Iperó é um município brasileiro do estado de São Paulo. Situa-se na Região Metropolitana de Sorocaba, na Mesorregião Macro Metropolitana Paulista e na Microrregião de Sorocaba. A população de Iperó, de acordo com dados mais recentes do IBGE (2022), é de 36.459 habitantes. O município é formado pela sede e pelo distrito de Bacaetava.
Iperó sedia o Centro Experimental Aramar, da Marinha do Brasil, e a Floresta Nacional de Ipanema vinculada ao ICMBio, onde abriga a antiga Real Fábrica de Ferro de Ipanema de 1810.
Toponímia
Conforme Eduardo Navarro em seu Dicionário de Tupi Antigo (2013), Iperó vem de peroba, árvore de boa madeira, endêmica da Mata Atlântica. Peroba, por sua vez, vem de ypé + rob + a, que significa casca amarga: ypé, casca (de árvore), rob, amargo, -a, o sufixo substantivador.
A origem do nome Iperó é controvertida mas é provável que advenha da etnia tupiniquim, responsável pela colonização do território antes da vinda dos colonizadores europeus (século XVI). Dessa forma, Iperó pode ter portugueses ("Perós") no nome.
Essa versão é reforçada pela existência do Rio Iperozinho, importante afluente do Rio Sorocaba, onde foi instalada a Real Fábrica de Ferro de São João de Ipanema, a mando do governador-geral Mem de Sá.
Na época do regime militar (1964-1985), logo após a emancipação política da cidade, um boato espalhado a partir do colégio EEPSG "Dr. Gaspar Ricardo Júnior" disseminou a versão (jamais confirmada) de que Iperó significaria "águas profundas e revoltas".
Muito embora exista uma famosa praia turística no estado do Rio de Janeiro (Cabo Frio) chamada de "Dunas do Peró", e cujo significado é incontroversamente atribuído ao nome que os índios locais denominam os portugueses ("perós"), nenhuma versão do nome Iperó foi ainda reconhecida pela historiografia brasileira.
História
Um ponto que é marco da história é a Fundição Ipanema, berço da industrialização no Brasil.
O território atual de Iperó está situado na antiga região em que a polêmica ordem do Rei Dom João VI, em 19 de agosto de 1817, criou a paróquia de São João Batista da Fábrica de Ferro de Ipanema. Por essa ordem régia, determinou-se a construção de uma capela onde hoje se situa a Fazenda Ipanema.
A iniciativa real provocou a ira do diretor da fábrica, Frederico Luiz Guilherme Varnhagen (pai de um grande historiador brasileiro, Francisco Adolfo de Varnhagen, o iperoense mais ilustre da história), que entendeu ser inconveniente a presença de uma igreja e, por consequência, de uma comunidade nas imediações de Ipanema. Na verdade, acreditava o diretor que a paróquia provocaria uma bandalheira, decorrente do corte de lenha para o consumo das famílias que iriam construir suas moradas em volta da capela.
Naquela época, a lenha era o mais importante combustível para a fábrica (altos fornos de ferro), e o diretor não queria reparti-la com o populacho. Não seria a primeira vez que os moradores daquela localidade seriam oprimidos por líderes despóticos, como a história mostraria no futuro.
Disposto a impedir a construção da capela, Varnhagem discutiu o assunto com o bispo Dom Mateus Abreu Pereira, para quem enviou um abaixo-assinado contrário à criação da paróquia. O movimento, porém, foi em vão: em 22 de fevereiro de 1820, o bispo determinou o cumprimento da ordem do rei.
Contrariado, o diretor da fábrica passou a proibir o corte de lenha e iniciou perseguições aos moradores do local. Resultado: em pouco tempo a comunidade começou a debandar para outras cercanias, dentre elas o então "campo largo" (Araçoiaba da Serra), e os atuais bairros de Bacaetava e Bela Vista (esta última, antigo posto de parada de bandeirantes).
