quinta-feira, 23 de outubro de 2025

JAGUARIAÍVA - PARANÁ

Jaguariaíva é um município brasileiro localizado na região dos Campos Gerais do estado do Paraná, Brasil. Segundo o censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o município possui 35.141 habitantes. 
Etimologia
De origem Tupi-Guarani "Tyaguariahibá": Rio da onça brava. Esta denominação é referência ao Rio Jaguariaíva, que corta o município e que consta em antigos mapas cartográficos. Jaguar = onça, tigre, felinos; I = rio, água; ahiva = bravo, brava, ruim, arisca. São várias interpretações das palavras Tupi-Guarani quando é traduzida para a língua portuguesa, mas a pronúncia clássica que mais se encaixa na realidade de nosso léxico é jaguariahiva = rio da onça brava. O Rio que banha seu território foi batizado pelos povos da floresta que ali viviam e quando os bandeirantes paulistas (vicentinos) adentraram essas plagas remotas e estabeleceram contatos com os primitivos habitantes tiveram conhecimento do nome deste Rio e, tão logo, passou constar dos mapas da capitania de São Vicente. Mais tarde com com o surgimento de um povoado situado a margem esquerda, no lugar conhecido como Porto Velho, o Rio veio emprestar seu nome para o novo povoado. 
Em sentido diverso, existem outras interpretação etimológica possível para o nome da cidade, também a partir da língua tupi: "rio ruim das onças", a partir da junção dos termos îagûara (onça), 'y (rio, água) e aíba (ruim). 
História
A história de Jaguariaíva tem seus primórdios calcados a partir do início do século XVII. Nesta época bandeirantes preavam índios e posteriormente tropeiros cruzaram o território pelo histórico Caminho de Sorocaba. 
A extensa região dos Campos Gerais era largamente habitada por povos indígenas da nação Caingangue, chamados Coroados pelos paulistas. Segundo Saint-Hilaire "...os paulistas dão aos bugres vizinhos de Jaguariaíva o nome de Coroados porque, dizem eles, esses selvagens têm o hábito de fazer no meio da cabeça uma tonsura a que, em português se chama coroa e que, além dos Coroados havia outras tribos na vizinhança de Jaguariaíva". 
O histórico Caminho de Sorocaba gerou inúmeras cidades, das quais muitas conservam a denominação dada pelos antigos vaqueiros e tropeiros. O surgimento dessas povoações decorria da necessidade de pousos para abrigo das tropas. No ponto em que atravessava o Rio Tyaguariahiba, nos Campos Gerais, estabeleceu-se uma estação de pouso, dando origem ao atual município. 
Jaguariaíva foi povoada por famílias vindas dos Campos de Curitiba e por paulistas. A partir do século XVIII, a história registra o requerimento de inúmeras sesmarias à Capitania de São Paulo, tais como a de João Leite Penteado, sargento mor, em 19 de junho de 1726, de Manoel Gonçalves de Águia, sargento mor, 4 de julho de 1726, de Antonio Pereira Barbalho, em 6 de julho de 1728, de Matheus Correa Leme, em 16 de junho de 1728, de Francisco Xavier de Salles, em 4 de novembro de 1738 e o caso do capitão Bartolomeu Paes de Abreu, que em 1726 requereu o registro de uma Carta de Data na qual havia solicitado extensa área de terras no 1704, entre os rios Tyaguaricatu e Jaguariahiba, nos campos chamados Boa Vista e da qual em 1719 tomara possa oficial. 
Um dos nomes mais importantes para a história regional foi o do Coronel Luciano Carneiro Lobo, filho do português Francisco Carneiro Lobo e de dona Quitéria Maria da Rocha. Em 1778 casou-se com dona Francisca de Sá, com quem teve oito filhos. O Coronel Carneiro Lobo adquiriu em 1795 a fazenda Jaguariaíva do Tenente Manoel Pacheco Catto, sua esposa Maria Custódia R. Leite e do Alferes Francisco de Salles Britto. 
Em 10 de abril de 1806, o Coronel Carneiro Lobo ficou viúvo e fixou residência na fazenda Jaguariaíva. No ano de 1810, o coronel se casa em segundas núpcias com Izabel Branco e Silva, filha de um grande amigo, o ex Ouvidor e Corregedor de Paranaguá, Doutor Manoel Lopes Branco e Silva. O Coronel Carneiro Lobo conheceu a glória política, chegando a ocupar lugar de honra na Corte, recebendo convites para festas e sendo condecorado com a patente de Coronel de Milícias, um alto posto. 
