quarta-feira, 13 de agosto de 2025

CAPELINHA - MINAS GERAIS

Capelinha é um município brasileiro no interior do estado de Minas Gerais, Região Sudeste do país. Localiza-se no Vale do Jequitinhonha e sua população em 2022 foi recenseada em 39.626 habitantes. Exerce uma polarização econômica, educacional, cultural, empresarial e esportiva sobre os municípios próximos, constituindo a área mais ocupada demograficamente do Vale do Jequitinhonha. A povoação se iniciou em 1812, a partir da construção da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Graça por Feliciano Luiz Pego. 
Possui um microclima frio em relação ao resto do Vale do Jequitinhonha, seu ponto mais alto atinge os 1200 metros de altitude na Serra da Noruega e a sede urbana se localiza a 900 metros de altitude, fato que contribui para as constantes geadas e dias gélidos no inverno. No Século XX, um historiador suíço que esteve na cidade, denominou-a em um relato como a "Suíça Brasileira", em plena referência ao seu clima. 
Capelinha sempre evidenciou-se pela produção agrícola. A partir da década de 1970 começou a receber investimentos em plantio de eucalipto pela Acesita Energética, atual Aperam South America que hoje mantém no município a maior floresta artificial do Planeta, produzindo bioenergia à base do eucalipto. Na área de cafeicultura, se consolidou nas últimas décadas como um auspicioso parque cafeeiro nacional, polarizando eventos, seminários e encontros nacionais de cafeicultores. Cerca de 90% do café originário de Capelinha é exportado para os Estados Unidos e Europa. O setor porém, já representou mais à economia da cidade. 
A cidade vem alçando vertiginoso destaque no estado de Minas Gerais. Verifica-se na cidade um amplo crescimento econômico, justificado especialmente pelo crescimento demográfico e extensas complementações econômicas, como o aeroporto de Capelinha, um campus da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)[9] o IFNMG, o Distrito Industrial e a expansão urbanística caracterizada pela criação de novos bairros planejados. 
História
A história de Capelinha remonta-nos ao ano de 1808, quando Manoel Luís Pego, um descendente de portugueses, instalou-se às margens do Córrego Areão, que corta o centro da cidade, Manoel Luís Pego fora designado pelo Rei de Portugal D. João VI a desapropriar e expulsar os índios da região do Vale do Jequitinhonha a fim de criar para o Governo Imperial fazendas agropecuárias. Manoel Luís Pego começou a ser perseguido pelos índios da Tribo Aranãs, pertencente aos índios Aranã, por tentar expulsá-los de suas terras. Em 1808, fugido dos índios, se instalou às margens do córrego. 
Após a morte de Manoel Luís Pego, seu filho, Feliciano Luís Pego construiu uma pequena capela dedicada à Nossa Senhora da Graça. Em torno da capela formou-se gradualmente um vilarejo, composto por pessoas de vilas vizinhas que migravam à cidade em busca de terras férteis e lavradias.
A decadência da mineração em Minas Gerais, ao final do século XVIII, foi um dos fatores que desencadearam a expansão do povoamento do território mineiro. Assim, no limiar do século XIX, muitos eram os que vendiam parte de seus escravos na região de Minas Novas para se internarem pelas matas nas adjacências de Alto dos Bois e vales dos rios Doce e Mucuri, com o objetivo de aí se estabelecerem com fazendas de criação de gado e lavouras em geral.
Em 1801, Manuel Luiz Pego se instalou nas proximidades de um córrego localizado no atual município de Capelinha e que hoje tem o seu nome. As terras que pretendia ocupar, em uma grande extensão, faziam limites com outras terras ocupadas pelos temíveis índios Botocudos, amplamente espalhados pelo vale do rio Doce. Em 1808, estando no Brasil, D. João VI (rei de Portugal) instituiu uma lei declaratória de guerra ofensiva contra a nação dos índios Botocudos, com a finalidade de exterminá-los e explorar as riquezas existentes em suas terras. Para tanto o rei criou Divisões Militares em todo o vale do rio Doce e perseguiu cruelmente as tribos. Acuados, os índios debandaram-se em direção principalmente do Mucuri e Jequitinhonha. Nessa sua fuga, por onde passavam vingavam-se dos colonos, ora tirando-lhes a vida e a de seus familiares, ora incendiando roças e pastos. Manuel Luiz Pego, ao tomar conhecimento dessa debandada dos índios, retirou-se da fazenda há pouco estabelecida e, juntamente com os familiares e amigos, instalou-se às margens do córrego Areão, exatamente onde se encontra hoje a cidade de Capelinha.