Muito embora Campo Largo tenha sido escolhido para a edificação da nova igreja em 30 de outubro de 1823, a inauguração da Matriz só ocorreu dois anos depois da autorização, em 11 de novembro de 1825.
Esta situação permaneceu durante 32 anos, como Campo Largo na condição de bairro de Sorocaba. A Lei de n.º 23, assinada pelo presidente da Província de São Paulo, em 1857, deu autonomia ao local, que ganhou a condição de município. O nome, Araçoiaba da Serra, veio mais tarde, em 30 de novembro de 1944, em homenagem ao morro de Araçoiaba (chamado pelos iperoenses de "Morro Ipanema"). Por ironia do destino, esse marco geográfico pertenceria exclusivamente ao futuro município de Iperó, para a tristeza daqueles cidadãos de Araçoiaba. Até hoje, é comum aos moradores de Araçoiaba se referirem tanto ao morro quanto à Fazenda Ipanema, ou mesmo ao parque florestal, como "patrimônios de Araçoiaba", o que nunca foi verdade.
Em 1927, a construção da Estrada de Ferro Sorocabana trouxe dezenas de famílias de operários ferroviários para as terras mais baixas (e menos valorizadas) do atual município de Iperó, doadas por fazendeiros locais, o que alterou profundamente a geografia humana do território.
Historicamente, enquanto as regiões de Bacaetava, Fazenda Ipanema e adjacências continuavam sob a influência política de Campo Largo, o novo núcleo ferroviário crescia sob influência do pujante Município de Boituva, cujo desenvolvimento sempre esteve associado ao movimento tropeirista. Esse movimento, ao contrário do que muitos acreditam, não foi importante em Iperó. Com uma economia agrária diversificada e com uma classe média formada por fazendeiros e comerciantes, não demoraria para que Boituva se desenvolvesse rapidamente.
Em 1937, o distrito de Boituva, pertencente ao município de Porto Feliz, é emancipado. Com isso, toda a área pertencente ao atual município de Iperó é anexado ao novo município de Boituva.
Em 1944, o núcleo ferroviário de Iperó (batizado à época como Vila de Santo Antônio, imortalizada na obra "Éramos Seis", de 1943, por Maria José Dupret) teve seu status alterado para Distrito de Paz, ainda vinculado ao município de Boituva.
Finalmente, no início dos anos 1960, iniciou-se um movimento popular, liderado por comerciantes e membros da igreja Católica da Vila de Santo Antonio, em favor da emancipação da Vila junto à Boituva.
Esse movimento deixou de ser atendido pelo governador Ademar de Barros, em 1963, por uma razão muito simples: a Constituição Estadual da época exigia a realização de um plebiscito, o que ainda não tinha sido feito pelos afoitos iperoenses.
Em 1964, finalmente é realizado um plebiscito no vilarejo, com ampla vitória pela emancipação.
Em 21 de março de 1965 é promulgada a lei estadual que emancipa o Município de Iperó. Esse novo município, formado originariamente pelo novo núcleo ferroviário, traz consigo as centenárias povoações da Fazenda Ipanema, bairro de Varnhagem e Bacaetava. Porém, até meados dos anos 1990, o antigo núcleo ferroviário não se preocupou em integrar-se com as regiões mais longínquas do município, até algumas personalidades do núcleo urbano de George Oetterer (nas imediações da antiga Fazenda Ipanema) iniciarem um novo movimento pela emancipação, sem sucesso.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Iperó, pelo Decreto-Lei Estadual n.º 14.334, de 30 de novembro de 1944, subordinado aos municípios de Boituva.
Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1950, o distrito de Iperó figura no município de Boituva.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1º de julho de 1960.
Elevado à categoria de município com a denominação de Iperó, pela Lei Estadual n.º 8.092, de 28 de fevereiro de 1964, desmembrado dos municípios de Boituva e Araçoiaba da Serra. Sede no antigo distrito de Iperó. Constituído de 2 distritos: Iperó e Bacaetava, o segundo desmembrado do município de Araçoiaba da Serra. Instalado em 21de março de 1965.
