizentes com o torneio naquele ano e a etapa acabou sendo realizada em Imbituba, nos anos seguintes Imbituba virou a sede oficial da etapa brasileira do WCT até 2010.
A partir de 2011, Imbituba perdeu para a cidade do Rio de Janeiro a sede do WCT porque o retorno financeiro para o evento é muito maior lá.
A cidade também sedia etapas do campeonato brasileiro de Windsurf e do de Kitesurf que são realizadas na Lagoa de Ibiraquera, considerada um dos melhores locais para a prática do esporte no país.
Imbituba também é sede do Imbituba Futebol Clube, equipe de futebol profissional, que atualmente encontra-se na terceira divisão do futebol catarinense, mas nos anos 2010 e 2011 disputou a elite do certame estadual.
Referência para o texto: Wikipédia .

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

PONTES E LACERDA - MATO GROSSO

Pontes e Lacerda é um município brasileiro do Estado de Mato Grosso. Localiza-se a 450 km de Cuiabá, a uma latitude 15º13'34" Sul e a uma longitude 59º20'07" Oeste, estando a uma altitude de 254 metros. Possui uma área de 8.423 km² e sua população, conforme estimativas do Censo do IBGE, de 2022, era de 52.018 habitantes.
História
Pontes e Lacerda localiza-se em uma área inicialmente habitada por indígenas Nambikwara, que foram massacrados pelos bandeirantes paulistas no século XVIII, pelos garimpeiros nos séculos XVIII-XIX e pelos madeireiros, seringueiros e grileiros no século XX. Os Nambikwara foram reduzidos pelo padre jesuíta Antônio Iasi Júnior, que buscou a criação da Terra Indígena Sararé, uma área de 67.420 hectares onde 71 indígenas vivem atualmente.
Em 1786, Antonio Pires da Silva Pontes e Francisco José de Lacerda e Almeida, dois cartógrafos e astrônomos formados pela Universidade de Coimbra, Portugal, esboçaram a primeira carta geográfica das bacias Amazônica e do Prata. Durante os levantamentos, Pontes e Lacerda passaram pela localidade, que recebeu esse nome em sua homenagem.
Em 1906, durante os levantamentos da Comissão de Linhas Telegráficas e Estratégicas de Mato Grosso ao Amazonas, mais conhecida como Comissão Rondon, foi construído o Posto Telegráfico (hoje restaurado). Esse foi o ponto de referência utilizado pelo governador do Estado, Pedro Celestino Correa da Costa, em 19 de julho de 1909, quando reservou 3.600 hectares para uma futura povoação. O primeiro morador de que se tem notícias foi Mariano Pires de Campos, sertanista, que chegou à localidade acompanhado de índígenas Pareci, em 1947, buscando Poaia (uma planta medicinal). Ele construiu um barraco ao lado da Estação Telegráfica, onde ficou abrigado.
Em 1954, o engenheiro Ariel e o picadeiro Jorge Lemes chegaram à localidade a serviço da Companhia Sul do Brasil, e passou a residir perto da Estação Telegráfica.
Em 1961, uma equipe do DNER e suas máquinas chegaram a Pontes e Lacerda para a construção da BR-174. Acamparam próximo à Estação Telegráfica porque precisavam se comunicar com Cáceres e Cuiabá. Depois que a rodovia estava concluída, o chefe de máquinas Dorvalino Moreno Gomes e o cozinheiro Manoel Basão, decidiram permanecer na localidade.
Em 1963, as famílias Freitas Azambuja e Fagundes da Costa chegaram a Pontes e Lacerda, e em 1965, os Barbosa e os Lemos. Todos vieram para abrir as matas e criar bovinos e cultivar lavouras nas fazendas formadas. Em 1967, a Família Podolan de Campo Mourão-PR instalou uma serraria de grande porte e construiu cerca de 50 casas para seus funcionários. Também construíram abrigo dos departamentos administrativos, máquinas, caminhões e equipamentos. Surgiu, assim, um novo núcleo populacional, localizado a 2 km da estação telegráfica. No mesmo período, chegaram os Timóteo Rodriguez de Cáceres-MT, os Bronski Afonso de Campo Mourão-PR, os Moreira Gomes de Dias de Souza, e os Libório do leste de Minas Gerais.
Nos anos seguintes, continua a migração para suprir a mão-de-obra para as diversas atividades regionais: extração da madeira, lavouras, serrarias, estabelecimentos comerciais, serviços gerais etc. Em 1971, a extinta Companhia Desenvolvimento do Estado de Mato Grosso (CODEMAT) instalou um escritório no povoado para tratar a regularização fundiária urbana e rural. O responsável pelo estabelecimento era Moacir Ferreira da Silva.
Entre 1968 e 1978, chegam as famílias Francisco do Nascimento, Venâncio da Silva, Bento Neto, Reverdito, Mazui, Rodriguez, Queiróz da Silva, Rodrigues de Souza, Maldonado Roman, Gaspar, Ramos da Silva, Meira, Moura da Silva, Moralles, Alencar, Reis de Lima, Andrade, Rodrigues de Freitas, Garbim, Bezerra de Souza, Rangel Rolim, Souza Leandro, Batista, Euclides Chaves, Nogueira de Abreu, Rosa de Queiróz, Mazetti, Justino do Nascimento, Fernandes de Lima, Andrelino de Souza, Soares Dias, Antunes de Moraes, Carneiro, Tejada, Gajardoni e muitas outras, aumentando significativamente a população local.
Até 1976, Pontes e Lacerda era apenas um povoado pertencente ao município de Vila Bela da Santíssima Trindade, quando tornou-se um distrito desta naquele ano, através da Lei Estadual 3.813. Em 1977 é construído e inaugurado o hospital da Fundação Médica Assistencial do Trabalhador Rural de Pontes e Lacerda, tendo como médicos os Doutores Dauri Alves Mariano, Rubens Alves de Abreu e Carlos Alberto de Carvalho. Ainda em 1977 é inaugurada a primeira agência bancária do extinto Banco Financial, tendo como gerente o Senhor Sebastião Procópio, chegando a cidade com esposa e família.
Em 1978, chegaram para nele trabalhar os médicos Dr. José Inácio Ribeiro e Dr. Gustavo Henrique Alves e as auxiliares de enfermagem Maria do Socorro e Maria dos Remédios.
Em 1979, foi criado o município de Pontes e Lacerda, incorporando parte do território de Vila Bela da Santíssima Trindade.
Geografia
O município de Pontes e Lacerda faz divisa com Conquista D'Oeste (a norte), Vale de São Domingos (a norte e a leste), Vila Bela da Santíssima Trindade (a sul e a oeste) e Porto Esperidião (a sul e a leste).
O território do município é caracterizado por planícies, o Planalto do Parecis, a Depressão do Guaporé e o Pantanal do Alto Guaporé. A região compõe o Vale do Guaporé, que é uma área de transição entre a Floresta Amazônica e o Cerrado. Os solos mais encontrados no território são o latossolo e o podzólico. A formação vegetal característica é de Floresta Estacional Semidecidual e de Cerrado. Ficam em Pontes e Lacerda a maior parte do Parque Estadual Serra de Santa Bárbara (onde se situa o ponto mais alto do MT) e o Rio Guaporé (parte da Bacia Amazônica).
O relevo local foi fortemente modificado pela atuação do garimpo.
Clima
O clima é tropical úmido, com estação chuvosa e inverno seco. A temperatura média é de 25°C e a precipitação média é de 1500 mm. Desde janeiro de 2008, a menor temperatura foi de 7,2 °C (em 19 de julho de 2012) e a maior foi de 40,6 °C (em 2, 3 e 18 de setembro de 2015), a maior precipitação em 24 horas foi de 118,8 mm (em 30 de dezembro de 2008), e a menor umidade relativa do ar (URA) foi de 11% (em 19 de agosto de 2010).
Economia
No princípio da colonização, a economia de Pontes e Lacerda tinha como base a extração da poaia e de peles de animais silvestres. Do final da década de 1960 até a década de 1980, o foco esteve na extração de madeira, principalmente o mogno e a cerejeira. Nesse período, alguns madeireiros enriqueceram, compraram terras, bovinos e edificações. Já no final da década de 1980 e no início da década de 1990, a região foi alvo do garimpo do ouro.
Atualmente, Pontes e Lacerda tem como base a produção de leite e a criação de bovinos de corte, sendo o 4° município do MT em criação de gado (700.000 cabeças). Além disso, também é reconhecido pela produção de látex de seringueira (heveicultura), ovinocultura e piscicultura. Pontes e Lacerda tem dois frigoríficos de abate de bovinos e três laticínios, uma usina de biodiesel está para ser implantada.
Expoeste
Pontes e Lacerda é uma cidade de economia forte, que se destaca no agronegócio brasileiro. Ocupa o quarto lugar na produção de bovino de leite e de corte no estado de Mato Grosso. É uma das maiores exportadoras de carne do Estado, e está entre as primeiras colocações no ranking de genética bovina do Brasil. Em meio ao agronegócio Pontes e Lacerda possui uma grande tradição: A Expoeste, maior evento social da cidade. Palco de grandes emoções e de grande reconhecimento nacional, o que dá o título ao município de “Capital do rodeio mato-grossense”.
Referência para o texto: Wikipédia .

