Riacho de Santana é um município brasileiro do estado da Bahia. A população de Riacho de Santana é de 32.690 habitantes, segundo o censo do IBGE em 2022 e sua área é de 3.183,911 km².
É interligado à capital do Estado pela BR-430, BA-262 via Vitória da Conquista, BR-116 Sul e BR-324. Outra opção é seguir pela BR-430 até Brumado, depois, seguir pela BR-030 e pegar a BR-407 até a cidade de Contendas do Sincorá, em seguida, a opção é seguir pela BA-026 via Maracás até o entroncamento com a BR-116 Sul. Logo após, seguir até a cidade de Feira de Santana e pegar BR-324 até a cidade de Salvador. Riacho de Santana fica a uma distância de 65 km de Bom Jesus da Lapa, 76 km de Caetité e 105 km de Guanambí, cidades importantes da região.
A cidade fica a uma distância em linha reta de 503 km de Salvador, 591 km de Brasília, 1.174 km de São Paulo e 1.016 km da cidade do Rio de Janeiro.
História
A história de Riacho de Santana mostra um passado economicamente rico, porém com uma marcante desigualdade social, típica do período colonial. Índios em franco processo de dizimação e escravidão de negros, os quais foram fundamentais para o desenvolvimento das principais atividades econômicas, como o árduo trabalho nas minas de salitre exploradas em nosso município. Além disso, os brancos de origem europeia, também contribuíram para a formação da nossa população atual, sendo estes, os grandes proprietários de terras destinadas à criação extensiva do gado. Assim, a presença desses três grupos étnicos constitui-se a base do povo riachense, não fugindo a regra da formação da sociedade brasileira. Os primeiros habitantes foram os índios, os quais habitaram a margem direita do Rio São Francisco, mas que se teve indícios de que se estabeleceram em diversas partes do município. Os primeiros grupos indígenas a serem conquistados foram os Canindés que se destacam em virtude de alguns conflitos. Fixaram-se nas margens do rio Boqueirão, mais ou menos onde se localiza atualmente o povoado de Botuquara, à 14 km da cidade. Segundo alguns dados, realizados por historiadores riachense, os Canindés se originaram quando os Caaetés se uniram com os Picuris, formando assim um grande exército para se defenderem dos índios inimigos, como os Aimorés. Os primeiros habitantes do município, caracterizavam-se por praticar a antropofagia, enfeitar-se com colares, penas e pinturas. Eram supersticiosos, apreciavam a música e tinham os seus dialetos próprios. Caçavam e pescavam, além de fabricar utensílios de madeira, cerâmica e pedras. Depois do massacre do Sargento-mor José Velasquez Santiago, em 1695 que, influenciado por seu pai Mariano Velásquez, adentrou no sertão à procura de riquezas minerais, os índios Canindés passaram a praticar o nomadismo, penetrando na caatinga do Oeste baiano. Pouco se sabe sobre a vida do primeiro branco a pisar em solo riachense. De origem portuguesa, Velásquez Santiago, soldado de uma antiga ordem de Lisboa, especialista em soltar granadas, chegou à Bahia em 1675, impulsionado pelas riquezas. Em 1695 organiza seu bando e sai pelo sertão à das lendárias e reais minas.
Sem medir consequências, o sargento vive sangrentas guerras, desafia acidentes geográficos e doenças endêmicas. Com a experiência de um guerreiro que seguiu pelas matas fechadas acompanhando sempre o curso dos rios. Depois de vários dias de incansáveis batalhas pelo sertão transpassa a Serra Geral e, perdido, chega ao curso do rio Boqueirão que o levaria à região dos Canindés, vítimas do genocídio. No início do século XVIII, o bandeirante paulista Belchior Dias, apelidado pelos índios de “Muribeca”, supõe ter descoberto em nossa região minas de ouro e prata, o que impulsionou vários aventureiros a se arriscarem pelo sertão em busca das mencionadas reservas. Entre eles destaca-se o superintendente das minas do estado, Leolino Mariz, que chegou na região em 1758, descobrindo grandes reservas de salitre, atraindo várias pessoas a imigrarem, contribuindo para a fundação do arraial de Riacho de Santana, pertencente ao território de Monte Alto. A exploração foi de grande importância para Riacho de Santana em todos os aspectos. Ambiciosos de todas as partes vinham em busca das objetivas riquezas, resultando nas grandes transformações sociais, políticas, econômicas e culturais. Estabeleceram-se nas margens do rio Santana formando assim, a sociedade riachense resultantes da fusão de diferentes costumes. Nessa época fizeram as primeiras derrubadas e plantaram as primeiras lavouras de arroz, feijão e milho na região da Santana, como também introduziram as primeiras cabeças de gado bovino trazidas da região do Rio dos Currais.
Os primeiros grupos de escravos vieram com os sertanistas no final do século XIX, no alvo da demanda mineralógica e no início das demarcações das grandes fazendas, as quais foram sendo ocupadas por centenas de negros que foram desenvolvendo a agricultura, a pecuária e por décadas viveram no regime de servir recebendo em troca chicotadas, humilhações morais, psicológicas e outros atos de desrespeito.
Esquecida a mais de meio século, a região de Riacho de Santana pertencia ao distrito de Jacobina – posteriormente veio a pertencer a Paratinga, Macaúbas e Palmas de Monte Alto – pois nessa época a maior parte do sertão pertencia àquele distrito. Em 1861 com a lei provincial de número 871 de 12 de setembro, o arraial foi elevado à categoria de freguesia (Paróquia Nossa Senhora da Glória), tendo como primeiro vigário o padre Antônio Boa Ventura de Cerqueira Pinto. Entretanto, o grande passo para o desenvolvimento da Freguesia foi dado em 13 de agosto de 1878, que criou o município de Riacho de Santana, data em que foi assinada a lei provincial de número 1826, que criou o município de Riacho de Santana, sendo assim desmembrado de Palmas de Monte Alto.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Riacho de Santana, pela Resolução Provincial n.º 871, de 12 de dezembro de 1861, subordinado ao município de Monte Alto.
Elevada à categoria de vila com a denominação de Riacho de Santana, pela Lei Provincial n.º 1.826, de 13 de agosto de 1878, desmembrado de Monte Alto. Sede no antigo distrito de Riacho de Santana. Constituído do distrito sede. Instalada em 19 de abril de 1879.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído do distrito sede.
Pela Lei Municipal n.º 41, de 14 de janeiro de 1921, aprovada pela Lei Estadual n.º 1.501, de 1º de agosto de 1921, é criado o distrito Matas e anexado ao município de Riacho de Santana.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 2 distritos: Riacho de Santana e Matas.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937.