Investido de notável prestígio, o casal tinha o pensamento voltado para o fortalecimento político, econômico e social de Jaguariaíva. Neste contexto, foi construída uma ponte sobre o Rio Itararé, obra autorizada por Lucas de Andrade Monteiro Barros, Presidente da Província de São Paulo. Em 15 de setembro de 1823 um Alvará Imperial eleva a fazenda Jaguariaíva à categoria de Freguesia e, no ano de 1828, liderados por dona Izabel e o Coronel Lobo, a comunidade solicitou licença para a construção de uma capela, sob a invocação do Senhor Bom Jesus da Pedra Fria, prontamente concedida por Dom Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade, Bispo de São Paulo. Em 12 de maio de 1842, morre o Coronel Luciano Carneiro Lobo, sem ver a capela construída. dona Izabel, mulher desprendida de vaidades e muito religiosa, dedicou-se à sua cidade, e construiu a capela no ano de 1863. Em 1866, doou por esmola ao Senhor Bom Jesus da Pedra Fria uma grande área de terras da hoje cidade de Jaguariaíva. Por ocasião da Guerra do Paraguai forneceu gado para o abastecimento das forças regionais e até da Guarda Nacional, tudo de forma gratuita. Dona Izabel, figura notável, morreu em 17 de agosto de 1870 e foi sepultada no subsolo do santuário. 
Francisco Xavier da Silva, português de nascimento, é outro grande nome da historiografia regional, foi proprietário da fazenda Caxambu e grande povoador da região. Faleceu em 1829 deixando considerável fortuna para seus descendentes ilustres como seu neto, o advogado Francisco Xavier da Silva, que governou o Paraná de 1892 a 1896. De 1900 a 1904 e de 1908 a 1912. Famílias ilustres deram continuidade ao progresso e contribuíram para a história do lugar, dentre as quais destacam-se as de Ferreira de Almeida, Mello, Fonseca, Ribas, Cunha, Sampaio, Pessa, Biscaia e Marques. 
A Lei Provincial n.º 423, de 24 de abril de 1875, eleva Jaguariaíva à categoria de vila, desmembrada de Castro, e a nível de cidade em 5 de maio de 1908, através da Lei n.º 811.
Formação Administrativa
Freguesia criada com a denominação de Jaguariaíva, por Alvará de 15 de setembro de 1823 e Lei de São Paulo n.º 7, de 06 de setembro de 1845, no município de Castro. 
Elevado à categoria de vila com a denominação de Jaguariaíva, por Lei Provincial n.º 423, de 24 de abril de 1875, desmembrado de Castro. Sede na povoação de Jaguariaíva. Constituído do distrito sede. Instalado em 26 de junho de 1876. 
Elevado à condição de cidade com a denominação de Jaguariaíva, pela Lei Estadual n.º 811, de 05 de maio de 1908. 
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído do distrito sede. 
Em 07 de março de 1934, é criado o distrito de Cachoeirinha e anexado ao município de Jaguariaíva. 
Em divisões territoriais datadas de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937, o município aparece constituído de 4 distritos: Jaguariaíva, Água Branca, Cachoeirinha e São José de Paranapanema. 
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 6.667, de 31 de março de 1938, o distrito de São José de Paranapanema passou a denominar-se São José. 
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 4 distritos: Jaguariaíva, Água Branca, Cachoeirinha e São José (ex-São José de Paranapanema). 
Pelo Decreto-Lei Estadual n.º 199, de 30 de dezembro de 1943, os distritos de Água Branca, Cachoeirinha e São José tomaram a denominação, respectivamente, Jaguaricatu, Arapoti e Calógeras. 
No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município é constituído de 4 distritos: Jaguariaíva, Arapoti (ex-Cachoeirinha), Jaguaricatu (ex-Água Branca) e Calógeras (ex-São José). 
Pela Lei Estadual n.º 2, de 10 de outubro de 1947, o distrito de Jaguaricatu passou a denominar-se Bertagnoli. 
Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1950, o município é constituído de 4 distritos: Jaguariaíva, Arapoti, Bertagnoli (ex-Jaguaricatu) e Calógeras. 