 Após a morte de Manuel Luiz, provavelmente em 1812, seu filho Feliciano Luiz Pego recebeu por herança a fazenda do córrego Areão. Nesse mesmo ano, mandou construir uma humilde capela dedicada a Nossa Senhora da Graça. As pessoas da região começaram então a denominar a fazenda de Capelinha de Nossa Senhora da Graça ou Senhora da Graça da Capelinha. Muitos moradores foram se mudando para as proximidades, fazendo nascer o arraial, que se desmembrou de Minas Novas, pela Lei n.º 566, de 30 de agosto de 1911. A instalação do município, porém, só se deu a 24 de fevereiro de 1913, daí ser esta a data máxima que se comemora em Capelinha. Não havia nessa ocasião o regime de Prefeituras, só instituído em 1930 por Getúlio Vargas, e os municípios eram administrados por um Agente Executivo Municipal. O primeiro Agente Executivo foi o senhor Antônio Pimenta de Figueiredo. O primeiro Prefeito Municipal, nomeado após a Revolução de 1930, foi o senhor Jacinto José Ribeiro.
O município de Capelinha localiza-se na região nordeste de Minas, no Vale do Jequitinhonha, tendo como base econômica a agricultura e o comércio. Seu principal produto de exportação é o café. Capelinha polariza uma microrregião constituída dos municípios de Minas Novas, Leme do Prado, Berilo, Chapada do Norte, Francisco Badaró, Turmalina, Veredinha, Itamarandiba, Carbonita, Aricanduva, Água Boa, e Angelândia. É sede da 37.ª Delegacia Regional de Segurança Pública, de residência do DER e Escritório Regional da EMATER.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Capelinha, pela Lei Provincial n.º 899, de 04-06- 1858, e Lei Estadual n.º 2, de 14 de setembro de 1891, subordinado ao município de Minas Novas.
Elevado à categoria de município com a denominação de Capelinha, pela Lei Estadual n.º 556, de 30 de agosto de 1911, desmembrado do município de Minas Novas. Sede no antigo distrito de Capelinha. Constituído de 2 distritos: Capelinha e Água Boa, ambos desmembrados do município Minas Novas. Instalado em 24 de fevereiro de 1913.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 2 distritos: Capelinha e Água Boa.
Assim em divisões territoriais datadas de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937.
Pelo Decreto-Lei Estadual n.º 148, de 17 de dezembro de 1938, o município de Capelinha adquiriu para o distrito se Água Boa, parte do território do município de Santa Maria do Suassuí.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município permanece constituído de dois distritos de Capelinha e Água Boa.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1º de julho de 1950.
Pela Lei Estadual n.º 1.039, de 12 de dezembro de 1953, é desmembrado do município de Capelinha o distrito de Água Boa. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1960, o município é constituído do distrito sede. 
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 31 de dezembro de 1971.
Pela Lei Estadual n.º 6.769, de 13 de maio de 1976, é criado o distrito de Vila dos Anjos e anexado ao município de Capelinha.
Em divisão territorial datada de 1º de janeiro de 1979, o município é constituído de 2 distritos: Capelinha e Vila dos Anjos.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1993.
Pela Lei Estadual n.º 12.030, de 21 de dezembro de 1995, é desmembrado do município de Capelinha o distrito de Vila dos Anjos. Elevado à categoria de município com a denominação de Angelândia.
Em divisão territorial datada de 2017, o município é constituído de 5 distritos: Capelinha, Bom Jesus do Galego, Chapadinha do Ipê, Ponte Nova de Capelinha e São Caetano da Serra.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2023. 