Pelo Decreto Estadual n.º 11.089, de 30 de novembro de 1938, o distrito de Matos (ex-Matas) tomou a denominação de Matina.
No quadro fixado para vigorar no período do de 1939-1943, o município é constituído de 2 distritos: Riacho de Santana e Mato e Matina (ex-Matos).
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1º de julho de 1950.
Pela Lei Estadual n.º 628, de 30 de dezembro de 1953, é criado o distrito de Botuquara (ex-povoado de Boqueirão) e anexado ao município de Riacho de Santana.
Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1960, o município é constituído de 3 distritos: Riacho de Santana, Botuquara e Matina.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1988.
Pela Lei Estadual n.º 4.852, de 05 de abril de 1989, é desmembrado do município de Riacho de Santana o distrito de Matina. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 1995, o município é constituído de 2 distritos: Riacho de Santana e Botuquara.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2023.
Geografia
Riacho de Santana localiza-se na Região Sudoeste da Bahia, na Microrregião de Guanambi e na Mesorregião do Centro-Sul Baiano. Está a 720 km de Salvador, capital baiana. Limita-se ao norte com o município de Macaúbas, ao sul com Palmas de Monte Alto, a oeste com Bom Jesus da Lapa e a leste com Igaporã e Matina. Está a 627 metros acima do nível do mar, chegando até 1200 metros de altitude na região da Serra Geral. Possui as seguintes coordenadas geográficas: 13º36'32" de Latitude Sul e 42º56'20" de Longitude Oeste.
Vegetação
A vegetação predominante é a caatinga, tendo também uma parte de Floresta Estacional Decidual, que é uma mistura de espécies da caatinga com árvores de mata tropical.
Clima
O clima característico é o semiárido, variando de sub úmido a seco. Possui elevadas temperaturas durante o ano todo. Entre os meses de junho e agosto são registradas as menores temperaturas, com dias quentes, passando dos 30 °C e madrugadas frias com média de 15 °C. O período de chuva está compreendido entre os meses de outubro a março.
É interligado à capital do Estado pela BR-430, BA-262 via Vitória da Conquista, BR-116 Sul e BR-324. Outra opção é seguir pela BR-430 até Brumado, depois, seguir pela BR-030 e pegar a BR-407 até a cidade de Contendas do Sincorá, em seguida, a opção é seguir pela BA-026 via Maracás até o entroncamento com a BR-116 Sul. Logo após, seguir até a cidade de Feira de Santana e pegar BR-324 até a cidade de Salvador. Riacho de Santana fica a uma distância de 65 km de Bom Jesus da Lapa, 76 km de Caetité e 105 km de Guanambí, cidades importantes da região.
A cidade fica a uma distância em linha reta de 503 km de Salvador, 591 km de Brasília, 1.174 km de São Paulo e 1.016 km da cidade do Rio de Janeiro.
História
A história de Riacho de Santana mostra um passado economicamente rico, porém com uma marcante desigualdade social, típica do período colonial. Índios em franco processo de dizimação e escravidão de negros, os quais foram fundamentais para o desenvolvimento das principais atividades econômicas, como o árduo trabalho nas minas de salitre exploradas em nosso município. Além disso, os brancos de origem europeia, também contribuíram para a formação da nossa população atual, sendo estes, os grandes proprietários de terras destinadas à criação extensiva do gado. Assim, a presença desses três grupos étnicos constitui-se a base do povo riachense, não fugindo a regra da formação da sociedade brasileira. Os primeiros habitantes foram os índios, os quais habitaram a margem direita do Rio São Francisco, mas que se teve indícios de que se estabeleceram em diversas partes do município. Os primeiros grupos indígenas a serem conquistados foram os Canindés que se destacam em virtude de alguns conflitos. Fixaram-se nas margens do rio Boqueirão, mais ou menos onde se localiza atualmente o povoado de Botuquara, à 14 km da cidade. Segundo alguns dados, realizados por historiadores riachense, os Canindés se originaram quando os Caaetés se uniram com os Picuris, formando assim um grande exército para se defenderem dos índios inimigos, como os Aimorés. Os primeiros habitantes do município, caracterizavam-se por praticar a antropofagia, enfeitar-se com colares, penas e pinturas. Eram supersticiosos, apreciavam a música e tinham os seus dialetos próprios. Caçavam e pescavam, além de fabricar utensílios de madeira, cerâmica e pedras. Depois do massacre do Sargento-mor José Velasquez Santiago, em 1695 que, influenciado por seu pai Mariano Velásquez, adentrou no sertão à procura de riquezas minerais, os índios Canindés passaram a praticar o nomadismo, penetrando na caatinga do Oeste baiano. Pouco se sabe sobre a vida do primeiro branco a pisar em solo riachense. De origem portuguesa, Velásquez Santiago, soldado de uma antiga ordem de Lisboa, especialista em soltar granadas, chegou à Bahia em 1675, impulsionado pelas riquezas. Em 1695 organiza seu bando e sai pelo sertão à das lendárias e reais minas.
Sem medir consequências, o sargento vive sangrentas guerras, desafia acidentes geográficos e doenças endêmicas. Com a experiência de um guerreiro que seguiu pelas matas fechadas acompanhando sempre o curso dos rios. Depois de vários dias de incansáveis batalhas pelo sertão transpassa a Serra Geral e, perdido, chega ao curso do rio Boqueirão que o levaria à região dos Canindés, vítimas do genocídio. No início do século XVIII, o bandeirante paulista Belchior Dias, apelidado pelos índios de “Muribeca”, supõe ter descoberto em nossa região minas de ouro e prata, o que impulsionou vários aventureiros a se arriscarem pelo sertão em busca das mencionadas reservas. Entre eles destaca-se o superintendente das minas do estado, Leolino Mariz, que chegou na região em 1758, descobrindo grandes reservas de salitre, atraindo várias pessoas a imigrarem, contribuindo para a fundação do arraial de Riacho de Santana, pertencente ao território de Monte Alto. A exploração foi de grande importância para Riacho de Santana em todos os aspectos. Ambiciosos de todas as partes vinham em busca das objetivas riquezas, resultando nas grandes transformações sociais, políticas, econômicas e culturais. Estabeleceram-se nas margens do rio Santana formando assim, a sociedade riachense resultantes da fusão de diferentes costumes. Nessa época fizeram as primeiras derrubadas e plantaram as primeiras lavouras de arroz, feijão e milho na região da Santana, como também introduziram as primeiras cabeças de gado bovino trazidas da região do Rio dos Currais.