Em divisão territorial datada de 31 de dezembro de 1968, o município é constituído de 2 distritos: Iperó e Bacaetava.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2023.
Geografia
Localiza-se a uma latitude 23º21'01" Sul e a uma longitude 47º41'19" Oeste, estando a uma altitude de 590 metros. Possui uma área de 170,9 km².
Clima
Em Iperó, o verão é longo, quente, abafado, com precipitação e de céu quase encoberto; o inverno é curto, agradável e de céu quase sem nuvens. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 13 °C a 30 °C e raramente é inferior a 9 °C ou superior a 34 °C.
A melhor época do ano para visitar Iperó e realizar atividades de clima quente é do meio de abril ao fim de setembro.
A estação quente permanece por 4,3 meses, de 19 de novembro a 29 de março, com temperatura máxima média diária acima de 29 °C. O mês mais quente do ano em Iperó é fevereiro, com a máxima de 30 °C e mínima de 20 °C, em média.
A estação fresca permanece por 2,8 meses, de 15 de maio a 9 de agosto, com temperatura máxima diária em média abaixo de 25 °C. O mês mais frio do ano em Iperó é julho, com a mínima de 13 °C e máxima de 24 °C, em média.
Hidrografia
Compõem a hidrografia do município, os rios: Rio Sorocaba; Rio Sarapuí e Rio Ipanema.
Rodovias
As rodovias que atendem à cidade são: SP-280; Estrada Vicinal Iperó/Sorocaba; Estrada Vicinal Iperó/Boituva; Estrada Vicinal Iperó/Tatuí; Estrada Vicinal Iperó/Capela do Alto; Estrada Vicinal do Ipatinga George Oetterer/Sorocaba e Estrada Vicinal George Oetterer/Araçoiaba da Serra.
Ferrovias
As ferrovias que passam pela cidade são: Linha da Estrada de Ferro Sorocabana e FEPASA.
Economia
Iperó é um município de grande relevância na região que se destaca pela alta regularidade das vendas no ano e pelo elevado potencial de consumo.
De janeiro a março de 2025, foram registradas 983 admissões formais e 868 desligamentos, resultando em um saldo de 115 novos trabalhadores. Este desempenho é inferior ao do ano passado, quando o saldo foi de 251.
Até abril de 2025 houve registro de 21 novas empresas em Iperó, sendo que a maioria delas atua com estabelecimento fixo. Neste último mês, uma nova empresa se instalou na cidade. Este desempenho é menor que o do mês imediatamente anterior (4). No ano de 2024 inteiro, foram registradas 98 empresas.
Turismo
Floresta Nacional de Ipanema
Criada no dia 20 de maio de 1992 pelo Decreto Federal n.º 530, a Floresta Nacional de Ipanema é uma Unidade de Conservação Federal, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio, ligado ao Ministério do Meio Ambiente. Localizada a 120 km da cidade de São Paulo e abrangendo parte dos municípios de Iperó, Araçoiaba da Serra e Capela do Alto, sua criação inseriu-se no contexto da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Eco-92, e seu aniversário de 20 anos coincide com a Conferência Rio+20. A missão da Flona de Ipanema é proteger, conservar e restaurar os remanescentes de vegetação nativa do domínio de Mata Atlântica, especialmente o Morro Araçoiaba, e seus ambientes associados, seus atributos naturais, históricos e culturais, promover o manejo florestal, o uso público e ser referência em integração socioambiental, pesquisa e disseminação de conhecimentos. Abrigando hoje cerca de 75 espécies de mamíferos, 354 espécies de aves, 27 espécies de répteis, 38 espécies de anfíbios e 37 espécies de peixes, a heterogeneidade ambiental da Floresta Nacional de Ipanema ganha maior importância por se situar numa área de tensão ecológica, entre Cerrado e Mata Atlântica. A Flona também guarda testemunhos da história, com sítios arqueológicos anteriores à chegada dos colonizadores, que estão protegidos pela mata densa do Morro Araçoiaba, um fenômeno geológico, de formação vulcânica, com grande diversidade mineral, sendo a magnetita o minério predominante é utilizado para a fabricação de ferro na Real Fábrica de Ferro São João de Ipanema, criada por D. João VI, em 1810, mas conhecida desde o século XVI, quando a expedição de Afonso Sardinha e seu filho resultou na construção de duas forjas, em 1589, reconhecidas pela Associação Mundial de Produtores de Aço como a primeira tentativa de fabricação de ferro em solo americano. Desde 2009 a Flona de Ipanema abriga as instalações da Academia Nacional da Biodiversidade - Acadebio.
