Corumbá é um município da Região Centro-Oeste do Brasil, situado no estado de Mato Grosso do Sul.
É uma das mais antigas cidades conservadas deste Estado considerando a data de fundação do Forte Coimbra de 13 de setembro de 1775. A criação da cidade de Santiago de Xerez de 1593
e das instalações de povoações jesuíticas da ocupação espanhola mesmo
anteriores ao forte foram destruídas por bandeirantes luso-paulistas,
mas com Camapuã ainda existente atualmente construída em 1650. E as
disputas por território entre portugueses e espanhóis estão na origem da
cidade cujo primeiro vilarejo surgiu em 1778, com o nome de Vila de Nossa Senhora da Conceição de Albuquerque, fundada pelo sargento-mor Marcelino Rois Camponês, a mando do Governador da Capitania de Mato Grosso, o Capitão-General Luís de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres.
A cidade sempre foi muito estratégica regionalmente para a entrada das
mercadorias europeias e sua localização, após a serra de Albuquerque
(que finaliza o Pantanal ao sul), no último trecho facilmente navegável
do Rio Paraguai para embarcações de maior calado e a beira do Pantanal,
que lhe garantiu um rápido e rico crescimento entre o final do século XIX e começo do século XX, quando a borracha da Amazônia passou também a ser exportada por ali. Era também um importante entreposto fluvial de Cuiabá e Cáceres,
ambas importantes centros fluviais da região numa época em que só se
chegava a Corumbá pelo rio, o que fez com que fosse centralizado
temporariamente ali o parlamento estadual (nessa época por pouco Corumbá não foi a capital do estado).
É o mais importante porto do estado de Mato Grosso do Sul e um dos
mais importantes portos fluviais do Brasil e do mundo. Situada na margem
esquerda do rio Paraguai e também na tríplice fronteira entre o Brasil, o Paraguai e a Bolívia, Corumbá é considerada o primeiro pólo de desenvolvimento da região.
História
A etimologia do topônimo Corumbá origina-se do termo "curiba", que segundo os dicionários Nhêengatu reportam ao que tem volume e é úmido. As serras do grupo Jacadigo, que se distribuem em partes brasileira e boliviana, o Maciço do Urucum sendo uma delas, tendo as mais altas do Mato Grosso do Sul, são conhecidas por serem grandes volumes de onde se brota água. Segundo Campestrini e Guimarães apud Isquerdo, o Almirante Leverger, governador de Mato Grosso e Barão de Melgaço, em seus escritos, chama Corumbá a parte setentrional das serras Albuquerque (Jacadigo).
Origens - Dos registros arqueológicos e conhecimentos que se tem sobre o Pantanal, sabe-se que foi povoado por grupos indígenas das línguas Arawak, Guaicuru, Jê, Macro-Jê, Tupi Guarani e Zamuco. Sítios arqueológicos registram a presença dos povos indígenas que ocupavam a região antes da colonização. A diversidade de sítios, tanto de habitação, quanto de cemitérios, revela culturas amazônicas, da platina e do chaco.
No século XVIII, visando a um tratado de limites existente, foi fundado pelos espanhóis em 1774 um povoado na foz de Ipané. Em 13 de setembro de 1775 foi oficialmente fundado o Forte Coimbra para a defesa da região. Em 21 de setembro de 1778, efetuou-se a ocupação do local onde se localiza atualmente Corumbá (Em 2 de setembro o local onde se encontra atualmente Ladário começou a ser povoado). Nessa mesma data, a mando do Governador da Capitania de Mato Grosso (o Capitão-General Luís de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres), o sargento-mor Marcelino Rois Camponês, que comandava uma expedição militar, adquiriu a posse da região para a Coroa Portuguesa, fundando o local e batiza de 1878, pela lei nº 525, é elevada à categoria de cidade. Já no fim do século XIX, o porto fluvial de Corumbá era o terceiro maior da América Latina e movimentava pelos vapores da rota Europa/Brasil o comércio de peles, charques e outras riquezas da região.