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA - AMAZONAS

São Gabriel da Cachoeira é um município brasileiro no estado do Amazonas, Região Norte do país. Ocupa uma área de pouco mais de 109.181,245 km², sendo o terceiro maior município brasileiro em extensão territorial. Sua população, segundo o Censo do IBGE de 2022, é de 51.795 habitantes, a 12ª maior do estado do Amazonas. Localizado na fronteira com a Colômbia e Venezuela, no extremo noroeste do Brasil, o município também é conhecido como "Cabeça do Cachorro", por seu território ter forma semelhante à da cabeça desse animal.
Em São Gabriel da Cachoeira, nove entre dez habitantes são indígenas, sendo o município com maior predominância de indígenas no Brasil. A cidade também é conhecida por possuir cerca de 5,5 bilhões de toneladas de nióbio em sua região, sendo a maior reserva deste minério em todo o mundo.
Em um caso inédito na federação brasileira, foram reconhecidas, como línguas oficiais no município, ao lado do português, três idiomas indígenas, após a aprovação da Lei Municipal 145, de 22 de novembro de 2002: o nheengatu, o tucano e o baníua, línguas tradicionais faladas pela maioria dos habitantes do município, dos quais 74% são indígenas. O município foi a primeira localidade brasileira a reconhecer outros idiomas como oficiais, além do português. Atualmente, além de São Gabriel da Cachoeira, o Brasil possui 5 municípios com línguas co oficiais indígenas, junto com 11 municípios com línguas co oficializadas de origem germânica, e mais 14 cidades com línguas reconhecidas de origem italiana, totalizando 30 municípios com línguas co oficiais no Brasil. Em São Gabriel da Cachoeira, também há um projeto para reconhecer a língua ianomâmi como a quarta língua co oficial do município.
História
Desde 1858 considerada freguesia, São Gabriel da Cachoeira (na época: São Gabriel) recebeu status de vila em 10 de março de 1891. Extinto em 1931, o município foi recriado em 1935 e foi elevado à cidade pelo Decreto-Lei Estadual nº 68, de 31 de março de 1938.
O Forte de São Gabriel da Cachoeira localizava-se no morro da Fortaleza, à margem esquerda do alto rio Negro, afluente da margem esquerda do rio Amazonas, e foi construído inicialmente para fins defensivos pela coroa portuguesa.
Geografia
Situado no extremo noroeste do Brasil, é um dos municípios fronteiriços do país, fazendo fronteira com dois países sul-americanos. Tem distância de 852 quilômetros de Manaus, capital do estado, e está às margens da Bacia do Rio Negro. Limita-se ao norte com a Colômbia e a Venezuela, ao sul e ao leste com o município de Santa Isabel do Rio Negro e ao sul com Japurá. O município é considerado um ponto estratégico pelo país.
A extensão territorial de São Gabriel da Cachoeira é uma das maiores do país: 109,185 km², representando 6,9512% do território estadual, 2,8335% do território da Região Norte do Brasil e 1,2851% do território brasileiro. Essa área é maior do que cada um dos seguintes estados brasileiros: Santa Catarina, Paraíba, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Alagoas e Sergipe; maior que a soma das áreas de Rio de Janeiro, Alagoas, Sergipe e Distrito Federal juntos e maior do que 92 países, dentre os quais Guatemala, Islândia, Coreia do Sul, Jordânia, Hungria, Portugal, Azerbaijão e Áustria.
Boa parte do seu território é abrangido pelo Parque Nacional do Pico da Neblina, além das terras indígenas de Alto Rio Negro, Médio Rio Negro I, II e III e Rio Tea, que juntas abrangem cerca de 80% do território municipal. A Terra Indígena Balaio, cujo relatório antropológico foi publicado no Diário Oficial da União, sobrepõe-se ao Parque Nacional do Pico da Neblina sob responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Terras indígenas do município: Alto Rio Negro, Balaio, Cué Cué/Marabitanas, Amiúm, Médio Rio Negro I, Médio Rio Negro II, Rio Xié, Yanomami.
Clima
De acordo com a classificação climática de Köppen-Geiger, o clima é equatorial isotérmico, apresentando a temperatura média do mês mais frio superior a 18 °C com precipitação do mês mais seco superior a 60 milímetros (mm) e amplitude térmica inferior aos 5 °C.
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1961 a 1990 e a partir de 1993, a menor temperatura registrada em São Gabriel da Cachoeira (Uaupés) foi de 15 °C em 10 de julho de 1994, e a maior chegou aos 39,4 °C em 24 de novembro de 2012. O maior acumulado de precipitação em 24 horas atingiu 150 milímetros (mm) em 12 de fevereiro de 1993. Abril de 1967, com 699,3 mm, foi o mês de maior precipitação.
Em outra estação meteorológica do mesmo instituto no município, situada no povoado de Iauareté, a temperatura mínima absoluta registrada no local, considerando-se o mesmo período, foi de 15,8 °C em 19 de julho de 1975, e a máxima absoluta de 39,4 °C em 13 de fevereiro de 2010. O recorde de precipitação em 24 horas é de 189,9 mm em 24 de abril de 2002, enquanto o mês de maior precipitação foi maio de 1976, com 952,2 mm.
Demografia
Durante a década de 1990, a taxa geométrica de crescimento anual da população de São Gabriel da Cachoeira foi de aproximadamente quatro por cento. A maior parte desses habitantes é constituída por várias etnias indígenas, como, por exemplo, os Arapaço, Baniwa, Barasana, Baré, Desana, Hupda, Karapanã, Kubeo, Kuripako, Makuna, Miriti-tapuya, Nadob, Pira-tapuya, Siriano, Tariano, Tukano, Tuyuka, Wanana, Werekena e Yanomami. São Gabriel da Cachoeira é o município com maior concentração de diferentes etnias indígenas do país.
As diversas comunidades indígenas distribuem-se nos bairros da sede municipal, no núcleo urbano de Iauaretê e ao longo dos rios que cortam o município, como o Uaupés, o Içana, o Xié, o Tiquié e o Negro. São mais de quatrocentas pequenas comunidades que vivem em terras indígenas.
Economia
A economia do município baseia-se na agricultura de subsistência, nomeadamente a mandioca, a banana, o abacaxi, o abacate, a batata-doce e o limão. No município, estão as seguintes organizações militares das Forças Armadas: 2ª Brigada de Infantaria de Selva; Comando de Fronteira Rio Negro e 5º Batalhão de Infantaria de Selva; 21ª Companhia de Engenharia de Construção; Destacamento do Controle do Espaço Aéreo de São Gabriel da Cachoeira; Destacamento de Aeronáutica de São Gabriel da Cachoeira; Destacamento da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica; e Destacamento da Capitania dos Portos da Amazônia Ocidental. Aproximadamente, 82,7% das reservas de nióbio brasileiras estão situadas em São Gabriel da Cachoeira.
Cultura
Eventos

A cidade possui em sua maioria, festividades religiosas, que são promovidas ao longo do ano, como a Semana Santa, procissão, festa do padroeiro do município (em 29 de setembro) e, até mesmo, nas comunidades indígenas coordenada e dirigida pelos devotos.Existem, ainda, festividades folclóricas como: Carnaval e Festas Juninas.
Festival Cultural dos Povos Indígenas do Alto Rio Negro
Criado através do Decreto-Lei Número 24, de 13 de Maio de 1996. É realizado anualmente, com danças e disputas esportivas entre as Agremiações: Povo Baré (Vermelho e Amarelo), Povo Tukano (Preto e Amarelo) e Filhos do Rio Negro (Preto e Verde). O Festribal é uma demonstração ao vivo da rica cultura nativa e busca valorizar, desenvolver, difundir e homenagear os hábitos culturais indígenas da região. A partir do ano de 2018, visando a inclusão no calendário oficial dos festivais do Amazonas será realizado do dia 31 de agosto até o dia 03 de Setembro, no aniversário do município.
Referência para o texto: Wikipédia .