Os primeiros grupos de escravos vieram com os sertanistas no final do século XIX, no alvo da demanda mineralógica e no início das demarcações das grandes fazendas, as quais foram sendo ocupadas por centenas de negros que foram desenvolvendo a agricultura, a pecuária e por décadas viveram no regime de servir recebendo em troca chicotadas, humilhações morais, psicológicas e outros atos de desrespeito.
Esquecida a mais de meio século, a região de Riacho de Santana pertencia ao distrito de Jacobina – posteriormente veio a pertencer a Paratinga, Macaúbas e Palmas de Monte Alto – pois nessa época a maior parte do sertão pertencia àquele distrito. Em 1861 com a lei provincial de número 871 de 12 de setembro, o arraial foi elevado à categoria de freguesia (Paróquia Nossa Senhora da Glória), tendo como primeiro vigário o padre Antônio Boa Ventura de Cerqueira Pinto. Entretanto, o grande passo para o desenvolvimento da Freguesia foi dado em 13 de agosto de 1878, que criou o município de Riacho de Santana, data em que foi assinada a lei provincial de número 1826, que criou o município de Riacho de Santana, sendo assim desmembrado de Palmas de Monte Alto.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Riacho de Santana, pela Resolução Provincial n.º 871, de 12 de dezembro de 1861, subordinado ao município de Monte Alto.
Elevada à categoria de vila com a denominação de Riacho de Santana, pela Lei Provincial n.º 1.826, de 13 de agosto de 1878, desmembrado de Monte Alto. Sede no antigo distrito de Riacho de Santana. Constituído do distrito sede. Instalada em 19 de abril de 1879.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído do distrito sede.
Pela Lei Municipal n.º 41, de 14 de janeiro de 1921, aprovada pela Lei Estadual n.º 1.501, de 1º de agosto de 1921, é criado o distrito Matas e anexado ao município de Riacho de Santana.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 2 distritos: Riacho de Santana e Matas.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937.
Pelo Decreto Estadual n.º 11.089, de 30 de novembro de 1938, o distrito de Matos (ex-Matas) tomou a denominação de Matina.
No quadro fixado para vigorar no período do de 1939-1943, o município é constituído de 2 distritos: Riacho de Santana e Mato e Matina (ex-Matos).
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1º de julho de 1950.
Pela Lei Estadual n.º 628, de 30 de dezembro de 1953, é criado o distrito de Botuquara (ex-povoado de Boqueirão) e anexado ao município de Riacho de Santana.
Em divisão territorial datada de 1º de julho de 1960, o município é constituído de 3 distritos: Riacho de Santana, Botuquara e Matina.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1988.
Pela Lei Estadual n.º 4.852, de 05 de abril de 1989, é desmembrado do município de Riacho de Santana o distrito de Matina. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 1995, o município é constituído de 2 distritos: Riacho de Santana e Botuquara.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2023.
Geografia
Riacho de Santana localiza-se na Região Sudoeste da Bahia, na Microrregião de Guanambi e na Mesorregião do Centro-Sul Baiano. Está a 720 km de Salvador, capital baiana. Limita-se ao norte com o município de Macaúbas, ao sul com Palmas de Monte Alto, a oeste com Bom Jesus da Lapa e a leste com Igaporã e Matina. Está a 627 metros acima do nível do mar, chegando até 1200 metros de altitude na região da Serra Geral. Possui as seguintes coordenadas geográficas: 13º36'32" de Latitude Sul e 42º56'20" de Longitude Oeste.
Vegetação
A vegetação predominante é a caatinga, tendo também uma parte de Floresta Estacional Decidual, que é uma mistura de espécies da caatinga com árvores de mata tropical.
Clima
O clima característico é o semiárido, variando de sub úmido a seco. Possui elevadas temperaturas durante o ano todo. Entre os meses de junho e agosto são registradas as menores temperaturas, com dias quentes, passando dos 30 °C e madrugadas frias com média de 15 °C. O período de chuva está compreendido entre os meses de outubro a março.
Hidrografia
A hidrografia do município é muito rica, principalmente na Região da Serra Geral. São mais de 70 nascentes catalogadas pelo Grupo Zabelê (Grupo de estudos do município, cuja linha de pesquisa é voltada para a proteção e conservação do meio ambiente local), dando origem a vários rios. Pouco mais de 25 cachoeiras também já foram catalogadas, algumas possuem mais de 80 metros de queda d'água, dando um espetáculo de beleza e exuberância. Os principais rios genuinamente riachenses são os Rios Santana e Boqueirão, ambos nascem na Serra Geral. As principais barragens são as da Santana (com capacidade de armazenamento de aproximadamente três milhões de metros cúbicos) e a do Giral, além de outras como a barragem do Pau Preto, da Mata, Santaninha etc. Vale ressaltar que a Bacia Hidrográfica do São Francisco também banha o município.
Economia
Inicialmente, a economia do município estruturava-se na predominância do cultivo do algodão e da agricultura de subsistência, tendo como principais culturas o milho, o feijão de corda, o feijão branco, arroz e a mandioca. Com o aumento populacional, a atividade agrícola ganha impulso e dinamismo, surgindo a necessidade de programar a produção para atender as necessidades de consumo da população urbana. Outro fator que contribuiu para o dinamismo econômico foi o crescimento das relações comerciais com outros municípios, que provocou intensificação da necessidade não só de aumento da produção, mas também de sua diversificação. Com isso, o município vai buscar, através de implementos diversos na economia, uma posição no espaço regional e estadual, tendo como produto base a cultura do algodão "rim-de-boi", que durante seu auge (1695-1970), mais de dois séculos, propiciou a este município muita riqueza e destaque na produção estadual.
A economia girava em torno da produção do algodão, que tanto oferecia trabalho no cultivo, como nas usinas algodoeiras que haviam se instalado na cidade. Estas usinas empregavam inúmeros funcionários, e dinamizavam o comércio e a vida da população, até a década de 1980.
A produção agrícola não se restringia apenas à cultura do algodão, sendo também produzido como culturas permanentes a banana, o coco da baía, a laranja e a manga. E, como culturas temporárias o arroz, a batata doce, a cana-de-açúcar, feijão, fumo em folha, melancia, mandioca e milho. Na pecuária, destacava-se o rebanho bovino que em 1974 ultrapassava cinquenta mil cabeças, trinta e três mil suínos, quinze mil ovinos e mais de cinco mil caprinos. Todavia, historicamente, sempre foi a cultura do algodão que se constituiu no principal pilar da economia local.