Construções históricas - Do ponto de vista urbanístico, não tem nenhuma semelhança com as antigas cidades brasileiras (onde predominam o romântico estilo colonial português). Sua arquitetura foi erguido pelos comerciantes e é baseada em art nouveau e no neoclássico italiano, sendo o mesmo estilo existente na parte central de Assunção, nos subúrbios antigos de Buenos Aires, nas cidades do interior do Uruguai e na maioria das cidades gaúchas da Campanha. Em razão disso, tem características de uma cidade platina dentro do Brasil. Atualmente a arquitetura corumbaense mescla o antigo e o moderno. A cada dia surgem novas e modernas edificações no município, que é dividido em três setores: o centro, a parte baixa, no beira rio, e a parte alta, após os trilhos da Rede Ferroviária e próxima as morrarias.
Corumbá possui uma arquitetura de época que procurava soluções mais baratas, sendo que vários edifícios que sofreram influência eclética. Sendo um misto de várias referências de época, possuía casarões com estrutura metálica e paredes de pedra (alguns dispondo no começo do século de elevadores hidráulicos e banheiras nos pavimentos superiores e banheira que eram enchidas com água trazida do rio ali na frente). Havia telhados com quatro águas, sacadas apoiadas por consolos ou cachorros, platibandas com balaústres. Possuía também elementos decorativos que ficavam na fachada frontal que compunha uma linguagem de arquitetura de forte influência histórica europeia.
Economia
Importância no Brasil e no mundo - Economicamente Corumbá já foi bem mais importante que hoje. Possuía o maior porto fluvial da América Latina e o terceiro maior de um modo geral, além de já ter sido também o principal e mais importante centro comercial da região Centro-Oeste entre 1880 e 1930. A cidade é considerada o embrião do Mercosul, pois foi a primeira a manter relações comerciais com países vizinhos, em especial Paraguai e Argentina. A retomada do desenvolvimento econômico começa a ganhar visibilidade. Com mais de 230 anos, a cidade prepara-se para um grande surto de crescimento com a implantação de seis megaprojetos: a volta do Trem do Pantanal, a pavimentação da rodovia Santa Cruz-Corumbá, a construção da Termopantanal, a construção do Polo Minero Siderúrgico, a hidrovia do Paraguai e a conclusão do gasoduto Bolívia-Brasil, entre outros investimentos de grupos empresariais que prometem alavancar a economia local. A América Latina, com a função de mercado especializado, teve um papel fundamental como região de fornecimento de matérias-primas e produtos coloniais (açúcar, café, tabaco, algodão, entre outros). A bacia platina, por impulso das relações dinâmicas do mercado importador-exportador, despertou um processo de ocupação e conquistas de suas fronteiras internas (tanto que, em 1912, o presidente de Mato Grosso declarou que grande área da província se encontrava desocupada e que havia necessidade de braços para a lavoura). Corumbá, por ser economicamente vulnerável, tornou-se permeável de todo tipo de influência externa, tanto econômica, quanto político, cultural e social. No pós-guerra de 1945, a repercussão do contexto global manifestou-se na pecuária, através de investimentos de produtores rurais regionais, substituindo os investidores estrangeiros, e dessa maneira pôde-se passar a exportar carne (seca e salgada) bovina através da Bacia do Prata para os Estados Unidos e Europa (especialmente Reino Unido).
A inclusão de Corumbá nos circuitos comerciais e produtivos globais ocorre a partir da conjuntura que é marcada pela crise industrial desenvolvimentista e aposta na dotação da economia nacional e estadual. Nesse contexto, a redefinição dos meios de transporte, a reestruturação do sistema produtivo e a ligação com os países dos diversos blocos regionais lhe conferem uma maior capacidade. O processo de globalização reativa a competição entre os territórios para a captação de capitais, informações e fluxos de bens, que circulam em volumes cada vez maiores no espaço econômico mundial. Apesar do conjunto de fatores favoráveis para a potencialização de seu desenvolvimento, marcou passo ao longo da sua história caracterizando-se por ciclos econômicos intermitentes, que ora a colocou na condição de centro e ora na condição de periferia. E ao longo dos tempos não houve diretrizes locais, estaduais e nacionais que possibilitaram iniciar um processo de desenvolvimento sustentável que fizesse a cidade romper com o problema da estagnação sócio-econômica que por consequência lhe trouxe a condição de cidade periférica, apesar da arrecadação captada em função de sua importância central e histórica para o Brasil, de patrimônio natural da humanidade e reserva da biosfera e das obrigações em função desse status, que era ambicionado por outras regiões de Mato Grosso do Sul. E a forma geográfica como Corumbá tem-se inserido na dinâmica territorial nacional ora reproduz um espaço de relevância central, podendo ser exemplificado com alguns objetos espaciais (Bioma Pantanal, Patrimônio Histórico Nacional, eixos de acesso ferroviário, rodoviário e fluvial além do transporte aéreo, Maciço do Urucum, onde se localizam importantes jazidas de minério de ferro e manganês), e ora reproduz um longínquo posto fronteiriço inserida às atividades ilícitas e sem diretrizes para o seu desenvolvimento, determina a sua real importância nacional.