Balonismo
Inaugurado em setembro de 2016, o Centro Nacional de Balonismo Iperó (CNBI), localiza-se na Vila Santo Antônio, onde funcionava uma antiga Oficina de solda de trilhos e fica a 120 km de distância da capital São Paulo. Com uma área de 60.000 m2, o CNBI possibilita a decolagem de vários balões simultaneamente. Além dos voos diários, vários eventos e festivais acontecem no local ao longo do ano.
Estação Ferroviária Santo Antônio
A Estação abriga histórias de idas e vindas, além de ter sido um ponto de passagem importante para quem viajou pelos trilhos paulistas. A escadaria do local é o caminho para uma volta ao passado, um tempo em que os trens cortavam os trilhos trazendo o progresso para o interior. A estação de Iperó já foi uma das maiores do Estado. São 1.700 metros quadrados de história. O prédio foi inaugurado em 1928, quando Iperó era ainda um bairro, chamado Santo Antônio, que deu nome à estação. O lugar viveu muitos dias de glória, mas também de decadência.O prédio virou patrimônio de Iperó. Depois de dois anos de um longo trabalho de restauração, o prédio voltou a ser exatamente como era. Na década de 1960, o auge do transporte de trens de passageiros, mais de 200 mil pessoas chegaram a circular na estação de Iperó.
Iperó sedia o Centro Experimental Aramar, da Marinha do Brasil, e a Floresta Nacional de Ipanema vinculada ao ICMBio, onde abriga a antiga Real Fábrica de Ferro de Ipanema de 1810.
Toponímia
Conforme Eduardo Navarro em seu Dicionário de Tupi Antigo (2013), Iperó vem de peroba, árvore de boa madeira, endêmica da Mata Atlântica. Peroba, por sua vez, vem de ypé + rob + a, que significa casca amarga: ypé, casca (de árvore), rob, amargo, -a, o sufixo substantivador.
A origem do nome Iperó é controvertida mas é provável que advenha da etnia tupiniquim, responsável pela colonização do território antes da vinda dos colonizadores europeus (século XVI). Dessa forma, Iperó pode ter portugueses ("Perós") no nome.
Essa versão é reforçada pela existência do Rio Iperozinho, importante afluente do Rio Sorocaba, onde foi instalada a Real Fábrica de Ferro de São João de Ipanema, a mando do governador-geral Mem de Sá.
Na época do regime militar (1964-1985), logo após a emancipação política da cidade, um boato espalhado a partir do colégio EEPSG "Dr. Gaspar Ricardo Júnior" disseminou a versão (jamais confirmada) de que Iperó significaria "águas profundas e revoltas".
Muito embora exista uma famosa praia turística no estado do Rio de Janeiro (Cabo Frio) chamada de "Dunas do Peró", e cujo significado é incontroversamente atribuído ao nome que os índios locais denominam os portugueses ("perós"), nenhuma versão do nome Iperó foi ainda reconhecida pela historiografia brasileira.
História
Um ponto que é marco da história é a Fundição Ipanema, berço da industrialização no Brasil.