Pela Lei Estadual n.º 253, de 26 de novembro de 1954, são desmembrados do município de Jaguariaíva os distritos de Arapoti e Calógeras, para constituir o novo município de Arapoti. 
Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1960, o município é constituído de 2 distritos: Jaguariaíva e Bertagnoli. 
Pela Lei Estadual n.º 4.965, de 19 de novembro de 1964, o distrito de Bartagnoli passou a denominar-se Eduardo Xavier da Silva. 
Em divisão territorial datada de 1º de janeiro de 1979, o município é constituído de 2 distritos: Jaguariaíva e Eduardo Xavier da Silva. 
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2023.
Geografia
O município localizado na região dos Campos Gerais, no segundo planalto paranaense, ocupa uma área 1.453 km², representando 0,7645% da área do estado, 0,2704% da região Sul e 0,0179% de todo o território brasileiro.
Clima
Em Jaguariaíva, o verão é longo, morno e de céu quase encoberto; o inverno é curto, ameno e de céu parcialmente encoberto. Durante o ano inteiro, o tempo é com precipitação. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 11 °C a 28 °C e raramente é inferior a 6 °C ou superior a 32 °C. 
As melhores épocas do ano para visitar Jaguariaíva e realizar atividades de clima quente são do meio de março ao meio de maio, do meio de agosto ao meio de setembro e do meio ao final de novembro. 
A estação morna permanece por 4,7 meses, de 9 de novembro a 30 de março, com temperatura máxima média diária acima de 26 °C. O mês mais quente do ano em Jaguariaíva é janeiro, com a máxima de 28 °C e mínima de 19 °C, em média. 
A estação fresca permanece por 2,8 meses, de 13 de maio a 6 de agosto, com temperatura máxima diária em média abaixo de 22 °C. O mês mais frio do ano em Jaguariaíva é julho, com a mínima de 11 °C e máxima de 21 °C, em média. 
Em Jaguariaíva, a porcentagem média de céu encoberto por nuvens sofre significativa variação sazonal ao longo do ano.
A época menos encoberta do ano em Jaguariaíva começa por volta de 12 de março e dura 6,9 meses, terminando em torno de 9 de outubro. 
O mês menos encoberto do ano em Jaguariaíva é agosto, durante o qual, em média, o céu está sem nuvens, quase sem nuvens ou parcialmente encoberto 65% do tempo. 
A época mais encoberta do ano começa por volta de 9 de outubro e dura 5,1 meses, terminando em torno de 12 de março. 
O mês mais encoberto do ano em Jaguariaíva é janeiro, durante o qual, em média, o céu está encoberto ou quase encoberto 64% do tempo. 
Economia
A cidade tornou-se referência da industrialização rural durante a segunda metade do século XX, devida a proliferação de madeireiras, fábricas de celulose e papel que se estabeleceram no município. Jaguariaíva, na atualidade, fornece para o mercado brasileiro e internacional produtos como resina, madeira para construção, compensado, celulose, papel para revestimento e papel imprensa. Uma das maiores produtoras de papel imprensa está instalado no município desde 1982, a Pisa Indústria de Papéis. 
Jaguariaíva conta com um aproveitamento energético, principalmente o hidrelétrico. A primeira usina instalada no município foi a Usina Velha, construída na década de 1940 para abastecer a Indústria Matarazzo. Situada no rio Capivari, no Parque Linear, a usina foi reativada em 2017, como uma central de geração hidrelétrica (CGH), com 1.000 KW. 
Já no ano de 2000 foi instalado o empreendimento da Pesqueiro Energia S/A., que construiu sob o rio Jaguariaíva uma barragem de 12 metros de altura e uma pequena central hidrelétrica (PCH) com potência instalada em 12,44M Mw. A Pesqueiro também atua no mercado de carbono e é mantida pelas Eletrogeração (30% da sociedade) situada em Castro, Ceral em Arapoti (30% da sociedade) e Ceripa Energia (40% da sociedade) em Itaí.
Jaguariaíva é um município de grande relevância na região que se destaca pela alta regularidade das vendas no ano e pelo elevado potencial de consumo. O pequeno número de novas oportunidades claras de negócios e o desempenho econômico são os pontos de atenção.
De janeiro a junho de 2025, foram registradas 2,5 mil admissões formais e 2,3 mil desligamentos, resultando em um saldo positivo de 208 novos trabalhadores. Este desempenho é superior ao do ano passado, quando o saldo foi de 182.