Entretanto, ao final da década de 1970, o auge do dinamismo econômico baseado no algodão foi interrompido com o aparecimento do "bicudo". A baixa na produção resultou num declínio econômico rápido e abrangente que abalou economicamente, não somente o município, como também toda a região e perdurou durante toda a década de 80.
Neste período, a economia estagnou e os produtores rurais que desenvolviam a monocultura do algodão, passaram a buscar a ampliação da atividade pecuária que já era praticada. Com a ajuda do governo estadual essa atividade ganhou destaque no município.
Entretanto, a pecuária não conseguiu se constituir no grande pilar da geração de riqueza para Riacho de Santana, os agricultores descobriram uma forma mais rápida e lucrativa de obter renda, baseada na extração da lenha para geração de carvão vegetal. A atividade, hoje, é praticada em todas as áreas onde ainda há matas, e a velocidade em que se processa é assustadora. Atualmente, qualquer tipo de madeira é utilizada, na maioria das vezes de forma ilegal e clandestina, sem que seja feito manejo florestal ou mesmo reflorestamento. O solo desprotegido provoca o desencadeamento acelerado do processo erosivo, além de compactação proporcionando o impedimento da prática agrícola. Dessa forma, reduzem-se as possibilidades de um melhor aproveitamento da terra e, consequentemente, intensifica-se o processo de êxodo rural.
Crescimento econômico não significa desenvolvimento social. A atividade foi caracterizada pela alta concentração da renda, além dos danos causados aos ecossistemas naturais, e com isso a situação econômica, ambiental e social, nesse município, torna-se ainda mais preocupante.
Atualmente, a produção de carvão tem passado por uma crise. Apesar disso, continua sendo a principal atividade econômica do município, uma vez que a pecuária continua estagnada e não se verifica nenhum surgimento de uma outra atividade para ocupar a mão-de-obra carvoeira.
A pecuária, que sempre se caracterizou como atividade prioritária não garante mais a estabilidade econômica. Para se ter uma ideia, o número de cabeças de gado bovino se manteve estagnado nos últimos trinta anos, não ultrapassando as mesmas cinquenta mil cabeças de outrora, (IBGE de 2002). Ainda com base nos números fornecidos pelo IBGE, houve um drástico declínio no rebanho de suínos, chegando a um total de apenas 12.119 cabeças com uma queda de quase onze mil cabeças entre 1974 e 2002. Além disso, existem os rebanhos de caprinos e eqüinos que não evoluíram, apresentando, praticamente, os mesmos números.
A produção agrícola, também não mostra uma satisfatória evolução, o município produz praticamente as mesmas culturas de trinta anos atrás e ainda de forma tradicional e arcaica, o que implica a baixa produtividade e o reduzido rendimento da lavoura. Dados colhidos junto ao IBGE de 2002 nos revelam uma produção anual de banana que atinge os duzentos mil cachos, vinte mil frutos de laranja e vinte e um mil frutos de coco da baía. Das culturas temporárias, merecem destaque a mandioca com uma produção de mais de quarenta e cinco mil toneladas, o algodão com vinte mil toneladas e o feijão com mil e oitenta toneladas.
Riacho de Santana ainda dispõe de duas cerâmicas de porte intermediário que absorve uma razoável mão-de-obra e sua produção é suficiente para atender ao mercado interno. Esta atividade, no entanto, tem provocado sérios impactos ambientais, já que implica a retirada da madeira e sua queima e a emissão de gases poluentes na atmosfera, além da retirada da argila nas margens dos rios para a produção de blocos, alvenarias e telhas para construções, alterando o formato de seu leito e provocando mais erosão.
Diante do cenário acima exposto e da existência de uma economia cada vez mais globalizada que oferece mercadorias produzidas em condições bem mais competitivas, independentes dos locais onde são produzidas, chegando ao mercado a preços bem inferiores aos produzidos na região, não é difícil de imaginar que a crise progressiva em curso no município só tende a se agravar.
Justifica-se, então, uma breve análise do processo de organização do setor terciário em Riacho de Santana, sempre apresentou uma atividade comercial pouco desenvolvida, em função do baixo poder aquisitivo da população decorrente do alto índice de desemprego. Um breve histórico sobre o comércio riachense revela que esta atividade se concentrava no início do século XX em torno da Praça Monsenhor Tobias, uma vez que ali estava o centro econômico e político-administrativo do município. É neste espaço onde se localizava o primeiro mercado municipal que hoje constitui o atual Salão Paroquial.
Com o aumento da população, aquele espaço não mais atendia às necessidades do comércio riachense, o que determinou a mudança na centralidade a partir da construção de um novo mercado municipal na década de 1950 contribuindo para a formação da atual Praça Lauro de Freitas. Neste contexto, ocorreu uma lenta transferência dos estabelecimentos comerciais da Praça Monsenhor Tobias para a Lauro de Freitas e, com isso, houve a formação da Rua Gercino Coelho ligando as duas praças.
Na década de 1990, o comércio de Riacho de Santana experimenta um ligeiro aumento no dinamismo em função de vários aspectos, dentre os quais se destaca o aumento populacional, as políticas assistencialistas do Governo Federal, expansão do sistema previdenciário e do crescimento da oferta de emprego no setor de serviços, que contribuíram para um pequeno aumento no poder de compra dos riachenses, refletindo na atividade comercial.
No ano de 2001, houve uma nova transferência do mercado municipal, uma vez que o antigo não mais atendia as necessidades do comércio do município em virtude do pequeno espaço que ele dispunha. O novo mercado, localizado às margens da rodovia que atravessa a cidade, é dotado de um amplo espaço que, paulatinamente, vem atraindo os estabelecimentos comerciais, bem como o centro financeiro do município. As feiras livres acontecem durante o decorrer da semana, tendo o sábado, como o dia de maior movimento, é nesse dia em que as pessoas do interior do município se deslocam para cidade a fim de realizarem suas compras e comercializarem seus produtos oriundos da agricultura de subsistência.
No que diz respeito à composição do comércio, constata-se uma grande desigualdade tanto no número de estabelecimentos quanto na diversidade destes. Nesta perspectiva, uma pesquisa por amostragem, realizada durante o trabalho de campo, revelou que 25,39% dos estabelecimentos comerciais do centro da cidade são de artigos e confecções. Um outro setor que se destaca é o farmacêutico com um percentual de 8,73%, pontuando apenas nesta parte da cidade. Porém os bares e lanchonetes constituem o setor que apresenta um maior percentual somando 34,12% do total, enquanto que os estabelecimentos de gêneros alimentícios somam apenas 11,9%.