O território atual de Iperó está situado na antiga região em que a polêmica ordem do Rei Dom João VI, em 19 de agosto de 1817, criou a paróquia de São João Batista da Fábrica de Ferro de Ipanema. Por essa ordem régia, determinou-se a construção de uma capela onde hoje se situa a Fazenda Ipanema.
A iniciativa real provocou a ira do diretor da fábrica, Frederico Luiz Guilherme Varnhagen (pai de um grande historiador brasileiro, Francisco Adolfo de Varnhagen, o iperoense mais ilustre da história), que entendeu ser inconveniente a presença de uma igreja e, por consequência, de uma comunidade nas imediações de Ipanema. Na verdade, acreditava o diretor que a paróquia provocaria uma bandalheira, decorrente do corte de lenha para o consumo das famílias que iriam construir suas moradas em volta da capela.
Naquela época, a lenha era o mais importante combustível para a fábrica (altos fornos de ferro), e o diretor não queria reparti-la com o populacho. Não seria a primeira vez que os moradores daquela localidade seriam oprimidos por líderes despóticos, como a história mostraria no futuro.
Disposto a impedir a construção da capela, Varnhagem discutiu o assunto com o bispo Dom Mateus Abreu Pereira, para quem enviou um abaixo-assinado contrário à criação da paróquia. O movimento, porém, foi em vão: em 22 de fevereiro de 1820, o bispo determinou o cumprimento da ordem do rei.
Contrariado, o diretor da fábrica passou a proibir o corte de lenha e iniciou perseguições aos moradores do local. Resultado: em pouco tempo a comunidade começou a debandar para outras cercanias, dentre elas o então "campo largo" (Araçoiaba da Serra), e os atuais bairros de Bacaetava e Bela Vista (esta última, antigo posto de parada de bandeirantes).
Muito embora Campo Largo tenha sido escolhido para a edificação da nova igreja em 30 de outubro de 1823, a inauguração da Matriz só ocorreu dois anos depois da autorização, em 11 de novembro de 1825.
Esta situação permaneceu durante 32 anos, como Campo Largo na condição de bairro de Sorocaba. A Lei de n.º 23, assinada pelo presidente da Província de São Paulo, em 1857, deu autonomia ao local, que ganhou a condição de município. O nome, Araçoiaba da Serra, veio mais tarde, em 30 de novembro de 1944, em homenagem ao morro de Araçoiaba (chamado pelos iperoenses de "Morro Ipanema"). Por ironia do destino, esse marco geográfico pertenceria exclusivamente ao futuro município de Iperó, para a tristeza daqueles cidadãos de Araçoiaba. Até hoje, é comum aos moradores de Araçoiaba se referirem tanto ao morro quanto à Fazenda Ipanema, ou mesmo ao parque florestal, como "patrimônios de Araçoiaba", o que nunca foi verdade.
Em 1927, a construção da Estrada de Ferro Sorocabana trouxe dezenas de famílias de operários ferroviários para as terras mais baixas (e menos valorizadas) do atual município de Iperó, doadas por fazendeiros locais, o que alterou profundamente a geografia humana do território.
Historicamente, enquanto as regiões de Bacaetava, Fazenda Ipanema e adjacências continuavam sob a influência política de Campo Largo, o novo núcleo ferroviário crescia sob influência do pujante Município de Boituva, cujo desenvolvimento sempre esteve associado ao movimento tropeirista. Esse movimento, ao contrário do que muitos acreditam, não foi importante em Iperó. Com uma economia agrária diversificada e com uma classe média formada por fazendeiros e comerciantes, não demoraria para que Boituva se desenvolvesse rapidamente.
Em 1937, o distrito de Boituva, pertencente ao município de Porto Feliz, é emancipado. Com isso, toda a área pertencente ao atual município de Iperó é anexado ao novo município de Boituva.
Em 1944, o núcleo ferroviário de Iperó (batizado à época como Vila de Santo Antônio, imortalizada na obra "Éramos Seis", de 1943, por Maria José Dupret) teve seu status alterado para Distrito de Paz, ainda vinculado ao município de Boituva.