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

TIJUCAS - SANTA CATARINA

Tijucas é um município brasileiro do estado de Santa Catarina. Localiza-se a uma latitude 27º14'29" sul e a uma longitude 48º38'01" oeste, estando a uma altitude de 2 metros. Sua população estimada em 2022, conforme censo do IBGE, era de 51.592 habitantes. Possui uma área de 278,91 quilômetros quadrados.
Topônimo
"Tijucas" é uma referência ao rio Tijucas, que banha o município. "Tijucas" é um vocábulo originário da língua tupi: significa "terra de lama", pois os índios Carijós que habitavam na região, faziam referência a praia da cidade que é enlameada.
História
Por volta do ano 1000, a maior parte do atual litoral brasileiro foi invadida por povos tupi guaranis procedentes dos vales dos rios Madeira e Xingu, afluentes da margem direita do rio Amazonas. Eles expulsaram os habitantes anteriores, que falavam línguas macro-jês, para o interior do continente. No século XVI, quando chegaram os primeiros europeus ao atual litoral catarinense, este estava ocupado pela nação tupi-guarani dos carijós.
Em 1530, o navegador veneziano Sebastião Caboto, a serviço da Espanha, descobriu a foz do rio Tijucas. Em 4 de maio de 1848, foi criada a freguesia de São Sebastião da Foz do Tijucas Grande, bem como a paróquia com a mesma denominação. Tijucas (na época, São Sebastião da Foz do Rio Tijucas) recebeu status de município pela lei provincial n.º 464 de 4 de abril de 1859. Na década de 1870, começou a imigração italiana na região.
Origem da Freguesia de São Sebastião da Foz do Rio Tijucas
Conta a história que em 1530, Sebastião Caboto, navegador italiano a serviço dos espanhóis, chegou na enseada da costa catarinense. Dando voltas pelo litoral de Santa Catarina avistou o caudaloso Rio Tijucas.
Demos graças ao heroísmo e bravura deste navegador, por ter avistado este torrão adormecido, em meio às demais terras de Santa Catarina. Sebastião Caboto foi, sem dúvida, um dos primeiros a avistar Tijucas e por isso lhe deu o simpático nome de São Sebastião.
Até os nossos dias não se sabe o que levou o descobridor a dar tal nome. Dizem que ele quis deixar algo em sua memória, por ter corrido risco de vida para chegar a Tijucas.
Achou que pelo seu ato de bravura, deixasse algo que lembrasse seu heroísmo. Mas há controvérsias: dizem também que foi em homenagem a São Sebastião, de quem Caboto era devoto.
O que se sabe foi o que correu de boca em boca. Escritos para comprovar um ou outro fato não foram encontrados em nenhum baú, lugar destinado a preservar documentos de fatos ocorridos nos tempos antigos.
Em homenagem a um ou em memória de outro, o fato é que São Sebastião é até nossos dias o Padroeiro de Tijucas.
A primeira capela erguida teve o nome de São Sebastião com a sua imagem.
Com o passar dos tempos, foi observado na foz do Rio Tijucas e nos arredores, uma lama escura, que na língua dos indígenas quer dizer "Tiyuco".
As pessoas da época consideraram este um bom motivo para se trocar o nome para Tijuco. Isso gerou uma polêmica, uns achavam que sim, outros diziam que não.
Estudando, discutindo, aprimoraram o nome para TIJUCAS.
Tijucas é uma verdadeira pátria, com lugar disponível para todos que a procuram para morar, estudar, trabalhar, passear ou conhecer. Esta mãe que foi no passado território acolhedor para quem quisesse explorar, é no presente ninho de tranqüilidade para quem desejar se instalar nela. E será no futuro a terra progressista que esperamos.

Geografia
Localização

Tijucas está localizada às margens da rodovia BR-101 numa bela planície do litoral catarinense. É o principal acesso para a rodovia SC-411, caminho para as cidades de Canelinha, São João Batista e Nova Trento. Sua localização privilegiada faz, da cidade, uma grande vitrine durante as temporadas de verão. Ao norte, em uma faixa de 30 quilômetros, encontra-se Balneário Camboriú, e, ao sul, numa faixa de 50 quilômetros, está Florianópolis. A proximidade é maior ainda no caso de outras famosas cidades turísticas, como Itapema, Porto Belo e Bombinhas.
Clima
A cidade apresenta um clima subtropical, com verões bastante quentes e invernos onde pode chegar a temperaturas próximas a 0 graus. A incidência de geadas é comum nos meses de junho e julho, nas áreas mais elevadas da cidade.
A umidade é muito alta e dificilmente baixa de 60%, mesmo nos meses mais secos.
A temperatura absoluta que já foi presenciada na cidade foi dia 5 de julho de 1975, -4,5 graus, com sensação térmica de -6 graus, e a máxima absoluta foi de 38,2 graus, dia 5 de fevereiro de 2014, com uma forte onda de calor que deu na cidade.
Rodovias
O município é cortado perpendicularmente pela rodovia BR101 e pela SC410, tornando um importante entroncamento rodoviário, o que aliado a suas terras planas e ainda vazias chama a atenção de grandes empresas e investidores de olho nos mercados consumidores do Vale do Itajaí e da Grande Florianópolis.
O município tem suas estradas municipais relativamente bem planejadas, embora muitas em estado de conservação precária, especialmente nas partes mais antigas do município e no interior. Sofre com problemas do transito pesado no centro da cidade, além de ser cortado pela rodovia SC 410, uma das mais precárias e perigosas de Santa Catarina. Entretanto nos últimos anos a administração municipal vem tentando fazer melhorias neste quesito, e há a expectativa da construção de um contorno viário que ligue a BR101 diretamente a SC410, tirando o movimento de caminhões da sede.
Economia
A economia do município durante um bom tempo esteve estagnada e dependente de pequenas olarias e da produção de cana de açúcar para a antiga USATI. Entretanto, despertou com a instalação da famosa Cerâmica Portobello em 1979 e sua grande ampliação em 1987 e posterior internacionalização na década de 1990, atraindo novos trabalhadores e investidores à cidade.
A economia de Tijucas tem seu alicerce na produção de insumos para a construção civil, como produtos cerâmicos, extração de minérios e madeira de reflorestamento, contando ainda com a presença de empresas de logística prestadoras de serviço e transporte, em especial à Cerâmica Portobello. Vem desde meados da década de 2000 apresentando um bom crescimento econômico, baseado em um tripé de terras bem localizadas e amplas, expansão dos balneários turísticos próximos e incentivo a construção civil pelo Governo Federal.
O atual crescimento econômico é visível pelo próprio crescimento populacional, de cerca de 4% ao ano entre 2000 e 2010, com a implantação de novos loteamentos, que atraem moradores de renda mėdia-baixa que evitam outras cidades do litoral catarinense pelos seus imóveis mais caros, e que buscam trabalho junto aos novos empreendimentos da cidade. Este crescimento econômico e populacional é favorecido por fatores como terras mais baratas, de topografia plana, localizada entre os dois grandes polos de desenvolvimento catarinense (Vale do Itajaí e Grande Florianópolis), aliados ao incentivos federais para a construção civil desde 2005 (plano Minha Casa Minha Vida e redução de tributos para insumos da construção civil), assim como a proximidade com balneários do Norte Catarinense, como Porto Belo, Itapema, e Balneário Camboriú, que crescem a 7% ao ano em sua população, um dos maiores do Brasil.
Educação e desenvolvimento social
Tijucas hoje conta com 25 escolas e centro educacionais municipais, sendo três de 1ª a 8ª série; doze de 1ª a 4ª série; duas de ensino pré-escolar, que contam com crianças de 4 e 5 anos; oito creches para crianças de 1 a 4 anos de idade. Além disso, tem-se quatro escolas estaduais, onde pode-se concluir todo o período escolar e mais cinco escolas particulares. A Univali é a instituição de ensino superior com Campus na cidade, e o Senai é a instituição voltada para a formação técnica do cidadão.
Após a realização do ENEM no ano de 2010 e a divulgação dos resultados, o panorama da educação no município de Tijucas revelou alguns dados: O SENAI teve a maior média no ensino médio, contando com a nota 628,28, sendo também, a maior nota de toda a região do Vale do Itajaí. Nenhuma escola pública obteve melhor desempenho do que as particulares no Município. A Escola de Educação Básica Cruz e Souza, colégio estadual, teve o pior desempenho do ENEM na cidade, contando com apenas 502 pontos de média. Este último, considerado um panorama preocupante. Também, o município apresenta um problema estrutural na questão da evasão escolar, pois apenas 42% dos jovens entre 18 e 20 anos concluem o ensino médio, abaixo da média catarinense de 54% Também comprova o baixo nível educacional do município o fato de 76% dos jovens entre 18 e 24 anos não frequentar nenhum banco escolar ou acadêmico.
O índice IDHM de desenvolvimento social continua mais baixo que a média catarinense, embora o crescimento econômico da última década tenha melhorado a renda municipal, projetando-se em perspectiva de avanço no índice de desenvolvimento social. A taxa de vulnerabilidade social é de cerca de 30%, número ainda alto, constituído por mães solteiras sem o ensino fundamental completo, analfabetos, idosos sem previdência social, desabrigados por problemas sociais.
Cultura
A cidade possui grandes casas antigas, algumas com mais de 100 anos, como é o Casarão da Família Gallotti. O casarão é uma das mais antigas moradas nobres do início do século XX no Estado. Todo o material para a construção da casa, que ficou pronta em 1898, veio da Europa e teve, como primeiros moradores, a matriarca Chiquinha Gallotti e sua família, que dominavam a economia da região trabalhando com embarcações e a comercialização de madeiras nativas, entre outras atividades comerciais.
Uma vez ao ano, é realizada, em frente à Igreja Matriz, uma grande festa: a festa do Divino Espírito Santo. A festa conta com a presença de pessoas da região, como as cidades de Canelinha, Itapema, São João Batista, entre outras. Em época de natal, podemos até ver um presépio vivo sendo encenado na frente da igreja. É uma cidade com clima amistoso e cultura açoriana. Ultimamente, está se investindo em espetáculos musicais, apresentando-se, geralmente nas épocas de final de ano, vários festivais de bandas.
O réveillon popular de Tijucas já foi um marco cultural da cidade. Evento inaugurado em 2009 e com sua última edição em 2015 foi promovido pela prefeitura municipal, contou com mais de 15 minutos de queimas de fogos, que acontecem na beira e até mesmo dentro do Rio Tijucas. O evento ainda contou com atrações musicais de todos os tipos, municipais e estaduais.
E não podemos esquecer da ASMUT, Associação Musical União Tijuquense, que foi fundada em 10 de julho de 1957, por Antônio Bayer. A ASMUT participa de várias das comemorações da cidade, algumas delas são a festa do divino e o 7 de setembro, participando do desfile cívico promovido pela cidade. A banda está ativa até hoje, tendo aulas de diversos instrumentos em sua sede. As aulas são totalmente gratuitas. A banda faz parte da cultura e história de tijucas.
Esportes
Através da Fundação Municipal de Esportes (FME) realiza 10 eventos esportivos anuais, com a prática de mais de 20 modalidades esportivas diferentes. Dando destaque para o futebol de campo, que é considerado o mais forte campeonato amador de toda a região de Vale do Itajaí e Costa Esmeralda. O futebol tem apoio no município em várias modalidades, tendo início no Futsal sub-14, passando por futsal e futebol de campo sub-17, até chegar ao "modo livre". A Olimpíada Tijuquense também é um evento forte, contando com nada mais nada menos do que 14 modalidades. Hoje a FME conta com mais de mil e duzentos atletas inscritos, tendo idades entre 15 e 80 anos.
Referências para o texto: Wikipédia ; Site da Prefeitura Municipal .