Subdivisões
Distritos: Agreste, Vesperina, Lagunas, Botuquara, Santa Rita.
Povoados: Campinas, Fazenda Sítio, Cedro de São João, Santana.
Comunidades: Pé do Morro, Muquém, Pau-Ferro, Jatobá, Pau Branco, Flores, Laranjeiras, Pau Branco, Pajeú de Botuquara, Gatos, Três Irmãos, Gongo, Agrestinho, Boqueirão das Pombas, São João, Jurema de Teófilo, dentre outros.
Comunidades rurais: Sede, Bom Sucesso, Barreiro Vermelho, Brejinho, Carro Quebrado, Morro Olho D'água de Romualdo, Mundo Novo, Muquém de Cima, Muquém de Baixo, Piçarras, Pau Ferro, Jatobá, Capelinha, Olho D'água, Itapicuru, Cacimba, Várzea, Várzea Formosa, Santo Antônio, Descoberto, Cana Brava, Jacaré, Santana, Riacho Seco.
Região da Mata: Mata, Santaninha, Riacho Dantas, Pajeú de Santa Izabel, Muquém de Santaninha, Folha Miúda.
Região de Santa Rita: Santa Rita, Pé do Morro, Olaria, Barro Branco, Impuca, Várzea da Onça, Arrozinho, Pequeno, Pau Branco, Solidão, Flores, Barriguda, Jacaré, Alegre, Lagoa dos Bois Bamburral, Riacho Seco, Boqueirão das Pombas, Pau do Engenho, Pau Sangue, Morrinhos Cavalo da Maria, Charco, Agreste, Folha Miúda, Castanho, Barreiro da Caatinga, Pau Branco dos Ribeiros, Juá.
Região de Cedro de São João: Cedro, Tábua, Sítio de Osias, Maçal, Soledade, Melancia, Xixá, Queimada Grande, Canafistola, Morro Velho, Vereda.
Região de Laguna: Laguna, Pau Preto, Faz. Contendas, Taboinha, Girau, Curral de Pedras, Mudubim, Furado da Casca, Poço de Lau, Lagoa do Cachorro, Lagoa da Baraúna, Lagoa Queimada, Tapajinha, Boi Bravo, Sítio Novo, Várzea do Sítio Novo, Terra do Sol, Paraná, Pedrinhas, Barro Vermelho, Riacho de Baixo, Poço da Moita, Lagoa do Lajeado.
Região do Agreste: Agreste, Boa Nova, Duas Lagoas, Poço Piçarras, Lagoa do Meio, Morro Alto, Muriçoca, Corredor, Ninho das Garças, Canto dos Angicos.
Região de Campinas: Campinas, Impueira, Canto do Menino, Agrestinho, Maroin, Amazonas.
Região da Vesperina: Vespertina, Cedro de Vespertina, Gatos de Vespertina, Várzea da Cheia, Várzea da Jurema, Várzea Cumprida, Espraiado, Pau Preto de Vespertina, Malhada Grande.
Região do São João: São João, Jurema, Quilombo, Cazuzinha, Pau de Colher, Mamoeiro, Taboinha dos Pretos.
Região de Botuquara: Botuquara, Pajeú de Botuquara, Gatos, Estiva, Laranjeiras, Três Irmãos, Gurunga, Gongo, Casca, Lagoa, Tanque Novo, Arroz, Mamoeiro, Tanque de Claudiano, Cajazeira, Mateus, Baixa, Boqueirão de Cima.
Região da Serra: Gado Bravo, Cambaitó, Olho D'água da Serra, Soledade, Mata do Sapê, Barra do Rio do Ouro, Sambaíba, Rio do Tanque, Paul, Ingazeira.
Pontos turísticos
Paróquia Nossa senhora da Glória
A Paróquia Nossa Senhora da Glória é uma divisão da Igreja Católica sediada no município de Riacho de Santana (Bahia). A Paróquia foi criada em 12 de dezembro de 1861, faz parte da Diocese de Caetité e tem como igreja mãe a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Glória. A paróquia esteve sob a jurisdição da Arquidiocese de São Salvador da Bahia até 1913, quando foi criada a Diocese de Caetité, vindo a pertencê-la. A Igreja Matriz é do período colonial brasileiro.
A Paróquia é marcada pela Festa da Padroeira em todo mês de maio, como também pelas manifestações do catolicismo popular, como a Semana Santa, Via-Sacra, Corpus Christi, dentre outras. A Paróquia é formada por diversas comunidades na cidade e na Zona Rural.
História
Em 22 de abril de 1827, Manoel José Alves Cabral e sua mulher, Rosa Messias da Rocha, doaram um terreno para Nossa Senhora da Glória. A primeira capela erguida, pela iniciativa do frei Paulo, nesta cidade em homenagem a Nossa Senhora data do ano de 1840 e surgiu no mesmo local onde está situado hoje o presbitério da atual Matriz, segundo informações fidedignas fornecidas pelo acatado Cel. Francisco Pereira de Castro, natural desta cidade.
No mesmo local onde foi construída a capela, foi edificada em meados do século XIX a igreja que existe atualmente. Em 02 de outubro de 1851 é celebrado o contrato para a construção do altar-mor, trono, presbitério e teto da igreja. Esta igreja, embora construída no século XIX, segue a tipologia das matrizes e igrejas de irmandades baianas do século XVII, isto é, nave única com corredores laterais superpostos por tribunas.
Antes de se tornar paróquia, Riacho de Santana era uma freguesia que pertencia à Paróquia Nossa Senhora Mãe de Deus e dos Homens da cidade de Palmas de Monte Alto. Nessa época a devoção mais popular era a Nossa Senhora do Rosário; a festa era celebrada no mês de outubro.
Em doze de dezembro de 1861, a resolução provincial nº 871, elevou a freguesia à categoria de Paróquia sob a invocação de Nossa Senhora do Rosário, por ser essa a devoção mais popular. No ano seguinte em quatro de outubro de 1862, ficou canonicamente instituída a Paróquia pelo arcebispo da Bahia e Primaz do Brasil D. Manoel Joaquim da Silveira. Em seis de outubro de 1962 foi nomeado o primeiro pároco, Pe. Antônio Boaventura Cerqueira Pinto, e o culto continuou a Nossa Senhora do Rosário, considerada o orago da Paróquia, embora existisse o culto também a Nossa Senhora da Glória.