Toponímia
A origem do nome provém do início do povoamento do vilarejo. Descendente de europeus e dono de fortes crenças católicas, Manoel Luís Pego, após a sua morte deixou a seu filho a tarefa de construir uma capela de Nossa Senhora da Graça, assim edificada, a pequena capela de Nossa Senhora da Graça, passou a ser denominada pelas povoações próximas pelo nome "Capelinha de Nossa Senhora da Graça". 
Ao longo dos anos, na data de emancipação político-administrativa, em 1913, o povoamento já era popularmente conhecido como "Capelinha". 
Geografia
O município pertence à Região Geográfica Imediata de Capelinha e à Região Geográfica Intermediária de Teófilo Otoni. Está localizado na microrregião de Capelinha que, por sua vez, faz parte da mesorregião do Jequitinhonha. 
Localizada a mais de 900 metros de altitude, é famosa pelo intenso frio no inverno, o que atrai relativo número de turistas em sua principal festa, o Capelinhense Ausente. 
Clima
Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) coletados na estação meteorológica automática da cidade, instalada em 31 de agosto de 2007, a menor temperatura registrada em Capelinha foi de 4 °C em 20 de maio de 2022, e a maior atingiu 37,6 °C em 18 de novembro de 2023, durante uma onda de calor intensa. O maior acumulado de precipitação em 24 horas, por sua vez, foi de 180,4 milímetros (mm) em 17 de dezembro de 2013. Esse mesmo mês, dezembro de 2013, foi o mês de maior precipitação, com 930 mm acumulados.
Educação
Capelinha tem se consolidado como um importante polo educacional no Vale do Jequitinhonha, destacando-se por seus índices positivos no setor. De acordo com dados do Índice de Oportunidades da Educação Brasileira (IOEB), elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), o município ocupa a 66ª posição no ranking nacional da educação, firmando-se como uma referência na área. 
Educação Básica 
Na educação básica, o município também se destaca. O Colégio Vencer, integrante da Rede Bernoulli de Ensino, é reconhecido como o melhor colégio privado do Vale do Jequitinhonha, com as melhores médias no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Já na rede pública, três escolas se sobressaem: 
- Escola Estadual Doutor Juscelino Barbosa: destaca-se no Ensino Fundamental I. 
- Escola Estadual Rosarinha Pimentinha: apresenta excelentes resultados no Ensino Infantil e Fundamental II. 
- Escola Estadual Professor Antônio Lago: referência no Ensino Médio, com altos índices de aprovação. 
Ensino Superior 
No ensino superior, Capelinha oferece uma diversidade de opções. O Campus Avançado do IFNMG (Instituto Federal do Norte de Minas Gerais) disponibiliza o curso de Agropecuária. Além disso, o Campus Capelinha da AlfaUnipac, instituição de ensino superior privada, oferece o curso de Direito, que possui conceito 5 no MEC (Ministério da Educação). A cidade também conta com cursos de graduação gratuitos por meio da Universidade Aberta do Brasil (UAB), em parceria com renomadas instituições como a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). 
Economia
As principais atividades econômicas desenvolvidas em Capelinha são o cultivo de café, feijão e milho, além de fruticultura e olericultura
Capelinha é um município de grande relevância na região que se destaca pela alta regularidade das vendas no ano. O pequeno número de novas oportunidades claras de negócios e o baixo potencial de consumo são os pontos de atenção.
De janeiro a fevereiro de 2025, foram registradas 2,1 mil admissões formais e 876 desligamentos, resultando em um saldo positivo de 1238 novos trabalhadores. Este desempenho é superior ao do ano passado, quando o saldo foi de 37.
Até março de 2025 houve registro de 47 novas empresas em Capelinha, sendo que 8 atuam pela internet. Neste último mês, 11 novas empresas se instalaram, sendo 2 com atuação pela internet. Este desempenho é menor que o do mês imediatamente anterior (24). No ano de 2024 inteiro, foram registradas 108 empresas.
Referências para o texto: Wikipédia ; Caravela ; IBGE .