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

CAMPINA GRANDE DO SUL - PARANÁ

Campina Grande do Sul é um município brasileiro do estado do Paraná, localizado na Região Metropolitana de Curitiba. Sua população, conforme censo de 2022 do IBGE, era de 47.799 habitantes.
O município possui a maior arena coberta da América Latina, que é palco para as grandes atrações da "Kakifest", tradicional festa do caqui e em seu território encontra-se o Pico do Paraná (ponto de maior altitude do sul do país).
Etimologia
A localidade foi denominada pelos primeiros povoadores que nela encontram uma grande campina. O termo "do Sul" foi acrescentado em ocasião de sua emancipação política para diferenciá-la da não menos histórica Campina Grande, na Paraíba.
História
A primeira povoação do município remonta ao ano de 1666, fazendo parte do Arraial Queimado (hoje Bocaiuva do Sul). Sua origem é discutida, presumindo-se que tenha sido um arraial de mineradores, visto que seu território foi movimentado bem antes das bandeiras exploradoras. De forma lenta e gradual, bem própria dos padrões da época, Campina Grande foi crescendo.
Pela Lei nº 360, de 18 de abril de 1873, foi criada a Freguesia de Campina Grande, sob a invocação de São João Batista, inclusive em processo de nova reforma, derrubando a antiga igreja.
Em 26 de novembro de 1883, através da Lei Provincial nº 762, foi criado o município de Campina Grande. A instalação oficial deu-se em 22 de março de 1884, cuja solenidade foi presidida por João Antonio dos Santos e secretariada por Manoel Leocádio de Carvalho, respectivamente, presidente e vereador da Câmara Municipal de Arraial Queimado.
Nesta ocasião foram empossados os Camaristas de Campina Grande, a saber Alferes João Batista Bueno, Cândido José dos Santos, tenente João Luíz dos Santos, Florêncio Gonçalves D'Assumpção, Pedro Bueno do Espírito Santo, Vicente Borba Cordeiro e o Emigido Alves Cordeiro, que tornou-se o presidente da Câmara, dando início à primeira administração pública do município. Quando foi instalado o município, Campina Grande contava com três Distritos Policiais, o da Sede, Quatro Barras e Capivari Grande.
Em 1939, por Decreto Estadual, sancionado pelo Interventor Manuel Ribas, foi extinto o município de Campina Grande, tornando-se simples distrito, com território jurisdicionado ao município de Piraquara. Nesta época sua denominação foi alterada para Timbu. Através da Lei nº 790, de 14 de novembro de 1951, foram restaurados os direitos políticos, tornando-se município emancipado, sendo que sua instalação se deu em 14 de novembro de 1952, porém com denominação alterada para Timbu. Somente em 7 de fevereiro de 1956, por força da Lei Estadual nº 2.593, é que a denominação foi restaurada, voltando a ser Campina Grande, acrescida de "do Sul".
Em 1666, surgiu o povoado Campina Grande. Era uma pequena região que pertencia ao Município de Arraial Queimado (Bocaiuva do Sul). Em 1873, foi criado a freguesia (nome dado a um povoado quando ele passava a ter a presença de um padre) de Campina Grande, com a invocação de São João Batista. Em 1880, a vila de Campina Grande passou a chamar-se Vila Glycerio. Em 1881, os moradores da Vila Glycerio fizeram um movimento pedindo a mudança do nome da localidade, que voltou a ser chamada de Vila da Campina Grande. Em 1883, a freguesia de Campina Grande foi elevada à categoria de vila (local em que ficava a sede do governo do município), desmembrando-se do município de Arraial Queimado. No dia 22 de março de 1884, foi instalada a Câmara Municipal da Vila da Campina Grande e foram eleitos os primeiros vereadores. Em 1892 foi eleito o primeiro prefeito, Tenente José Eurípedes Gonçalves. Em 1939, o Município de Campina Grande foi extinto e a região passou a ser Distrito, em parte de Piraquara e em parte de Bocaiúva do Sul. Em 1943, pela Lei n° 199 de 30 de dezembro, o nome de Campina Grande foi mudado para Timbú, continuado a ser distrito do município de Piraquara. A partir de 1951 , com a Lei n° 790, a região voltou a ser município, ainda com o nome de Timbú. Em 1956, por reivindicação da população, o município recebeu o nome de Campina Grande do Sul.
Geografia
O município de Campina Grande do Sul está localizado no primeiro planalto paranaense, inserido a leste da Região Metropolitana de Curitiba; dista 370 km de São Paulo, 102 km do Porto de Paranaguá, 32 km do Aeroporto Internacional de Curitiba, 20 km do Aeroporto de Bacacheri, 40 km das montadoras automotivas Renault e Volkswagen/Audi.
Por estar às margens da BR-116, Corredor do Mercosul, é dotado de relativa infraestrutura e destaca-se pelo acelerado processo de urbanização apresentado na última década e também pela sua privilegiada posição geográfica.
Limites
Limita-se ao norte com o Estado de São Paulo, ao nordeste com o município de Bocaiúva do Sul, a oeste com o município de Colombo, ao sul com o município de Quatro Barras e a leste com os municípios de Morretes, Antonina e Guaraqueçaba.
Clima
O clima é Clima Subtropical Úmido Mesotérmico (ameno e agradável durante quase todo o ano). A temperatura apresenta média anual de 16 graus centígrados, sendo a média mínima de 12 graus (inverno com ocorrências de geadas severas e frequentes) e a média máxima de 22 graus. Ventos Dominantes a Noroeste. A umidade relativa do ar é de 82%, e o índice pluviométrico anual é de 1.458 mm/ano.
Aspectos econômicos
O Município possui um parque industrial de 3.000.000 m² distribuídos em dois grandes centros industriais e as demais áreas em micropolos alocados em posição estratégica junto a aglomerados populacionais com vista a absorção de mão de obra próxima e sem comprometimento da estrutura e transporte.
Indústria e Comércio
O município possui o Centro Industrial de Campina Grande do Sul (CICAMP), para a instalação de empresas, e indústria. O município possui um concentração no ramo da indústria alimentícia, metal mecânica, processamento de plástico, tintas e moveleira.
Educação
O município possui o campus da Faculdade de Campina Grande do Sul (Facsul). A formação de mão de obra técnica e profissionalizante é utilizado conforme alguns acordos de parceria com o Senai, Sesc, Senac e Sine.
Saúde
A rede pública de saúde conta com doze unidades de saúde (postos), e um hospital, o Hospital Angelina Caron.
Rodovias
O município é atendido pelas rodovias BR-116, que permite a ligação com a Capital, com o estado de São Paulo e a Região Sul; pela BR-277, que perfaz a ligação com o Porto de Paranaguá, regiões Norte e Oeste do Estado, incluindo o município de Foz do Iguaçu, fronteira com o Paraguai e Argentina; pela BR-376, que faz a ligação com Região Norte do Estado com o litoral de Santa Catarina, via BR-101; pela BR-476, que permite o acesso à região Sul do Estado; pela PR-506, que permite acesso aos municípios de Quatro Barras e Piraquara e pela Estrada da Graciosa, permite acesso ao litoral do Estado. Em decorrência de suas características, é hoje utilizada unicamente para fins turísticos.
Referência para o texto: Wikipédia .