Mais tarde, o padre e os fiéis fizeram uma petição ao Arcebispo, notificando que na realidade a devoção mais popular e o titulo original consignado na devoção do terreno contemplava Nossa Senhora da Glória, cuja festa vinha sendo celebrada em maio. Somente 46 anos mais tarde verifica-se a mudança de orago em Igreja Nossa Senhora da Glória, retificando-se o erro que vinha ocorrendo desde 1861. A oficialização da festa de Nossa Senhora da Glória se deu com a visita de Dom Joaquim Tomé da Silva, arcebispo da Bahia Primaz do Brasil, no dia 30 de julho de 1906.
Entre 1975 até 1998, trabalhou como vigário da paróquia o Padre Aldo Lucchetta, com o grande trabalho que exerceu no município de Riacho de Santana, ficou imortalizado como o “Cidadão do Infinito”.
Outros pontos turísticos: Casarões Centenários na Praça Monsenhor Tobias; Igreja Matriz com pinturas do famoso Godofredo Guedes, onde está sepultado o Padre Aldo Lucchetta, homem que saiu da Itália e deu sua vida em favor dos menos favorecidos; Prédio da Prefeitura Municipal; Cachoeira do Rio Pequeno; Cachoeira do Engenho Velho; Cachoeira de Botuquara; Cachoeira do Domingão; Cachoeira da Mata Virgem; Cachoeira do Lopes; Cachoeira da Tabatinba; Cachoeira do Cambaíto; Barragem da Santana; Barragem do Giral; Maranhão, espaço da natureza com locais para banho; Casa do famoso Antonio de Major e família Xavier.
Festividades
31 de maio - Festejos a Nossa Senhora da Glória (padroeira da cidade). Durante todo o mês de maio são realizadas novenas em diferentes bairros da cidade. No dia 31 de maio é realizada uma missa na Igreja Matriz em homenagem à padroeira.
13 de agosto - Comemoração da Emancipação Política com a realização de eventos culturais e a tradicional Festa de Agosto.
Referência para o texto: Wikipédia ; IBGE .
A hidrografia do município é muito rica, principalmente na Região da Serra Geral. São mais de 70 nascentes catalogadas pelo Grupo Zabelê (Grupo de estudos do município, cuja linha de pesquisa é voltada para a proteção e conservação do meio ambiente local), dando origem a vários rios. Pouco mais de 25 cachoeiras também já foram catalogadas, algumas possuem mais de 80 metros de queda d'água, dando um espetáculo de beleza e exuberância. Os principais rios genuinamente riachenses são os Rios Santana e Boqueirão, ambos nascem na Serra Geral. As principais barragens são as da Santana (com capacidade de armazenamento de aproximadamente três milhões de metros cúbicos) e a do Giral, além de outras como a barragem do Pau Preto, da Mata, Santaninha etc. Vale ressaltar que a Bacia Hidrográfica do São Francisco também banha o município.
Economia
Inicialmente, a economia do município estruturava-se na predominância do cultivo do algodão e da agricultura de subsistência, tendo como principais culturas o milho, o feijão de corda, o feijão branco, arroz e a mandioca. Com o aumento populacional, a atividade agrícola ganha impulso e dinamismo, surgindo a necessidade de programar a produção para atender as necessidades de consumo da população urbana. Outro fator que contribuiu para o dinamismo econômico foi o crescimento das relações comerciais com outros municípios, que provocou intensificação da necessidade não só de aumento da produção, mas também de sua diversificação. Com isso, o município vai buscar, através de implementos diversos na economia, uma posição no espaço regional e estadual, tendo como produto base a cultura do algodão "rim-de-boi", que durante seu auge (1695-1970), mais de dois séculos, propiciou a este município muita riqueza e destaque na produção estadual.
A economia girava em torno da produção do algodão, que tanto oferecia trabalho no cultivo, como nas usinas algodoeiras que haviam se instalado na cidade. Estas usinas empregavam inúmeros funcionários, e dinamizavam o comércio e a vida da população, até a década de 1980.
A produção agrícola não se restringia apenas à cultura do algodão, sendo também produzido como culturas permanentes a banana, o coco da baía, a laranja e a manga. E, como culturas temporárias o arroz, a batata doce, a cana-de-açúcar, feijão, fumo em folha, melancia, mandioca e milho. Na pecuária, destacava-se o rebanho bovino que em 1974 ultrapassava cinquenta mil cabeças, trinta e três mil suínos, quinze mil ovinos e mais de cinco mil caprinos. Todavia, historicamente, sempre foi a cultura do algodão que se constituiu no principal pilar da economia local.
Entretanto, ao final da década de 1970, o auge do dinamismo econômico baseado no algodão foi interrompido com o aparecimento do "bicudo". A baixa na produção resultou num declínio econômico rápido e abrangente que abalou economicamente, não somente o município, como também toda a região e perdurou durante toda a década de 80.
Neste período, a economia estagnou e os produtores rurais que desenvolviam a monocultura do algodão, passaram a buscar a ampliação da atividade pecuária que já era praticada. Com a ajuda do governo estadual essa atividade ganhou destaque no município.
Entretanto, a pecuária não conseguiu se constituir no grande pilar da geração de riqueza para Riacho de Santana, os agricultores descobriram uma forma mais rápida e lucrativa de obter renda, baseada na extração da lenha para geração de carvão vegetal. A atividade, hoje, é praticada em todas as áreas onde ainda há matas, e a velocidade em que se processa é assustadora. Atualmente, qualquer tipo de madeira é utilizada, na maioria das vezes de forma ilegal e clandestina, sem que seja feito manejo florestal ou mesmo reflorestamento. O solo desprotegido provoca o desencadeamento acelerado do processo erosivo, além de compactação proporcionando o impedimento da prática agrícola. Dessa forma, reduzem-se as possibilidades de um melhor aproveitamento da terra e, consequentemente, intensifica-se o processo de êxodo rural.
Crescimento econômico não significa desenvolvimento social. A atividade foi caracterizada pela alta concentração da renda, além dos danos causados aos ecossistemas naturais, e com isso a situação econômica, ambiental e social, nesse município, torna-se ainda mais preocupante.
Atualmente, a produção de carvão tem passado por uma crise. Apesar disso, continua sendo a principal atividade econômica do município, uma vez que a pecuária continua estagnada e não se verifica nenhum surgimento de uma outra atividade para ocupar a mão-de-obra carvoeira.