Até junho de 2025 houve registro de 72 novas empresas em Jaguariaíva, sendo que 3 atuam pela internet. Neste último mês, 16 novas empresas se instalaram, sendo 1 com atuação pela internet. Este desempenho é maior que o do mês imediatamente anterior (8). No ano de 2024 inteiro, foram registradas 67 empresas.
Turismo
Atrações naturais

As principais atrações naturais do município são: Parque Estadual do Cerrado; Parque Estadual do Vale do Codó; Parque Linear do Rio Capivari - Cachoeirão do rio Capivari; Parque Ambiental Ruy Cunha; Parque Municipal Lago Azul - cachoeira do Lago Azul (20 metros); Cachoeira Véu de Noiva; Cachoeira das Andorinhas; Cachoeira do Butiá; Canyon do rio Jaguariaíva - o 8º maior do mundo em extensão, Morro da Mandinga (1.100 metros); Escarpa da Serra das Furnas; Área de Proteção Ambiental da Escarpa Devoniana - Santa do Paredão/Serra Velha; Rio das Mortes; Taça de Pedra; e Sítio Geológico Jaguariaíva;
Cultura
O Patrimônio cultural da cidade conta com: Casa da Cultura Professor Doutor João Batista da Cruz, 1918. Tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná; Clube Recreativo Municipal Dona Elvira Puglielli Xavier; Biblioteca Pública Municipal Mary Camargo; Biblioteca Cidadã Monteiro Lobato; Biblioteca Rural Municipal Antônio Lima Barreto; Escola Municipal de Música Elzita Jorge Cunha; Museu Histórico Municipal "Conde Francisco Matarazzo" - Palacete; Memorial Ferroviário da Estação Cidadã Agente Durvalino de Azevedo - Estação Ferroviária (1935). Tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná; Cine Teatro Municipal Valéria Luercy; Espaço Cultural Maria Timme; Santuário Senhor Bom Jesus da Pedra Fria - construído entre 1834 e 1864. Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná.
Culinária
De origem tropeira, o prato típico do município de Jaguariaíva é a quirera com carne de porco. 
Eventos
Os eventos mais importantes da cidade incluem: Festa da Santa do Paredão (maio); Festa de Santo Antônio de Pádua (junho) - Bairro Pesqueiro; Festa de Agosto - Padroeiro da Cidade: Senhor Bom Jesus da Pedra Fria (final do mês de julho e começo do mês de agosto); Concurso de Declamação de Poesias; Semana da Pátria e Desfile Cívico Temático de 7 de setembro e Festival Cultural (setembro);
Praças
As principais praças são: Praça Getúlio Vargas, Praça Isabel Branco, Praça da Saudade e Parque Euzébio Delgado - Beira Rio.
Distritos industriais
A cidade conta com os seguintes Distritos Industriais: Distrito Industrial (1) Prefeito Albano Ferreira de Barros - empresas: Pisa S/A e Braspine Madeiras Ltda; Distrito Industrial (2) Ary Fanchin - empresas: Valor Florestal e 43 madeireiras e laminadoras; Distrito Industrial (3) Domingos Martins da Costa Passos - empresas: Arauco do Brasil S/A; Distrito Industrial (4) Vereador Josef Bartiniczuk (Antigo Aeroporto) - empresas: Madeireiras e outras; Distrito Industrial (5) Geci Krubnik - empresas: Rodolínea e Bicarbras; Condomínio Conde Francisco Matarazzo - empresas (hoje funcionando como incubadora industrial, tendo este um cinema com praça de alimentação e área de treinamento profissional do SENAI/SENAC);
Educação
Ensino superior

- União Latino-Americana de Tecnologia (ULT) - campus Jaguariaíva
- Instituto Federal do Paraná (IFPR)
- Faculdade de Telêmaco Borba (Fateb) - Unidade Jaguariaíva
- Universidade Norte do Paraná (Unopar) - Polo Jaguariaíva
Cursos técnicos e profissionalizantes
- Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)
- Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC)
- Colégio Millenium
- Colégio Estadual Rodrigues Alves (ensino profissionalizante)
Esportes
A cidade de Jaguariaíva possuiu alguns clubes no Campeonato Paranaense de Futebol, dentre eles o Jaguariaíva Futebol Clube e o Esporte Clube Recreativo Ferroviário.
Referência para o texto: Wikipédia ; IBGE ; Weather Spark ; Caravela .