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

QUEIMADAS - PARAÍBA

Queimadas é um município brasileiro localizado na Região Metropolitana de Campina Grande, estado da Paraíba. Com uma área total de 409 km², sua população era de 47.658 habitantes em 2022, conforme estimativas do IBGE.É o 2º município mais populoso da grande região de Campina Grande
Consi derado um centro de alta influência nos municípios vizinhos, o município de Queimadas fica perto da cidade de Campina Grande, Paraíba. Dentro de sua área de influência, a cidade atrai maior parte dos visitantes para logística de transportes.
História
Localizada no Agreste paraibano, a 133 km de João Pessoa, a cidade de Queimadas fica numa região que tem em sua história as marcas da chegada do gado ao interior do nosso Estado, no século XVIII. A data de terra onde hoje está localizada a cidade foi concedida a Pascácio de Oliveira Ledo em 13 de dezembro de 1712, como recompensa às suas atividades de conquista dos sertões (para interiorização do gado), e às guerras que praticou contra o “gentio bravo” em favor da coroa portuguesa.
O povoamento de Queimadas iniciou-se por volta do ano de 1889, quando chegaram à região as primeiras famílias: Maia, Muniz, Tavares, Gomes, Rêgo e Teixeira; foi distrito de Campina Grande até 14 de dezembro de 1961, quando foi emancipada politicamente.
A cidade possui um rico patrimônio cultural que vai desde significativa parcela da Serra de Bodopitá, que possui diversos espécimes vegetais e sítios arqueológicos pré-históricos, às edificações antigas que compõem o desenho urbano da cidade, destas edificações que remontam o final do século XIX e início do século XX, em estilo eclético e art deco, destacamos: Colégio Maria Dulce Barbosa; Cada de Yayá de Melo (conhecida como casa de Dr. Argeu, onde morou a primeira professora de Campina Grande e que acreditamos ter sido também a primeira professora de Queimadas); o Casarão Amarelo, onde funcionou a primeira Prefeitura; a Igreja Católica; o prédio da Socal, uma usina de beneficiamento de algodão construída em 1935 (hoje extinta); e o Colégio José Tavares.
Entre as manifestações culturais que a cidade possui, podemos citar o coco de roda, tradição com mais de duzentos anos, originário da cidade de São Vicente (PE), que tem características herdadas das culturas indígena e africana, amplamente praticada nas zonas rurais do município de Queimadas, especialmente nas novenas de terno, evento religioso que junta aspectos das três culturas formadoras de nossa nacionalidade. Por ser um ponto de passagem para o Sertão, Queimadas tem o privilégio de receber grande número de pessoas de outras cidades. Além disso, tem potencialidade turística própria, seja no turismo de eventos de festas tradicionais (a exemplo da Festa de Reis), seja no turismo de aventura, que é praticado no Complexo da Pedra do Touro, onde é possível fazer trilhas, práticas de rapel, acesso à gastronomia local e ainda visitar doze sítios arqueológicos.
Assim, a cidade de Queimadas não é só um ambiente de passagem e negócios, mas um verdadeiro museu a céu aberto, que merece ser protegido e conhecido para que as gerações futuras tenham a possibilidade de aproveitar aquilo que foi deixado por nossos antepassados.
Queimadas é uma cidade que se encontra na base sul da serra de Bodopitá, distante apenas 18 km de Campina Grande. A região, antes da ocupação comandada pelos sertanistas da família Oliveira Ledo, ligados à Casa da Torre, foi sucessivamente ocupado por sociedades nativas pré-históricas, cujos vestígios ainda podem ser encontrados nos sítios arqueológicos que ainda existem na serra e suas circunjacências.
Estes vestígios se configuram em inscrições rupestres e outros indicativos materiais como ossadas sepultas em furnas, cacos cerâmicos, artefatos e utensílios de pedra e restos de trançados e esteiras vegetais. Não se sabe a que culturas pertenceram estes vestígios e que passado remontam. Uma vez que sucessivas levas humanas devem ter ocupado a região em tempos diferentes e com características também diferenciadas. Pois, estudos e datações realizadas ao longo dos últimos 30 anos indicam que toda a região do Nordeste foi largamente ocupada por sociedades pré-históricas desde há pelo menos 10.000 anos.
 As fontes históricas indicam que quando os portugueses chegaram à região circunjacente à Bodopitá não havia aldeias instaladas nestas paragens, não há registros de guerras entre sertanistas e índios na região nem depoimentos de existirem índios por lá.
Segundo os documentos, eram terras devolutas. È bem possível que povos nativos vivessem nesta região por volta do século XVII e, em vistas da chegada dos portugueses, abandonaram suas terras para evitar o trágico contato.
A chegada dos portugueses à região é registrada em documentos de sesmaria, e estes certamente foram os responsáveis pelo assentamento de um grupo aliado de índios da nação Cariri, chamados Bodopitá, para cuidarem dos currais e assegurarem a posse. Esse tipo de estratégia era muito utilizado pela família Oliveira Ledo desde a chegada de Antônio de Oliveira Ledo que instalou em 1670 um arraial às margens do rio
Paraíba no boqueirão da serra de Carnoió
De acordo com Irinêo Joffily, em sua  Synopsis das Sesmarias, quem primeiro teria instalado curral e solicitado concessão das terras na região de Bodopitá foi o capitão Pascácio de Oliveira Ledo, que, por ter servido como fiel vassalo à Sua Majestade nas conquistas dos sertões da Capitania da Paraíba, fazendo guerra ao gentio bravio, e por não possuir terras capazes para lavouras e criar gado, solicitou a El Rei de Portugal “uma sorte de terras no olho d’água que fica ao pé da serra chamada Bodopitá”. A sesmaria das terras lhe foi concedida em 1712, com largura e comprimento de duas léguas de terra.
Este sertanista já havia anteriormente instalado uma fazenda de criar gado num lugar denominado Porteiras e também recebera terras por via de sesmaria em 1695 nas cabaceiras do rio Taperoá, tendo, em 1700, vendido estas terras aos senhores Domingos de Farias e Castro e Antônio Ferreira Guimarães. Talvez, por isso, doze anos depois, no pedido de sesmaria de Bodopitá, o mesmo alegou “não possuir terras capazes para lavouras e criar gado”.
Pascácio ocupou as terras “metendo-lhe gado de criar e beneficiando-a”, mantendo-se nos domínios destas terras desde que a pediu até pelo menos o ano de 1732. Ano em que lhe foi retificada a sesmaria por não ter feito até então o devido registro da terra nos livros da Fazenda Real.
Considerado pela História como o fundador de Queimadas, o capitão Pascácio de Oliveira Ledo era filho bastardo de Constantino Oliveira Ledo com uma cabocla Cariri e, portanto, meio-irmão do famoso sertanista Teodósio Oliveira Ledo. Segundo conta a tradição, Pascácio casou-se fugido com Cristina Rodrigues, filha de um rico fazendeiro de tradicional família da Bahia descendente de fidalgos do Reino Português. Devido este romance não ter sido aceito pelo pai da moça, que relutava em aceitar o casamento de sua filha com um “bastardo mameluco”, o casal resolveu fugir de madrugada a cavalo e buscado refúgio na Paraíba, no arraial de Boqueirão de seu tio Antônio Oliveira Ledo. Este fato deve ter ocorrido em fins do século XVII, porque, em 1712, de acordo com a sesmaria das terras de Bodopitá,: “o supplicante tinha já bastantes annos com a obrigação de mulher e filhos”. Quanto à tradição de que as terras da atual Queimadas teriam sido chamadas inicialmente de Tataguaçu, dialeto tupi que quer dizer “fogo grande”, não existem documentos que comprove. Na verdade, o topônimo “Queimadas” já aparece num documento de 1732, sobre a concessão destas terras, fazendo referência as queimadas na terra da seguinte forma:
“(...) beneficiando-a e fazendo-lhe fogo por ser inculta e muito fechada, e pelas muitas queimadas que fez resultou-lhe ficar por nome o sítio das Queimadas(...)”.
Contudo, é possível que os habitantes do lugar chamassem ali de Tataguaçu, uma vez que a Língua Geral era o dialeto usado na época e, como o documento oficial de sesmaria requer refino e precisão descritiva, não seria despropósito imaginar que o termo foi aportuguesado no documento pelo transcrito para se fazer mais claro. Talvez o topônimo “Queimadas” só tenha se consolidado a partir de 1757, com a Lei Real que proibia a utilização do tupi. Com a expulsão dos jesuítas, dois anos depois, o Português fixou-se definitivamente como o idioma do Brasil.
Em 1943, o nome Tataguaçu passou, ou voltou, a nomear o lugar em virtude do Decreto Lei Estadual nº 520, que modificou o nome da antiga vila de Queimadas para o seu correspondente em tupi. O mesmo aconteceu na época com Boqueirão, que passou a ser chamado pelo antigo nome indígena de Carnoió, com Lagoa Seca que passou a assumir seu nome indígena de Ipuarana, entre outros. Estas modificações devem ter sido influenciadas pelo movimento antropófago lançado por Oswaldo de Andrade e Tarsila do Amaral nos anos 20. No entanto, nenhum destes nomes conseguiu se manter e os lugares voltaram aos seus nomes tradicionais.
Não se sabe quando ou em que circunstâncias os currais dos Oliveira Ledo deixaram a região. A saída desta família do lugar talvez esteja relacionada com a Ordem Régia de 20 de outubro de 1753, que revogou as grandes sesmarias concedidas à Casa da Torre e à família Oliveira Ledo na Paraíba, passando estas propriedades para o domínio dos colonos foreiros e arrendatários. Destes, e outros que foram se estabelecendo gradativamente na região, foi que surgiu, a sombra de Bodopitá, o povoado de Queimadas. Hoje cidade.
Geografia
O município está incluído na área geográfica de abrangência do semiárido brasileiro, definida pelo Ministério da Integração Nacional em 2005[6]. Esta delimitação tem como critérios o índice pluviométrico, o índice de aridez e o risco de seca. O município é composto pelo Planalto da Borborema e cortado pela Serra do Bodopitá.
Clima
O balanço hídrico climatológico para o município de Queimadas aponta uma deficiência hídrica durante todo o ano para a cidade, sua temperatura média anual é de 23,7 °C e pluviosidade de 478,7 mm
Economia
Queimadas é um município de grande relevância na região que se destaca pela alta regularidade das vendas no ano e pelo alto crescimento econômico. Por outro lado, o baixo potencial de consumo é um fator de atenção.
De janeiro a outubro de 2024, foram registradas 1,1 mil admissões formais e 861 desligamentos, resultando em um saldo de 235 novos trabalhadores.
Até novembro de 2024 houve registro de 19 novas empresas em Queimadas, sendo que 2 atuam pela internet. Neste último mês, uma nova empresa se instalou na cidade.
Esportes
A área do esporte está representada pela Sociedade Esportiva Queimadense
Referências para o texto: Wikipédia ; Caravela ; Queimadas Cultural ; Blog Tataguaçu .