A pecuária, que sempre se caracterizou como atividade prioritária não garante mais a estabilidade econômica. Para se ter uma ideia, o número de cabeças de gado bovino se manteve estagnado nos últimos trinta anos, não ultrapassando as mesmas cinquenta mil cabeças de outrora, (IBGE de 2002). Ainda com base nos números fornecidos pelo IBGE, houve um drástico declínio no rebanho de suínos, chegando a um total de apenas 12.119 cabeças com uma queda de quase onze mil cabeças entre 1974 e 2002. Além disso, existem os rebanhos de caprinos e eqüinos que não evoluíram, apresentando, praticamente, os mesmos números.
A produção agrícola, também não mostra uma satisfatória evolução, o município produz praticamente as mesmas culturas de trinta anos atrás e ainda de forma tradicional e arcaica, o que implica a baixa produtividade e o reduzido rendimento da lavoura. Dados colhidos junto ao IBGE de 2002 nos revelam uma produção anual de banana que atinge os duzentos mil cachos, vinte mil frutos de laranja e vinte e um mil frutos de coco da baía. Das culturas temporárias, merecem destaque a mandioca com uma produção de mais de quarenta e cinco mil toneladas, o algodão com vinte mil toneladas e o feijão com mil e oitenta toneladas.
Riacho de Santana ainda dispõe de duas cerâmicas de porte intermediário que absorve uma razoável mão-de-obra e sua produção é suficiente para atender ao mercado interno. Esta atividade, no entanto, tem provocado sérios impactos ambientais, já que implica a retirada da madeira e sua queima e a emissão de gases poluentes na atmosfera, além da retirada da argila nas margens dos rios para a produção de blocos, alvenarias e telhas para construções, alterando o formato de seu leito e provocando mais erosão.
Diante do cenário acima exposto e da existência de uma economia cada vez mais globalizada que oferece mercadorias produzidas em condições bem mais competitivas, independentes dos locais onde são produzidas, chegando ao mercado a preços bem inferiores aos produzidos na região, não é difícil de imaginar que a crise progressiva em curso no município só tende a se agravar.
Justifica-se, então, uma breve análise do processo de organização do setor terciário em Riacho de Santana, sempre apresentou uma atividade comercial pouco desenvolvida, em função do baixo poder aquisitivo da população decorrente do alto índice de desemprego. Um breve histórico sobre o comércio riachense revela que esta atividade se concentrava no início do século XX em torno da Praça Monsenhor Tobias, uma vez que ali estava o centro econômico e político-administrativo do município. É neste espaço onde se localizava o primeiro mercado municipal que hoje constitui o atual Salão Paroquial.
Com o aumento da população, aquele espaço não mais atendia às necessidades do comércio riachense, o que determinou a mudança na centralidade a partir da construção de um novo mercado municipal na década de 1950 contribuindo para a formação da atual Praça Lauro de Freitas. Neste contexto, ocorreu uma lenta transferência dos estabelecimentos comerciais da Praça Monsenhor Tobias para a Lauro de Freitas e, com isso, houve a formação da Rua Gercino Coelho ligando as duas praças.
Na década de 1990, o comércio de Riacho de Santana experimenta um ligeiro aumento no dinamismo em função de vários aspectos, dentre os quais se destaca o aumento populacional, as políticas assistencialistas do Governo Federal, expansão do sistema previdenciário e do crescimento da oferta de emprego no setor de serviços, que contribuíram para um pequeno aumento no poder de compra dos riachenses, refletindo na atividade comercial.
No ano de 2001, houve uma nova transferência do mercado municipal, uma vez que o antigo não mais atendia as necessidades do comércio do município em virtude do pequeno espaço que ele dispunha. O novo mercado, localizado às margens da rodovia que atravessa a cidade, é dotado de um amplo espaço que, paulatinamente, vem atraindo os estabelecimentos comerciais, bem como o centro financeiro do município. As feiras livres acontecem durante o decorrer da semana, tendo o sábado, como o dia de maior movimento, é nesse dia em que as pessoas do interior do município se deslocam para cidade a fim de realizarem suas compras e comercializarem seus produtos oriundos da agricultura de subsistência.
No que diz respeito à composição do comércio, constata-se uma grande desigualdade tanto no número de estabelecimentos quanto na diversidade destes. Nesta perspectiva, uma pesquisa por amostragem, realizada durante o trabalho de campo, revelou que 25,39% dos estabelecimentos comerciais do centro da cidade são de artigos e confecções. Um outro setor que se destaca é o farmacêutico com um percentual de 8,73%, pontuando apenas nesta parte da cidade. Porém os bares e lanchonetes constituem o setor que apresenta um maior percentual somando 34,12% do total, enquanto que os estabelecimentos de gêneros alimentícios somam apenas 11,9%.
Subdivisões
Distritos: Agreste, Vesperina, Lagunas, Botuquara, Santa Rita.
Povoados: Campinas, Fazenda Sítio, Cedro de São João, Santana.
Comunidades: Pé do Morro, Muquém, Pau-Ferro, Jatobá, Pau Branco, Flores, Laranjeiras, Pau Branco, Pajeú de Botuquara, Gatos, Três Irmãos, Gongo, Agrestinho, Boqueirão das Pombas, São João, Jurema de Teófilo, dentre outros.
Comunidades rurais: Sede, Bom Sucesso, Barreiro Vermelho, Brejinho, Carro Quebrado, Morro Olho D'água de Romualdo, Mundo Novo, Muquém de Cima, Muquém de Baixo, Piçarras, Pau Ferro, Jatobá, Capelinha, Olho D'água, Itapicuru, Cacimba, Várzea, Várzea Formosa, Santo Antônio, Descoberto, Cana Brava, Jacaré, Santana, Riacho Seco.
Região da Mata: Mata, Santaninha, Riacho Dantas, Pajeú de Santa Izabel, Muquém de Santaninha, Folha Miúda.
Região de Santa Rita: Santa Rita, Pé do Morro, Olaria, Barro Branco, Impuca, Várzea da Onça, Arrozinho, Pequeno, Pau Branco, Solidão, Flores, Barriguda, Jacaré, Alegre, Lagoa dos Bois Bamburral, Riacho Seco, Boqueirão das Pombas, Pau do Engenho, Pau Sangue, Morrinhos Cavalo da Maria, Charco, Agreste, Folha Miúda, Castanho, Barreiro da Caatinga, Pau Branco dos Ribeiros, Juá.
Região de Cedro de São João: Cedro, Tábua, Sítio de Osias, Maçal, Soledade, Melancia, Xixá, Queimada Grande, Canafistola, Morro Velho, Vereda.