Essas novas fronteiras acabam por determinar espaços e definir as posições entre ricos e pobres, dominantes e dominados, industrializados e periféricos. Dessa maneira, aumentaram as especializações económicas de periferia (especializações referentes aos ciclos de exploração que fez algumas regiões isoladas do Brasil e América Latina conheceram a prosperidade, chegando a ostentar sinais evidentes de riqueza), com a manutenção das atividades tradicionais, é uma das razões do fracasso da industrialização em regiões periféricas, considerando o estabelecimento da divisão internacional do mercado. Uma dos grandes feitos do capitalismo imperial na América Latina foi a demarcação dos espaços fronteiriços para poder usar toda a infraestrutura viária disponível para expandir o mercado. Dessa forma, incorpora-se econômica e territorialmente esses mercados. O desenvolvimento do capitalismo acabou iniciando um processo de relações centro-periferia. O desenvolvimento do processo produtivo local tem ligação com o movimento global do sistema capitalista na América do Sul, focalizando o Brasil e os outros países incluídos no bloco regional do Mercosul (Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile e Bolívia), isto porque neste caso a dimensão da região deve ser focada pela articulação dos agentes do comércio inter-regional, e estes compreendidos pela região pressupondo a diversidade das relações internacionais com o mercado global. Tal articulação não é apenas espacial, mas, sobretudo, detalhada (econômica, social e cultural): Corumbá fez parte da economia de mercado exportador que predominou em todas as ex-colônias hispânico-lusitanas e também tinha grande vinculação ao mercado emergente global. A inclusão definitiva de Corumbá ocorreu com a abertura da navegação do rio Paraguai para países da Europa e da América do Sul, como parte do processo de internacionalização da economia, a partir da segunda metade do século XIX, num contexto de ampliação de mercados, em função das transformações operadas no processo industrial e com capacidade aparentemente ilimitada do capital de promover o crescimento e a acumulação econômica.
Agricultura e pecuária - A produção agrícola baseia-se nas culturas do arroz, milho, mandioca, tomate, feijão, algodão herbáceo, banana e cana-de-açúcar. A produtividade ultrapassa as 15 mil toneladas anuais. As condições edafoclimáticas da região são favoráveis à agricultura, entretanto, apresenta algumas limitações em relação ao clima, principalmente no período chuvoso (dezembro a fevereiro), onde ocorrem veranicos (períodos secos); dificultando o sucesso da produção agrícola. Também são favoráveis à agricultura intensiva, mas a deficiência de água, em grande parte devida ao baixo índice pluviométrico, dificulta o sucesso da produção agrícola. Existem áreas inundáveis, bem como áreas semi-áridas com dificuldade de estruturar um sistema de irrigação. Dessa forma não seria possível desenvolver culturas permanentes como é o caso de um grande número de espécies frutíferas. O município é o quinto produtor de lã e o quarto produtor de mel de abelha do estado. A região de Corumbá apresenta grande aptidão também para a pecuária, possuindo os maiores rebanhos ovinos, eqüinos e asininos de Mato Grosso do Sul.
Indústria e mineração - Apesar de o setor industrial ser incipiente, a arrecadação por ele gerada supera os setores de pecuária e agricultura, característicos do estado como um todo. Na cidade é representativa a produção de cimento, calcário, laticínios e os estaleiros.
Em razão da natureza das suas rochas, o Maciço do Urucum possui grandes reservas minerais. A exploração ali começou em 1930 e se destaca o manganês e o ferro. O manganês é extraído das minas subterrâneas do Maçiço do Urucum e o ferro a céu aberto. No caso do manganês, suas minas estão entre as maiores do mundo, podendo ser extraído 30 milhões de toneladas. No caso da Ferroligas, apenas é feito o beneficiamento do manganês. Corumbá é também maior produtora dos seguintes minérios: dolomito, cristal de rocha, areia, argila, água mineral, calcita ótica e industrial, cobre e mármore.