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA - BAHIA

Livramento de Nossa Senhora é um município brasileiro do estado da Bahia. Sua população, conforme o Censo 2022 do IBGE, era de 43.911 habitantes.
História
A Serra Geral da Bahia, na qual Livramento de Nossa Senhora está inserida, foi desbravada inicialmente em meados do século XVII, quando Antônio Guedes de Brito, fundador do latifúndio conhecido como Casa da Ponte, expandiu seus currais até as nascentes do rio das Velhas, em Minas Gerais. Possuía uma sesmaria, que lhe foi encartada pelo conde de Óbidos, d. Vasco de Mascarenhas, desde o rio Itapicuru até o rio São Francisco e daí até o rio Paraguaçu.
Em 1681, a expedição do sargento mor Francisco Ramos, Cônego Domingos Vieira de Lima, Manuel O. Porto e vigário Antônio Filgueiras subiu o Rio de Contas e, em seguida, seguiu pelo curso do Rio Brumado (Rio de Contas Pequeno), em cuja margem esquerda encontraram um povoado de negros amocambados, chamado de Pouso dos Crioulos, que se transformou em ponto de pouso para os viajantes do norte de Minas Gerais e Goiás que se dirigiam para Salvador.
Em 1710, o bandeirante Sebastião Raposo descobriu ouro na região das nascentes do Rio Brumado, o que trouxe para a região de Livramento e Rio de Contas portugueses, paulistas e mineiros. Em 1715, com a descoberta de pepitas de ouro rio Brumado abaixo, os jesuítas que acompanhavam os bandeirantes ergueram uma capela de pau a pique em louvor a Nossa Senhora do Livramento, em cujos arredores surgiu um núcleo demográfico, denominado Arraial de Nossa Senhora do Livramento, que hoje é a cidade de Livramento de Nossa Senhora.
Nos arredores do que é hoje a sede de Livramento, outros povoados foram surgindo. As regiões de baixada nessa área permitiam melhor a agricultura de subsistência (arroz, feijão, milho, mandioca).
Por alvará de 11 de abril de 1718, o povoado de Mato Grosso, o primeiro da região, se tornou a sede da primeira freguesia do Alto Sertão Baiano, com o nome "Santo Antônio do Mato Grosso". Por resolução de 9 de fevereiro de 1724, do 4º vice-rei do Brasil d. Vasco Fernandes César de Meneses, foi criada a Vila de Nossa Senhora do Livramento das Minas do Rio das Contas, sediada no Arraial de Nossa Senhora do Livramento.
Em 1725, o coronel Pedro Barbosa Leal ligou a vila de Nossa Senhora do Livramento das Minas de Rio das Contas até a vila de Jacobina por uma estrada que incluiu a construção, por escravos, de uma ladeira calçada de pedras para escoamento do ouro da região para Salvador e daí para Lisboa.
Em 13 de maio de 1726, uma provisão do Conselho Ultramarino determinou que se estabelecessem casas de fundição nas vilas de Livramento de Nossa Senhora e Jacobina para evitar a evasão do quinto do ouro. Essas funcionaram até 1752, quando a fundição passou a ser feita em Araçuaí (MG) e finalmente em Salvador, em 1755, onde foi centralizada.
Devido a um surto de malária no Arraial de Nossa Senhora do Livramento, uma provisão do rei de Portugal D. João V ao 5º Vice-Rei do Brasil André de Melo e Castro, de 2 de outubro de 1745, autorizou a transferência da Vila de Nossa Senhora do Livramento das Minas do Rio das Contas para o antigo Pouso dos Crioulos, duas léguas rio acima, de maior altitude e salubridade e rico em ouro de aluvião. A instalação da vila em nova sede e com a nova denominação "Vila Nova de Nossa Senhora do Livramento das Minas do Rio de Contas" se deu em 28 de julho de 1746. A freguesia passou a se chamar "Santíssimo Sacramento das Minas do Rio das Contas". O novo sítio da vila era rico de ouro de aluvião.
A antiga sede vila, o Arraial de Nossa Senhora do Livramento, passou a se chamar "Vila Velha" e sofreu grande decréscimo populacional e grande estagnação com a queda da produção do ouro.
Em 1755, a vila de Minas do de Rio de Contas teve que contribuir com quatrocentos mil réis por ano para a reconstrução de Lisboa, arrasada por um terremoto.
Em 1765, desembarca em Salvador o fidalgo português Joaquim Pereira de Castro, vindo da região do Minho. Obteve procuração dos herdeiros da Casa da Ponte para vender as terras do Alto Sertão Baiano. Em 1770, o Tenente-Coronel Joaquim Pereira de Castro casou-se com Francisca Joaquina de Jesus, filha da indígena Romana da Silva Madureira da região da Tapera, e o casal passou a residir na localidade denominada Engenho, próxima ao Recreio, povoamento originário nos arredores da cidade de Livamento. Constituíram numerosa prole e possuíram grande parte das terras onde se encontra a cidade de Livramento hoje, daí descendo o vale do rio Brumado.
A partir do final do século XVIII e começo do século XIX, várias outras famílias fixaram residência em Villa Velha, como os Meira, Tanajura, Vilas-Boas, Matias, Bitencourt, Guimarães, Machado, Spínola, Alcântara, Rêgo, Lima, Cambuí e Fernandes.
A Resolução nº 1.004, de 16 de março de 1868, assinada pelo então presidente da província da Bahia José Bonifácio Nascente de Azambuja, eleva o arraial de Vila Velha à categoria de Freguesia, sendo o primeiro vigário o Cônego doutor Tibério Severino Rio de Contas.
Em 3 de julho de 1880, a Freguesia de Vila Velha foi elevada à categoria de vila, com o nome Vila Nova do Brumado, porém não chegou a ser instalada e, portanto, não foi efetivada. Somente em 26 de julho de 1921, pela Lei Estadual nº 1.496, que o distrito de Vila Nova do Brumado foi desmembrado e emancipado do município de Minas do Rio de Contas, com o nome Vila Velha. As primeiras eleições municipais em Vila Velha foram realizadas em 4 de setembro de 1921, sendo eleitos o primeiro intendente municipal, o Coronel Ursino de Souza Meira Júnior, e o conselho municipal formado por Major Gyl Jacarandá Cambuy (presidente), Manuel Pedro de Lima, Gentil de Castro Vilas Boas, Gonçalo Pereira e Silva, Tibério Ferreira Pessoa, Antônio Cândido de Castro, Manuel Pires Gonçalves de Aguiar e Major Augusto Silvério de Alcântara. O município foi instalado, ou seja, começou a funcionar, em 6 de outubro de 1921, e tomou a denominação "Livramento" pela Lei Estadual nº 1.612 de 21 de maio de 1923.