Região de Laguna: Laguna, Pau Preto, Faz. Contendas, Taboinha, Girau, Curral de Pedras, Mudubim, Furado da Casca, Poço de Lau, Lagoa do Cachorro, Lagoa da Baraúna, Lagoa Queimada, Tapajinha, Boi Bravo, Sítio Novo, Várzea do Sítio Novo, Terra do Sol, Paraná, Pedrinhas, Barro Vermelho, Riacho de Baixo, Poço da Moita, Lagoa do Lajeado.
Região do Agreste: Agreste, Boa Nova, Duas Lagoas, Poço Piçarras, Lagoa do Meio, Morro Alto, Muriçoca, Corredor, Ninho das Garças, Canto dos Angicos.
Região de Campinas: Campinas, Impueira, Canto do Menino, Agrestinho, Maroin, Amazonas.
Região da Vesperina: Vespertina, Cedro de Vespertina, Gatos de Vespertina, Várzea da Cheia, Várzea da Jurema, Várzea Cumprida, Espraiado, Pau Preto de Vespertina, Malhada Grande.
Região do São João: São João, Jurema, Quilombo, Cazuzinha, Pau de Colher, Mamoeiro, Taboinha dos Pretos.
Região de Botuquara: Botuquara, Pajeú de Botuquara, Gatos, Estiva, Laranjeiras, Três Irmãos, Gurunga, Gongo, Casca, Lagoa, Tanque Novo, Arroz, Mamoeiro, Tanque de Claudiano, Cajazeira, Mateus, Baixa, Boqueirão de Cima.
Região da Serra: Gado Bravo, Cambaitó, Olho D'água da Serra, Soledade, Mata do Sapê, Barra do Rio do Ouro, Sambaíba, Rio do Tanque, Paul, Ingazeira.
Pontos turísticos
Paróquia Nossa senhora da Glória
A Paróquia Nossa Senhora da Glória é uma divisão da Igreja Católica sediada no município de Riacho de Santana (Bahia). A Paróquia foi criada em 12 de dezembro de 1861, faz parte da Diocese de Caetité e tem como igreja mãe a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Glória. A paróquia esteve sob a jurisdição da Arquidiocese de São Salvador da Bahia até 1913, quando foi criada a Diocese de Caetité, vindo a pertencê-la. A Igreja Matriz é do período colonial brasileiro.
A Paróquia é marcada pela Festa da Padroeira em todo mês de maio, como também pelas manifestações do catolicismo popular, como a Semana Santa, Via-Sacra, Corpus Christi, dentre outras. A Paróquia é formada por diversas comunidades na cidade e na Zona Rural.
História
Em 22 de abril de 1827, Manoel José Alves Cabral e sua mulher, Rosa Messias da Rocha, doaram um terreno para Nossa Senhora da Glória. A primeira capela erguida, pela iniciativa do frei Paulo, nesta cidade em homenagem a Nossa Senhora data do ano de 1840 e surgiu no mesmo local onde está situado hoje o presbitério da atual Matriz, segundo informações fidedignas fornecidas pelo acatado Cel. Francisco Pereira de Castro, natural desta cidade.
No mesmo local onde foi construída a capela, foi edificada em meados do século XIX a igreja que existe atualmente. Em 02 de outubro de 1851 é celebrado o contrato para a construção do altar-mor, trono, presbitério e teto da igreja. Esta igreja, embora construída no século XIX, segue a tipologia das matrizes e igrejas de irmandades baianas do século XVII, isto é, nave única com corredores laterais superpostos por tribunas.
Antes de se tornar paróquia, Riacho de Santana era uma freguesia que pertencia à Paróquia Nossa Senhora Mãe de Deus e dos Homens da cidade de Palmas de Monte Alto. Nessa época a devoção mais popular era a Nossa Senhora do Rosário; a festa era celebrada no mês de outubro.
Em doze de dezembro de 1861, a resolução provincial nº 871, elevou a freguesia à categoria de Paróquia sob a invocação de Nossa Senhora do Rosário, por ser essa a devoção mais popular. No ano seguinte em quatro de outubro de 1862, ficou canonicamente instituída a Paróquia pelo arcebispo da Bahia e Primaz do Brasil D. Manoel Joaquim da Silveira. Em seis de outubro de 1962 foi nomeado o primeiro pároco, Pe. Antônio Boaventura Cerqueira Pinto, e o culto continuou a Nossa Senhora do Rosário, considerada o orago da Paróquia, embora existisse o culto também a Nossa Senhora da Glória.
Mais tarde, o padre e os fiéis fizeram uma petição ao Arcebispo, notificando que na realidade a devoção mais popular e o titulo original consignado na devoção do terreno contemplava Nossa Senhora da Glória, cuja festa vinha sendo celebrada em maio. Somente 46 anos mais tarde verifica-se a mudança de orago em Igreja Nossa Senhora da Glória, retificando-se o erro que vinha ocorrendo desde 1861. A oficialização da festa de Nossa Senhora da Glória se deu com a visita de Dom Joaquim Tomé da Silva, arcebispo da Bahia Primaz do Brasil, no dia 30 de julho de 1906.
Entre 1975 até 1998, trabalhou como vigário da paróquia o Padre Aldo Lucchetta, com o grande trabalho que exerceu no município de Riacho de Santana, ficou imortalizado como o “Cidadão do Infinito”.
Outros pontos turísticos: Casarões Centenários na Praça Monsenhor Tobias; Igreja Matriz com pinturas do famoso Godofredo Guedes, onde está sepultado o Padre Aldo Lucchetta, homem que saiu da Itália e deu sua vida em favor dos menos favorecidos; Prédio da Prefeitura Municipal; Cachoeira do Rio Pequeno; Cachoeira do Engenho Velho; Cachoeira de Botuquara; Cachoeira do Domingão; Cachoeira da Mata Virgem; Cachoeira do Lopes; Cachoeira da Tabatinba; Cachoeira do Cambaíto; Barragem da Santana; Barragem do Giral; Maranhão, espaço da natureza com locais para banho; Casa do famoso Antonio de Major e família Xavier.
Festividades
31 de maio - Festejos a Nossa Senhora da Glória (padroeira da cidade). Durante todo o mês de maio são realizadas novenas em diferentes bairros da cidade. No dia 31 de maio é realizada uma missa na Igreja Matriz em homenagem à padroeira.
13 de agosto - Comemoração da Emancipação Política com a realização de eventos culturais e a tradicional Festa de Agosto.
Referência para o texto: Wikipédia ; IBGE .