Finalmente, no início dos anos 1960, iniciou-se um movimento popular, liderado por comerciantes e membros da igreja Católica da Vila de Santo Antonio, em favor da emancipação da Vila junto à Boituva.
Esse movimento deixou de ser atendido pelo governador Ademar de Barros, em 1963, por uma razão muito simples: a Constituição Estadual da época exigia a realização de um plebiscito, o que ainda não tinha sido feito pelos afoitos iperoenses.
Em 1964, finalmente é realizado um plebiscito no vilarejo, com ampla vitória pela emancipação.
Em 21 de março de 1965 é promulgada a lei estadual que emancipa o Município de Iperó. Esse novo município, formado originariamente pelo novo núcleo ferroviário, traz consigo as centenárias povoações da Fazenda Ipanema, bairro de Varnhagem e Bacaetava. Porém, até meados dos anos 1990, o antigo núcleo ferroviário não se preocupou em integrar-se com as regiões mais longínquas do município, até algumas personalidades do núcleo urbano de George Oetterer (nas imediações da antiga Fazenda Ipanema) iniciarem um novo movimento pela emancipação, sem sucesso.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Iperó, pelo Decreto-Lei Estadual n.º 14.334, de 30 de novembro de 1944, subordinado aos municípios de Boituva.
Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1950, o distrito de Iperó figura no município de Boituva.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1º de julho de 1960.
Elevado à categoria de município com a denominação de Iperó, pela Lei Estadual n.º 8.092, de 28 de fevereiro de 1964, desmembrado dos municípios de Boituva e Araçoiaba da Serra. Sede no antigo distrito de Iperó. Constituído de 2 distritos: Iperó e Bacaetava, o segundo desmembrado do município de Araçoiaba da Serra. Instalado em 21de março de 1965.
Em divisão territorial datada de 31 de dezembro de 1968, o município é constituído de 2 distritos: Iperó e Bacaetava.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2023.
Geografia
Localiza-se a uma latitude 23º21'01" Sul e a uma longitude 47º41'19" Oeste, estando a uma altitude de 590 metros. Possui uma área de 170,9 km².
Clima
Em Iperó, o verão é longo, quente, abafado, com precipitação e de céu quase encoberto; o inverno é curto, agradável e de céu quase sem nuvens. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 13 °C a 30 °C e raramente é inferior a 9 °C ou superior a 34 °C.
A melhor época do ano para visitar Iperó e realizar atividades de clima quente é do meio de abril ao fim de setembro.
A estação quente permanece por 4,3 meses, de 19 de novembro a 29 de março, com temperatura máxima média diária acima de 29 °C. O mês mais quente do ano em Iperó é fevereiro, com a máxima de 30 °C e mínima de 20 °C, em média.
A estação fresca permanece por 2,8 meses, de 15 de maio a 9 de agosto, com temperatura máxima diária em média abaixo de 25 °C. O mês mais frio do ano em Iperó é julho, com a mínima de 13 °C e máxima de 24 °C, em média.
Hidrografia
Compõem a hidrografia do município, os rios: Rio Sorocaba; Rio Sarapuí e Rio Ipanema.
Rodovias
As rodovias que atendem à cidade são: SP-280; Estrada Vicinal Iperó/Sorocaba; Estrada Vicinal Iperó/Boituva; Estrada Vicinal Iperó/Tatuí; Estrada Vicinal Iperó/Capela do Alto; Estrada Vicinal do Ipatinga George Oetterer/Sorocaba e Estrada Vicinal George Oetterer/Araçoiaba da Serra.
Ferrovias
As ferrovias que passam pela cidade são: Linha da Estrada de Ferro Sorocabana e FEPASA.
Economia
Iperó é um município de grande relevância na região que se destaca pela alta regularidade das vendas no ano e pelo elevado potencial de consumo.