O município de Livramento passou a se denominar "Livramento do Brumado" por meio da Lei Estadual nº 131, de 31 de dezembro de 1943. Em 14 de maio de 1966, pela Lei Estadual nº 2.325, o então governador Lomanto Júnior mudou o nome do município para Livramento de Nossa Senhora, assinando-a em praça pública e publicando-a no Diário Oficial do Estado três dias depois. A Lei, contudo, não foi regulamentada a nível federal, permanecendo a municipalidade com os dois nomes (Livramento do Brumado e Livramento de Nossa Senhora).
A comarca de Livramento de Nossa Senhora foi criada pelo Decreto-Lei nº 16.253, de 7 de maio de 1955, assinado pelo governador Antônio Balbino. Foi instalada pelo presidente e juiz de direito Dr. José Soares Sampaio, sendo o prefeito José Meira Tanajura (Cazuza). Em 7 de setembro de 1956, foi criada a 101ª zona eleitoral, abrangendo Livramento e Ibirocaim.
Pela Lei Estadual nº 1.657, de 5 de abril de 1962, foi desmembrado de Livramento do Brumado o distrito de Dom Basílio (anteriormente chamado de Ibirocaim e Curralinho), permanecendo desde então com o mesmo território.
Geografia
O município de Livramento de Nossa Senhora possui área de 1.952,510 km². Está localizado a sudoeste da capital Salvador, distante cerca de 606 km, ligando-se a ela por via rodoviária de pavimentação asfáltica. Situa-se entre 13° 17' a 15° 20' de latitude sul e entre 41° 05' a 43° 36' de longitude W. Limita-se ao norte com o município de Rio de Contas, ao sul com os municípios de Brumado, Lagoa Real e Caetité, a leste com o município de Dom Basílio, a oeste com o município de Paramirim e a noroeste com o município de Érico Cardoso. A altitude da sede é de 500 metros acima do nível do mar, segundo o marco do IBGE na Praça da Bandeira.
Subdivisões territoriais
O município de Livramento de Nossa Senhora é formado por quatro distritos: Sede, Iguatemi, Itanagé e São Timóteo.
A sede é a cidade de Livramento de Nossa Senhora, formaa pela zona urbana do Município mais os seguintes povoados: Itaguaçu, Várzea, Monte Oliveira, Vereda, Cana-Brava, Rocinha, Água-Branca, Oratório, Matinha, Telha, Barrinha, Nado, Rio Abaixo, Patos e Morrinhos.
De acordo o Código de Posturas do Município, o perímetro urbano único da cidade de Livramento tem como ponto inicial a Igreja de Santo Antônio do Passa-Quatro em linha reta, que, passando pela ponte de cimento sobre o Rio Brumado na Estrada-Parque Desembargador Antônio Carlos Souto, atingindo o rego do Engenho na propriedade Pirajá, pertencente aos herdeiros de Antônio Souza Machado, seguindo rego abaixo até a casa do sítio Engenho. Daí segue em linha reta ao prédio da escola agrícola e deste em linha reta na confluência do Rio Brumado com o rio Taquari, daí em linha reta que vai atingir área da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) na ponta sul, partindo daí rumo à passagem das águas que vem da Várzea de Dentro no corredor de Cândido da Matinha, partindo deste em linha reta à Igreja de Santo Antônio do Passa Quatro, o ponto de referência.
Clima
Segundo classificação nacional, baseada no método Thornthwaite, o clima local é definido como sub úmido seco, mesotérmico.
A precipitação média anual é de 756 mm, com valores que vão de 433 mm a 1.271 mm. O período chuvoso estende-se de outubro a maio.
Em Livramento de Nossa Senhora, a estação com precipitação é úmida e de céu quase encoberto; a estação seca é de ventos fortes e de céu quase sem nuvens. Durante o ano inteiro, o clima é quente. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 18 °C a 33 °C e raramente é inferior a 16 °C ou superior a 36 °C.
Baseado no índice de praia/piscina, a melhor época do ano para visitar Livramento do Brumado e realizar atividades de clima quente é do fim de abril ao meio de outubro.
A estação quente permanece por 1,9 mês, de 14 de setembro a 12 de novembro, com temperatura máxima média diária acima de 32 °C. O mês mais quente do ano em Livramento do Brumado é fevereiro, com a máxima de 32 °C e mínima de 22 °C, em média.
A estação fresca permanece por 2,2 meses, de 4 de junho a 12 de agosto, com temperatura máxima diária em média abaixo de 30 °C. O mês mais frio do ano em Livramento do Brumado é julho, com a mínima de 18 °C e máxima de 29 °C, em média.
Economia
Fruticultura

Localizada no sopé da Chapada Diamantina, o município se beneficia de condições edafo-climáticas especiais para o cultivo da manga. Consolidava-se, até a recente crise hídrica de 2011, como fornecedor de frutos de qualidade, colhidos em épocas específicas. A região se destaca também pela produção de maracujá, realizada por agricultores familiares em áreas de até dois hectares. A Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) realiza um trabalho de estímulo ao plantio de umbuzeiros, espécie nativa cujo fruto é muito apreciado na região Nordeste do Brasil.
Educação
O município de Livramento conta com escolas tanto nos distritos, quanto na sede. De acordo com dados do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) e do Ministério da Educação, existem 98 escolas em atividade, sendo que 90 pertencem à rede pública municipal, seis escolas são da rede privada e 2 escolas são da rede pública estadual. O município também sedia polos da UNOPAR (Universidade do Norte do Paraná) e UNIP (Universidade Paulista) que oferecem cursos de ensino superior à distância.
Transportes
A malha rodoviária municipal é composta por 2 rodovias estaduais: (Rodovia BA 148 e Rodovia BA 152); e por estradas vicinais que pertencem ao Município.
Patrimônio Histórico e Arquitetônico
Diocese de Livramento de Nossa Senhora