Outros ramos importantes além do minério são o entreposto de pescado, frigorífico de bovinos, produção de concreto, metalúrgica, produtos alimentícios, editorial e gráfica, madeira, perfumaria, sabões e velas, álcool etílico e vinagre.
Turismo
Corumbá é a cidade do estado que mais recebe turistas, sendo conhecida como Cidade Branca pela coloração de seu solo, rico em calcário. Hoje, com o Pantanal ocupando 60% de seu território, é considerada a Capital do Pantanal, sendo também sua porta de entrada. O turismo vem ajudando a desenvolver o mercado de trabalho associado com a pesca esportiva. Está em estudo o lançamento do Capital do Pantanal Convention & Visitors Bureau. Principais pontos turísticos da cidade -
Ecoparque Cacimba da Saúde (Beira do Rio Paraguai);
Escadinha da Quinze de Novembro (Av. General Rondon com a Quinze de Novembro);
Forte Coimbra (Márgem direita do Rio Paragua;
Forte Junqueira (17° Batalhão de Fronteira);
Jardim da Independência ([Rua Dom Aquino com XV de Novembro);
Mirante São Felipe (Morro do Cruzeiro);
Parque Marina Gataas (Rodovia Ramón Gomez);
Parque Zumbi dos Palmares (rua Pedro de Medeiros)
Porto Geral (Parte baixa);
Praça da República (Rua Manoel Cavassa, 275);
Praça Generoso Ponce (Av. General Rondon).
Turismo de eventos - Corumbá dispõe de produtoras e organizadoras de eventos e lançamento de novos produtos, centros para convenções e exposições. Relação dos principais locais onde ocorrem eventos e apresentações da cidade de Corumbá:
Anfiteatro Professor Salomão Baruki;
Centro de Convenções do Pantanal (3 auditórios);
Estação Natureza Pantanal;
Moinho Cultural Sul-Americano;
Parque de Exposições Belmiro Maciel de Barros (onde são realizadas exposições agropecuárias (Feapan) e shows).
Eventos e apresentações da cidade de Corumbá - Carnaval; Festa de Nossa Senhora da Candelária (padroeira do município); Jogos Internacionais de Aventura do Pantanal;
Festa de Nossa Senhora de Auxiliadora; Festival América do Sul;
Festa e banho de São João; Festa de São Pedro Pescador; Feira Agropecuária do Pantanal (FEAPAn); Semana do Município; Mostra Corumbá-Santuário Ecológico de Dança;
Festival Pantanal das Águas; Concurso Municipal de Bandas e Fanfarras de Corumbá; Festa e Louvação a Iemanjá; Lavagem da escadaria da Igreja Nossa Senhora da Candelária
Cultura
Como parte do patrimônio cultural do Município de Corumbá, há a descoberta do fóssil do cnidário pré-histórico Corumbella wernerii. Esta espécie marinha possui cerca de 550 milhões de anos de idade, sendo datado do Período Ediacarano. A espécie é reconhecida como o primeiro ser vivo da história da evolução da vida a ter esqueleto. Isso coloca os fósseis encontrados em Corumbá entre os mais importantes já descobertos pela paleontologia mundial.
Com relação à cultura social, a corumbaense é composta de influências originárias dos estados e países de seus povoadores: entre as principais destas influências estão as culturas carioca, nordestina, paulista e sulista e de países como Itália, Síria, Palestina, Líbano, Bolívia e Paraguai. Ainda partilha a cultura do estado em que está inserido, o Mato Grosso do Sul. Nesse caso poderemos retornar ao passado recente na época em que a cidade sofreu a influência dos paídes do prata, herdando grande parte de seus costumes e hábitos, e no caso dali foi mais fácil pois a cidade era isolada geograficamente. Dessa época acabou conservando os seus prédios históricos de influência europeia, sua histórias, tradições e costumes. Atualmente a cidade é considerada o centro cultural mais adiantado do estado de Mato Grosso do Sul.
Pontos culturais de Corumbá - Casa do Artesão; Art Izu; Casa de Massabarro; Memorial do Homem Pantaneiro; Museu de História do Pantanal; Museu do Pantanal; Biblioteca Gabriel Vandoni de Barros; Biblioteca Municipal Lobivar de Matos.
Fonte do texto: Wikipédia