De janeiro a março de 2025, foram registradas 983 admissões formais e 868 desligamentos, resultando em um saldo de 115 novos trabalhadores. Este desempenho é inferior ao do ano passado, quando o saldo foi de 251.
Até abril de 2025 houve registro de 21 novas empresas em Iperó, sendo que a maioria delas atua com estabelecimento fixo. Neste último mês, uma nova empresa se instalou na cidade. Este desempenho é menor que o do mês imediatamente anterior (4). No ano de 2024 inteiro, foram registradas 98 empresas.
Turismo
Floresta Nacional de Ipanema
Criada no dia 20 de maio de 1992 pelo Decreto Federal n.º 530, a Floresta Nacional de Ipanema é uma Unidade de Conservação Federal, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio, ligado ao Ministério do Meio Ambiente. Localizada a 120 km da cidade de São Paulo e abrangendo parte dos municípios de Iperó, Araçoiaba da Serra e Capela do Alto, sua criação inseriu-se no contexto da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Eco-92, e seu aniversário de 20 anos coincide com a Conferência Rio+20. A missão da Flona de Ipanema é proteger, conservar e restaurar os remanescentes de vegetação nativa do domínio de Mata Atlântica, especialmente o Morro Araçoiaba, e seus ambientes associados, seus atributos naturais, históricos e culturais, promover o manejo florestal, o uso público e ser referência em integração socioambiental, pesquisa e disseminação de conhecimentos. Abrigando hoje cerca de 75 espécies de mamíferos, 354 espécies de aves, 27 espécies de répteis, 38 espécies de anfíbios e 37 espécies de peixes, a heterogeneidade ambiental da Floresta Nacional de Ipanema ganha maior importância por se situar numa área de tensão ecológica, entre Cerrado e Mata Atlântica. A Flona também guarda testemunhos da história, com sítios arqueológicos anteriores à chegada dos colonizadores, que estão protegidos pela mata densa do Morro Araçoiaba, um fenômeno geológico, de formação vulcânica, com grande diversidade mineral, sendo a magnetita o minério predominante é utilizado para a fabricação de ferro na Real Fábrica de Ferro São João de Ipanema, criada por D. João VI, em 1810, mas conhecida desde o século XVI, quando a expedição de Afonso Sardinha e seu filho resultou na construção de duas forjas, em 1589, reconhecidas pela Associação Mundial de Produtores de Aço como a primeira tentativa de fabricação de ferro em solo americano. Desde 2009 a Flona de Ipanema abriga as instalações da Academia Nacional da Biodiversidade - Acadebio.
Balonismo
Inaugurado em setembro de 2016, o Centro Nacional de Balonismo Iperó (CNBI), localiza-se na Vila Santo Antônio, onde funcionava uma antiga Oficina de solda de trilhos e fica a 120 km de distância da capital São Paulo. Com uma área de 60.000 m2, o CNBI possibilita a decolagem de vários balões simultaneamente. Além dos voos diários, vários eventos e festivais acontecem no local ao longo do ano.
Estação Ferroviária Santo Antônio
A Estação abriga histórias de idas e vindas, além de ter sido um ponto de passagem importante para quem viajou pelos trilhos paulistas. A escadaria do local é o caminho para uma volta ao passado, um tempo em que os trens cortavam os trilhos trazendo o progresso para o interior. A estação de Iperó já foi uma das maiores do Estado. São 1.700 metros quadrados de história. O prédio foi inaugurado em 1928, quando Iperó era ainda um bairro, chamado Santo Antônio, que deu nome à estação. O lugar viveu muitos dias de glória, mas também de decadência.O prédio virou patrimônio de Iperó. Depois de dois anos de um longo trabalho de restauração, o prédio voltou a ser exatamente como era. Na década de 1960, o auge do transporte de trens de passageiros, mais de 200 mil pessoas chegaram a circular na estação de Iperó.
Referências para o texto: Wikipédia ; Weather
Spark ; Caravela
; Site da Prefeitura Municipal
; IBGE .