A diocese foi criada em 27 de fevereiro de 1967 e instalada em 23 de julho de 1967, desmembrada da Diocese de Caetité, tendo como primeiro bispo Dom Hélio Paschoal e os padres paroquiais: Daniel Stênico e o vigário José Dias Sobrinho. A catedral de Nossa Senhora do Livramento começou a ser construída quando foi criada a freguesia, em 1868, pelo Cônego Dr. Tibério Severino Rio de Contas, e quando ele faleceu, em 1895, os alicerces estavam a um metro da superfície. Havia uma capela de pau a pique construída pelos padres jesuítas no século XVIII, rebocada e com tribunas em frente ao Sobradinho, no Jardim Velho. Havia uma antiga imagem de Nossa Senhora do Livramento, segundo a tradição oral. Existiu um cemitério ao lado dessa antiga capela. Depois, foi transferido para onde é a casa paroquial hoje e, em 1949, para onde é o atual cemitério do Campo-Santo.
A igreja nova ficou pronta no fim do século XIX. Havia tribunas à direita e à esquerda do altar mor, com o retábulo de madeira. As imagens de Nossa Senhora do Livramento, Coração de Jesus e Nossa Senhora da Conceição que ornamentam a igreja foram doadas pela família Castro no fim do século XIX. A atual imagem de São José foi adquirida pela paróquia após a restauração do templo na década de 1950, intervenção que descaracterizou o estilo original da igreja com a retirada das tribunas e dos altares laterais de Nossa Senhora da Conceição e Coração de Jesus, abrindo três naves com altar mor em alvenaria e altar lateral do Santíssimo Sacramento. Foi construída uma gruta em louvor a Nossa Senhora de Lourdes na parte de trás da igreja pelo Padre Sinval Laurentino Medeiros. Os Cônegos Tibério Severino Rio de Contas e Manoel Hygino da Silveira estão sepultados na catedral. Muitas alfaias da igreja foram trazidas da igreja da Cana-Brava pelo Pe. Altino do Espírito Santo e outras foram doadas pela família Castro Tanajura.
Segundo o SIPAC (Sistema de Informações do Patrimônio Cultural da Bahia), somente existe um bem tombado pelo IPAC (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia): a "Casa da Lagoa", bem imóvel tombado em 12 de setembro de 2001.
Sobrado da Prefeitura Municipal
Não se sabe a data precisa que foi construído. Segundo Mário do Carmo Tanajura que deixou um livro de tabelião com várias notas histórica, teria sido construído pelas irmãs Castro Coelho pelos anos de 1850 a 1860, entre elas, a senhora Antonia Francisca de Jesus Coelho, que se casou com o médico e político baiano José de Aquino Tanajura. O sobrado, conhecido até 1942, como Sobradão dos Tanajuras, data em que foi vendido a Prefeitura Municipal de Livramento de Nossa Senhora, segundo contava a minha avô, Egmídia Rosa Tanajura, teria sido construído em oposição ao outro Sordo, já edificado um pouco mais adiante, próximo à Igreja Matriz. Quando Antônia Francisca se casou com o Dr. Tanajura, em 1861, suas irmãs doaram suas partes ao casal. Com a morte de Dr. José de Aquino Tanajura ocorrida em 1918, o imóvel passa para seus filhos, que o vendem à Prefeitura em 1942.
Segundo o Inventário do IPAC
(Inventário de Proteção do Acervo Cultural), já citado, cujo texto nos servirá de base no conhecimento do nosso patrimônio arquitetônico, o Sobrado da Prefeitura é um edifício de relevante interesse. Possui corpo retangular recoberto em quatro águas e um apêndice posterior com cobertura em duas águas, que se abre para o pátio de serviços. Devido à declividade do terreno, o corpo principal se desenvolve em três níveis: porão, que ocupa 50% da projeção do edifício, térreo e pavimento nobre. O anexo, que abrigava a Cadeia, tem dois níveis, que correspondem ao porão e térreo do corpo principal. O frontispício é flanqueado por cunhais, tendo nove portas, superpostas por igual número de janelas. Dizem que estas portas e janelas foram confeccionadas pelos escravos do Barão de Vila Velha, Joaquim Augusto de Moura. Todos os vãos possuem marcos a madeira e terminações em arcos plenos. Nas outras fachadas só os vãos do pavimento nobre têm esta forma, enquanto os demais apresentam vergas retas. Até a década de 60, a água do telhado era recolhida em calhas artisticamente trabalhadas, para evitar a umidade ao pé das paredes. Estas até certa altura do andar térreo foram levantadas pelo processo de taipa de pilão. Dai para a frente, são de adobes. O interior do edifício é simples e despojado de qualquer forma artística, a não ser uma escada helicoidal em madeira, que dá acesso ao sobrado propriamente dito. O piso do porão é em terra batida e lajota de barro cozido. O teto é forrado pelo tabuamento do pavimento superior. Originariamente, o sobrado era de uso misto de residência e comércio, transformado em edifício público na década de 40. Foi, durante muito tempo, residência da família do Dr. José de Aquino Tanajura. Este com seus filhos residiam em outra casa espaçosa no sítio Bom Jardim de São José onde passavam a maior parte do tempo. Só permaneciam na Vila durante os dias festivos, geralmente nas festas de fim de ano ou da padroeira da cidade. Então, nestas datas, escancaravam-se portas e janelas, a Vila se movimentava com carros de bois em forma de gôndolas e cavaleiros bem ajaezados, vindo das fazendas.
O Casarão da Família Alcântara
Casa de Deoclides Alcântara - Não se sabe a data e por quem foi construída. Por suas características tipológicas parece tratar-se de uma construção de meado do século XIX. Seu proprietário mais antigo e provável construtor foi o Cônego Tibério Severino Rio de Contas que, ao falecer, deixou o imóvel para suas irmãs: Cândida Lira da Paixão, Rita e Flora. Deoclides Alcântara a adquiriu em mãos das herdeiras do padre.
Segundo descrição do IPAC (Inventário de Proteção do Acervo Cultural) realizada em 1980 o edifício tem planta retangular com anexos de serviços na parte posterior. O corpo principal é recoberto por telhado em duas águas. Seu aspecto atual é resultante de transformações sofridas no início do século XX, quando as fachadas principal e lateral esquerda foram adaptadas ao gosto neogótico. Na fachada principal existe uma porta central, ladeada por dez janelas, até 1980, guarnecidas por caxilharia em guilhotina. Uma curiosa platibanda gradeada arremata o frontispício. A fachada posterior mantém o aspecto primitivo da casa com portas e janelas de vergas retas, guarnecidas também por caxilharia em guilhotina.
Interiormente, o Casarão dos Alcântaras possui ainda, digno de nota, uma escada helicoidal, semelhante à do sobrado da Prefeitura, que dá acesso ao sótão; dois quartos e uma sala assoalhada, com pisos nos demais cômodos do corpo principal. O anexo de serviços é pavimentado com lajões de pedra, extraída da serra próxima. Os cômodos, voltados para a praça, possuem forro em madeira com abas. Ornamenta a residência um rico mobiliário que não se sabe por que milagre não foi disperso entre herdeiros ou vendido para antiquários e colecionadores. Além de uma cama que teria pertencido ao Barão de Vila Velha, Joaquim Augusto de Moura, existe nas duas salas principais mobílias austríacas do século XIX, lustres franceses e espelhos policromados. Dentre as alfaias sobressaem imagens em madeira também policromadas e todo um vestuário inglês em moda no início do século XX nos sertões de Rio de Contas, curiosidades que todo museu gostaria de exibir.
Com exceção do Solar da Lagoa, residência do Senador Tanajura, não existia outra casa em Livramento com mais conforto e luxo do que a casa do Coronel Deoclides Alcântara. Nas noites de Natal e Ano Novo, sua fachada e interior eram esplendidamente iluminados a carbureto, ocasião em que se franqueava ao público a visitação ao presépio, armado na sala principal.
Cultura
Os principais eventos e festividades da cidade ocorrem em:
- 28 de janeiro: Festa do Padroeiro São Gonçalo.
- 06 de agosto: Festa do Padroeiro Bom Jesus do Taquari.
- 15 de agosto: Festa da Padroeira Nossa Senhora do Livramento.
- 06 de outubro: Emancipação Política do Município.
Estas datas constituem os feriados municipais.
Turismo
Na área do turismo, destacam-se a Trilha na Estrada Real, com vista para a cidade de Livramento de Nossa Senhora, o Rio de Contas e a Cachoeira Véu de Noiva - Livramento de Nossa Senhora.
Referências para o texto: Wikipédia ; Weather Spark ; Prefeitura Municipal .